27 de dezembro de 2010

Cinemas ZON Lusomundo no Freeport


A ZON Lusomundo inicia, em Janeiro, uma parceria com o Freeport de Alcochete para a gestão do seu complexo de salas de cinema.

Com esta parceria juntam-se duas marcas líderes nos seus sectores: o Freeport, como o maior Outlet da Europa e a ZON Lusomundo, líder no mercado de exibição cinematográfica

O Freeport pretende assim dinamizar as suas 7 salas de cinema (incluindo a maior do País), com capacidade total para mais de 2.600 espectadores, de modo a oferecer as melhores condições a todos os apreciadores da sétima arte.

A ZON Lusomundo, em conjunto com Freeport de Alcochete, assegurará as mais relevantes estreias nacionais, dando também continuidade à tradição dos grandes eventos repletos de glamour como foi o caso de “Ensaio sobre a Cegueira”, “Nine”, “Corrupção”, entre muitas outros de sucesso.

Esta parceira vem reforçar a aposta contínua do Freeport na qualidade da sua oferta, comprovada pelo dinamismo comercial que marcou o ano de 2010.

Por seu lado, e acompanhando as novas tendências de mercado, a ZON Lusomundo vai continuar a diversificar os eventos que têm lugar nas suas salas chegando a vários públicos-alvo com a exibição de concertos de bandas (nacionais e internacionais), jogos de futebol (em 3D e em HD) ou espectáculos de ballet, em paralelo com o melhor cinema.

Com mais de 380 mil sessões de cinema em 2010, a ZON Lusomundo terá novidades de conteúdos e de tecnologia preparadas para 2011, dando assim seguimento à sua estratégia de diversificação e de qualidade.

Fonte: ZON

22 de dezembro de 2010

Opinião - A Casa dos Espíritos


Título: A Casa dos Espíritos
Autor: Isabel Allende
Editora: Difel

Sinopse:
O relato da vida de Esteban Trueba, da mulher, dos filhos legítimos e naturais, e dos netos vai levar-nos do começo do século até à actualidade; é toda uma dinastia de personagens à volta das quais a narrativa vai gravitando sem perder de vista os outros - mesmo depois de mortos. O temperamento colérico do fundador, a hipersensibilidade fantasista da sua mulher e a evolução social do país - que reflecte e pode muito bem simbolizar qualquer país latino-americano - tornam difíceis as relações familiares, marcadas pelo drama e a extravagância e conduzem a uni final surpreendente e cruel, que deixa no entanto aberto o caminho de uma trabalhosa reconciliação.
No panorama da actual literatura hispano-americana, nennhum nome de mulher tinha conseguido até agora ocupar um lugar cimeiro. Faltava pois uma romancista. A impecável desenvoltura estilística, a lucidez histórica e social e a coerência estética, patentes em A Casa dos Espíritos fazem do primeiro romance de Isabel, um livro inesquecível.

Opinião por Ana Nunes:

Mais do que a história de um homem, mais do que a história de uma família, ou de várias gerações, esta é a história de um povo e de um país cuja mentalidade amadurece com o passar do anos, numa era de mudanças e radicalismos.
A forma como esta história é contada é muito cativante, e a autora tem uma voz muito própria, que envolve o leitor e o faz viajar pelas páginas do livro e pela história do país. Confesso que ao princípio não gostei tanto porque me parecia que a narrativa se movia demasiado depressa, mas cedo percebi que não era bem assim e agora vejo que esta andou ao compasso mais acertado.
Alturas houve também, em que me pareceu que os outros (que não da família) eram mais explorados que os da própria família, mas também isso cedo se dissipou pois todos faziam parte do ciclo da história e nenhuma personagem estava lá ao acaso, algo que a autora usou com mestria.

Tive pena que Clara fosse tão pouco explorada, pareceu-me que sempre a mostravam apenas superficialmente, o que não deveria acontecer já que ela é um dos pilares da família de da história. Ao contrário de Estéban, que foi bem retratado e analisado ao pormenor, Clara ficou-se numa superfície de avaliações que deixaram mais questões que respostas.

Depois de todo o livro, não consegui ter pena do Estéban, pois ele irritou-me e enojou-me desde a primeira vez que apareceu. Pareceu-me que a intenção da autora era fazer-nos ter alguma piedade por esta personagem, mas comigo não funcionou, embora perceba como tal poderia ocorrer a outros leitores, já que vemos tanto o seu pior como o seu melhor, e ele não deixa de ser um homem preso à sua geração, quase totalmente incapaz de evoluir com os tempos, algo que no fim acabou por lhe trazer muitos dissabores.

Gostei de como todas as personagens foram retratadas e dos sentimentos que cada uma delas me fez sentir, quer fosse ódio, desprezo, amor, piedade ou outro.
Como romance histórico está fantástico! Não sei ao certo quão fiel é à realidade, embora tenha impressão que o é muito, mas mesmo não sendo, a autora conseguiu embrenhar-nos da história geracional de uma nação e sentir por um povo oprimido.

Em suma, este é sem dúvida um clássico que recomendo a todos que leiam. Não é perfeito, mas é uma boa leitura.

Opinião - Por tentativa e erro


Título: Por tentativa e erro
Autor: Teresa Cunha
Editora: Chiado Editora

Sinopse:
Após longos anos no exercício de uma carreira profissional no Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), Teresa Cunha relata as muitas atribulações de uma Trabalhadora Humanitária na luta diária para cumprir os seus objectivos no decurso de uma década. A narrativa é factual e contribui para a desmistificação de algumas concepções erróneas sobre este trabalho e as heróicas criaturas que o cumprem.

Sendo a autora cidadã luso-canadiana, as experiências combinam não só duas culturas de base muito diferentes, nomeadamente a Europeia e a Norte-Americana, mas também todas as culturas que visitou no decorrer de vários anos de serviço enquanto Funcionária-Pública Internacional, sobretudo em África e nos Balcãs durante as mais recentes guerras.
Trata-se dum relato leve, humorístico e por vezes comovedor das experiências de vida de muita gente diversa, de muitas nacionalidades diferentes, e essencialmente focado sobre o chão comum que partilhamos enquanto cidadãos deste planeta.

Opinião por Susana Ferreira:
Tenho que confessar que, tanto o título como a capa me causaram uma certa relutância em lê-lo, mas... aventurei-me. Ontem acabei de o ler e, mais uma vez confesso que, certamente me arrependeria se não o tivesse ''devorado'' porque realmente adorei o livro. É um erro comum julgarmos algo pela sua aparência sem sabermos o seu conteudo...enfim, fiquei rendida...

Aqui vai... Muito mais que um livro... um relato na primeira pessoa, não apenas de uma vida, mas de várias com quem a sua própria se cruzou. Uma breve referência familiar, ao pai, à mãe, e, daí em diante, à sua vida e à de todos com quem se viria a cruzar e a dar de si.

Passou pela ''idade do armário'', como ela própria chama, com fugazes amores, outros arrebatadores (pelo menos por parte do sexo oposto) e, a partida para o Canadá para ingressar na Universidade, deixando para trás um desses amores ''eu por minha vez, assim que entrei no avião esqueci as mágoas e já estava pronta para encetar a próxima fase da minha vida...''.
No fim as sua ''pós-graduação'' teve a sua merecida viagem de Inter-Rail pela Europa, com um colega que, ''se esticou''(expressão minha) e, graças a isso, no final da viagem já nem amizade existia ''quando a aventura acabou dei por finda também a amizade''.
Regressou ao Canadá e, por fim, a casa ''a minha decisão deixou o meu pai encantado com a perspectiva de um dos 'pesserinhos' voltar ao ninho''.
Teve vários empregos, entre secretária e gerente de uma loja de computadores mas viria a receber uma convocatória do ACNUR (Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados), e aí ficou desenvolvendo e chefiando várias ''missões'', sempre bem sucedidas.
Malawi, Maputo, Genebra, locais por onde passou e deixou marcas, fez amizades, grandes amizades, locais onde deixou saudades e que lhe deixaram saudades também, onde perdeu alguns amigos (como o David por exemplo), onde ganhou outros (como a Joke também de exemplo).
Aquando da morte do seu pai, Teresa decidiu abandonar o ACNUR porque achou que seria o momento certo.
No final, faz o seu balanço (por mim, positivo), de vida ligada sobretudo aos outros e sobretudo uma vida ''feliz''.

Um livro irónico e sobretudo bastante humorístico e bem humorado, repleto de experiências bem conseguidas e, consequentemente bem redigidas. Não preciso de mais palavras para dizer que adorei e que a partir do final da leitura do livro, Teresa Cunha ganhou (mais) uma fã.

Sussurros, de Orlando Figes

Foi possível

João Tunes


O que mais valoriza “Sussurros” (*) é a sua forma particular de abordar a opressão comunista durante o período da tirania de Estaline e que eleva este livro do historiador e professor Orlando Figes à qualidade de peça única e incontornável na historiografia sobre a opressão de Estado em versão totalitária. De facto, Figes não enveredou nem pelo desfolhar dos episódios repressivos nem se deteve a entrar na polémica sobre as estatísticas das vítimas e dos carrascos. Exceptuando o tratamento detalhado e central de uma figura de primeira grandeza da vida pública soviética, o escritor Konstantin Simonov, a obra, ao longo das suas mais de setecentas páginas, ocupa-se das figuras comuns, quer dos represaliados (sobretudo estes) como dos coniventes e agentes da opressão, baseando-se em testemunhos orais ou em documentos obtidos, através de uma longa e aturada investigação desenvolvida na antiga URSS junto dos sobreviventes da época estalinista. Ou seja, Figes aborda a opressão contaminante do quotidiano dos cidadãos soviéticos sobretudo nos anos 30 e 40 do século XX e que, de uma forma absolutamente cega, ceifava a eito a sociedade no seu conjunto [escravizando e liquidando intelectuais e pequenos proprietários ou artesãos, por “crime” de pertença de classe; certas nacionalidades suspeitas de “infidelidade étnica atávica” para com a hegemonia russa em que assentava a estrutura multinacional soviética; comunistas e quadros soviéticos dos vários escalões ao sabor dos caprichos absurdos e arbitrários de quotas para cumprir metas de purgas; finalmente, os familiares (mulheres e filhos) dos reprimidos nos casos anteriores e que pagavam por “crime” de serem familiares de “inimigos do povo”]. No fundo, os alvos da repressão estalinista, conforme a uma lógica absolutamente paranóica, eram todos os cidadãos, incluindo os próprios mandantes e agentes da repressão. E, assim, cada cidadão soviético tinha como principal preocupação de sobrevivência, além de confiar no factor sorte, situar-se “correctamente” perante a repressão, sobrevivendo-lhe. E, claro, nem todos se saíam bem, no arbítrio dos acasos, das delações e das embirrações, para além das fatalidades de origens e pertenças. Milhões, muitos milhões, saíram-se mal. Uma parte fuzilada após tortura, a maioria constituindo o exército do trabalho escravo que industrializou a URSS, colectivizou a agricultura, produziu as grandes obras, cumpriu os planos quinquenais, construiu o socialismo, um socialismo de miséria, escravidão, fome, opressão. E, para além dos efeitos imediatos do sistema do GULAG, eventualmente a parte mais grave da repressão, o sistema repressivo, ao tornar aleatória a escolha dos alvos, feriu profunda e irreversivelmente a psicologia, a cultura e o estado emocional dos soviéticos. Até aos tempos actuais, passados vinte anos desde a queda do comunismo. E é nesta compreensão que o livro de Figes atinge uma intensidade e relevância única na historiografia sobre o estalinismo, ao descer do público para o privado, dos dados globais da repressão para as feridas desferidas nas pessoas, nas famílias e nos afectos. A monstruosidade da sociedade estalinista, afinal uma mero caso demonstrativo do que é o comunismo enquanto governo, em que após a fase de sedução social e política invocando os mais nobres ideais e aspirações humanas e sociais se transforma em máquina brutal de conservação de poder, em que o “terror vermelho” se inclui necessariamente no menu do trajecto de domínio, fica melhor exposta pela metodologia utilizada por Figes do que todos os tratados sobre a superestrutura da tirania estalinista. Mas, não havendo história grátis, é bom que se tenha o estômago bem preparado para encaixar os murros emocionais que “Sussurros” proporciona perante as dimensões insuspeitas e reveladas sobre onde chega, pode chegar, a perfídia humana politicamente organizada e cinicamente invocando a defesa suprema dos trabalhadores, do povo, da humanidade.



Terminada a leitura de “Sussurros”, percebida e sentida a lógica brutal do GULAG, ainda com as emoções em sangue, julgo que uma questão tende a assaltar cada um dos seus leitores: o que distinguiu o aparelho carcerário, de campos e de liquidação montado na URSS, dirigido por comunistas, do melhor conhecido aparelho repressivo e de extermínio montado pelos nazis? Julgo que o livro de Figes não deixa escapatória à constatação inevitável de que enquanto a repressão nazi foi selectiva e os seus alvos foram sempre pública e previamente anunciados (os judeus, os homossexuais, os comunistas, os social-democratas, os democratas, as minorias, as etnias consideradas inferiores), a repressão comunista ameaça toda a sociedade, todos os cidadãos, incluindo (!) os comunistas. Por isso mesmo, Estaline pode considerar-se o construtor de uma sociedade única, a do totalitarismo autofágico. Fica para outra altura a discussão sobre o como e o porquê de que quando as experiências comunistas se desviam deste modelo, o do Estado-Polícia desenvolvendo-se em espiral paranóica, estas falham automaticamente e destroem ... o comunismo.



Naturalmente que está subentendido o conselho para quem ainda não escolheu o livro de oferta de natal para um amigo alérgico à mentira e à opressão.



(*) – “Sussurros”, Orlando Figes, Aletheia Editores.

In http://viasfacto.blogspot.com/2010/12/foi-possivel.html

Passatempo Especial de Natal - Dinalivro

Este Natal, a D'Magia quer pôr uma prendinha muito especial nos sapatinhos dos nossos leitores, e, em parceria com a Dinalivro lançar um passatempo especial de Natal com a oferta de 2 exemplares de "O Gentleman: Livro da Moda Clássica Masculina (Nova Edição)" de H. F. Ullmann.

Sinopse:
É possível que um homem se torne um cavalheiro mercê do vestuário? Certamente que não.
Contudo, o vestuário é um componente essencial da nossa cultura. O Gentleman proporciona os fundamentos completos sobre a moda clássica masculina, possui valiosas informações sobre os locais onde poderá fazer as suas compras, confere competências para lidar soberanamente com a moda e desperta o interesse pelo vestuário e acessórios com estilo.

Para te habilitares a esta prendinha basta responderes às questões colocadas sobre o livro.



1 - Como se chama o autor do livro?
2 - É possível que um homem se torne um cavalheiro mercê do vestuário?
3 - O que é que O Gentleman proporciona?

As respostas ser enviadas para literatura@dmagia.net com os teus dados pessoais (incluíndo o nick de seguidor do blogue), até ao dia 31 de Dezembro.


Regras do passatempo:
1) Ser seguidor do blogue.
2) Apenas participantes com moradas de Portugal.
3) Apenas uma participação por cada nome e email.
4) Participações sem menção ao nick de seguidor do blogue não serão validadas. Atenção: o que é pedido é o nick de seguidor do blogue e não do facebook.

Novidades Bertrand para Janeiro

"Uma manhã, Gemma deixa para trás a sua vida de todos os dias e entra num avião com o filho de dezasseis anos, Pietro. Destino: Sarajevo, uma cidade entre o Ocidente e o Oriente, ainda cicatrizada pelas feridas de um passado recente. À sua espera no aeroporto está Gojko, um poeta bósnio que em tempos apresentou Gemma ao amor da sua vida, Diego, um fotógrafo que captava cenas de beleza estonteante nos reflexos de poças de água.

Está é a história desse amor, inserida num quadro contemporâneo e devastador do mundo em guerra e em paz. Mas é também a história da maternidade procurada, perdida e finalmente encontrada, um conto misterioso que desafia a ciência e a biologia.

Vencedor do prémio Campiello 2010, o prémio literário mais importante em Itália.
É uma das vozes mais originais e mais fortes da literatura italiana contemporânea sendo também uma das mais internacionais, publicada em mais de 30 países.
O filme de Vir ao Mundo, que está a ser realizado por Sergio Castellitto (marido da autora), será protagonizado por Penélope Cruz.

O seu livro anterior, de há 6 anos, Não te Movas (Dom Quixote) vendeu mais de 1.500.000 exemplares só em Itália e ganhou o prémio Strega. O filme, também realizado por Sergio Castellitto, e com Penélope Cruz no papel principal, foi um êxito internacional e conquistou diversos prémios em vários festivais."

"Livro reversível onde 80 figuras da nossa sociedad sugerem-lhe músicas românticas, receitas para jantares a dois e escapadelas únicas em Portugal, todas elas seguindo o mote dado por uma história romântica.

Um livro ideal para oferecer a quem ama, seja a sua cara-metade, amigos ou família, seja em qualquer altura do ano."






"Sem esquecer que no PAR - Paixão, Amor e Romance encontrará ainda vouchers com descontos em vários locais para poder mimar ainda mais aquela pessoa que lhe é tão especial.
A juntar a tudo isto, o livro tem uma forte componente de solidariedade social, pois os lucros revertem a favor das associações APAV e Raríssimas."




"Para o Inspector Joe Faraday, o funeral de uma jovem colega, morta num acidente de automóvel, é um final amargo para mais uma semana difícil. Contudo, não existe tempo para mágoas na Investigação Criminal. Um ginecologista difamado desapareceu e as suas pacientes mutiladas formam uma lista infernal de suspeitas de homicídio. Trata-se de uma carga de trabalho impossível e, como se isso não bastasse, os políticos e os superiores hierárquicos de Faraday conspiram para lhe dificultar ainda mais a vida..."

"Um autor extraordinário" Daily Telegraph


"Maerad é uma rapariga com um passado trágico e amargo, mas os seus poderes crescem a cada dia que passa. Juntamente com Cadvan, o seu mentor, e perseguidos tanto pela Luz como pelas Trevas, partem em busca do Enigma da Canção da Árvore — a chave que restaurará a paz ao reino em ruínas.
A missão épica de Maerad continua à medida que ela viaja desde mares aterradores até glaciares vastos e selvagens, mais e mais impelida na direcção do seu maior inimigo, o Rei do Inverno — o mais poderoso e tirano aliado do Sem Nome."

Novidade Quinta Essência para Janeiro

Opinião - Procuro-te


Título: Procuro-te
Autor: Lesley Pearse
Editora: Asa

Sinopse:

Daisy tem apenas vinte e cinco anos quando a mãe morre nos seus braços. Embora saiba há muito que foi adoptada, sempre se sentiu amada pelos pais e pelos irmãos. Para Daisy, aquela é a sua família. Todavia, o luto vai abalar o equilíbrio doméstico e revelar rivalidades encobertas. A serenidade dá lugar à devastação, e a jovem sente que é a altura certa para partir em busca das suas raízes e confrontar-se com o passado.
Na ânsia por saber mais sobre Ellen, a sua mãe biológica, e à medida que vai desvendando a história da família, Daisy descobre as duras verdades por detrás do seu nascimento. Dotada de uma inabalável determinação, Ellen sobrevivera a uma infância traumática: a morte da sua própria mãe estava envolta numa aura de mistério e os maus-tratos de que fora vítima às mãos da madrasta haviam-na marcado irremediavelmente. O destino quis que a sua coragem fosse constantemente posta à prova. O tempo encarregou-se de apagar o rumo dos seus passos.
Mas Daisy não desistirá de a encontrar, nem que para tal tenha de renunciar ao amor da sua vida.

Opinião por Liliana Martins:

A história de Daisy e a procura da sua verdade aquando do falecimento da mãe adoptiva.

Esta história prendeu-me desde o primeiro instante, impossivel parar de ler, queria saber tudo sobre Daisy, a sua família adoptiva mas especialmente sobre a mãe verdadeira Ellen e os motivos que levaram à sua entrega para a adopção.
Ao longo do livro percebemos que a história de Ellen e da sua irmã Josie é a parte mais importante do livro, deixando a nossa Daisy (personagem principal) em segundo plano.
A leitura é ritmada e cheia de particularidades muito chocantes levando a que os sentimentos do leitor estejam sempre a mudar, numa determinada altura temos pena da infância daquelas crianças na seguinte raiva das suas atitudes, especialmente Josie, que nos choca, nos entristece, nos revolta mas de quem sentimos irremediavelmente muita pena... um tumulto de sensações...
Admito que me vieram lágrimas aos olhos em determinado ponto, esta escritora é muito realista nas suas descrições de cenas e emoções, nunca tinha lido um livro dela e fiquei francamente fã.
A certa altura desta história, temos uma reviravolta que me apanhou de surpresa, num filme talvez tivesse percebido mas admito que me surpreendeu, fiquei até um pouco incrédula, não queria mesmo acreditar digamos, porque apesar de tudo fazer muito sentido ver como o ser humano pode ser cruel nunca deixa me surpreender e esta escritora capta a alma das personagens de uma forma incrível.

Nunca foi dada muita relevância a Daisy mas conseguimos entender o como esta Procura pela mãe foi importante e o que provocou nela, o interiorizar da sua natureza e aceitação da sua realidade, mas sem dúvida que a personagem que nos fica na memória é Josie como tudo o que passou na vida levou ao final descrito.

No fundo adorei este livro, porque as personagens"agarram-nos" desde o primeiro minuto, senti aquele frenesim de querer saber mais e mais a cada linha, quanto mais lia mais queria ler, queria saber cada novo pormenor , cada novo desenvolvimento, o que aconteceria a seguir, o que teria acontecido naquela família... A curiosidade não tinha tréguas, e isso sem dúvida é do que mais me cativa a ler um livro...

Opinião - Segue o coração


Título: Segue o coração
Autor: Lesley Pearse
Editora: Asa

Sinopse:
Aquele podia ter sido um dia como tantos outros na vida de Matilda, uma pobre vendedora de flores. Mas aquele é o dia em que Matilda salva a vida de uma criança e recebe a mais preciosa das dádivas: a oportunidade de fugir da miséria e construir uma nova vida. Em breve trocará os bairros degradados de Londres pelos recantos misteriosos de Nova Iorque, as planícies do Oeste Selvagem e a febre do ouro em São Francisco. Munida apenas da sua coragem, beleza e inteligência, a jovem está apostada em ditar o seu destino, nem que para tal tenha de lutar contra tudo e todos.
A sua rebeldia condena-a à solidão. Mas um dia também ela viverá as emoções de um verdadeiro amor. Um amor que terá de suportar a separação, a guerra e os tormentos do nascimento de uma nova nação. Será no Novo Mundo que Matilda vai aprender o que a sua infância não lhe ensinou: que todos nascem iguais, que a coragem e a generosidade são o que de mais nobre pulsa no coração humano, e que, por mais doloroso que seja, a vida tem de continuar e nunca se deve olhar para trás…

Opinião por Verónica Silva:
É incrivel como os livros de Lesley Pearse, conseguem ser altamente viciantes, interessantes e comoventes.

Este livro conta a história de Maltilda Jennings, uma jovem Inglesa que desde cedo vendia flores na rua para ajudar a familia a sobreviver. Um dia a sorte bate-lhe à porta ao salvar a filha de um reverendo e a sua vida muda a partir dai, quando se torna ama da pequena Tabby. Quando parte para a America juntamente com os Milson, a vida de Matty muda drasticamente e a sua vida é marcada por dificuldades e tristezas. No entanto ela é uma jovem forte, esperta, de bom coração e ambiciosa, e de tudo faz para ajudar os mais fracos e também para dar uma boa vida às filhas.

Eu encaro os livros da Lesley como uma homenagem a todas as mulheres, que enfretam os problemas com coragem, força e determinação. Gosto imenso das personagens que cria, pois são todas tão interessantes e ricas em valores e o facto de tudo se passar numa época dificil, marcada por guerras e doenças torna tudo mais emocionante e contribui para as admirar ainda mais .

A vida de Matty é extremamente marcada por adversidades,por uma luta constante e por imensas aventuras, mas também pela perdas das pessoas que ama e aqui é muito emotivo, porque apesar de ela ser uma mulher jovem, cheia de ideias e força não consegue ser feliz por longos periodos.

Adorei a relação com Giles e James, os dois homens que amou e a relação com Tabby que sempre amou como se fosse a sua verdadeira filha e o que fez para lhe realizar o sonho de ser médica. Com Peter e Sidney que salvou dos bairros degradados de Nova Iorque e que apesar de não teram laços de sangue os amavam como verdadeiros filhos e que formavam uma verdadeira familia

Sem dúvida um livro muito bonito, com uma heroina cheia de força até aos seus últimos dias que de tudo fez para ajudar os outros, colocando de lado a sua própria felicidade.

A única coisa que não gostei foram as demaisadas mortes de personagens que se tornam queridas e que acabamos por sentir também uma sensação de perda quando desaparecem.

Se tivesse de descrever este livro talvez diria sentimental, envolvente e encorajador. Maltilda sempre seguiu o conselho do pai de seguir o coração e nunca olhar para trás e foi isso que a fez lutar contra doenças, dificuldades e desigualdades e que apesar disso nunca se arrependeu de todas as decisões que tomou, conseguindo assim o seu desejo de marcar a vida das pessoas com quem se encontrou, e talvez também a nossa enquanto leitores.

Opinião - Gestos esquecidos


Título: Gestos esquecidos
Autor: Fernando José Rodrigues
Editora: Oficina do livro

Sinopse:
Duas famílias, dois ideais, um amor marcado pelos excessos da revolução.
Portugal, anos 80. Virgílio é militante operacional das Forças Populares - 25 de Abril. Numa das acções revolucionárias em que participa mata José Trinan, empresário do Norte, e fere gravemente uma das filhas. João Pedro, filho de Virgílio, só aos 18 anos toma conhecimento, pela voz de um juiz, das actividades do pai.
Mais tarde, quando decide partir em busca das suas raízes, o seu caminho cruza-se com o de Dulce, filha de José Trinan. Depois de viverem dias de paixão intensa, João Pedro decide contar-lhe toda a verdade. E tudo muda a partir daí.
Prendendo o leitor da primeira à última página, Gestos Esquecidos é um romance que nos apresenta um retrato fiel de uma época muito peculiar do Portugal contemporâneo e nos recorda como são indefiníveis os limites desse território misterioso que é o amor.

Opinião por Cristina Delgado:

Este livro surpreendeu-me muito! Não que eu estivesse à espera de não gostar, tanto mais que me foi recomendado por uma amiga (obrigado Teresa!), mas talvez pela capa, achei que seria um pouco "antigo", démodé seria a palavra certa.

Enganei-me. É bem feito, para não fazer juízos antes do tempo, ou neste caso, antes da leitura!

É uma roda viva este romance! Explico porquê: o narrador muda constantemente, o passado cruza-se com o presente de uma forma que não nos deixa descansar... e tudo isto sem perdermos o fio à meada, sem nos perdermos na leitura. Sentimos necessidade de avançar, de não largarmos o enredo.

Estamos quer na época da Revolução em Portugal, no tempo das F.P. 25 de Abril, como vinte e tal anos mais tarde. Escrito de uma forma quase poética, "Gestos esquecidos" faz-nos reler algumas frases de tão bonitas e tão cheias de conteúdo que são, ao mesmo tempo que nos impele a ler rapidamente, tal é a vontade de chegar ao fim. E o fim arrebata de tão surpreendente que é.

Já ouviram falar da teoria efeito borboleta: segundo a cultura popular, o bater de asas de uma simples borboleta poderia influenciar o curso natural das coisas e, assim, talvez provocar um tufão do outro lado do mundo? ou, mais popularmente, que um bater de asas de uma borboleta em Tóquio provoca uma tempestade em Nova Iorque? Às vezes as relações humanas são exemplo disso... Fez-me lembrar isso mesmo, esta história. De como as nossas acções, por mais simples que nos pareçam, podem determinar, em grande medida, o futuro dos nossos descendentes e o nosso, claro!

Muito bem conseguido este livro de um autor que, sinceramente, nunca tinha ouvido falar! Recomendo.

Opinião - Os anagramas de Varsóvia


Título: Os anagramas de Varsóvia
Autor: Richard Zimler
Editora: Oceanos

Sinopse:
Um romance policial arrepiante e soberbamente escrito passado no gueto judaico de Varsóvia. Narrado por um homem que por todas as razões devia estar morto e que pode estar a mentir sobre a sua identidade… No Outono de 1940, os nazis encerraram quatrocentos mil judeus numa pequena área da capital da Polónia, criando uma ilha urbana cortada do mundo exterior. Erik Cohen, um velho psiquiatra, é forçado a mudar-se para um minúsculo apartamento com a sobrinha e o seu adorado sobrinho-neto de nove anos, Adam.

Num dia de frio cortante, Adam desaparece. Na manhã seguinte, o seu corpo é descoberto na vedação de arame farpado que rodeia o gueto. Uma das pernas do rapaz foi cortada e um pequeno pedaço de cordel deixado na sua boca. Por que razão terá o cadáver sido profanado? Erik luta contra a sua raiva avassaladora e o seu desespero jurando descobrir o assassino do sobrinho para vingar a sua morte. Um amigo de infância, Izzy, cuja coragem e sentido de humor impedem Erik de perder a confiança, junta-se-lhe nessa busca perigosa e desesperada. Em breve outro cadáver aparece - desta vez o de uma rapariga, a quem foi cortada uma das mãos. As provas começam a apontar para um traidor judeu que atrai crianças para a morte. Neste thriller histórico profundamente comovente e sombrio, Erik e Izzy levam o leitor até aos recantos mais proibidos de Varsóvia e aos mais heróicos recantos do coração humano.

Opinião por Cristina Delgado:
Crime entre muros.

Todos os livros de Richard Zimler que li têm como pano de fundo o Holocausto. Não que considere isso uma menos-valia, muito pelo contrário. Gosto muito de ler sobre este tema e aprende-se sempre mais qualquer coisa! Quando a isso se alia uma escrita empolgante, um policial baseado em factos históricos - pois esse género de crimes hediondos aconteceram realmente - então estamos perante uma obra prima...

A ocupação alemã da Polónia, em 1939, mais concretamente de Varsóvia, serve de palco a este livro espectacular. O gueto de Varsóvia, formado um ano depois, "assistiu" a um acumular de doenças provocadas pela fome e falta de higiene, tais como o tifo e o escorbuto, pois num espaço reduzido foram "emparedados" todos os judeus da cidade e arredores, atingindo um total de 380 000 pessoas. Dali seguiram, muitos deles, para os campos de extermínio...

Erik Cohen, psiquiatra, 77 anos, relata todos os seus esforços para descobrir os assassinos de seu sobrinho-neto, Adam, de 9 anos e de mais duas crianças, todas com sinais de nascença na pele. De raciocínio rápido e profundo, Erik vai descobrindo os pormenores macabros das suas mortes e leva-nos a participar neste empolgante mistério.

Já não lia um policial à muito tempo e este, pelo seu carácter até certo ponto verídico, (pois, como referi anteriormente, no geral, é baseado em factos reais) considero-o, muito bom.

Opinão - Precious - A força de uma mulher


Título: Precious - A força de uma mulher
Autor: Sapphire
Editora: Alfaguara (uma chancela da Objectiva

Sinopse:
Precious Jones, dezasseis anos, corpo de mulher e coração de menina, está à espera do segundo filho.
É negra, pobre, obesa, analfabeta e está muito só. Violada pelo pai, que é também o pai dos seus dois filhos, e abusada pela mãe, que encontra sempre novas formas de explorar a filha a vários níveis, Precious perde o seu último vínculo com a realidade ao ser expulsa da escola.
Sozinha nas ruas de Harlem, o reino dos sem voz, Precious fica muito próxima do abismo, vencida pela raiva e pelo desespero. Até ao dia em que é admitida numa instituição para crianças desfavorecidas e encontra na sua nova professora o estímulo para não desistir.
Pela mão de Blue Rain, Precious descobre a magia das letras que formam palavras e frases, e encontra na leitura e na escrita a porta para o mundo que ela julgara estar definitivamente fechada.
A menina de Harlem descobre que tem sentimentos, tem sonhos e, mais importante do que tudo, tem uma voz só sua.

Opinião por Ana Silva:
Comecei por ler o livro sem saber o que esperar dali e o facto é que me surpreendeu bastante. É um livro de leitura extremamente fácil, sem palavras rebuscadas, aliás, até mal escritas a fim de aproximar o leitor da personagem principal, pois seria como ela falava.
Este livro conta a história de uma rapariga que, no meio do caos de uma gravidez aos 12 anos provocado pelas sucessivas violações do pai, da mãe lhe bater por ela mesma ser a "desinquietadora", de na escola ela ser chamada de feia e gorda, de nunca lhe terem ensinado coisas simples como aprender a ler as horas sem ser em formato digital, mesmo assim ela arranja força de vontade para continuar a viver. Entre momentos de lucidez, de sonhos e de alucinações que ela própria cria e vive, para não ter de viver a realidade absurda que ela nos conta, ela acha-se uma menina branca, linda e magra. Mas é depois de ter sido transferida para outra escola, que ela encontra algum tipo de carinho, como...perguntarem-lhe se ela quer alguma coisa do café, que depois que paga, quando a colega, sabe, à partida que ela naquele dia, não tem dinheiro. Estas vão ser as novas amigas dela, aquelas que a vão acompanhar pelas suas experiências provocada por mais um meio irmão. Sim, o pai volta a gerar um filho no corpo de uma menina que nem sabe de quantos meses está, e que obviamente, não vai ao médico porque o dinheiro que entra em casa é gerido pela mãe, de um ser que não sai de casa por ser demasiado forte (realidade bem comum na América). A par disto, a rapariga também nos conta a vida das colegas da nova escola dela e, afinal, já não se acha tão anormal. Também elas têm experiências não tão boas.
O leitor ao ler este livro, e eu sendo uma mulher, fico mesmo com a sensação de que sou uma sortuda por desconhecer as realidades aqui descritas. Este foi sem dúvida um livro rápido que li, e que vai influenciar o meu quotidiano. Pequenas reclamações que, às vezes, fazemos, e sinceramente...estamos a falar de barriga cheia! Recomendo avidamente!

21 de dezembro de 2010

Finalmente> Blog Comer Animais!

É com prazer que vos informo que foi feito um Blog com base no livro Comer Animais!, um espaço de debate e troca de ideias . Ao longo das semanas serão lançadas várias temáticas, não percam!

http://blogcomeranimais.blogspot.com/

20 de dezembro de 2010

Opinião - Em nome da Memória


Título: Em nome da Memória
Autor: Ann Brashares
Editora: Quinta Essência

Sinopse:
“Daniel passou vários séculos a apaixonar-se pela mesma rapariga. Vida após vida, atravessando continentes e dinastias, ele e Sophia (apesar de ela mudar de nome e forma) têm sido atraídos um para o outro, e ele lembra-se de tudo.
Daniel tem «a memória», a capacidade de recordar vidas passadas e reconhecer as almas daqueles com quem viveu anteriormente. É um dom e uma maldição. Por todas as vezes que ele e a Sophia estiveram juntos ao longo da história, também foram afastados dolorosamente, fatalmente. Um amor sempre demasiado curto.
Intercalados na actual relação de Sophia e Daniel há vislumbres da sua longa história juntos. Da Ásia Menor em 552 à Inglaterra de 1918 e à Virgínia de 1972, as duas almas partilham um longo e, por vezes, tortuoso caminho de busca contínua uma pela outra. Mas quando a jovem Sophia (Agora «Lucy» no presente) começa finalmente a despertar para o segredo do seu passado em comum, a compreender a verdadeira razão da intensidade da sua atracção, a força misteriosa que sempre os afastou reaparece.
Em última análise, têm de compreender o que se atravessa no caminho do seu amor para poderem passar a vida juntos.”

Uma história de amor que atravessa todas as barreiras do tempo, se vincula á alma e ao coração, haverá algo mais bonito e romântico?

Opinião por Joana Cabral:

Este é daqueles livros em que começamos por nos apaixonar pela capa, em seguida pela escrita, saltando para os seus personagens e por fim pela sua história que saberá tocar todos os corações que já conheceram uma forma de amar.
Mais do que puro romance este é um livro que tem a capacidade de nos fazer reflectir sobre o que poderá haver para além do corpo, da vida presente e do nosso conhecimento mundano.
Trespassando o senso comum, com Daniel viajamos pelas suas vidas passadas, de forma enriquecida por um conhecimento marcado por muitas reencarnações, desafiamos o conceito "para além da morte" e damos por nós a reflectir se de facto já existimos e, se isso aconteceu, o que mudaria se tivéssemos «a memória», a capacidade de recordar tudo o que já fomos e de que maneira isso poderia ter marcado o que somos hoje?
Uma coisa garanto, quem ousar ler este livro de mente aberta, abraçando todos os seus conceitos terminará com uma imensa vontade de saber mais sobre o desconhecido, sobre a sua alma…

Repleto de pequenos pormenores são várias as vezes que nos fascinamos durante a leitura, mas o que realmente me impressionou foi a capacidade da autora de criar laços entre o leitor e as suas personagens que conhecemos de forma milenar, ganhando de tal forma intimidade que a certa altura, eu pelo menos, senti vontade de segredar concelhos a Daniel e a Lucy :)

Os capítulos da actualidade são intercalados com os do passado, são destinados maioritariamente a uma vida passada de Daniel. Nada tenho apontar a escrita, é simples mas sabe transmitir reflexões profundas. E posso dizer-vos que no final ficaram com uma imensa vontade de continuar a ler e saber mais sobre este amor. (não sei se haverá continuação)
Desconhecia a autora Ann Brashares mas de agora em diante vou tentar acompanha-la mais de perto, pois este é sem dúvida um romance diferente, intenso, cativante e apaixonante. Recomendo a todos os que gostam de uma história de amor mas também a todos aqueles que ousarem desafiar os conceitos de vida e morte, entregando-se a emoções perpétuas como o amor.

Opinião - Refúgio


Título: Refúgio
Autor: Nora Roberts
Editora: Chá das Cinco

Sinopse:
Jo Ellen, fotógrafa de renome, pensava ter fugido à casa chamada Refúgio há muito tempo. Ali passara os seus anos mais tristes, depois do desaparecimento inesperado da mãe. Contudo, a casa que encima as praias exóticas de uma ilha ao largo da Geórgia continua a assombrá-la. E agora, mais assustadoras ainda são as fotografias que alguém lhe começa a enviar: primeiros planos sinistros e puros, culminando no retrato mais chocante de todos, o da mãe... nua, bela e morta. Jo terá de regressar à ilha da sua infância e à família que procurou esquecer. Com a ajuda de um homem, descobrirá toda a verdade sobre o seu trágico passado. Mas o seu Refúgio pode revelar-se o local mais perigoso de todos...

Opinião por Ana Melo:
Mais um romance com todos os ingredientes que NR já habituou os seus leitores. Amor, mistério, suspense. Ou de como as vidas dos progenitores condicionam a existência dos seus descendentes. Desta vez consegui chegar à conclusão de quem era o 'mau da fita', antes do final. Ou seja, a história tem um desenrolar previsível, não deixando no entanto de ser um bom livro de entretenimento. Todos os personagens estao bem construídos, e são bastante verosímeis. A personagem principal, Jo Ellen, regressa a casa após um colapso nervoso, procurando refúgio junto da sua família, que por sua vez nunca recuperou do trauma causado pelo desaparecimento da sua mãe, mas que se foi adaptando à realidade. A questão será então: estará Jo Ellen confortável junto da sua família ou irá justamente de encontro àquilo de que foge? Ao enfrentar o pai e os irmãos terá que enfrentar a realidade do desaparecimento da mãe, mas tudo se irá conjugar para finalmente se perceber a verdade e todos encontram a paz por que anseiam. Ou seja, nesta leitura acompanhamos o desenvolvimento amoroso de três casais, com os seus medos e simultaneamente a busca da felicidade. Entramos também no mundo da fotografia, NR consegue fazer com que consigamos visualizar o que Jo Ellen capta através das sua fotos (...e das que lhe são enviadas...). Foi uma leitura emocionante.

Opinião - O Primeiro Dia



Título: O Primeiro Dia
Autor: Marc Levy
Editora: Contraponto

Sinopse:
Um objecto misterioso encontrado num vulcão adormecido vai mudar para sempre a vida de Adrian e Keira. Juntos embarcarão numa aventura extraordinária que os levará das margens do lago Turkana, no coração de África, até às montanhas da China, em busca da resposta a uma das perguntas ancestrais da humanidade: como começou a vida na Terra?

Opinião por Miriam Fonseca:

Marc Levy é considerado o autor francês mais lido em todo o mundo e este romance atesta o porquê da escolha de milhares de leitores.

Em “O Primeiro Dia”, Levy conjuga paleontologia, astrofísica e amor numa receita irresistível que prende o leitor do princípio ao fim. Ao longo da narrativa vamos conhecendo Keira e Adrian, personagens principais desta história, e é durante a sua busca pelo esqueleto do primeiro homem e pela descoberta do sítio onde começa a aurora, que vamos ficando entrelaçados na história do casal, misturando sentimentos profundos com conhecimentos sobre os nossos antepassados e sobre a vastidão do universo que nos rodeia. Concentrando todo o “plot” na descoberta do significado de uma jóia que Keira possuía, Levy leva-nos numa viagem trepidante e perigosa por países como Grécia, China, França e Inglaterra. Dando-nos todas as provas do seu talento descritivo, o autor encanta-nos com os relatos vívidos de paisagens luxuriantes, que nos transportam para junto das personagens e nos fazem viver cada movimento dos mesmos.
Um livro que recomendo a todos os que gostam de romance aliado com uma imensidão de cultura geral e deixando o cheirinho da literatura de viagens no ar.

Melhor personagem: Adrian. O personagem principal deste livro e também narrador, é sem dúvida a personagem mais bem conseguida. Consistente desde o inicio, Levy traça-nos com palavras o rosto e a personalidade de um homem que reconhecemos como alguém real e quase palpável. Um homem que poderíamos encontrar numa biblioteca perdida no meio de Londres, ou nos alfarrabistas do mercado de Camden. Em duas palavras: Inteligente e Romântico.

Ponto Positivo: O facto de ao longo de todo o livro termos quase uma aula de astrofísica e de paleontologia, além de considerações sobre a importância de Deus na vida do ser humano torna o livro mais rico e interessante.

Ponto Negativo: A péssima tradução! Em cada página podem encontrar-se erros crassos de tradução que desvirtuam em muito a qualidade do texto original. Para quem entende francês aqui fica o conselho: Marc Levy é muito melhor lido na sua língua original.

Melhor trecho:

"Ficarei aqui contigo, meu amor, até ao fim fico aqui ao pé de ti, até ao fim e mais ainda. Nunca te deixei. Abracei-te e beijei-te quando as águas do rio Amarelo nos engoliram e te dei o derradeiro sopro da minha respiração. Esse ar dos meus pulmões era o teu ar. Fechaste os olhos quando a água cobriu as nossas faces ;conservei abertos os meus olhos até ao teu último instante de vida. Eu tinha partido em busca de respostas para as minhas perguntas de menino, e fizera-o no mais profundo do Universo, nas estrelas mais longínquas, e tu estavas lá, estavas lá ao meu lado. Sorriste, os teus braços prenderam-se em volta dos meus ombros e eu não senti nenhuma dor, meu amor. Depois o teu abraço desfez-se, e foram esses os meus últimos instantes de ti, as minhas últimas recordações, meu amor, perdi a consciência quando te perdi."

Opinião - As Cinzas de Ângela


Título: As Cinzas de Ângela
Autor: Frank Mccourt
Editora: Editorial Presença

Sinopse:
Nas noites trágicas, geladas, visitadas pelo espectro da fome e arquejantes, sacudidas pela violência da tuberculose, Frank conhece, na intimidade, a impiedade da miséria. Cresce nos bairros pobres, apinhados, de Limerick, na Irlanda dos anos 40, exangue pela guerra civil, carente de sustento material e intelectual; cresce à mercê da crueldade, da insensatez, do adormecimento negligente que transforma cada dia de um quotidiano dramático numa cruzada contra a morte. Frank McCourt revisita a criança que foi com uma vitalidade contangiante, e a sua voz lírica, plena de uma energia rara, de musicalidade, de humor, profere as suas memórias numa prosa impetuosa, pictórica, sagaz, com a graça narrativa dos grandes romances. Uma obra que comove e deslumbra pela sua beleza, pela sensibilidade que supera o sofrimento e o rancor e torna-se matéria-prima de uma narrativa sobre o amor e o crescimento. "Prémio Pulitzer" de 1997.

Opinião por Carla Monteiro:
Tenho alguma dificuldade em escrever algo sobre este livro. Não há nada que possa ser dito que se aproxime, nem que seja um bocadinho, do que é este livro. Eu acrescento que, para mim, este livro tem cor, é um livro escrito a sépia, em tons de castanho. Lendo vejo imagens.
É dos livros mais tristes que já li.
Frank McCourt conta-nos, na primeira pessoa, o que foi ser criança e miserável na Irlanda dos anos 40. Filho de pai alcoólico e mãe, no mínimo, negligente, é o mais velho de vários irmãos (alguns acabam por não sobreviver a tanta miséria) e tem por principal obrigação sobreviver, o que implica muitas vezes arranjar comida para si e para os irmãos.
Numa Irlanda ainda à sombra da guerra com os Ingleses, extremamente religiosa onde a solidariedade não existe, onde a diferença de classes é intransponível, um menino que gosta de ler e tem o azar de não ter nada nem ninguém que cuide dele cresce como pode, com pouca comida, com pouca roupa, com menos afecto ainda, com o medo de ir para o inferno (a noção de pecado é impressionante neste livro) e é por si próprio que encontra o caminho para fora dali, daquela vida.
Este é um livro que nos envergonha como ser humano e nos faz sentir orgulho de algumas pessoas.
“As Cinzas de Ângela” é um excelente livro, e com ele aprendemos que não nos devemos queixar por não termos coisas sem importância, quando há gente a morrer à fome e que ficam contentes por comer um ovo cozido ao fim-de-semana.

16 de dezembro de 2010

Passatempo Especial de Natal - Bizâncio

Este Natal, a D'Magia quer pôr uma prendinha muito especial nos sapatinhos dos nossos leitores, e, em parceria com a Bizâncio vamos lançar um passatempo especial de Natal com a oferta da Colecção Gossip Girl.


























Para te habilitares a esta prendinha basta responderes às questões colocadas sobre os livros.

1 - Qual o nome de cada um dos 6 volumes desta colecção?
2 - Em que cidade se desenrola esta história?
3 - Como se chama a autora desta colecção?
4 - Qual a faculdade frequentada pela autora?

As respostas ser enviadas para literatura@dmagia.net com os teus dados pessoais (incluíndo o nick de seguidor do blogue), até ao dia 27 de Dezembro.


Regras do passatempo:
1) Ser seguidor do blogue.
2) Apenas participantes com moradas de Portugal.
3) Apenas uma participação por cada nome e email.
4) Participações sem menção ao nick de seguidor do blogue não serão validadas. Atenção: o que é pedido é o nick de seguidor do blogue e não do facebook.

Passatempo Especial de Natal - Civilização

Este Natal, a D'Magia quer pôr uma prendinha muito especial nos sapatinhos dos nossos leitores, e, em parceria com a Civilização, vamos lançar um passatempo especial de Natal com a oferta de 1 exemplar de "A Arte da Fotografia Digital" de John Hedgecoe.

Sinopse: Naturezas-mortas ou acção, retrato ou abstracto – qualquer que seja o seu tema, descubra como compor e tirar fotografias digitais sensacionais, seguindo os conselhos inspiradores do fotógrafo profissional John Hedgecoe.

Para te habilitares a esta prendinha basta responderes às seguintes questões.

1 - Como se chama o autor?
2 - O que pode descobrir com este livro?
3 - Quantas páginas tem este livro?



As respostas ser enviadas para literatura@dmagia.net com os teus dados pessoais (incluíndo o nick de seguidor do blogue), até ao dia 27 de Dezembro.


Regras do passatempo:
1) Ser seguidor do blogue.
2) Apenas participantes com moradas de Portugal.
3) Apenas uma participação por cada nome e email.
4) Participações sem menção ao nick de seguidor do blogue não serão validadas. Atenção: o que é pedido é o nick de seguidor do blogue e não do facebook.

Passatempo Especial de Natal - Papiro Editora

Este Natal, a D'Magia quer pôr uma prendinha muito especial nos sapatinhos dos nossos leitores, e, em parceria com a Papiro Editora, vamos lançar um passatempo especial de Natal com a oferta de 4 exemplares: "D. Luísa Francisca de Gusmão Medina Sidónia" de Maria do Pilar Vasconcelos, "Histórias de Cá e de Lá" de Lina Céu, "Sarapicos de Natal" de vários, "O Triângulo de Dezembro e outras ficções" de Norberto Cunha".














Para te habilitares a esta prendinha basta responderes às seguintes questões.

1 - Em que ano surgiu a Papiro Editora?
2 - A Papiro Editora conta já com um leque de quantos nomes?
3 - Até à data quantos títulos reune a Papiro Editora?
4 - Qual a morada da Papiro Editora?

As respostas poderão ser encontradas na página da Papiro Editora e deverão ser enviadas para literatura@dmagia.net com os teus dados pessoais (incluíndo o nick de seguidor do blogue), até ao dia 27 de Dezembro.


Regras do passatempo:Justificar completamente
1) Ser seguidor do blogue.
2) Apenas participantes com moradas de Portugal.
3) Apenas uma participação por cada nome e email.
4) Participações sem menção ao nick de seguidor do blogue não serão validadas. Atenção: o que é pedido é o nick de seguidor do blogue e não do facebook.

Opinião - O Mundo Invisível"


Título: O Mundo Invisível
Autor: Shamim Sarif
Editora: Contraponto

Sinopse:
África do Sul. 1950. As primeiras leis raciais do apartheid começam a ser implementadas. Amina é uma jovem de espírito livre que desafiou as convenções da comunidade indiana em que cresceu e decidiu trabalhar por conta própria. É dona de um café, um sítio cheio de boa disposição, música, comida caseira… e mistura de raças. O seu sócio é negro, a sua empregada é mestiça, a clientela é de todas as cores e feitios – e Amina tem muitas vezes de subornar a polícia para conseguir manter o café aberto.
Miriam é uma jovem indiana mãe de família, tradicional e subserviente. O seu casamento foi combinado pela família e ela faz todos os possíveis para manter um bom ambiente em sua casa – apesar dos acessos de raiva do marido.
Quando estas duas mulheres se conhecem, o encontro entre os seus dois mundos vai transformar as suas vidas…

Opinião por Maria Carvalho:
Quando resolvi começar a ler este livro, já muito se tinha escrito sobre ele e portanto tinha já algumas "luzes" sobre o mesmo. No entanto, não quis que as críticas lidas sobre o livro influenciassem grandemente a minha leitura e mantive de início algum distanciamento e "espírito aberto".
Ao embrenhar-me nas dinâmicas do livro dei por mim a sentir-me envolvida pela elegância da escrita desta autora. Uma escrita elegante mas nem por isso menos forte e rica. Aborda temáticas de contornos trágicos mas com os seus momentos de humor muito interessantes.
Quanto á história em si, gostei imenso. Original, forte e envolvente.
A caracterização das personagens muito bem feita, com duas mulheres tão diferentes mas ambas muito interessantes. A caracterização da época e da África do Sul, muito bem conseguidas! O início do Apartheid, as diferenças raciais, a discriminação sexual, as tradições familiares e a homossexualidade são só por si temas muito fortes mas Shamim Sarif consegue dar-nos retratos fortíssimos que nos envolvem e nos transportam para essas realidades que ainda hoje estão tão presentes nas mais diversas sociedades do nosso mundo.
Foi um livro que me apaixonou imenso e no final me deixou com uma forte vontade de voltar a ler mais desta autora, no entanto acho que os temas poderiam ter sido mais aprofundados, mais consolidados mas também compreendo que a autora tenha tido alguma contenção ao explorar os mesmos devido á sua complexidade.
É um livro sobre mulheres pois são estas as personagens fortes, as personagens masculinas são muito mais secundárias, mas nem por isso é um livro para mulheres!
É sim um livro para todos nós, leitores de ambos os sexos que gostamos de ler e aprender com o que lemos, não somente para passar o tempo ou esquecer realidades da nossa vida apenas com histórias de enredos e finais felizes. Recomendo vivamente a leitura deste excelente livro.

Opinião - Até que o rio nos separe


Título: Até que o rio nos separe
Autor: Charles Martin
Editora: Porto Editora

Sinopse:
Doss Michaels nasceu e cresceu num parque de caravanas junto ao rio St. Mary e tenta sobreviver como pintor. Abigail Coleman é a única e lindíssima filha do mais poderoso senador da Carolina do Sul. Um único encontro foi suficiente para perceberem que ficariam juntos para sempre.
Após dez anos de casamento, Abbie debate-se com uma doença terminal. Sempre a seu lado, Doss trava com ela uma terrível batalha pela vida.
Quando Abbie elabora uma lista de dez coisas que gostava de fazer antes de morrer, Doss tudo faz para a ajudar a concretizar os seus desejos.
E, antes que seja tarde de mais, partem juntos para a viagem das suas vidas

Opinião por Verónica Silva
Este é um livro perturbador. Conta a história de Doss, um pintor, que decide realizar os últimos desejos da sua mulher, que tem um cancro em fase terminal, ao qual pode sucumbir a qualquer momento.
É um relato intenso e triste de quem vê o cancro do lado de fora, de quem assiste e não pode fazer nada. Chega a ser angustiante estar a ler os relatos de tudo aquilo por que Abbie tem de passar: a descoberta, as hipóteses, os tratamentos e, por fim, o empenho de Doss para a fazer feliz nos seus dias finais.
Não é livro que aconselhe a quem vive este drama, porque a mim levou-me facilmente às lágrimas, principalmente após a morte de Abbie e das percepções de Doss após o falecimento da mulher.
Charles Martin é, sem dúvida, um grande escritor, capaz de cativar e envolver o leitor e puxar facilmente pelas nossas emoções. Gostei, apesar de preferir o seu livro "A montanha entre nós".

Opinião - Uma vida em surdina


Título: Uma vida em surdina
Autor: David Lodge
Editora: Edições Asa

Sinopse:
Quando decide pedir a reforma antecipada, o professor universitário Desmond Bates nunca pensou vir a sentir saudades da azáfama das aulas. A verdade é que a monotonia do dia-a-dia não o satisfaz. Para tal contribui também o facto de a carreira da sua mulher, Winifred, ir de vento em popa, reduzindo o papel de Desmond ao de mero acompanhante e dono de casa. Mas o que o aborrece verdadeiramente é a sua crescente perda de audição, fonte constante de atrito doméstico e constrangimento social. Desmond apercebe-se de que, na imaginação das pessoas, a surdez é cómica, enquanto a cegueira é trágica, mas para o surdo é tudo menos uma brincadeira. Contudo, vai ser a sua surdez que o levará a envolver-se, inadvertidamente, com uma jovem cujo comportamento imprevisível e irresponsável ameaça desestabilizar por completo a sua vida

Opinião por Cristina Delgado:

Vi algures um comentário positivo sobre este livro e para além disso, o título deliciou-me. Depois de ler um livro,um segundo título vem-me logo à cabeça. Com este romance isto não aconteceu. "A vida em surdina" é um título perfeito!

É em forma de diário que somos confrontados com uma realidade, por vezes esquecida ou ignorada por todos nós, aqueles que não têm problemas de audição. Desmond, professor de linguística reformado, vai-nos dando conta das suas dificuldades, pelas quais passa diariamente, dificuldades essas que , muitas vezes, chegam ao cómico. Como ele próprio diz: "A cegueira é trágica, a surdez é cómica." Essa sua deficiência auditiva causa frequentemente equívocos que o isolam, o ridicularizam, o perturbam.

Escrito de uma forma simples, mas que nos prende a atenção, esta história apresenta-nos uma outra realidade dos nossos dias: Desmond vive a alguns quilómetros de distância de seu pai, de idade avançada. Este idoso, que possuiu uma vida rica de experiências, músico autodidacta, vê-se agora numa situação de crescente desespero e impotência para os outros, pois vai perdendo as suas capacidades mentais aos poucos, sem que ele próprio o reconheça devidamente. Que fazer com um idoso que se recusa sair de sua casa mas que, simultaneamente, constitui um perigo para si mesmo?

E, expectante, fui lendo este romance até que me encontrei na última página. E o resto? - perguntei eu. É a única crítica que faço a este livro: pareceu-me inacabado, faltou qualquer coisinha... Bem sei que a vida é, ela própria, muitas das vezes inacabada, mas isto é um romance, não? Por esta razão, tive dúvidas em dar 4 de classificação, mas achei que 3 seria muito pouco pois deu-me prazer ao ler este livro.
Gostei sinceramente.

Opinião - Um dia

Título: Um dia
Autor: David Nicholls
Editora: Civilização

Sinopse:
“Podemos viver toda uma vida sem nos apercebermos de que aquilo que procuramos está mesmo à nossa frente.
15 de Julho de 1988. Emma e Dexter conhecem-se na noite em que acabam o curso. No dia seguinte, terão de seguir caminhos diferentes. Onde estarão daqui a um ano? E no ano depois desse? E em todos os anos que se seguirão? Vinte anos, duas pessoas, um DIA.”

Opinião por Andreia Silva:
Tenho uma palavra para descrever este livro: Arrebatador. Quando o comecei a ler, numa tarde de Verão, li 200 páginas de seguida. Os diálogos eram tão fluidos e o enredo tão bom, que simplesmente me prendeu.E as frases, ai as conversas entre a Emma e o Dexter! O que eu me ri. Tão genuinas que quase não parecia que estava a ler um livro de ficção. E depois eu a saber, que eles gostavam um do outro, e eles a insistirem na amizade (os leitores sabem sempre o que as personagens sentem)! Até que... eles lá se decidem. A verdade é que se amam. Agora aqui ficava bem um fim. E estava feito. Aí está o brilhantismo do autor. A surpresa do final. Apanhou-me de tal forma desprevenida que me chateei com o livro por uns dias, não queria saber o que vinha depois. Mas não resisto. E no fim percebi. Se não fosse o final que foi a história não tinha tanta riqueza nem tanto significado.
Um dos melhores livros que li até hoje. Um dos livros da minha vida.