Sinopse
Chadwick Boseman é Andre Davis, um detetive da polícia
de Nova Iorque que tem de capturar os responsáveis pelas mortes de vários
polícias. André vê-se envolvido numa complicada e inesperada conspiração. À
medida que a operação avança fecham-se as 21 Pontes de Manhattan para impedir a
fuga dos assassinos. Para este detetive fracassado esta é a última oportunidade
de redenção.
Opinião
por Artur Neves
Esta é mais uma história de hard crime e castigo com polícias (o
conhecido NYPD) e ladrões violentos sem mágoa nem perdão. Assim sendo o final
já é conhecido, mas se queremos inovar, se queremos realmente fazer algo pelo
menos um pouco diferente, há que juntar outros ingredientes que aqui começam a aparecer
como um ruído de fundo que se vai acentuando com o desenrolar da ação e se vai
revelando e assumindo como o motivo principal da narrativa por entre muitos tiros,
muitos mortos e muita ação de bom nível.
Está ao nível de “Dia de
Treino” de 2001 ou de “Nós Controlamos a Noite” de 2007 mas porque é mais
recente apresenta outros motivos de interesse através da vigilância de alta
tecnologia e maior dinâmica nos assaltos e perseguições automóvel numa
desenfreada caça ao homem, alegado autor da morte de oito polícias por um
detetive cavalheiro, Andre Davis (Chadwick Boseman) lesto em premir o gatilho,
mas igualmente inteligente e ético que persegue a descriminação entre o que
está certo num mundo que deu errado.
O seu elemento diferenciador,
que se vai acentuando em segundo plano ao longo da história, tem a ver com a
brutalidade policial, o racismo e o equívoco de políticas avulsas mais
interessadas no seu próprio benefício do que no bem comum.
Brian Kirk, realizador mais
conhecido por séries de TV, como “A Guerra dos Tronos” (3 episódios) ou “Grandes
Esperanças” (mini-série) deu a oportunidade a um ator em ascensão, (Chadwick
Boseman) conhecido por várias interpretações de origem Marvel, em se destacar num
personagem, fora do mundo dos quadradinhos, com personalidade, suspense, capacidade de decisão e
dilemas morais que ele gere com segurança.
Para contracenar com ele
também encontramos dois bons desempenhos em Ray (Taylor Kitsch) assassino
sanguinário, traumatizado na infância e contaminado pela guerra do Afeganistão
que lhe retirou toda a réstia de humanidade e Michael (Stephan James) também antigo
colega no Afganistão, mas inteligente, empático e até bondoso em algumas cenas onde
o seu parceiro só vomita raiva.
O resto do elenco também se
situa em bom nível, com particular destaque para o Captain McKenna (o veterano J.K.
Simmons) responsável pelos polícias mortos que espera que Andre Davis cumpra a
sua missão de vingança… e de conveniência, como mais tarde vimos a descobrir
através dos twists do argumento, que
ainda assim conseguem manter o espectador focado nas múltiplas relações raciais
para que o filme aponta e nos dilemas morais que Davis encontra nas descobertas
que vai fazendo no desenrolar da ação.
Para 100 minutos é um
trabalho escorreito, recheado de suspense, ação inteligente e segurança na história
e no desempenho mostrado. Vê-se com muito agrado.
Classificação: 6,5 numa
escala de 10