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27 de janeiro de 2016

Opinião "Sete Notas Musicais" por Zoran Zivković


Sinopse:
Um professor de uma classe de alunos autistas; uma bibliotecária, um solitário viúvo e o seu gato; uma velha senhora na sala de espera de uma estação de comboios envolta numa tempestade de neve; um fabricante de violinos: os protagonistas das histórias deste livro são pessoas comuns capturadas em momentos das suas vidas ordinárias, feitas de esperança, hábitos, recordações e pequenos dramas. Depois, improvisamente, uma melodia reproduzida por um CD, um violino, uma caixa de música, deforma o espaço-tempo, abre novas dimensões, mundos paralelos, transportando-os para situações surreais e inquietantes, que mudarão para sempre as suas vidas.

Opinião por Francisca Martins:
Este pequeno livrinho conta histórias de como a música muda a história da vida das pessoas. São sete contos, com sete protagonistas, exatamente como as sete notas musicais. Transportam-nos a mundos paralelos, que estão do "outro lado do espelho" e para onde se pode entrar através de uma determinada música: um professor de crianças autistas que descobre desenhos inesperados e não sabe o que fazer com eles; uma senhora sozinha numa estação de comboios que fica a saber mais sobre a vida dos que com ela se cruzam do que aquilo que queria; um viúvo que não sabe muito bem como continuar a cuidar da casa e do gato depois da esposa falecer.
Todos eles encontram na música uma porta aberta para outro lugar e todos viram as suas vidas mudarem sem haver nada que pudessem fazer em contrário. Para alguns foram as respostas esperadas, para outros o desfecho que estava escrito, mas que poderia ter sido diferente.
Este é um livro de contos, onde cada um deles nos envolve, como se todos os dias víssemos aquelas pessoas na rua. Elas ficam connosco e acabamos por desejar saber o que lhes aconteceu.
Um livro maravilhoso que nos deixa com vontade de partir à descoberta da restante obra do autor.

1 de janeiro de 2016

Opinião – “Excertos dos Diários de Adão e Eva” de Mark Twain


 
Sinopse:
Publicados entre 1904 e 1906 estes Diários, “traduzidos do manuscrito original”, causaram sensação à época, tendo mesmo sido banidos das bibliotecas de alguns estados americanos. O humor de Mark Twain subverte e recria, em ambiente de guerra dos sexos, a história bíblica.
 
Opinião por Marta Nogueira
“Segunda-feira
Este novo ser de cabelo longo é um valente empecilho. Anda sempre à minha volta e segue-me para todo o lado. Não gosto disso; não estou habituado a ter companhia. Preferia que ficasse com os outros animais […] Está enevoado hoje, vento de Este; acho que nós ainda vamos ter chuva. […] NÓS? Onde apanhei esta palavra? – o novo ser usa-a amiúde.”
Pobre Adão ... mal sabia ele, quando escreveu aquela primeira entrada, que os problemas metafísicos que esse outro ser tão diferente de si lhe ia arranjar, ainda mal tinham começado ...
Escrito como se Mark Twain tivesse achado por acaso este velho, milenar diário esgaratafunhado pelos dois primeiros seres da história, este livro é uma pérola deliciosa de humor e inovador para a época em que foi escrito.
Como o autor escreve numa nota introdutória: “Traduzi uma porção deste diário há alguns anos, um meu amigo imprimiu umas poucas cópias de forma incompleta, mas o público em geral nunca teve acesso a esses textos. Desde então decifrei mais alguns hieróglifos de Adão, e penso que ele se tornou suficientemente relevante como figura pública de forma a justificar plenamente esta publicação.”
É tão pequeno que se lê numa tarde de chuva, acompanhado de um chocolate quente e umas boas gargalhadas pelo meio, enquanto assistimos à mais antiga guerra de sexos de sempre.
Um pormenor elucidativo da diferença entre sexos muito bem apanhada por Twain – as entradas de Adão no diário são pequenas e concisas, enquanto as de Eva são enormes e muito pormenorizadas
Uma paródia deliciosa, de um dos maiores autores norte-americanos, o criador de Tom Sawyer, conhecido pelas suas habilidades satíricas e humorísticas, a sua crítica social, realismo e reprodução exímia de dialectos.