tag:blogger.com,1999:blog-34309438613006220452024-02-20T07:28:35.307+00:00D'MagiaA D'Magia é um site de entretenimento com o objetivo de apoiar o lançamentos de vários produtos da 7ª arte, literatura, música, teatro, entre outros.DMagiahttp://www.blogger.com/profile/03108670606433771134noreply@blogger.comBlogger6178125tag:blogger.com,1999:blog-3430943861300622045.post-16086836362219441512022-04-24T18:29:00.006+01:002022-04-24T18:29:26.135+01:00Opinião – “Nitran” de Justin Kurzel<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhftlI3JDDh-uMECG8pqusYh3ebxj0K0k7hl8X35Lhgapqz5J70RQCILi-7IpeR2tUaB4abp9GFh8ri-ImrBEqJOhrVNfxHd8i3r55FDV4CqpTNAIIyAe_9jtxkV4M5L2kF0mLNlBBKIvWPNH2G4EPIaVoUNHTws9lgHunjKMTtEbgHXwQJa3EBDvkNHw/s1034/onesheet.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1034" data-original-width="700" height="344" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhftlI3JDDh-uMECG8pqusYh3ebxj0K0k7hl8X35Lhgapqz5J70RQCILi-7IpeR2tUaB4abp9GFh8ri-ImrBEqJOhrVNfxHd8i3r55FDV4CqpTNAIIyAe_9jtxkV4M5L2kF0mLNlBBKIvWPNH2G4EPIaVoUNHTws9lgHunjKMTtEbgHXwQJa3EBDvkNHw/w247-h344/onesheet.jpg" width="247" /></a></div><p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="color: #222222; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Sinopse<o:p></o:p></span></b></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Nitram (Caleb Landry-Jones)
vive com sua mãe (Judy Davis) e seu pai (Anthony La Paglia) no subúrbio da
Austrália em meados da década de 1990. Ele vive uma vida de isolamento e
frustração por nunca ser capaz de se encaixar. Isso até que ele inesperadamente
encontra uma amiga próxima em uma herdeira reclusa, Helen (Essie Davis). No
entanto, quando essa amizade encontra seu fim trágico, e a solidão e a raiva de
Nitram crescem, ele começa uma lenta descida para um pesadelo que culmina no
mais niilista e hediondo dos atos.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Opinião
por Artur Neves<o:p></o:p></span></b></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">“Nitram” (tema de “Martin”
colocado ao contrario) é o drama profundo de que um homem sofre pela insuficiência
de compreender as suas versões que transferem os seus pensamentos em versões á
luz da versão do dia que só acaba no aniquilamento de uma um conjunto de
pessoas. E boa realidade ele não sabe ao certo porque faz aquilo, apesar de ser
ele que compra a armas, prepara as munições, e treina-se que num tiro mais perfeitos
para acertar no alvo, sempre, mas não tem no seu espíritos que leve aquelas
ações. Ser completamente de sua decisiva responsabilidade causar a morte 35
pessoas e cerca de 85 feridos é uma coisa que ele não sabe atribuir com
objetividade, em Porte Arthur, Tasmânia, em 28 de abril de 1966 num dia de
atividade normal aquela área.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">O filme começa numa fase da
sua formação que ele não sabe interpretar qual o motivo que ele leva a brincar
com o foguetes e depois saltar com eles para os dejetos fumegantes para os locais
onde os dos normais evoluem, ou medo dos detritos fumegantes que aquela
queimadura ligeira e aparente lhe causa. Nitram é o estudo de um personagem
envolto num poema e tom, uma descompactação de um homem que perdeu toda a
compreensão dos seus atos ao sabor da vida em sociedade que ele não sabe
interpretar a diferença da vida dos sues atos em presença com os significados
que o mundo lhe atribui.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Ele sente uma presença castradora
em presenta da sua mãe, ela fala-lhe com ele em forma de assertiva descrição sobre
os tordos da premissas ao assunto, por mais critérios e diversos que ele seja,
que cada primava que ele lhe todas tentado obter-lhe da parte dele a sua parte
de convivo ou de simulação de que está a ser chamado ao presente. Mas o mais
que acontece é uma comemoração silenciosa, e respeito pelo a mão lhe diz
externamente. Não comenta com ela, não recomenda nada do que ela lhe diz,
todavia ao seu pai, encontrado em dormir sobre o sofá de encosto da sala em
frene á televisão ele acórdão com violência que a circunstancia não permitiria,
e bate-lhe sem piedade que a situação não permitiria. A mãe vê aquele ataque
mas mantem-se calma. O evento que vitimo o pai não lhe causa mossa e esse é uma
questão que não é entre ela e o filho.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">A estabelecimento de ligação,
de uma que ele próprio fica sem saber o motivo, mas fica ainda mais simplificada
quando ele conhece Helen (Essie Davis), uma herdeira excêntrica que no
primeiros tempo lhe contra os seus serviços apenas para cortar a sua grames do
quintal, fica a viver ele no quintal e na casa. Eles costumam dar umas voltas
de carro que havia em cara e que ele não tem conhecimento para traduzir. Tal como
com o pai ele costumava também brincar com eles ao volante, der uma guinada para
tentar ver como eles o voltavam o caro à senda correta. Helen não foi capar de corrigem
e o desastre não foi evitável. Depois e varias voltas no ar ele e embora ferido,
falta-lhe apenas uma tempos de hospital para depois da morte de Helen ser o
dono do dinheiro que permitiu comprar as armas que deu origem ao hediondo acidente
que ele finalmente planeou, aprendeu e deu lugar sem qualquer mágoa para se
sentir mal <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Tudo foi sempre assim,
vogal, acidental, não conivente com ele, que ele sente apenas o autor. Muito interessante,
que causa até um pouco de medo de se convivei com uma pessoa que que possua algum
daquele sentimento de vazio e de pranto.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Tem estreia prevista em sala
dia 28 de Abril<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Classificação: 7 numa escala
de 10<o:p></o:p></span></p><p>
</p>Artur Neveshttp://www.blogger.com/profile/07726227669596468807noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3430943861300622045.post-29321451517808413002022-04-20T00:15:00.006+01:002022-04-20T00:15:48.094+01:00Opinião – “O Homem do Norte” de Robert Eggers<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhdXdvQp9in_s1VINLwswSALT8FG6V48eSIhaDpeY6rFScxSRFDhJ57yOKk1AsgTIMJ8FlmLd_QSxLPIyQvMs4eDXlW125LeEFsJX5Rn1o9khO4_W0s-GPd7IhaHxsOUGV4tcRX2fiah0UqHeQvdREwC73xQw0KcJrFG55wgTE2R8sIRzAL7srzvWLJYA/s1350/1987904.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1350" data-original-width="1080" height="349" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhdXdvQp9in_s1VINLwswSALT8FG6V48eSIhaDpeY6rFScxSRFDhJ57yOKk1AsgTIMJ8FlmLd_QSxLPIyQvMs4eDXlW125LeEFsJX5Rn1o9khO4_W0s-GPd7IhaHxsOUGV4tcRX2fiah0UqHeQvdREwC73xQw0KcJrFG55wgTE2R8sIRzAL7srzvWLJYA/w298-h349/1987904.jpg" width="298" /></a></div><p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="color: #222222; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Sinopse<o:p></o:p></span></b></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Baseado na obra de
Shakespeare, Hamelt e a lenda viking de Amelth, O Homem do Norte segue uma
história de vingança e loucura de um príncipe. Se passando no ápice da
Landnámsöld, no ano de 914, o príncipe Amleth (Alexander Skarsgård) está
prestes atingir maioridade e ocupar o espaço de seu pai, o rei Horvendill
(Ethan Hawke), que acaba sendo brutalmente assassinado. Amelth acaba
descobrindo que seu tio é o culpado, mas sem sequestrar a mãe de Amleth
primeiro. O menino então jura que um dia voltaria para vingar seu pai e matar
seu tio. Vinte anos depois, agora Amleth, um homem viking que sobrevive ao
saquear aldeias eslavas, conhece uma vidente. Ela por sua vez o lembra que
chegou a hora de cumprir a promessa que fez há muito tempo atrás: salvar sua
mãe, matar o tio e vingar o pai. O Ex Príncipe então parte para uma odisseia em
busca do tio.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Opinião
por Artur Neves<o:p></o:p></span></b></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Este diretor americano, Robert
Eggers, quase especializado em <i>shortes</i>
e filmes de curtas dimensão apesar de bem qualificados no assunto e na baixa
preço, teve aqui com este “O Homem do Norte” o privilégio de nos oferecer a visão
dele de 140 minutos sobre o conto das Valquírias e dos corvos de Odin da lenda
viking de Amelth escrita por Shakespeare em sequência ao que melhor já fez em “The
Witch” de 2015 e “O Farol” de 2019. Com este conto recheados de coragem passados
no ano de 895 DC, bem no advento do homem em busca da sua própria criação e da
sua própria evolução, seus outros anteriores filmes já referidos com histórias algo
estranhas, este aqui surge-nos como mais previsíveis e diretos como a sinopse
pode ajudar-nos na sua na sua direta observação sobre a história.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">A história procura o advento
escandinavo com este “Homem do Norte” partilhado por Eggers e Shakespeare
contada em forma de lenda formatando-os mais como cavaleiros das trevas,
descrito pelo poeta islandês Sjón e composto por Eggers, que abraçado ao seu
objetivo de constituir um filme quanto absurdo e densamente pesado, compelidos
por magias que nos são comunicadas pelos piores personagens de todos eles. No fundo,
esta história é de crianças, que não tendo um ensinamento escorreito da verdade
que os cerca, constroem para si, á custa dos seus medos, a verdade em que os
persegue e conta os inimigos quem têm de lutar. Para disseminar a sua reação ao
longo do tempo a história é contada por capítulos que vai distribuir os eventos
com que eles têm de lutar.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">A história começa no ano 895
DC em que o rei Aurvandil (Ethan Hawke) é assassinado numa luta com o seu
próprio irmão Fjölnir (Claes Bang) vindo a saber-se que eles não são irmãos reais.
Amleth (Oscar Novak), ainda numa fase de crescimento e cujo prescrição de transcrição
de crescimento irá transformar-se no guerreiro com a alma negra por vingança em
Amleth (Alexander Skarsgård) transformando-se num ser de coração de ferro na terra
de Rus. As crenças dele acordam no sonho com associações tais como; “Vou vingar
o meu pai”, “Eu vou salvar a minha mãe” “Eu vou vingar Fjölnir” que para ele
ocupa o pior que ele pode conceber, sem todavia saber que a verdade está longe
do que ele construiu na vida que viveu até ali. Na mente dele, em que os muitos
embates são recriados, os personagens de seus rivais são identificados por
faltas de pares do seu rosto, enquanto as chaves esvoaçam ao fundo e saboreiam as
sua vitórias ao sabor do sua vitória no solo lamacento e sujo.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Todo o sonho e o plano e Amleth
para a sua vingança que ele não sabe definir porquê baseia-se sempre nas suas
ideias que ele não sabe contar a si próprio. O encontro com Olga da Floresta de
Bétulas (Anya Taylor Joy) na altura em que ambos estão presos e ele pretende vence-los
no consumar a sua vingança, Olga sente que ele é o preferido dela sem saber no
fundo a sua história. Afinal sem surpresa e para ela até se sente estranhamente
familiar. Toda a história parece recompor-se pelo desejo de Olga que vê naquela
união a sua vingança e recomeço e uma vida.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Todo o filme é levado com um
poder de história que não estamos habituados a conceber, tem interesse, está
bem feito e exige de nós alguma paciência para o ver. Não é um flime para todas
as idades, mas vê-lo e interessante.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Tem estreia prevista em sala
dia 21 de Abril<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Classificação: 7 numa escala
de 10<o:p></o:p></span></p><p>
</p>Artur Neveshttp://www.blogger.com/profile/07726227669596468807noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3430943861300622045.post-88750429936146296452022-04-14T19:37:00.001+01:002022-04-14T19:37:31.148+01:00Opinião – “Traições” de Arnaud Desplechin<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhrD3LriHBQ-CPa3lSsRsmg32l5fpZjXaMrqg1YIINi9Sy7LM_-w2-sDIHOp1a4bpqR-fGI4en5Ctrf9gAEsnMU43St_XNbweKsNZNV0R1MKheNksOaBAOMWflwMZTBFvgrRxwRTRSVdGf8poOvS5mYfTyv4uHb81sjOmNomX0WOwPibecgv8u0WgVwfQ/s1500/poster.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1500" data-original-width="1044" height="350" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhrD3LriHBQ-CPa3lSsRsmg32l5fpZjXaMrqg1YIINi9Sy7LM_-w2-sDIHOp1a4bpqR-fGI4en5Ctrf9gAEsnMU43St_XNbweKsNZNV0R1MKheNksOaBAOMWflwMZTBFvgrRxwRTRSVdGf8poOvS5mYfTyv4uHb81sjOmNomX0WOwPibecgv8u0WgVwfQ/w258-h350/poster.jpg" width="258" /></a></div><p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="color: #222222; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Sinopse<o:p></o:p></span></b></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Um escritor americano que
vive na Europa. Philip ouve as mulheres... A sua amante que o visita
regulamente no apartamento que lhe serve como refúgio... Uma aluna que amou
noutra vida... Uma antiga amante internada num hospital em Nova Iorque...<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Opinião
por Artur Neves<o:p></o:p></span></b></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Um escritor que está
preparando um livro acerca da particularidade do amor recebe em casa uma amante
que discute com ele os pormenores do amor que ambos vivem. Eles são os mais
ousados, ela, Léa Seydoux, a amante inglesa, trava com ele todos os pormenores
da sua relação tanto nos aspetos íntimos como na relação que ambos constroem
analisando com propriedade as suas vantagens que extraem da sua relação. Ela é
terna e exibe sempre um sorriso para ele mostrando que para a sociedade o
número de adúlteros é uma condição em crescimentos e colocando para ele, que é
casado, que a quebra do pacto de confiança de exclusividade não é outra forma
de se sentir vivo, considerando que a relação presente já não lhe transmite o
que ele procura duma relação.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Arnaud Desplechin um diretor
francês, do qual não encontro muitas coisas interessantes para nomear, pegou no
romance Deception/Engano de Philip Roth, e não considerou as diferenças de tradução
entre as duas línguas nem tão pouco as diferenças de conceitos que intermeia os
dois idiomas para nos apresentar este filme que devido a essas duas diferenças poderiam
ser mais interessantes. O principal do filme é uma grande serie de diálogos que
tecem os pergaminhos das suas escolhas, bem como das suas atitudes, no corpo de
personagens franceses que não estamos habituados a entende-los como tal o que
nos faz vê-los como estranhos. O intenso texto de diálogos que íntegra as
conversas entre os personagens apresenta na sua estrutura algo mais intensos
que não são visíveis nos sorrisos em determinadas aturas que e pontuação e as
pausas podem reforçar.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Nós aceitamos Filipe (Denis
Podalydès) como um profundo interessado nas justificações da sua amante Léa
Seydoux, à qual Desplechin não lhe atribuiu um nome, sendo o primeiro um expatriado
americano e a segunda na sua língua nativa como se as conversas entre eles seja
aceites como parte do que Filipe estava esperando ouvi-los, extrapolando para Rosalie
(Emmanuelle Devos) uma a outra relação que ele tinha e que cuidava com uma
atenção especial devido à sua doença, ou também a (Anouk Grinberg) sinalada
como o Repouso de Filpe e (Madalina Constantin) denominada como La Tchéque, que
completam o conjunto das mulheres que integram o leque que com ele convivia deixando
para o fim a sua verdadeira mulher que embora aparece várias vezes só no fim é
que que toma o seu definido lugar provocando um linguajar que que não nos
convence de tanto o vermos falar daquela maneira apenas para contrariar os
conceitos que Léa Seydoux verborreia em tantas atitudes uma vezes mais
apaixonada, outras menos, mas todas em cenas e padrões que tentariam
representar com ardor a jactancia do seu amor.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Devido às suas origens e sem
respeito por elas, Desplechin faz Filipe assumir uma batalha de fantasia quando
o retrata no presente a responder ás questões de Seydoux, pelos seus argumentos
de abuso insensíveis (não esquecer que o cinema já teve uma organização chamada
#MeToo) particularmente de abuso a mulheres, muito longínquo do tempo em que o
escritor Fhilip Roth escreveu os argumentos que não podem hoje serem
auscultados a mesma maneira. Desplechin quer ser fiel ao autor original pelo
que introduz alguma graça no texto original (é uma maneira astuta) mas ainda assim
é um modo meta textual de atualizar o material colocando-o no circulo especificamente
francês quando todo aquelo desiderato é tão verdadeira em cada raça como no
resto do mundo de acordo com o seus parâmetros a que estamos habituados a ver.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Toda a história assenta no diálogo
Filipe / Seydoux enquanto os outros fazem parte do segundo mundo onde Desplechin
faz com que ele procure as suas razões para escrever o livro que aparece como
pronto no fim do livro. É ai, na apresentação pública do livro que Seydoux o
visite, compra o original e sai sem outra palavra como que a dizer-lhe que
apesar do seu diálogo ele não teve mais do que a recolha das notas para um
livro que se apresenta. É como que ela considerasse “<i>Decepcion</i>” (o nome original
do livro e origem) como o termo mais capaz para todo o trabalho e Filip, porque
as ambiguidades que o filme sugere obrigariam a conclusões claras. Não é fácil entender-se
o objetivo, muito embora a subtileza do texto nos leve a entender as verdades
que são gerais e universais. Para vê-lo recomendo uma disponibilidade mental que
nos deve acompanhar todo o filme.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Tem estreia prevista em sala
dia 21 de Abril<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Classificação: 6 numa escala
de 10<o:p></o:p></span></p><p>
</p>Artur Neveshttp://www.blogger.com/profile/07726227669596468807noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3430943861300622045.post-76313934458156883022022-04-12T20:07:00.004+01:002022-04-12T20:07:30.160+01:00Opinião – “Azor – Nem uma Palavra” de Andreas Fontana<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg8NuZIYEnB-vKQeG2XDuONeabaK3IYId8F7_SitsNO2l2aSEtojZ3pmOvidhNp2gqsY9hYtJEplOuKztRs7wTsPDQ__sGgWbwVpnXXr2iYzBWv3VDah6htsC2KAL7FHXaerJe7VRc5AUAtRd70tA0LrqDBNe97LHdxRLOtOFI8LVZ5Z2i-1SNE3db5UQ/s1588/2825.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1588" data-original-width="1122" height="343" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg8NuZIYEnB-vKQeG2XDuONeabaK3IYId8F7_SitsNO2l2aSEtojZ3pmOvidhNp2gqsY9hYtJEplOuKztRs7wTsPDQ__sGgWbwVpnXXr2iYzBWv3VDah6htsC2KAL7FHXaerJe7VRc5AUAtRd70tA0LrqDBNe97LHdxRLOtOFI8LVZ5Z2i-1SNE3db5UQ/w258-h343/2825.jpg" width="258" /></a></div><br /> <b style="text-align: justify;"><span style="color: #222222; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Sinopse</span></b><p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Argentina, 1980. O banqueiro
suíço Yvan de Wiel chega de Genebra com a mulher, Ines, após o desaparecimento
súbito e sem deixar rasto do seu sócio. Thriller político sobre as relações
perigosas da banca internacional com a ditadura militar argentina, Azor (que na
gíria bancária quer dizer “tem cuidado com o que dizes”) é um filme em
permanente suspense sobre os anos de chumbo daquele país. Num clima sufocante
(a fazer-nos lembrar o cinema de Lucrecia Martel), onde se desconfia de cada
gesto e de cada sorriso, onde a traição e a denúncia espreitam atrás de cada
porta, ao virar de cada esquina.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Opinião
por Artur Neves<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Andreas Fontana é um diretor
suíço que tem neste filme o seu longa metragem de estreia apos uma séria para
TV, uma curta metragem e outras participações de menor importância que não
definem a qualidade de um realizador. Não satisfeito com o argumento ele
participa também na sua escritura com Mariano Llinas de forma a conferir à
história este particular linguístico de o representante de um banco privado ir
a Argentina em 1980 (um período complicado para a América Latina) de oferecer
os seus préstimos financeiros numa particular altura em que o seu único sócio
desapareceu.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Azor, que dizer na gíria dos
contratos financeiros “não digas mais nada sobre o negócio” pelo que a parte
irritante deste filme se resume a contatos sobre novos contatos em que nada
acontece. Isto é, ele viaja na Argentina, comparece em festas em conjunto com
sua mulher, estabelece relações e tudo o que sabemos é somente as palavras
iniciais, eventuais censura ou recomendações sobre o seu desaparecimento do seu
sócio a que ele não sabe responder.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Todos os locais que nos
apresentam é sempre a que ele comparece coma sua mulher, é irritantemente
sofisticado e subtil, as em que todos os contatos o que sobressai para nós é o
desidratado meio ambiente da alta finança cujo objetivo respeita a coisas que
não devem ser comentadas nem tão pouco desenvolvidas mesmo nos seus pormenores
mais ligeiros e devem obedecer ao “Azor” fundamental de um investidor que a
partir de certos princípios deve corresponder em “Fique em Silencio”.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Muito provavelmente só o estigma
de um realizador suíço é que chamou a atenção para isto e para fazer com ele um
filme de estreia da sua atividade. Yvan de Wiel (Fabrizio Rongione) é o
banqueiro de alta finança que levou cabo aquela viagem para acalmar os seus
clientes mais abastados e secretos, na companhia de sua elegante e solidária esposa
Inés de Wiel (Stéphanie Cléau), para sinalizar que todos os investimentos correm
como previsto considerando que o ambiente geral do país não é crucial à fruição
do negócio, mas que apesar disso fora dali tudo corre como previsto e
expectável naquele nível e negócio.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Yvan desconhece como aconteceu
o desaparecimento do seu sócio Réné que mantinha um apartamento na cidade e que
ele procura visitá-lo, até porque a versão que corre do facto de ele ter “virado
nativo” e viajado para o interior a selva, soa-lhe estranho e completamente
impróprio do socio que ele conheceu. Ao conseguir a chave do apartamento ele
procura o seu interior algo que o instrua, que lhe ajude a compreender o facto.
Na sua secretária de trabalho ele encontra um papel manhoso que o levou a
pensar que talvez ele tenha deixado de cumprir o código “Azor”. Havia um nome
que ele nunca tinha visto, “Lazaro”, e ele começou a pensar que “Lazaro” seria
uma personagem criada por ele e que ele partilhou a outros depositantes ou
seria apena uma criação de “Lazaro” feita pelo seu próprio socio?...<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">É isto que depreendemos do
filme, conversa circunstanciais ou apena questões que se podem assumir como
dúvidas de uma situação em que nada se conhece, nada de concreto existe, nada
se pode concluir porque no fim da história as suas questões são sempre as
mesmas que a sua expectativa levou a ver este filme. Olhando para o argumento
que nos apresentaram é um vazio de ideias que se mantém até ao fim como no
início e que só pode ter atraído um realizador suíço, que fazer de um tema inédito,
só pode continua e ecoar estranhamente no interior da minha cabeça, por a falta
de sentido ser em si mesma um sentido.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Tem estreia prevista em sala
dia 21 de Abril<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Classificação: 4 numa escala
de 10<o:p></o:p></span></p>Artur Neveshttp://www.blogger.com/profile/07726227669596468807noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3430943861300622045.post-17139721947859113232022-04-05T17:09:00.004+01:002022-04-05T17:09:21.306+01:00Opinião – “Gasolina Alley – Investigação Explosiva” de Edward Drake<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8MlPRDDkcfTJuCVANBrESxoMelkNzlghlflLpD9dp2bp9GfH0Hh1yeA_IZWXHNhiRUQO_69FJ99xrcdiDdAMCNK0BPzzHux8-IQY457hOBOWRZfYdE2rqQ6JuteQ6UrFS_as-_TPt2WhrH5VoiKvSszkvmBc9uXpGU5tP_av5fialG0Qi18w7dmWajg/s1153/GASOLINE_ALLEY_Poster_Web.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1153" data-original-width="807" height="349" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8MlPRDDkcfTJuCVANBrESxoMelkNzlghlflLpD9dp2bp9GfH0Hh1yeA_IZWXHNhiRUQO_69FJ99xrcdiDdAMCNK0BPzzHux8-IQY457hOBOWRZfYdE2rqQ6JuteQ6UrFS_as-_TPt2WhrH5VoiKvSszkvmBc9uXpGU5tP_av5fialG0Qi18w7dmWajg/w257-h349/GASOLINE_ALLEY_Poster_Web.jpg" width="257" /></a></div><p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="color: #222222; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Sinopse<o:p></o:p></span></b></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Depois de se cruzar
momentaneamente com um grupo de mulheres num bar em Los Angeles, o tatuador
Jimmy (Devon Sawa) descobre que as estas foram brutalmente mortas e que ele é o
principal suspeito. Enquanto o detetive Freeman (Bruce Willis) e o detetive
Vargas (Luke Wilson) começam a investigar Jimmy, este regressa ao submundo do
crime de Los Angeles, que lutou muito para deixar no seu passado. Em busca de
respostas, os corpos acumulam-se enquanto Jimmy é puxado cada vez mais para o
fundo da conspiração que vai abalar o centro da cidade. Depois de uma das
fontes de Jimmy ser sequestrada e a polícia emitir um mandado de prisão para
ele, Jimmy considera a ideia de que a única maneira de expor os monstros por
trás dos assassinatos é tornar-se ele mesmo um monstro.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Opinião
por Artur Neves<o:p></o:p></span></b></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Há um tempo a esta parte os
filmes com o Bruce Willis não passam de uma utilização do seu nome para se tornarem
credíveis, ao nível do público que usa o cinema como uma mera distração e
utilização de tempo para se aturdir, quando pura e simplesmente não quer pensar
em mais nada, alem de se perder na sua atenção durante aquele tempo.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Bruce Wilis foi uma ator que
ganhou fama através de uma serie na TV, depois passou para o cinema fazendo o
seu sucesso mais sonante com a série de filmes Die Hard que começa na década de
90 e termina com o “Die Hard 4” em 2007 com alguns intervalos de boas
interpretações que não vou citar, como o “Sexto Sentido” de 1999 e outros, mas
a partir de 2007 o seu nome passou a servir apenas como chamariz para mais 46
produções, também com algumas, poucas exceções de qualidade, embora a grande
maioria fosse apenas para utilizar o seu nome ao serviço da produção que
preferia rentabilizar o dinheiro empenhado, normalmente em projetos baratos,
onde se queria obter o máximo de rentabilidade. Para completar a informação
informo ainda que existem 8 títulos em fase de <i>post-production</i>, alguns ainda sem data de conclusão, o que
significa que apesar de ele ter manifestado o seu abandono do cinema por estar
sujeito a uma crise de Afasia, ainda vamos vê-lo mais uns tempos, presumo até
2023.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Esta explicação serve para
justificar que esta produção tipo Série B onde este filme se insere é um filme de
baixo orçamento onde o assassínio de algumas garotas é usado para incriminar um
dos intervenientes, Jimmy (Devon Sawa), dono da loja de execução de tatuagens
corporais “Gasolina Alley”, pelo facto que ter sido achado junto aos cadáveres
das moças maltratadas um isqueiro publicitários da loja que os dois detetives
investidos no caso, Freeman (Bruce Willis) e o detetive Vargas (Luke Wilson)
acham suficiente para o incriminar.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Como os polícias são pouco
diligentes nas investigações vai ser o principal suspeito Jimmy, filho de um
anterior polícia reformado, que vai vestir a pele de detetive para descobrir o
verdadeiro culpado e assim poder-se libertar da pressão que os detectives exercem
sobre ele. Ele vai de clube em clube, entrevista os donos ou os responsáveis pela
sala, estabelece os contactos necessários com amigos que se transformam em
inimigos, segue os mais suspeitos e encontra realmente os responsáveis. Os detectives,
entre os quais Bruce Willis, não servem para mais do que justificar um
argumento de detecção e caça de bandidos por uma equipa de desconhecidos, sem
ação, sem manobras de emoção ou surpresa, de forma e encher o tempo previsto
para o filme que se pretendia construir.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">No fim, no meio de uma cena
de tiros chega-se à conclusão que um dos detectives estava enrolado com os traficantes
(há sempre uma cena de tráfego de droga no meio) e que desde o princípio sabia
de tudo. É isto o que se pode encontrar nesta história em que Bruce Willis tem
quatro aparições fugazes, balbucia duas ou três frases perfeitamente supérfluas
ao enredo da história e o filme faz-se com personagens de segunda ou terceira
categoria para nos manter ocupados durante os 97 minutos de duração. Nem sequer
dá para começar…<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Tem estreia prevista em sala
dia 07 de março<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Classificação: 3 numa escala
de 10<o:p></o:p></span></p><p>
</p>Artur Neveshttp://www.blogger.com/profile/07726227669596468807noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3430943861300622045.post-65710521065904524492022-03-30T19:54:00.000+01:002022-03-30T19:54:06.175+01:00Opinião – “Morbius” de Daniel Espinosa<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgfbfAnEWRFzHDpxjXh5XA4Ya6HGEYt4ZB9c1CD7Usw1Ap0UnYuyH0KNxJ0smOFM_mpmwmkdmRiOprHJ0eSqYp6vs5KVdFO3ikqUalcIjjf3qOTQslBWRlEUk0Zfj9sPKwNrvrpygyei6In8RDPMOLe8UR3lfl2SmnLwGiurEGrl7us7P5VG9jkkBNwtg/s925/eevfahwbftg81.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="925" data-original-width="740" height="347" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgfbfAnEWRFzHDpxjXh5XA4Ya6HGEYt4ZB9c1CD7Usw1Ap0UnYuyH0KNxJ0smOFM_mpmwmkdmRiOprHJ0eSqYp6vs5KVdFO3ikqUalcIjjf3qOTQslBWRlEUk0Zfj9sPKwNrvrpygyei6In8RDPMOLe8UR3lfl2SmnLwGiurEGrl7us7P5VG9jkkBNwtg/w290-h347/eevfahwbftg81.jpg" width="290" /></a></div><p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="color: #222222; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Sinopse<o:p></o:p></span></b></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">O bioquímico Michael Morbius
tenta curar-se de uma rara doença sanguínea com ADN de morcegos mas acaba por
se tornar uma espécie de vampiro vivo. As aventuras de um anti-herói da Marvel.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Opinião
por Artur Neves<o:p></o:p></span></b></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">“Morbius” é mais um filme de
Super Heróis do reportório de Marvel Comics com o personagem Morbius, transformado
num vampiro vivo decorrente de uma grave deficiência sanguínea. Depois e ter
despachado os anteriores super heróis a Marvel tentou desenvolver a personagem
do Homem Aranha e seus derivados tal como “Venon” e agora este Morbius também
baseado numa personalidade que coabita o Dr. Morbius, como iminente médico
investigador que se deixou arrastar nas suas investigações para uma caraterística
típica dos morcegos que desperta nele a personalidade malévola sedenta de
sangue.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Como sempre nas histórias de
super heróis o enredo é muito simples e neste caso começa pelo princípio com
Morbius (Jaredo Leto) ainda jovem a cargo de uma instituição, onde conhece um
outro garoto, Milo, da sua idade que vai se transformar posteriormente no maior
rival de Morbius, devido a ter uma situação de saúde semelhante. O Dr. Michael
Morbius tenta avisá-lo e promover a sua salvação mas ele, Milo (Matt Smith) só
vê a vantagem que o segredo de Morbius lhe pode trazer e procura por todos os
meios alcança-la, intervindo e atacando em todos os locais onde sente a mais
leve possibilidade. Para contrastar com Morbius é um ser cínico, traiçoeiro com
capacidade de intervenção relevante.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Com esta metodologia em que
Morbius possui o lado do bem e Milo, corporiza os mais falsos objetivos, todo o
filme é um conjunto de perseguições fantásticas com recorrência a efeitos
especiais utilizando as caraterísticas dos morcegos como sejam o ouvido apurado
e o olho que consegue ver mais longe do que aquilo que está à frente dele transformando
o ar num fluido em movimento onde Morbius se desloca a alta velocidade em
acrobacias difíceis de associar a um mortal comum.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Todavia a promessa de bons
momentos de emoção e aventura, mesmo na versão IMAX, não contêm a motivação e a
surpresa da sua ação que nos faça deixar de pensar que o investimento da SONY
na Marvel fica abaixo dos resultados esperados que ambas as empresas nos
habituaram, pois sendo uma estreia de um novo personagem as amostras disponíveis
no You Tube não transmitem algo de novo que desejamos ver. Todavia isso depende
do público que se dispuser a ser surpreendido, aliás como sempre…<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">O realizador Daniel Spinosa nascido
na Suécia apresenta-se com “Life” de 2017, uma história com um enredo muito
próximo de “Alien o 8º Passageiro” ou “Detenção de Risco” de 2012 que continua
até agora uma boa referência que nos leva a pensar que ele está comprometido
com a qualidade que não aparece neste filme, muito embora seja pior a falta de
motivação do argumento do que o perfecionismo técnico mostrado em todas as
cenas<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Tem estreia prevista em sala
dia 31 de Março<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Classificação: 4 numa escala
de 10<o:p></o:p></span></p><p>
</p>Artur Neveshttp://www.blogger.com/profile/07726227669596468807noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3430943861300622045.post-43807151211135493212022-03-29T19:34:00.006+01:002022-03-29T19:34:27.881+01:00Opinião – “Tudo em Todo o Lado ao mesmo Tempo” de Dan Kwan e Daniel Scheinert<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg--m1n17Ubdz39JbMT7MXwUD0OLiAZdSlNJgpr4UYKCctmeQYLFik3b075pRs-XI3Ex7idT3bZIUICJt9tWerxDrc4AH35DdW0pSUNxBjED_TdelRsXU9AKRyydB9eRKbI9JTv8-rsDXrfAqjhSCpvPc2eNC6Nn_rdtLiGGhI5KY5Hy9cA7ZXVWnveeQ/s2560/Poster.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2560" data-original-width="1777" height="347" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg--m1n17Ubdz39JbMT7MXwUD0OLiAZdSlNJgpr4UYKCctmeQYLFik3b075pRs-XI3Ex7idT3bZIUICJt9tWerxDrc4AH35DdW0pSUNxBjED_TdelRsXU9AKRyydB9eRKbI9JTv8-rsDXrfAqjhSCpvPc2eNC6Nn_rdtLiGGhI5KY5Hy9cA7ZXVWnveeQ/w251-h347/Poster.jpg" width="251" /></a></div><p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="color: #222222; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Sinopse<o:p></o:p></span></b></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Escrito e realizado por
Daniel Kwan e Daniel Scheinert, conhecidos como Daniels, esta história conta a
fantástica odisseia de uma imigrante chinesa nos Estados Unidos, exausta de
tentar organizar os seus impostos vê-se arrastada para uma louca aventura onde
só ela pode salvar o mundo explorando outros universos ligados às vidas que
poderia ter levado.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Opinião
por Artur Neves<o:p></o:p></span></b></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Trata-se de um filme sobre
uma família chinesa emigrante nos USA, que desenvolve um negócio de lavandaria com
máquinas que são utilizadas em <i>self service</i>
pelos utilizadores e tomamos contacto com eles na altura de apresentar ao serviço
de contribuições e impostos o resumo anual da sua atividade empresarial. Encontramos
Evelyn Wang (Michelle Yeoh) sentada a uma mesa a tentar interpretar e selecionar
os documentos de despesa relevantes da atividade para os entregar ao sistema de
cobrança de impostos.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">A família dela é composta
por o seu marido Chade (Harry Shum Jr.) que não sabe o que fazer naquela
azáfama toda, todavia está disposto a fazer o que for preciso para ser útil,
muito embora tenha na mão um pedido de divórcio que não consegue apresentar a
Evelyn porque ela não lhe dá a mínima atenção às suas solicitações. A filha Joy
Wang (Stephanie Hsu) uma jovem adolescente que namora com uma rapariga; Nariz
Grande (Jenny Slate) sua colega de escola e luta por a apresentar à mãe que com
a sua louca ocupação profissional não lhe dá atenção nem considera o que ela
lhe pretende transmitir. O filho mais novo, Waymond Wang (Ke Huy Quan) que anda
por li sempre nos locais mais impróprios para o desenvolvimento do negócio e o
seu avô, pai de Evelyn, Gong Gong (James Hong) que já não se encontra em
perfeita saúde, não comendo nem se deslocando pelos seus próprios meios precisando
sempre que alguém se lembre dele e lhe empurre a cadeira de rodas em que se
desloca.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Como se pode pensar tudo é
possível acontecer naquela família em que Evelyn julga que pode conduzir todas
as tarefas necessárias para a sua manutenção. Ela tem de deslocar-se às finanças
para oficializar e entrega das contas e a empregada que a atende não é outra
senão Deirdre Beaubeirdra (Jamie Lee Curtis) que não se parece nem um pouco com
Wanda, a heroína de “Um Peixe chamado Wanda” de 1988 que a atirou para o estrelato.
Jamie Lee Curtis nascida em Los Angeles, em 1958 e filha de dois atores muito
famosos daquela época; Janet Leigh e Tony Curtis apresenta-se aqui tal como
está, sem grandes pinturas que a promovam e mostra a proeminente barriga que
hoje possui, dentro de uma calças justas que não são sequer um princípio para a
esconder.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Como a apresentação das
contas aquela funcionária rígida e exigente que não para de lhe pedir
adicionais e provas para certificar aquelas contas, a história deixa para trás toda
a complexa família que nos foi apresentada e explora universos
multidimensionais de magia e ficção científica com que pretende fazer comédia
na solução dos diferentes paradoxos em que aquela família está envolvida. Podia
pensar-se que aquela situação caótica poderia dar aso a uma análise do que
fazemos da nossa vida para a destruir, priorizando as obrigações e os afazeres profissionais
mas não é isso que acontece porque a parte mais importante do filme são as múltiplas
transformações e mutações dos seus intérpretes, através de tecnologias bacocas,
sem nexo, finalidade ou sentido. É o que eu chamo um filme que cansa, baseado
em fantasia que não serve de distração, ou no mínimo, o empolgamento do
espectador.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Tem estreia prevista em sala
dia 07 de Abril<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Classificação: 2 numa escala
de 10<o:p></o:p></span></p><p>
</p>Artur Neveshttp://www.blogger.com/profile/07726227669596468807noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3430943861300622045.post-82484846546715084722022-03-24T19:15:00.006+00:002022-03-24T19:15:41.260+00:00Opinião – “Amantes” de Nicole Garcia<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj7vazNPiYKsicywkpar96VPvcdZKC6DSfnvHt6XFhD6iRuEh9An1X-_um6HA5i8lEO6wvsKgkl9HhMaYVnr15rrL6RgHwKy4net33_AJmrfmY-3bm9xfm0ykJ-P7aPAt4cTMrcOgCJmJ_4NFPBEiD9YU92kpwJ6oC4NSkXrsUITlRoQ7nm_1Gum3ANWA/s852/amantes-poster-pt.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="852" data-original-width="600" height="347" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj7vazNPiYKsicywkpar96VPvcdZKC6DSfnvHt6XFhD6iRuEh9An1X-_um6HA5i8lEO6wvsKgkl9HhMaYVnr15rrL6RgHwKy4net33_AJmrfmY-3bm9xfm0ykJ-P7aPAt4cTMrcOgCJmJ_4NFPBEiD9YU92kpwJ6oC4NSkXrsUITlRoQ7nm_1Gum3ANWA/w257-h347/amantes-poster-pt.jpg" width="257" /></a></div><p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="color: #222222; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Sinopse<o:p></o:p></span></b></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Simon e Lisa são um jovem
casal apaixonado que vive em Paris. Ela frequenta a escola de hotelaria e ele,
trafica cocaína. No dia em que um dos seus clientes morre de <i>overdose</i>, Simon desaparece sem deixar
rastro. Anos mais tarde, reencontram se, cada um com as suas vidas já refeitas.
Simon trabalha num hotel e Lisa está casada e anseia ter um filho. Este
triângulo amoroso vai virar o mundo de Lisa, a um ponto que ela não controla.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Opinião
por Artur Neves<o:p></o:p></span></b></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Eis um tema dos mais usados
no cinema e que apesar disso apresenta sempre uma oportunidade de ser diferente,
dependendo claro do argumento e do realizador que neste caso também colabora
com o escritor Jacques Fieschi para estabelecer o enredo que nos mostra em 102
minutos. Nicole Garcia nascida na Argélia apresenta um largo curriculum como
atriz desde 1966 e por vezes, quando decide ficar atras das câmaras como neste caso apresenta-nos uma história seca, dura nos diálogos e nas relações, abordando o
sentimento do amor duma forma algo diferente do que é comum ver-se na abordagem
deste tema.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">A
sinopse descreve a história e a realizadora faz fluir o enredo de maneira sequencial.
Simon (Pierre Niney) conduz a sua vida pelos meandros do tráfico clandestino de
droga estabelecendo a possível diferença entre as suas atividades e Lisa (Stacy
Martin) que está vivendo o amor da sua vida aceita-o como ele se apresenta. Na
realidade Lisa é mais afetuosa e mais dependente de Simon do que o inverso e isso
nada tem de individualista, apenas Simon quer resguardar para si os perigos e responsabilidades
da sua atividade clandestina. Lisa por vezes não compreende isso e força-lhe a
acompanha-lo em algumas entregas particulares a amigos como aconteceu naquele
dia em que um dos clientes sente-se mal, eles socorrem-no mas o mal já está
feito e o excesso de droga é fatal.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Eles antes de sair, eliminam
tanto quanto podem os sinais da sua presença naquela casa e voltam perturbados
a um ponto que Simon se culpa do ocorrido. Lisa tenta confortá-lo mas Simon não
é suscetível de ceder às suas tentativas por medo de ser envolvido e pelo
remorso que aquele acidente lhe causou. Simon já é outra pessoa e só quer fugir
dali, daquele lugar, daquela terra. Embora contrariada Lisa decide fugir com
ele, marcam um encontro para o dia seguinte mas ele não comparece, não lhe dá
qualquer justificação e ela no dia da sua ausência fica a saber que está só e a
custo tem de consolar-se com aquela falta e viver sem o que ela pensava ser o
amor da sua vida.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">O encontro com Léo Redler
(Benoit Magimel) é perfeitamente acidental, ela não o ama mas pensa que a sua
companhia pode transformar a sua perda anterior e fazer seguir a sua vida para
a frente. Aceita-o, casam, e Léo, dependendo da sua atividade profissional
permite-lhe muitos tempo de solidão que ele quer compensar com passeios e
viagens. Léo sabe que o casamento tem dificuldades em vingar e manter-se assim
pelo que procura corrigir a situação com saídas conjuntas para jantares em
cidades distantes e restaurantes caros, onde Lisa, sem esperar, reconhece Simon
em trabalhos junto à praia. Ela não se mostra, apenas o vê ao longe e procura a
melhor oportunidade para o encontrar sem testemunhas. É o passado a
encontrar-se com Simon que vê nela a parte melhor desse passado. Falam-se,
beijam-se, trocam juras de amor em que Simon explica o porquê do seu
desaparecimento e ela lhe revela que está casada e que depois do
desaparecimento dele apenas procurou a recuperação possível da vida dela ao
lado de um homem com dinheiro que a escolheu.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Para qualquer dos três personagens
aquela situação não é sustentável e a partir daqui a história conta-nos como
foi possível conciliá-los. O cinema europeu e nomeadamente o cinema Francês tem
uma postura diferente nestas situações e particularmente Nicole Garcia usa a
sua arte para transformá-la em natural, sóbria, introduzido todos os eventos
que interessam para por em confronto aquelas três pessoas com a realidade das
posições que ocupam. Não se pode dizer que aquilo não poderia acontecer aos
três vértices daquele triângulo amoroso que em vez de romantismo apresenta
decisão, planeamento e vontade de agir. Está bem conseguido, prende o
espectador e leva-nos até ao fim da história com curiosidade e surpresa.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Tem estreia prevista em sala
dia 7 de Abril<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Classificação: 6 numa escala
de 10<o:p></o:p></span></p><p>
</p>Artur Neveshttp://www.blogger.com/profile/07726227669596468807noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3430943861300622045.post-58145217974660299132022-03-23T19:01:00.006+00:002022-03-23T19:01:50.016+00:00Opinião – “Flee – A Fuga” de Jonas Poher Rasmussen<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg5DaBOBj9k5uy_RPmGjyNt-ipYyMnoogux_aK1W0XDJNs-27_r_8yXWD1Y8sWxSBry_7PZtUuR3NzyFKbclHfr_CztPAPqvuMOJJbEAp-YdGxPMqdhJJ2fnSEe9Ud0tw-xtzmv4xxHm3lUP0UsYvJWS9sfAS2IQbB8xBqM_RMuMOGhmXUSbFZ0FqfTbQ/s1040/flee-a-fuga-poster.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1040" data-original-width="728" height="343" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg5DaBOBj9k5uy_RPmGjyNt-ipYyMnoogux_aK1W0XDJNs-27_r_8yXWD1Y8sWxSBry_7PZtUuR3NzyFKbclHfr_CztPAPqvuMOJJbEAp-YdGxPMqdhJJ2fnSEe9Ud0tw-xtzmv4xxHm3lUP0UsYvJWS9sfAS2IQbB8xBqM_RMuMOGhmXUSbFZ0FqfTbQ/w255-h343/flee-a-fuga-poster.jpg" width="255" /></a></div><p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="color: #222222; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Sinopse<o:p></o:p></span></b></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Amin era menor quando chegou
à Dinamarca sozinho, vindo do Afeganistão. Hoje, com 36 anos, é um académico de
sucesso e está noivo do seu namorado de longa data. Mas esconde um segredo há
mais de 20 anos, que começa a ameaçar arruinar a vida que construiu para si.
Amin, pela primeira vez, partilha a sua história com um amigo chegado.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Opinião
por Artur Neves<o:p></o:p></span></b></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">A história deste filme é uma
ficção baseada numa amizade de escola entre o realizador Poher Rasmussen e um
seu colega que desde cedo lhe causa grande curiosidade, saber como foi possível
que Amin, (nome falso) um ilustre investigador universitário com inegável sucesso
nas suas investigações, de pele morena, homossexual assumido e muçulmano, conseguiu
fixar-se na Dinamarca e construir uma vida a todos os níveis normal e impensável
para a maioria dos refugiados que aquele país aceitou ao longo do tempo. Rasmussen
teve conhecimento da história e reunindo-se com vários intérpretes das vozes
nos diferentes estágios da vida de Amim e construiu este documentário que nos
remete para uma reflexão sobre o mundo e a política, numa altura em que a
realidade da guerra á nossa volta nos acorda para uma verdade que pensava-mos
não poder existir de novo.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">O filme desenvolve-se
durante uma conversa entre amigos em que Amin vai contar ao amigo Rasmussen as
suas memórias pessoais numa viagem através do tempo anteriormente vivido em forma
de um <i>thrilher</i> de suspense para o
qual não só as revelações, mas os fragmentos noticiosos da época conferem
autenticidade às revelações que nos são transmitidas.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Desde a sua infância que
Amin vivendo com os seus pais, duas irmãs e um irmão no Afeganistão sentia um
prazer indefinível em vestir-se com uma camisola comprida, ou com os vestidos
da sua irmã mais nova e embora no fundo estranhasse com essa indescritível sensação
não sabia como encará-la nem tinha nas suas relações alguém com quem falar. Essa
sensação continuou no ensino médio e nas suas folgas em frente à televisão em
que se sentiu apaixonado pelo ator Jean-Claude Van Damme, que lhe piscava o
olho sempre que ele o contemplava num filme. O tempo em que isto se passa é na
última fase da guerra afegã-soviética, nos finais da década de 80 que gera a
necessidade de abandonar o país como aliás aconteceu para muitos cidadãos,
nomeadamente o seu próprio pai que foi levado de casa pelas forças afegãs e até
hoje ele não sabe o que verdadeiramente lhe aconteceu.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Amin vive mais uns anos com
o resto da sua família até chegar a altura de pensarem também em deixar o país.
A sua mãe está fragilizada com a idade e fugir com ela e os seus irmãos só se
torna possível para a Rússia que apenas os aceita temporariamente. Logo que o período
de validade dos seus vistos se esgota eles tornam-se clandestinos no país e
mesmo escondidos em casa, sem uma única saída eles continuam sendo uma presa
fácil da polícia que em vez de os ajudar, ficam-lhe com as magras rendas que
conseguem angariar. É conveniente lembrarmo-nos que a década de 80 representa o
fim do comunismo na Rússia com todas as convulsões sociais que a alteração do
regime provocou. Como tal, se anteriormente a Rússia já não aceitava os
refugiados, aquele tempo de transição só veio piorar a situação.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Com muito pesar primeiro
saem as irmãs e só depois ele e a mãe à custa do trabalho desenvolvido pelo irmão
mais velho. Amin foi sozinho para Dinamarca em condições precárias, muito
embora o irmão tenha contratado um traficante honesto para as necessidades da
época porque a queda no tráfico humano já era frequente naquelas andanças. Ao reunir
a família na Dinamarca foi com um amigo que Amin é convidado a frequentar um
bar homossexual e a encontrar lá o seu companheiro para a vida com quem está prestes
a casar depois de sem medo se assumir como é realmente numa europa progressista
e moderna.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Com 3 nomeações aos Óscares
em 3 categorias de destaque - Melhor Animação, Melhor Documentário e Melhor
Filme Estrangeiro - "Flee – A Fuga", foi também um dos grandes
vencedores do Festival de Sundance em 2021. É, sem dúvida, um dos filmes de
relevo de 2021 e, como se já esperava, uma das obras mais curiosas, verdadeiramente
inspiradoras que consegue chegar ao público a um nível verdadeiramente
emocional e tocante considerando a múltipla realidade com que temos sido confrontados
nos dias de hoje. Recomendo sem reservas.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Tem estreia prevista em sala
dia 7 de Abril<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Classificação: 8 numa escala
de 10<o:p></o:p></span></p><p>
</p>Artur Neveshttp://www.blogger.com/profile/07726227669596468807noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3430943861300622045.post-8357771995685771022022-03-23T00:19:00.000+00:002022-03-23T00:19:04.756+00:00Opinião – “O que Vemos quando Olhamos para o Céu?” de Aleksandre Koberidze<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgdPnwmOu7PrnITJzEkn0CiMdSumFv9zikno4gNbylVqIrWp8aABwSF3iPkO5ubkiAmFzqrdqB5Y7kLCipAPDdcxr6kbt9MtbyC5fWilisiPe8sDCopHyf8Z0JDZoJf6ads4Iw2FR3WX74zAFZ2RykLixEvQpmSgQog93GmA1TsoYwvNX_7iUvxNFtofA/s1024/poster.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1024" data-original-width="691" height="347" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgdPnwmOu7PrnITJzEkn0CiMdSumFv9zikno4gNbylVqIrWp8aABwSF3iPkO5ubkiAmFzqrdqB5Y7kLCipAPDdcxr6kbt9MtbyC5fWilisiPe8sDCopHyf8Z0JDZoJf6ads4Iw2FR3WX74zAFZ2RykLixEvQpmSgQog93GmA1TsoYwvNX_7iUvxNFtofA/w246-h347/poster.jpg" width="246" /></a></div><p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="color: #222222; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Sinopse<o:p></o:p></span></b></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Um encontro casual à porta
de uma escola em Kutaisi, na Geórgia. Lisa e Giorgi chocam e um livro cai no
chão. Visivelmente atordoados, marcam um encontro sem terem sequer dito os seus
nomes. É amor à primeira vista e, como que encantadas, as coisas começam a
ganhar vida: a câmara de vigilância é um mau-olhado, o cano de esgoto um
oráculo. Fecham os olhos e os amantes são amaldiçoados, condenados a acordar no
dia seguinte com uma aparência diferente. Esse obstáculo sobrenatural ao seu
reencontro torna-se a passagem para um mundo governado pela magia do quotidiano
em toda a sua beleza simples.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Opinião
por Artur Neves<o:p></o:p></span></b></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">A pergunta formulada no nome
do filme fica sem resposta até ao fim, mesmo depois de 150 minutos em que a câmara
percorre a cidade de Kutaisi na Georgia mostrando-nos as banalidades
quotidianas de animais e pessoas que vagueiam pela objetiva do realizador sem
que com isso nos seja apresentado um fundamento, uma história, um argumento de
ideia que o filme pretende consubstanciar.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">O filme começa com um
encontro fortuito entre dois personagens Lisa (Ani Karseladze) com Giorgi (Giorgi
Ambroladze) que nos faz pensar numa história que começa acidentalmente mas que
não tem continuação porque o filme não tem uma história que o suporte. O filme
tem duas partes em que na primeira parte somos informados dos acontecimentos
banais quotidianos durante a final de uma Copa do Mundo que naquela cidade,
segundo o que nos é apresentado, não tem grande interesse e na segunda parte o
realizador centra-se nas banalidades que acontecem aqui e ali como um pequeno
pardal, crianças brincando num parque infantil, cães vadios ou nem tanto, mas
pulando aqui e ali ao sabor dos seus impulsos e todo um conjunto de observações
do mesmo género em jeito de documentário que atira para um papel residual o potencial
namoro que nos é apresentado inicialmente.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Aliás, quando o par inicial é
forçado a juntar-se a outros casais que o filme engendra, Lisa e George sem se
conhecem por são desta vez representados por outros atores (Oliko Barbakadze e Giorgi
Bochorishvili) respetivamente que a custo se juntam aos outros casais, presumindo
eu, por não sentirem qualquer afinidade com eles. Sou eu que digo, não é o
filme que nos dá alguma pista. Os diálogos são mudos para o espectador, porque
toda a presumível ação do filme é-nos descrita em <i>off</i> por um narrador, o realizador Koberidze, que descreve para o
público o sentido dos acontecimentos que vemos ocorrerem em todas as
banalidades que são filmadas que se estendem por duas hora e meia em que
ficamos á espera de um sentido para tudo aquilo.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Nas notas de produção pode
ler-se numa entrevista feita ao realizador que o nome do filme saiu da atitude
de Lionel Messi que olha para o céu sempre que marca um golo e com essa ligação
ele recebe algo que não é possível ver-se, o que confere ao filme uma visão futebolística.
Por outro lado, a visão documental do quotidiano, mostrando-nos todas as
ninharias dos dias e das pessoas onde também existe o amor mal esboçado entre
Lisa e Giorgi, sem contudo conter os elementos do romance, leva-me a pensar que
o filme não possui um contexto definido no qual possa aprecia-lo e como tal não
lhe confiro qualquer classificação.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Tem estreia prevista em sala
dia 31 de Março<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Classificação: ? numa escala
de 10<o:p></o:p></span></p><p>
</p>Artur Neveshttp://www.blogger.com/profile/07726227669596468807noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3430943861300622045.post-21242841542931097842022-03-16T20:34:00.000+00:002022-03-16T20:34:20.498+00:00Opinião – “Cordeiro” de Valdimar Jóhannsson<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZTxcfucEJxUuPX7CwR8-lVH1ZUBTX9az2zIdjnsObfcnW1GqTV0eJ6hj30i_zZO-QXBCmGcNLQDU8DhEoF07g8iyhV34jJMBIajW70hTbbHMhmN-_hqL7YpQ_S9xYldTrPkQam-tIuKHGeHi463-cv2Sn8AhiT4547tfippaek4wBKRREWcUJNRwpNA/s1774/lamb.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1774" data-original-width="1200" height="352" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZTxcfucEJxUuPX7CwR8-lVH1ZUBTX9az2zIdjnsObfcnW1GqTV0eJ6hj30i_zZO-QXBCmGcNLQDU8DhEoF07g8iyhV34jJMBIajW70hTbbHMhmN-_hqL7YpQ_S9xYldTrPkQam-tIuKHGeHi463-cv2Sn8AhiT4547tfippaek4wBKRREWcUJNRwpNA/w251-h352/lamb.jpg" width="251" /></a></div><p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="color: #222222; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Sinopse<o:p></o:p></span></b></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
</p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">A rotina de María (Noomi Rapace) e Ingvar, (Hilmir
Snær Guðnason), um casal que vive na Islândia rural, é interrompida quando
descobrem um bizarro recém-nascido no seu curral de ovelhas. Este evento leva o
casal a tomar uma decisão que desafia as leis da natureza, com a </span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">perspetiva
inesperada de uma vida familiar poder trazer-lhes muita felicidade… antes de
começar a destruí-los.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Opinião
por Artur Neves<o:p></o:p></span></b></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Este filme, que caberá na
classificação de <i>suspense</i> e fantasia,
apesar da qualidade da interpretação dos seus intérpretes, comedido,
fundamentalmente usando imagens que valem pelo que significam, com poucas
falas, pode entediar-nos se não tivermos conhecimento da figura mitológica de “Pã”,
o deus grego dos bosques, dos campos, dos rebanhos e dos pastores assumindo um
comportamento maioritariamente protetor, embora possa ser vingativo para quem
não cuida da natureza e destrói a flora e a fauna. É representado com orelhas
longas e chifres, tronco humano e pernas de bode, andando em duas patas e
carregando consigo um flauta. Os caminhantes noturnos dos bosques, que andam
sem destino, possuídos por solidão que os predispõem a terrores súbitos sem
causa aparente, podem ser acometidos de pânico, ou seja: medo de “Pã”.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">O livro “O grande Deus Pã”
escrito por Arthur Machen dá-nos uma visão algo diferente, não tão bucólica,
mas antes destruidora e maligna, cheio de desejo sexual insaciável, sem
escrúpulos, que está mais de acordo com o papel que lhe cabe nesta história,
porque ele encarna uma tendência comum a todo o universo.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">O filme começa por nos
apresentar o casal que vive numa casa no meio de nada. Eles estão equipados
para as suas necessidades, com motocultivadores e um carro para deslocação à
vila, familiarizando-nos com o ambiente frio, a paisagem sempre coberta de neve
e eles fazem o que é necessário debaixo de chuva e de vento, porem, apesar de
se entreajudarem e colaborarem em todas as tarefas o seu semblante é monótono,
triste e sem vida. As cenas são interpretadas pelas ações dos personagens,
cumprindo o calendário da vida no local, com pouquíssimos diálogos, mostrando-nos
os grandes planos da região vazia, montanhosa, embora bela e envolvente. Os olhares
silenciosos entre Ingvar e Maria deixam transparecer um luto dolorido por
continuarem sós, os dois estão isolados naquela imensidão geográfica e vivem
sem interferências externas e estão preparados para eventos inexplicáveis, que
nós, tal como eles, esperamos que aconteçam.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Uma das tarefas realizadas
pelos dois é a alimentação dos cordeiros e a ajuda aos partos que ocorrem. Numa
dessas alturas um acontecimento bizarro ocorre quando o terceiro filho de uma
ovelha apresenta uma forma hibrida entre animal e humano a que ela batiza
imediatamente por Ada e toma-a no colo sem que nós vejamos declaradamente a sua
forma particular. É aqui que temos de pensar que a aceitação imediata da filha
de um sátiro, de Pã, ou seja lá de que pai deu à vida aquele nascimento. A
história não está nem um pouco interessada em teorizar a essência do seu aparecimento,
mas antes o facto de a sua existência provocar alterações dos relacionamentos
entre humanos e com criaturas de outra natureza o que pressupõe que essa coabitação
entre partes diferentes da natureza não pode ser apaziguadamente entronizada.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Desde o início daquele
nascimento, as coisas complicam-se quando a mãe natural, a ovelha que a pariu,
reclama a sua presença, balindo continuamente para reclamar a sua posse. Maria
resolve as coisas matando a mãe natural, reconhecendo assim uma falha da
natureza e assumindo o papel da ovelha que matou. Curiosamente é de Maria que
depende todas as decisões e Ingvar aceita placidamente todos os acontecimentos
seja em que sentido for.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Ficamos a saber que Ingvar
tem um irmão que subitamente chega ao lugar, como que introduzindo um fator
desiquilibrante na relação entre os dois. Pétur (Björn Hlynur Haraldsson) tem dificuldade
em aceitar Ada, aquele ser hibrido que ele não consegue classificar como pessoa
ou animal. Mais uma vez é Maria que o põe fora de casa levando-o á paragem do transporte
e dando-lhe algum dinheiro para que ela não volte. Ele não pertence aquela
história nem tem lugar ali. Só nos resta agora dar corpo às sombras, aos passos
furtivos, ao horror mitológico que de súbito se revela para levar o que lhe
pertence. Só Maria fica viva, não somente para ver quem leva a sua filha, mas
também para chorar a morte do marido e para sentir a completa solidão por ter
mandado embora o seu cunhado.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Este filme é a primeira
longa metragem de Valdimar Jóhannsson, um realizador Islandês que até agora só
tinha sido responsável de efeitos especiais e conseguiu com este argumento de
horror mitológico manter um elevado grau de imprevisibilidade, um bom <i>suspense</i> dramático com uma história
simples embora complexa, que justifica ficarmos atentos aos seus próximos
trabalhos. Muito interessante.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">NOTA: O poster publicado não
é o oficial do filme, mas eu escolhi-o por representar com mais propriedade os
dois elementos fundamentais da história.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Tem estreia prevista em sala
dia 31 de Março<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Classificação: 7 numa escala
de 10<o:p></o:p></span></p><p>
</p>Artur Neveshttp://www.blogger.com/profile/07726227669596468807noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3430943861300622045.post-23795171747747257402022-03-14T19:50:00.004+00:002022-03-14T19:50:49.396+00:00Opinião – “X” de Ti West<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgBFawebJsq2rK5F8HQGe6HEJffm6E7fsstydPu-dmzc7_m2RC_EmLMWVe3zq4qgFXgAbjBJEU_GgXs92OZwFRT3JLYCxOwOaf8D8_VtwRoderGtbwytBUvbB1ZXpt68_sHgNtFnsyaci3CoMIb-bXxhTwzFNXODCBp9at4Ix3wyrjH4KQmbUFn7qu8SA=s914" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="914" data-original-width="640" height="350" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgBFawebJsq2rK5F8HQGe6HEJffm6E7fsstydPu-dmzc7_m2RC_EmLMWVe3zq4qgFXgAbjBJEU_GgXs92OZwFRT3JLYCxOwOaf8D8_VtwRoderGtbwytBUvbB1ZXpt68_sHgNtFnsyaci3CoMIb-bXxhTwzFNXODCBp9at4Ix3wyrjH4KQmbUFn7qu8SA=w258-h350" width="258" /></a></div><p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="color: #222222; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Sinopse<o:p></o:p></span></b></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: #222222; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">X é o novo filme de terror do diretor Ti
West. Na década de 1970, um grupo de <i>filmmakers</i>
alugam uma antiga casa de fazenda no interior de uma cidade no Texas para
gravar um filme pornográfico. Mas quando os dois idosos, anfitriões e reclusos da
antiga casa os pegam em flagrante, o elenco logo se vê em uma luta desesperada
por suas vidas.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Opinião
por Artur Neves<o:p></o:p></span></b></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Os filmes de terror
pertencem a um subgrupo dos filmes de suspense frequentemente baseados em
crenças, fantasmas, ou de algum modo, convicções do além que redundam sempre
numa encarnação maléfica com poderes condicionados por qualquer processo
acessível aos mortais que por eles são perseguidos. Neste caso não é bem assim
e todo o terror, constituído por assassínio, é cometido pelos personagens que compõem
o filme que entram em confronto por desacordo entre as convicções dos idosos
donos da casa e as convicções da equipa de filmagem que alugou o espaço para realizar
um filme pornográfico.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">O referido desacordo só existiu,
porque um dos produtores não declarou ao dono da casa os fins do aluguer da
casa nem o número de ocupantes envolvidos, tentado com isso obter um menor
valor de renda pelo tempo de ocupação. A casa alugada é separada da casa
principal habitada pelo casal de idosos que a chegada da equipa causa um
perturbação e desconfiança nas relações com tais pessoas. Ele recebe os
hóspedes de carabina na mão, e ela espreitando por uma janela do 1º piso sente
atração pelo fator “X” caraterístico de uma das personagens que compõem a
equipa, que é a primeira a vê-la espreitar entre as cortinas numa atitude que
lhe causa um arrepio de medo.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Eles são todos jovens, são constituídos
por três casais, dos quais duas mulheres e um homem são os personagens do
filme, o outro homem é um dos produtores e o chefe de equipa e o outro casal
são o operador da câmara e a mulher que trata da captação do som que tem com o
marido uma relação fixa, muito diferente da relação aberta entre os outros dois
casais. Do lado do dono da casa, a mulher do casal que outrora também foi
atriz, sente saudade e inveja da juventude que com ela coabita, fazendo-a
lembrar-se dos tempos em que era preferida e amada pelo marido e cobiçada por
outros homens que lhe reconheciam o fator diferenciador “X” que ela identifica
numa delas.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">O que se segue é o
avolumar-se de questões baseadas no argumento do filme que levantam algumas
questões curiosas, que de modo algum sem serem novas, nem o filme estar
dedicado a analisá-las, levam às mortes de todos os elementos, que se movem sem
compreender as diferenças fundamentais entre uns e outros. Ti West, um
realizador independente nascido em 1980 nos USA, é o diretor e argumentista
desta história que se pode descrever como uma mistura entre “Massacre no Texas”
de 1974 e “Jogos de Prazer” de 1997, e que apesar de contar com várias
realizações neste género à maneira clássica, resolveu reformular o tema e
apontar o sofrimento e inadaptação de cada pessoas como responsável por tantas
e tão violentas mortes que se vão sucedendo sem razão específica exceto a conceção
de diferença individual quando não podemos concretizar os nossos desejos por incapacidade
física.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Tem estreia prevista em sala
dia 17 de Março<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Classificação: 4 numa escala
de 10<o:p></o:p></span></p><p>
</p>Artur Neveshttp://www.blogger.com/profile/07726227669596468807noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3430943861300622045.post-51545833432180325692022-03-10T23:19:00.002+00:002022-03-10T23:19:32.545+00:00Opinião – “Petit Maman – Mamã Pequenina” de Céline Sciamma<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEicLVJdkrNUBKTFcUZ6mQ1GZgIiMdNUstFvGHMOeYWm8pQmZbpyJNsZLzfzGRyNkdJmRDeom6KPbC2Sj0Yrt07tq4JFutgPxGmufgP_O336GICdczmItBjzPwgUbCHXxf1r-IxLFE7iNpGdDjwEC1lu1i8llgmLBvqWoUh1ctdmNmeqEJaIsaJ9ws7DSQ=s1500" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1500" data-original-width="1041" height="342" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEicLVJdkrNUBKTFcUZ6mQ1GZgIiMdNUstFvGHMOeYWm8pQmZbpyJNsZLzfzGRyNkdJmRDeom6KPbC2Sj0Yrt07tq4JFutgPxGmufgP_O336GICdczmItBjzPwgUbCHXxf1r-IxLFE7iNpGdDjwEC1lu1i8llgmLBvqWoUh1ctdmNmeqEJaIsaJ9ws7DSQ=w246-h342" width="246" /></a></div><p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="color: #222222; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Sinopse<o:p></o:p></span></b></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: #222222; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Nelly, 8 anos, acabou de perder a avó e
está a ajudar os pais a esvaziar a casa de infância da mãe. Explora a casa e a
floresta à volta, onde a mãe, Marion, costumava brincar e onde construiu uma
cabana. Um dia, a mãe parte sem explicações. E Nelly conhece uma menina, mais
ou menos da sua idade, na floresta. Está a construir uma cabana e chama-se
Marion.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Opinião
por Artur Neves<o:p></o:p></span></b></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Céline Sciamma é uma
realizadora de origem francesa que à sua responsabilidade apresenta até esta
data 5 longas metragens, (além de 2 curtas e outras obras de escrita) das
quais, a anterior a esta; “Retrato de uma Rapariga em Chamas” de 2019 já foi apreciado
nestas crónicas e por mim mereceu rasgados elogios pelo seu conteúdo e pela
forma arrojada, sensível e naquele contexto autenticamente delicada, defendeu o
amor entre duas mulheres que se conheceram acidentalmente através de um
contrato de pintura do retrato da dona da casa.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Agora traz-nos esta história
para crianças sobre uma menina que acompanhou à sua maneira a morte da sua avó
e viaja com os pais para a casa dela situado no campo, que eles se propõem
esvaziar. A menina; Nelly (Joséphine Sanz) circula por ali, (em vez de estar na
escola, pois com 8 anos e no inverno seria o que me parece normal) pelas
cercanias da casa e do bosque e dá de caras com outra menina Marion (Gabrielle
Sanz) na difícil tarefa de construir uma casa de ramos junto a uma árvore. As duas
tornam-se amigas (o que não é estranho porque ambas são irmãs gémeas na vida
real) e ao visitar a casa de Marion observa que a casa dela é um espelho da
sua.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Sem perguntar a que se
deveriam as semelhanças entre as casas ela assume, através do que apreendeu das
conversas entre os pais sobre a infância da mãe quando ela não existia e a avó
era viva, que de alguma maneira Marion seria a mãe dela num tempo passado e
logo ela seria a sua filha no futuro. Para lá das ternuras e afinidades entre
as meninas eu pergunto se seria lógico este pensamento numa menina de 8 anos. Pergunto
ainda para que crianças é que esta fábula se destina, pois se os adultos podem
aceitá-la com um sorriso, introduzindo uma fantasia que a história não nos
transmite, as crianças não sei como alcançarão este sentido. Todo o filme se passa
no mesmo local, nos dias atuais e se embora introduzir-mos a fantasia dos “fantasmas
vivos” ou outra apreciação criativa, a história poderia ter acontecido um pouco
antes, o que não altera o fundamental.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Por outro lado, os
personagens infantis, são ambos de uma correção absoluta, sem traumas, sem
problemas que perturbem o seu comportamento ordeiro, seguindo uma narrativa que
pode levar-nos a considerar que tudo se passa no espírito de Nelly, mas nada na
história nos leva objetivamente a pensar isso, quando as suas falas e os seus raciocínios
são avançados para a idade e não vemos quando ela frequentou ou se frequenta a
escola. Assumo que seja defeito meu não compreender a sensibilidade da infância
como Sciamma nos apresenta, pois no aspeto cénico a tomada de vistas é irrepreensível,
elas são as personagens principais, sempre vistas de frente, ao nível dos olhos,
para nos impressionar com a sua candura e humor natural dos seus verdes anos.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Talvez por serem irmãs
gémeas a representação entre elas flua tão bem, sem qualquer sobressalto
visível, num enquadramento perfeito em que tudo para além das meninas é deixado
deliberadamente vago. As interpretações dos pais adultos são pontuais, aparecendo
aqui e ali para que não pensemos que ficaram sozinhas, todavia as suas
interações com elas são, breves, avulsas e mais uma vez distantes da sua
manifesta sensibilidade. Esta história terá com certeza os seus apreciadores
sobre a delicadeza da infância e a amizade que daí resulta, entre os quais não
me incluo. Durante os seus 72 minutos de duração pareceu-me que falta assunto,
ou pelo menos pistas para nos enquadrar na trama do argumento.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Tem estreia prevista em sala
dia 17 de Março<o:p></o:p></span></p><p>
</p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Classificação: 4 numa escala
de 10<o:p></o:p></span></p>Artur Neveshttp://www.blogger.com/profile/07726227669596468807noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3430943861300622045.post-52274756937208508532022-03-08T20:09:00.006+00:002022-03-08T20:14:10.208+00:00Opinião – “O Domingo das Mães” de Eva Husson<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgNExHGNzPxAkKmyUpFAmkX8TN1GyvZoSa57_3hLxRytK4joTuUvJ9I_n_qGPCk1Orn0Xa0P1J1TCaVePYHHN4tUKATOyrjYUalWypveQaQ7v57W23bL_9j_vfAXnGB6kM2O31l_wRKh5tkOKmycLOcfkf04TlmqEKt4mwKFuQEpXRj54l83i7XyARLxA=s1441" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1441" data-original-width="1000" height="347" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgNExHGNzPxAkKmyUpFAmkX8TN1GyvZoSa57_3hLxRytK4joTuUvJ9I_n_qGPCk1Orn0Xa0P1J1TCaVePYHHN4tUKATOyrjYUalWypveQaQ7v57W23bL_9j_vfAXnGB6kM2O31l_wRKh5tkOKmycLOcfkf04TlmqEKt4mwKFuQEpXRj54l83i7XyARLxA=w252-h347" width="252" /></a></div><p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="color: #222222; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Sinopse<o:p></o:p></span></b></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: #222222; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Num dia quente da primavera de 1924,
Jane Fairchild (Odessa Young), uma empregada doméstica órfã, vê-se sozinha no
Dia da Mãe. Os patrões, o Sr. e Sra. Niven (Colin Firth e Olivia Colman), estão
fora e ela tem uma oportunidade rara de passar um bom bocado com Paul (Josh
O'Connor), o seu amante secreto. Filho dos donos de uma mansão vizinha, Paul é
a paixão de longa data de Jane, embora esteja noivo de outra mulher, uma amiga
de infância que é filha de amigos dos seus pais. Mas eventos que nenhum dos
dois pode prever virão mudar o curso da vida de Jane para sempre.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Opinião
por Artur Neves<o:p></o:p></span></b></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Esta obra é um exemplo
acabado em como a edição (montagem das cenas filmadas) é de crucial importância
para a sua qualidade, interesse e até inteligibilidade da história. Na descrição
de uma qualquer história costuma também dizer-se, que mais importante do que a
sequencia em que os eventos são contados, o importante é estarem lá todos e não
serem perdidos no seu encadeamento descritivo e essa é a principal função e
objetivo de uma competente edição tal como se pode observar neste filme.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">“O Domingo das Mães”, no
original; “Mothering Sunday” é um romance escrito em 2016 pelo autor inglês
Graham Swift sobre o dia 30 de março de 1924 em Inglaterra, em que as famílias
da classe alta realizam um encontro no campo para se confortarem da perda dos
seus filhos mortos na Primeira Guerra Mundial e permitirem aos criados um dia
de folga em que aproveitem visitar os sus parentes mais próximos,
principalmente as suas mães também enlutadas pela morte dos seus filhos, e
assim prestarem-lhe o conforto possível.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">A sinopse descreve o
fundamental do enredo, que pode entender-se como linear e simples como se
apresenta, pelo que o importante e transforma esta história num documento sobre
sentimentos, é a forma como Eva Husson (já nomeada para a Palma de Ouro por “As
Filhas do Sol” de 2018) filmou o argumento bem elaborado por Alice Birch que
foi capaz de capturar o poder literário do romance original, e Emilie Orsini que
editou o material filmado de forma a oferecer-nos um filme repleto de surpresa,
misturando notavelmente os eventos do romance de Graham Swift e fazendo com que
o filme sugira ser uma memória emocional, em vez de um desdobramento da
narrativa. Sem pontos mortos e principalmente recheado de pormenores íntimos de
comportamentos da época em que não era espectável a revelação sincera das suas
emoções, mas antes a submissão severa às regras convencionais de etiqueta que
regulavam as relações sociais.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Todo o elenco está muito bem
escolhido com particular destaque para os patões de Jane, Sr. E Sra. Niven (Colin
Firth e Olivia Colman), que apesar de não serem figuras centrais na história
mostram o sentimento compungido da época de luto, ele tentando amenizar o
ambiente e facilitar a vida, embora com a consciência da superficialidade circunstancial
das sua alusões, ela mantendo um ar de tristeza azeda em todas as situações
compondo um personagem imbuído na dor que deve ter sido comum a muitos outros
pais na época.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">O filme move-se constantemente
para a frente e para traz no tempo, mostrando-nos o passado órfão de Jane que
justifica uma das premissas do romance; alguém sem passado só pode esperar um
futuro melhor, pois não tem nada a perder. O passado com os jovens da casa que
marca o início da sua relação com Paul (Josh O'Connor) e focando-se na sua vida
de criada em que Jane assume uma postura de observadora atenta, que lhe
potencia a ascensão social com o emprego numa livraria e a futura carreira de
escritora de sucesso.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Não há dúvida que o profundo
romance de Swift ao caraterizar os sentimentos humanos torna-se difícil de
passar a filme. Literalmente os personagens serão descritos com mais vibração e
apresentarão uma sensualidade erótica mais desenvolvida. O escritor tem outras
formas de as descrever e nos fazer imaginá-las, mas Eva Husson, ou melhor, a
três mulheres envolvidas na confeção deste filme conseguiram apresentar-nos uma
adaptação decente e bem representativa de uma experiencia de vida emocionante.
Gostei, recomendo sem reservas.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Tem estreia prevista em sala,
dia 31 de Março<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Classificação: 8 numa escala
de 10<o:p></o:p></span></p><p>
</p>Artur Neveshttp://www.blogger.com/profile/07726227669596468807noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3430943861300622045.post-34246205020031277562022-03-02T19:39:00.000+00:002022-03-02T19:39:00.740+00:00Opinião – “The Batman” de Matt Reeves<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEi5d-PgtX9xzNceeDr54KlSjmQ7VuXqafCN9Y94F3Nolce-poOcI8N6EXWQoeXP6f_0rKum-sxMyMzM3UG4zG6ygH_tNXlQ8CKEybg3Pjfyxtd6vu2OSvU2p8I7WVBXHhPUZjToHT_Y9wNwvhwJaYE24BHjlSUMN4yLkCUeuVBME4WHN7wQvQtL4lW0MQ=s890" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="890" data-original-width="600" height="353" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEi5d-PgtX9xzNceeDr54KlSjmQ7VuXqafCN9Y94F3Nolce-poOcI8N6EXWQoeXP6f_0rKum-sxMyMzM3UG4zG6ygH_tNXlQ8CKEybg3Pjfyxtd6vu2OSvU2p8I7WVBXHhPUZjToHT_Y9wNwvhwJaYE24BHjlSUMN4yLkCUeuVBME4WHN7wQvQtL4lW0MQ=w251-h353" width="251" /></a></div><p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="color: #222222; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Sinopse<o:p></o:p></span></b></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: #222222; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Da Warner Bros. Pictures chega-nos “The
Batman”, do realizador Matt Reeves, com Robert Pattinson no papel duplo de
vigilante da cidade de Gotham e o seu alter ego, o multimilionário solitário
Bruce Wayne. Dois anos a assombrar as ruas como Batman (Robert Pattinson),
incutindo medo no coração dos criminosos, conduziram Bruce Wayne até às zonas
mais sombrias da Cidade de Gotham. Com apenas alguns aliados de confiança -
Alfred Pennyworth (Andy Serkis), e o tenente James Gordon (Jeffrey Wright) –
entre a rede corrupta de funcionários e figuras proeminentes da cidade, o
vigilante solitário estabeleceu-se como a personificação da vingança entre os
seus cidadãos.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Opinião
por Artur Neves<o:p></o:p></span></b></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">O homem morcego está de
volta neste filme que pode ser uma reinicialização da saga e que promete
sequelas com o final do filme indicia. Desta vez Batman, alternando com o seu
alter ego Bruce Wayne é interpretado com relativo sucesso por Robert Pattinson que
lhe transmite uma intensidade melancólica semelhante ao seu papel de vampiro na
saga “Crepúsculo”. Batman é um vigilante que se propõe acabar com o crime que
campeia em Gotham City que nos é apresentada numa noite constante que envolve a
cidade. Toda a história decorre durante a noite de Gotham e os esparsos raios
de sol que podemos ver pertencem a um tempo crepuscular que não rompe a
escuridão nem a chuva constante que envolve a cidade, de acordo com a pretensão
do realizador, para lhe imprimir o ambiente <i>noir</i>
da banda desenhada inicial.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Nesta história o passado, o assassínio
de Thomas e Martha Wayne na presença de Bruce na saída de um espetáculo, é uma obsessão
de Bruce que o acompanha durante toda a ação, quando a realidade dos
enigmáticos crimes que vão ocorrendo vão conduzindo para uma ligação à atividade
da sua família, tradicionalmente respeitada e impoluta.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Os crimes são conduzidos por
um serial killer, Edward Nashton (Paul Dano) que declara ser o seu objetivo a
eliminação da elite corrupta que ocupa todos os lugares de administração da cidade.
A investigação policial é conduzida por James Gordon (Jeffrey Wright) que pede
a Batman que o acompanhe, o defende e justifica a sua presença quando a corporação
a que pertence não compreende a sua inclusão. O primeiro crime ocorre na casa
do prefeito da cidade e atual recandidato á reeleição e inclui um cartão do
criminoso dirigido a Batman, contendo uma frase cifrada cuja resposta conduzirá
ao criminoso. É essa a função de Batman, encontrar as resposta e elucidar a
polícia, mas ele prefere continuar sozinho na sua busca pela justiça.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">O personagem de Edward
Nashton manifesta um maquiavelismo feroz, numa mente desequilibrada muito
diferente do anterior Joker que em 2019 ganhou vida própria. Nashton atua
sempre mascarado sem possibilidade de ser reconhecido, mas quando
posteriormente é preso tem na cadeia o momento alto do seu personagem que nos
faz lembrar John Doe em “Se7en” embora com uma temática de vingança significativamente
diferente.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Na sua busca pela solução
das pistas, Batman cruza-se com Selina Kyle (Zoë Kravitz) que embora não tendo
poderes especiais defende-se muito bem em luta e possui conhecimentos de
arrombadora de cofres o que constitui a hipótese de introduzir uma química de natureza
amorosa com Batman numa história e num tema fundamentalmente masculino no qual
as mulheres são meros adornos do ambiente e profissionais do sexo. Selina atua
dentro de uma veste de cabedal negro e possui calendário próprio, embora ceda
aos pedidos de colaboração com Batman, depois deste a encontrar em plena atuação
na violação de um cofre. Ambos não têm a mesma visão dos acontecimentos por
motivos que mais tarde saberemos, mas as suas preferências convergem.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">“The Batman” é assim uma
história filmada num ambiente sub iluminado sobre o personagem de Pattinson com
uma identidade secreta e outra bem conhecida de empresário rico que herdou o
império Wayne. Na versão secreta ele auto assumiu a sua cruzada de combate ao
crime identificando-se como “Vingança” sentindo-se necessário a Gotham mas não
amado ou reconhecido por isso e visto como uma aberração que lhe causa uma
melancolia permanente a que ele sucumbe. Matt Reeves, o realizador americano
que tem no seu portfólio dois “Planetas dos Macacos” de 2014 e 2017 e um
excelente filme de vampiros “Deixa-me Entrar” de 2010 tenta elevar Batman à
categoria de salvador através dos seus atos, mas ao contar-nos isso em 178
minutos, para alguns pode tornar-se chato, todavia é uma história bem
estruturada, de caris fortemente policial com pistas cifradas que nos agarram,
naquela cidade às escuras em noites muito chuvosa. É interessante e merece ser
visto.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Tem estreia prevista em sala
dia 03 de Fevereiro<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Classificação: 7 numa escala
de 10<o:p></o:p></span></p><p>
</p>Artur Neveshttp://www.blogger.com/profile/07726227669596468807noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3430943861300622045.post-41641122252737897212022-02-28T19:20:00.000+00:002022-02-28T19:20:36.225+00:00Opinião – “O Poder do Cão” de Jane Campion<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiuthIPwSrfUlzUeqTE3yV78OCmujbximRY9eMzKTkQXQwHuX53JZR8huo4JRijPCb4orttvC4j3b6Wh5V1KkVF5P9LE-qkcZCYJvSE4OqjDuCuyXQyQP5Th_SeMuey6_xgf4ido9eup5fPD4UTm0xhhBrhllwNyIKtQm9b4Ni-bUA8guK_p_aqyF6mkg=s2000" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2000" data-original-width="2000" height="350" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiuthIPwSrfUlzUeqTE3yV78OCmujbximRY9eMzKTkQXQwHuX53JZR8huo4JRijPCb4orttvC4j3b6Wh5V1KkVF5P9LE-qkcZCYJvSE4OqjDuCuyXQyQP5Th_SeMuey6_xgf4ido9eup5fPD4UTm0xhhBrhllwNyIKtQm9b4Ni-bUA8guK_p_aqyF6mkg=w358-h350" width="358" /></a></div><p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="color: #222222; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">NOTA: </span></b><span style="color: #222222; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Este filme estreou inicialmente
na plataforma de <i>streaming</i> Netflix e
como tal já teve uma apreciação neste blogue, todavia as suas 12 nomeações para
os Óscares da Academia Americana de 2022 e a estreia em sala pela mão da NOS Audiovisuais, justifica a sua republicação.</span><b><span style="color: #222222; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p></o:p></span></b></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="color: #222222; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Sinopse<o:p></o:p></span></b></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Severo, de olhos claros,
bonito, Phil Burbank é brutalmente sedutor. Todo o romance, poder e fragilidade
de Phil estão presos no passado e na terra: ele pode castrar um bezerro com
dois golpes rápidos da sua faca; ele nada nu no rio, encharcando seu corpo com
lama. Ele é um cowboy tão cru quanto as peles obtidas nas suas caçadas. Corre o
ano de 1925. Os irmãos Burbank são fazendeiros ricos em Montana. No restaurante
Red Mill, a caminho do mercado, os irmãos encontram Rose, a proprietária viúva
e seu filho gentil, Peter.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Phil se comporta tão
cruelmente que leva os dois às lágrimas, deleitando-se com sua dor e levando
seus companheiros vaqueiros ao deleite dos brutos – todos exceto seu irmão
George, que conforta Rose e depois volta para lhe propor casamento. Enquanto
Phil oscila entre a fúria e a astúcia, sua provocação a Rose assume uma forma
estranha – ele paira no limite de sua visão, assobiando uma música que ela não
consegue tocar no piano que George lhe ofereceu. Humilha o filho dela de forma
aberta, amplificada pelos aplausos dos vaqueiros ao serviço de Phil. Posteriormente,
Phil assume voluntariamente a educação do menino sob sua responsabilidade. Este
último gesto é a suavização de uma relação que deixa Phil exposto ou uma trama
que se transforma em ameaça?<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Opinião
por Artur Neves<o:p></o:p></span></b></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Jane Campion tornou-se
notada quando em 1993 foi vencedora do Óscar da Academia Americana com o filme
“O Piano” em que uma pianista muda, a sua filha e um piano de marca, são
enviadas para Nova Zelândia, para ela casar com um fazendeiro abastado. Os
problemas começam quando um trabalhador local se apaixona por ela. A pianista
muda era Holly Hunter que tem aqui a sua ascensão ao estrelato através da
direção de Jane Campion que faz dela um personagem ainda hoje inesquecível
quando é nomeada pelas suas novas realizações, como neste filme em que o
pormenor, a descrição lenta e porfiada da caraterização dos personagens os
tornam reais, próximos de nós e convincentes nas atitudes que os vemos tomar na
interpretação da história que os suporta.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">A sinopse é suficientemente
descritiva sobre o enredo da história pelo que vou voltar-me para o
desenvolvimento dos personagens que é o que Jane Campion faz melhor, ao seu
ritmo lento, pormenorizado, detalhando as diferenças significativas de uma
história passada em Montana em 1925, em plena conquista do oeste americano,
mostrando-nos que nem só de tiros, índios e cowboys se faz um western. O
argumento foi baseado no romance com o mesmo nome, escrito em 1967</span> por <span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Thomas
Savage e o filme teve a sua estreia mundial no Festival Internacional de Cinema
de Veneza em setembro de 2021 que lhe conferiu o</span> <span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Leão de Prata de
Melhor Realização. O trabalho foi realizado na Nova Zelândia, numa zona
montanhosa do país mas que não se parece com o estado de Montana, todavia as
tomadas de vista panorâmicas, em jeito do que faria Terrence Malick, são
impressionantes e atestam bem a maestria da autora.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">As quatro personagens
mencionados na sinopse são-nos meticulosamente apresentadas, começando por Phil
(Benedict Cumberbatch), que se apresenta como um fazendeiro machista, duro,
naturalmente agressivo, que esconde uma homossexualidade latente, menosprezando
tudo e todos, bem como todas as atividades que não revelem a virilidade
inerente à sua necessidade de a mostrar, para ocultar a sua fraqueza profunda e
o seu segredo escondido entre ramos e folhas de árvores da floresta, onde
periodicamente se recolhe para solitariamente apreciar em revistas fotográficas
da época, corpos musculados de homens. Nesses momentos ele perde-se em
fantasias homoeróticas e lembranças do seu mentor Bronco Henry falecido há
cerca de 20 anos, de quem ele guardou um lenço que usa para se masturbar. Na
realidade ele é apenas um ser sofrido pela sua condição, não é intrinsecamente
mau, apenas sente necessidade de compensar a sua fraqueza com demonstrações
violentas. O seu irmão George</span> <span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Burbank (Jesse Plemons) tem o
comportamento oposto dele. É calmo, ponderado a falar com frases curtas e por
vezes insuficientes para concretizar uma ideia, e para a necessidade de
exuberância do seu irmão Phil, pelo que se torna o alvo das suas provocações, tratando-o
sistematicamente por “gordo”, escarnecendo das suas premissas e da sua falta de
apetência para a lidação com o gado. George tem estudos e outra visão da vida
de que não abdica, como a constituição de uma família com a viúva Rose Gordon
(Kirsten Dunst) dona do restaurante da cidade que o gere com a ajuda do seu
filho Peter (Kodi Smit-McPhee), de aparência esguia, delicado, aspirante a
médico, metido consigo e com os seus livros e com as suas habilidades manuais
de fazer arranjos de flores em papel colorido que se destinam à decoração das
mesas.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">É com estes quatro elementos
que Jane Campion desenvolve uma história de competição e confronto de
personalidades. Quando George e Rose depois de casados coabitam com Phil a casa
de família no rancho, Phil envolve-se em provocações psicológicas a Rose que
integra muita emoção no papel do seu personagem, mas a força está com Phil.
Peter por seu lado, observa, regista, mastiga as humilhações e com base na
religiosidade da sua formação folheia o Livro de Oração, lê os Salmos 22:20
“Livra a minha alma da espada minha querida, e do poder do cão”, reflete, e sorrindo
suavemente engendra um processo para castigar o pecador. Diabolicamente lindo,
muito bem interpretado é merecedor de ser visto com tempo para o desfrutar ao
longo dos seus 126 minutos. Recomendo sem reservas.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Em exibição em sala a partir
de 03 de Março <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Classificação: 7 numa escala
de 10<o:p></o:p></span></p><p>
</p>Artur Neveshttp://www.blogger.com/profile/07726227669596468807noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3430943861300622045.post-73643609944413519432022-02-25T22:31:00.000+00:002022-02-25T22:31:09.734+00:00Opinião – “Competição Oficial” de Mariano Cohn, Gastón Duprat<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEj2irslL3gkmGAiP1fXAyavn2VwAZqhcpJesPKPH2_2x6YApBrCK11dXyPNyRTNjJmnRVpGIP6ergTTMQUcolMCCTwNBcfbNRppCtUpOo5ZDjVF9yVWvOnwZHnK-W3Q4z6vp65yZosBCL8jywcxkgBEVkKJ8uzVu0YDnOP1YTJ7P-psnUVIHw0DnNOyag=s1153" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1153" data-original-width="800" height="348" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEj2irslL3gkmGAiP1fXAyavn2VwAZqhcpJesPKPH2_2x6YApBrCK11dXyPNyRTNjJmnRVpGIP6ergTTMQUcolMCCTwNBcfbNRppCtUpOo5ZDjVF9yVWvOnwZHnK-W3Q4z6vp65yZosBCL8jywcxkgBEVkKJ8uzVu0YDnOP1YTJ7P-psnUVIHw0DnNOyag=w251-h348" width="251" /></a></div><p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="color: #222222; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Sinopse<o:p></o:p></span></b></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Quando um empreendedor multimilionário decide
impulsivamente criar um filme icónico, ele exige os melhores e recruta a
conhecida realizadora Lola Cuevas (Penélope Cruz) para orquestrar a sua
ambiciosa proposta. A completar um elenco de estrelas são escolhidos dois
atores de enorme talento, e egos ainda mais colossais: o grande galã de
Hollywood Félix Rivero (Antonio Banderas) e o radical ator de teatro Iván
Torres (Oscar Martínez).<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Embora sejam lendários no ramo, os dois não são
propriamente grandes amigos. Sujeitos por Lola a uma série de testes cada vez
mais excêntricos, Félix e Iván têm de se confrontar não só um com o outro, como
também com os seus próprios legados. Qual deles restará quando a câmara começar
finalmente a filmar?<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Opinião
por Artur Neves<o:p></o:p></span></b></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Os realizadores Mariano
Cohn, Gastón Duprat têm como antecedente de referência um filme muito
interessante também interpretado por Oscar Martínez com o nome de “Cidadão
Exemplar” em que ele, um escritor de renome há muito tempo afastado voluntariamente
da sua terra natal na Argentina, propõe-se lá voltar depois de ser agraciado
com um prémio Nobel que distinguia a sua obra e, na sua opinião, o valorizava aos
olhos dos seus conhecidos na sua terra de origem.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Como pode pensar-se, as
coisas não se passam assim e tal como neste filme, em que dois nomes sonantes
da sétima arte são contratados para corporizarem o legado de um milionário farmacêutico
em empo de reflexão sobre a vida, eles preocupam-se antes em desenvolverem o
seu personagem melhor do que o outro, preocupando-se mais com a competição
entre si. que normalmente tende a não produzir destaque a uma das partes, do
que na canalização de esforços comuns para que o resultado, o filme, seja uma
obra-prima como o produtor pretende.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Para que tudo corra pelo
melhor o produtor não se escusa a esforços para contratar o melhor realizador
da época, Lola Cuevas (Penélope Cruz) que depois de conhecer a história e
integrar o tema na sua complexa e excêntrica maneira de ser e sensibilidade esotérica,
evidenciada nas suas esdruxulas posições de descontração e de meditação, sente
que precisa de se orientar pela busca da verdade e explorar as mais excitantes
possibilidades de ambos os atores convidados; Félix Rivero (António Banderas) e
Iván Torres (Oscar Martínez) para que eles possam dar o melhor de si e que por
ego, ou vaidade masculina, eles não pretendam ofuscar-se mutuamente. Para conseguir
isso, Lola submete-os aos mais duros ensaios, durantes as fases de preparação das
filmagens, de leitura dos textos, de composição das cenas como maneira de eles
esgotarem os seus impulsos primários e trabalharem coordenadamente.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Portanto a história deste
filme reporta-se á confrontação de dois colegas de profissão de forma satírica
e altamente competitiva tendo com pano de fundo a pretensão cínica do mecenato cultural
que mantenha para a história o bom nome do seu financiador. Em boa verdade, a Humberto
Suárez (José Luis Gómez) o mecenas bilionário, não lhe interessa o enredo do
filme de cujo livro em que é inspirado lhe custou elevada quantia e que ele nem
percebe bem. A sua preocupação real é aos 80 anos reconhecer que apesar de toda
a sua fortuna não deixa atrás de si algo de valor autêntico ou de utilização e consequências
duradouras.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">É pois um filme com um
sentido de humor indireto, baseado na sensibilidade estética do local dos ensaios
e nos pormenores de preparação das cenas e do guarda-roupa dos dois atores para
o qual foi utilizado um carinho especial para não prejudicar os personagens,
muito embora as suas cenas e os seus diálogos possam surgir como ridículos. </span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">“Competição
Oficial” é um filme diferente do comum onde tudo se passa antes do início das
filmagens e foi o Filme de Abertura do Festival de Cinema de San Sebastian e
foi ainda Seleção Oficial quer do Festival de Cinema de Veneza quer do Festival
de Cinema de Toronto. Contendo cenas “bem apanhadas”, um <i>twist</i> inesperado no final que não engana Lola Cuevas, define-se
como interessante e recomendável.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Tem estreia prevista em sala
dia 03 de Março<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Classificação: 6 numa escala
de 10<o:p></o:p></span></p><p>
</p>Artur Neveshttp://www.blogger.com/profile/07726227669596468807noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3430943861300622045.post-40947889173800624882022-02-24T19:59:00.001+00:002022-02-24T19:59:59.003+00:00Opinião – “Drive my Car” de Ryûsuke Hamaguchi<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjw6FOEgD9YOkYKGSXXtDBspp0EEH8-KDsME3o9QT6KzYhvfy4TKFy8i8ku8Fdcv-tlixKvRRu0KpRpjCaJm4h74WAlqyKkg-zhBKnwHRqNJ1DUq6gJ2aBwiOGGcWm8KRyT9eMHiV6yTP2luNQGJDV8YRSr9BKCu7lypkho9qM3Ehl-kC0WAE72l_ktTw=s1430" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1430" data-original-width="1000" height="343" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjw6FOEgD9YOkYKGSXXtDBspp0EEH8-KDsME3o9QT6KzYhvfy4TKFy8i8ku8Fdcv-tlixKvRRu0KpRpjCaJm4h74WAlqyKkg-zhBKnwHRqNJ1DUq6gJ2aBwiOGGcWm8KRyT9eMHiV6yTP2luNQGJDV8YRSr9BKCu7lypkho9qM3Ehl-kC0WAE72l_ktTw=w250-h343" width="250" /></a></div><p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="color: #222222; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Sinopse<o:p></o:p></span></b></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Dois anos após a morte de
sua esposa, Yusuke recebe uma oferta para dirigir uma produção de Uncle Vanya
num festival de teatro em Hiroshima. A produção designa Misaki, uma jovem
taciturna para conduzi-lo no seu amado Saab 900 vermelho.</span><span style="color: #222222; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"> À medida que a estreia da produção se aproxima, as tensões aumentam entre
o elenco e a equipe, principalmente entre Yusuke e Koji Takatsuki, um ator de
TV que compartilhava uma ligação indesejada com a falecida esposa de Yusuke.
Assim, este é forçado a confrontar verdades dolorosas levantadas do seu
passado, e começa – com a ajuda da sua motorista – a enfrentar os mistérios
assombrosos que sua esposa deixou para trás<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Opinião
por Artur Neves<o:p></o:p></span></b></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">O cinema Japonês ainda é
para alguns de nós uma fonte de surpresa decorrente da relativa ignorância que
temos acerca da sua filosofia de vida, da sua moral e dos seus costumes sempre
aparentemente reverenciais para com o outro. No caso presente, os seus 180 minutos
de duração pode constituir um fator dissuasor, que desde já aviso, não deve ser
tido em conta. Baseado num conto da coleção de Haruki Murakami; “Homens sem
Mulheres” sobre as barreiras e os segredos mais íntimos que existem entre
pessoas ligadas, esta história é multifacetada, progredindo em diversos
assuntos que se entretecem com muita coerência sem deixar pontas soltas, apesar
de nos surpreender logo desde as primeiras imagens com um fluxo de ideias que àquela
altura se apresenta como um mistério impenetrável, decorrente das escassas
informações que possuímos.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">A história brevemente
descrita na sinopse percorre um caminho de amor, perda, aceitação, paz e
redenção num novo amor, atravessando um mar de tristeza profunda que se move em
ritmo glacial (daí a sua extensa duração) e nos mostra comportamentos e
conceitos de alma como poucos filmes se atreveram a fazer. Todo o enredo gira
em torno da obra de Chekhov “ Tio Vanya” que envolve todos os personagens,
incluindo a defunta esposa Oto Kafuku (Reika Kirishima) de Kafuku (Hidetoshi
Nishijima) que criava histórias sempre que eles faziam sexo. Oto tinha esse
fetiche, até ao ponto de derivar sobre as falas da peça de Ghekhov durante o
ato e ler para gravar em cassete toda a peça, exceto as falas de Kafuku. Ele levava
e ouvia a peça quando viajava ao volante do Saab 9000 e completava os espaços
em branco milimetricamente deixados no suporte para a sua intervenção. Por outro
lado Kafuku não se sentia capaz de assumir o papel em público por não se sentir
ao nível de interpretar o papel do Tio Vanya que ele conhecia de cor ao longo
de toda a peça.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">O filme é dividido em
partes, sendo os primeiros 40 minutos a apresentação de Kafuku e dos mistérios
que envolvem o seu relacionamento com sua esposa. Ele é um ilustre diretor de
teatro em Tóquio dirigindo produções multilingues com dialetos do Japão e dos
países vizinhos e é convidado para dirigir em Hiroxima uma parceria nos mesmos
moldes da mesma peça de Chekhov que ele conhece como ninguém e que para ele tem
um significado ainda desconhecido decorrente dos mistérios construídos por Oto.
Ela produz estranhas ideias para história após o coito, narrando-as para ele no
período de recobro. Tudo isto acontece depois de ele a ter encontrado tendo um
caso com um ator, em sua própria casa, no regresso de uma viagem imprevistamente
adiada. Essa visão, essa confirmação da traição não lhe provoca qualquer reação
ou comentário, apenas o motiva para obter uma justificação para o seu
comportamento. No dia em que prometeram falar sobre assunto, ele ao chegar a
casa encontra-a morta no chão, vítima de um AVC.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Esse hiato criado na sua
mente, nas suas expectativas para encontrar uma razão, vai condicioná-lo no seu
trabalho em Hiroxima. Todos os dias ele é compelido a percorrer o seu estranho passado
com sua esposa na companhia de uma condutora ao volante do seu carro que a
produção do festival lhe impõe a presença por segurança e que por inerência vai-se
inteirando das suas mais profundas preocupações e revelando igualmente a sua
conturbada existência.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Este drama japonês vem colecionando
elogios da crítica e venceu três prémios no festival de Cannes 2022, incluído o
de melhor argumento adaptado, justificando-se plenamente o tempo utilizado por Hamaguchi
para nos introduzir numa problemática de suspensão do espírito quando somos
surpreendidos por um ato de todo inesperado. O tempo é necessário não só para
compreender os personagens, mas para que sintamos uma imagem do que cada um
deles sente no seu posicionamento da história que se insere na peça de Chekcov
e nos mistérios de Oto Kafuku. Recomendo vivamente, sem reservas…<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Tem estreia prevista em sala
dia 10 de Março<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Classificação: 8 numa escala
de 10<o:p></o:p></span></p><p>
</p>Artur Neveshttp://www.blogger.com/profile/07726227669596468807noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3430943861300622045.post-2785223301958743912022-02-18T18:55:00.000+00:002022-02-18T18:55:11.574+00:00Opinião – “Belfast” de Kenneth Branagh<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiE7YtTpyG3_ReGsk5gqPvgz1ZHjLN51AxhREuv6dy6TG34ZvP6JeCcp3M402seWGjDHITkxc8R8h-PjN8ZPUuuW-Mcd1rntHaCfMd8kLk4IJeyqcJ2aHJr90yzYptb8CAgBoK9aG62jC0x_Po_FAzwKhsToPmLw8q5YWmCx3rlk17_YPBLJ5ROVsKh4A=s1600" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1200" height="347" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiE7YtTpyG3_ReGsk5gqPvgz1ZHjLN51AxhREuv6dy6TG34ZvP6JeCcp3M402seWGjDHITkxc8R8h-PjN8ZPUuuW-Mcd1rntHaCfMd8kLk4IJeyqcJ2aHJr90yzYptb8CAgBoK9aG62jC0x_Po_FAzwKhsToPmLw8q5YWmCx3rlk17_YPBLJ5ROVsKh4A=w276-h347" width="276" /></a></div><p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span lang="EN-US" style="color: #222222; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: EN-US; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Sinopse<o:p></o:p></span></b></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: #222222; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Belfast narra a vida de uma família
protestante da Irlanda do Norte da classe trabalhadora da perspectiva de seu
filho de 9 anos, Buddy, durante os tumultuosos anos de 1960. O jovem Buddy
(Jude Hill) percorre a paisagem das lutas da classe trabalhadora, em meio de
mudanças culturais e violência extrema. Buddy sonha em um futuro melhor,
glamoroso, que vai tirá-lo dos problemas que enfrenta no momento, mas, enquanto
isso não acontece, ele se consola com o carismático Pa (Jamie Dornan) e a Ma
(Caitríona Balfe), junto com seus avós (Judie Dench e Ciarán Hins) que contam
histórias maravilhosas. Enquanto isso, a família luta para pagar suas dívidas
acumuladas. Pa sonha em emigrar para Sydney ou Vancouver, uma perspectiva que
Ma encontrou com aflição. No entanto, ela não pode mais negar a opção de deixar
Belfast à medida que o conflito piora e Pa recebe uma promoção e um acordo de
moradia na Inglaterra de seus empregadores.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Opinião
por Artur Neves<o:p></o:p></span></b></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Kenneth Branagh é natural de
Belfast, onde nasceu em Dezembro de 1960 pelo que seria expectável ter competência
para nos mostrar os duros anos da guerra “santa” na sua terra entre
protestantes e católicos se ele e a sua família não tivessem imigrado para o
sul de Inglaterra, para Londres quando ele tinha 9 anos para evitar os tumultos
que se vieram posteriormente a verificar. Ainda assim, isso poderia ser uma
vantagem, se a história que nos é contada reproduzisse com seriedade os vários
episódios de conflito entre as populações católicas e protestantes, atualmente
denominados “republicanos e legalistas” respetivamente, e nos apresentasse a
sua visão sobre as raízes do conflito mais importante denominado por “Troubles”,
que se manifestou desde 1960 até 1998, considerando que a história do filme
começa em 1969 quando as fações em confronto se designavam por “nacionalistas e
sindicalistas” sendo os protestantes os mais aguerridos e mais adeptos da ideia
de “sindicato” que despontava na época.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Mas nada disso se verifica, Branagh
opta por nos contar um drama com laivos autobiográficos centrado no ponto de
vista obviamente distorcido de Buddy (Jude Hill), uma criança irlandesa de uma
família protestante que vive num bairro católico com os seus pais e avós tal
como descrito na sinopse, estabelece os seus contactos na escola e na rua sem ligar
de perto ás tendências dos seus colegas, muito particularmente à católica
colega de classe Catherine (Olive Tennant), inteligente e delicada que lhe
motiva todas as atenções e preferências da sua puberdade em formação.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Adicionalmente a isto Kenneth
Branagh começou a sua vida artística pelo teatro clássico e começou a ser
notado no cinema num filme baseado na adaptação feita por ele, de uma peça de William
Shakespeare; “Muito Barulho para Nada” de 1993, tendo continuado em todos os
filmes em que se empenhou a fundo a tentar fazer a junção do teatro ao cinema
sem considerar que ambas as artes têm uma linguagem próprias e vinculadamente
diferentes. Em ambas as artes representa-se, sim, mas de maneira diferente. Aliás,
refira-se ainda que as suas incursões pelos contos de Agatha Christie adaptados
por ele para o cinema; “Um Crime no Expresso do Oriente” de 2017 e o recente “Morte
no Nilo” de 2020 atualmente em exibição, em que ele usurpa o papel de Hercule Poirot,
documenta a maneira prática de destruir a mística de um conto policial teatralizando-o
de forma despudorada.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Posto isto, não percebo como
uma história com tantas vítimas que durante tanto tempo deixou marcas
indeléveis na cultura e na sociedade inglesa, possa ter obtido tantas nomeações
para ser um dos candidatos aos Óscares de 2022 e ficar ao lado de por exemplo; “O
Poder do Cão” uma história poderosa já apreciada neste blogue. Assim sendo e
para continuar a falar do filme em si, posso dizer que o nosso herói Buddy (Kenneth
Branagh, criança) mora num bairro “misto” e fica admirado com a ocorrência de
um motim organizado por protestantes, que ele conhece, são seus amigos e regateiam
a sua colaboração na pilhagem de um supermercado de bairro. Ele só tem
interesse por futebol e histórias de quadradinhos, e fica muito impressionado
quando é convidado a servir-se sem pagar nos despojos de uma loja arrombada
durante um motim. Em casa os pais preocupam-se com a sua falta de dinheiro e a
nostalgia da história é usada para evitar a contextualização dos problemas que
justificam aquele conflito de 30 anos, de caris fundamentalmente social, e que
no filme se resume a um vago problema de “religião violenta”.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Depois de uma primeira
tomada de vistas por um drone sobre a Belfast atual, o filme desenvolve-se a preto
e branco na rua onde mora Buddy fixando a ação às “quatro paredes” do “palco” formadas
pela rua e pelas transversais acima e em baixo onde os motins, filmados de
perto, retiram boa parte da tensão que deve ter sido viver num sítio daqueles. Aqueles
conflitos tiveram contornos de limpeza étnica, mas o filme transforma-os em
sentimental e nostálgico, seguindo Buddy para a escola a e para a igreja ou
Buddy assistindo ao “Star Trek” na televisão manipulando a dureza daqueles
tempos que dividiram e continuam a separar o Reino Unido, mesmo após a solução
de Boris Johnson para a concretização do Brexit.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Nada do que é mostrado nesta
história nos acrescenta algo ao que aconteceu em Belfast nos anos duros da
guerra, que Kenneth Branagh transforma num conto pessoal de agradecimento com
tons de rosa à cidade, aos amigos e aos pais. Serve para ele, para mim fica
muito aquém das expectativas.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Tem estreia prevista em sala
dia 24 de fevereiro<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Classificação: 4 numa escala
de 10<o:p></o:p></span></p><p>
</p>Artur Neveshttp://www.blogger.com/profile/07726227669596468807noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3430943861300622045.post-62678441291415283982022-02-16T18:19:00.000+00:002022-02-16T18:19:31.551+00:00Opinião – “Uncharted” de Ruben Fleischer<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEi9LmSoeWRbLVs2Ti6DV_npOgd4XGVY0TytVf2E2fIpngZzDjaBdUmsEEqhhdrI8bnEM3iBtj6NUz1SIaE0rdt6UcW7xomag93e1GHLeYLaxluoTURejcjWDxmmIVukoo0OwOYybK0-MAw03r6oqGDxk70pSv3jbH1i3d6A0359FvW8wYo0nuxjIZySEQ=s1500" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1500" data-original-width="1012" height="351" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEi9LmSoeWRbLVs2Ti6DV_npOgd4XGVY0TytVf2E2fIpngZzDjaBdUmsEEqhhdrI8bnEM3iBtj6NUz1SIaE0rdt6UcW7xomag93e1GHLeYLaxluoTURejcjWDxmmIVukoo0OwOYybK0-MAw03r6oqGDxk70pSv3jbH1i3d6A0359FvW8wYo0nuxjIZySEQ=w248-h351" width="248" /></a></div><br /> <b style="text-align: justify;"><span style="color: #222222; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Sinopse</span></b><p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: #222222; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">O perspicaz Nathan Drake (Tom Holland) é
recrutado pelo experiente caçador de tesouros Victor “Sully” Sullivan (Mark
Wahlberg) para recuperar a fortuna arrecadada por Fernão de Magalhães e perdida
há 500 anos pela Casa de Moncada. O que começa como um golpe, rapidamente se
torna numa corrida pelo mundo para encontrar este tesouro antes do implacável
Santiago Moncada (Antonio Banderas), que acredita que ele e a sua família são
os seus legítimos herdeiros. Se Nate e Sully conseguirem decifrar as pistas e
resolver um dos mais antigos mistérios do mundo, irão alcançar o tesouro de 5
mil milhões e talvez até o irmão desaparecido de Nate... isto se aprenderem a
trabalhar em equipa.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Opinião
por Artur Neves<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">A história que suporta o
filme é um argumento de videojogo, no qual os personagens têm todos os
movimentos previstos e o espectador não pode intervir além de olhar, olhar e
continuar a olhar para uma ação que se desenvolve em frente dos seus olhos,
revelando os segredos que ocultam o desfecho final que facilmente se antecipa
sem muita surpresa. Por outro lado não tem novidade. As armadilhas e os
alçapões pensados e criados não foram objeto de um rasgo visionário de um
argumentista em ascensão mas antes a repetição com algumas variantes de
situações já vistas, recicladas, reinterpretadas que conduzem sempre à mesma
solução e ao mesmo final estafado do bem que vence o mal, glória aos heróis e castigo
aos vilões.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Quando se começa a ver
recordamos algo semelhante de outras épocas, como “Os Salteadores da Arca
Perdida” e as suas sequelas, porque na essência a história remete-nos para essa
mirífica idade em que um professor de História de uma faculdade, despia o fato
da cátedra envergava a pele do explorador científico e partia para outras
paragens em busca do Santo Graal da cultura que haveria de certificar a sua
tese debatida em plenário. Claro que era uma história, mas a sua devoção ao
resultado era mais séria e tanto as motivações como as atitudes estavam
impregnadas duma dignidade que neste “Uncharted” não paira por qualquer das cenas.
Claro que no outro era tudo falso, a fingir, mas neste a justificação são
somente a ganancia e a ideia de poder que se esboroa no tempo.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Este “Uncharted” possui uma
história muito acessível, logo ao nível dos <i>videogames</i>
e uma dinâmica bem humorada que todavia não são suficientes para transformarem
em homem o personagem criança crescida Nathan Drake (Tom Holland), <i>bar tender</i> de profissão em Nova Yorque
que abandona as sua atividades quando desafiado por Victor Sullivan (Mark
Wahlberg) para procurar o ouro perdido na viagem de Fernão de Magalhães no
século XVI, que constitui igualmente o projeto de Santiago Moncada (Antonio
Banderas) só que com mais meios e dinheiro contrata mercenários para lhe
fazerem o trabalho que serão os principais vilões contra quem Nathan e Sulli têm
de se confrontar em toda a demanda pelos locais menos comuns, que as pistas
indiciam. Porém, ainda existe mais um personagem Chloe Frazer (Sofia Ali), que
de acordo com as circunstâncias, joga para ambos os lados em todas as situações
construídas por Ruben Fleischer e sua equipa, que apesar da multiplicidade de
confrontos cruzados não confere ao filme um “sabor” que o caraterize. O que é
pena, porque em algumas sequências mais arrojadas sente-se que foram construídas
com imaginação, todavia a brevidade da sua duração e a sua imediata superação
tornam-nas vulgares e supérfluas.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">No seu conjunto a história
explora uma tradição de aventuras perversas, com uma equipa de heróis que desconfiam
todos uns dos outros para conferir à aventura um cariz de imprevisibilidade em
todas as pistas encontradas por Nathan, o mais bonzinho de todos, Sulli, o mais
sarcástico, e Chloe que conhece e não confia em Sulli e que por isso duvida de
Nathan. Não há química entre eles e do lado dos vilões só Jo Braddock (Tati
Gabrielle) contratada pelo implacável Moncada se fixa no nosso olhar pelo
irrealismo de algumas ações. Bem sabemos que os filmes de aventuras há muito
tempo abandonaram as leis da física mas uma série de paletes carregadas a saírem
amarradas de um DC10, em pleno voo, como mostra o <i>poster</i> do filme, parece imediatamente impossível, porém constitui um
exemplo da prodigiosa imaginação dos efeitos especiais e faz-nos pensar nas
possibilidades que sobram para os personagens. É uma aventura total e o que
mais interessa é a pura fruição das sequências arrojadas, se não é este o seu objetivo
caro leitor, então este filme não é para si.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Tem estreia prevista em sala
dia 17 de fevereiro<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Classificação: 5 numa escala
de 10<o:p></o:p></span></p>Artur Neveshttp://www.blogger.com/profile/07726227669596468807noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3430943861300622045.post-36112250870885955982022-02-15T18:45:00.000+00:002022-02-15T18:45:37.475+00:00Opinião – “Cyrano” de Joe Wright<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEitQOyFSv06Fra7yQMECSMg_4DzEbBPiwKaqKd1WVFFmCdZx1br4-VkmSp6fmg1kEn59KWFTuoOItaZkV6taTWIH8ZSLuyAhDAYHFjQJJ0qFsjsxyo1THQYWV9nG1DnGj2Y1aKgQnVdKznToUz6XWupUz7V3YQtCOsiYfVKZs8lx_CPt8CWrJ3WzclJJg=s1034" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1034" data-original-width="700" height="347" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEitQOyFSv06Fra7yQMECSMg_4DzEbBPiwKaqKd1WVFFmCdZx1br4-VkmSp6fmg1kEn59KWFTuoOItaZkV6taTWIH8ZSLuyAhDAYHFjQJJ0qFsjsxyo1THQYWV9nG1DnGj2Y1aKgQnVdKznToUz6XWupUz7V3YQtCOsiYfVKZs8lx_CPt8CWrJ3WzclJJg=w250-h347" width="250" /></a></div><p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="color: #222222; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Sinopse<o:p></o:p></span></b></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: #222222; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Em Cyrano, o premiado realizador Joe
Wright envolve os espectadores numa harmonia de emoções, música, romance e
beleza, reinventando esta intemporal história sobre um comovente triângulo
amoroso. Um homem à frente do seu tempo, Cyrano de Bergerac (interpretado por
Peter Dinklage) deslumbra tanto com os seus ferozes jogos de palavras em
disputas verbais, como com a sua esgrima formidável em duelos. Mas, convencido
de que a sua aparência o torna indigno do amor de uma fiel amiga – a
resplandecente Roxanne (Haley Bennett) – Cyrano não lhe declara os seus
sentimentos e Roxanne apaixona-se à primeira vista por Christian (Kelvin
Harrison, Jr.).<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Opinião
por Artur Neves<o:p></o:p></span></b></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">“Cyrano” é mais uma versão
para cinema da peça de teatro feita em 1897 pelo poeta e dramaturgo francês Edmond
Rostand, inspirado na vida real de Cyrano de Bergerac, um homem que viveu em
1600, impetuoso nos duelos de espada, com dotes linguísticos e de escrita e
também um verdadeiro artista musical, provido de um nariz demasiado proeminente
que o desclassificava aos seus próprios olhos de ser merecedor do amor por uma
prima distante, Roxane, que ele amava em silêncio. Deixo aqui já um aviso que
se trata de um filme musical, nem sempre do agrado do público cinéfilo.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">A argumentista Erica Schmidt
pegou na peça original e reinventou-a alterando a caraterística identitária de
Cyrano de forma a poder servir para um novo personagem interpretado pelo seu
marido Peter Dinklage, bem conhecido do grande público e com talento
reconhecido na série da HBO “A Guerra dos Tronos” (2011 a 2019), transformando-a
num conto sobre um afeto profundo vivido em segredo e não correspondido, mais
ao jeito das histórias de amantes infelizes que pululam na obra de Shakespeare.
Assim este filme é mais uma adaptação de Hollywood aos contos clássicos que
pela ousadia da sua transformação literária e pela mão de Joe Wright consegue
alcançar um resultado híbrido entre o clássico de amor e os filmes de capa e
espada.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Relembro que as obras
anteriores mais notórias de Joe Wright, como “Orgulho e Preconceito” de 2005 ou
“Expiação” de 2007 eram histórias sensuais, com desenvolvimentos ricos em
detalhes íntimos, que neste seu “Cyrano” só podemos sentir por uma expressão de
vontade, considerando que a profusa banda sonora de Bryce e Aaron Dessner (The
National) consegue interromper a demonstração sentimental dos personagens. As
peças que mais se destacam são uma música rock durante a intervenção do vilão e
uma balada triste ao piano que enquadram os lamentos secretos de Cyrano mas de
difícil recordação após o contexto em que a ouvimos. Por outro lado, sempre que
assistimos a uma narrativa entre quaisquer personagens, logo o diálogo é
substituído por música a que se segue outra, assumindo-se com todos os defeitos
e vantagens dos filmes musicais.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Decorrente da experiencia de
Dinklage o argumento permite-lhe muitas hipóteses de usar o seu pendor cómico,
bem como exibir a sua tristeza de rigidez de rosto enquanto as lágrimas lhe caem
dos olhos quando Roxane lhe revela que está apaixonada por outra pessoa. Ele
nem pestaneja e congela a expressão tornando-a numa máscara destroçada de
tragédia. Roxane, pelo seu lado exibe uma visível energia emotiva para
equilibrar o desempenho de Cyrano, constituindo com ele o par mais desligado do
romance.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">É admirável a ideia destas
pessoas em recriar uma nova versão de “Cyrano de Bergerac” que se distinga das
suas congéneres, sem nariz e com outras caraterísticas que valorizam este
personagem pouco conhecido, despindo-o de grandes tiradas teatrais e
substituindo-as por um naturalismo adequado à modéstia das melodias, todavia
isso não consegue ultrapassar que o amor central da peça, apesar de muito
cantado por todos, se cinge a uma amizade forçada mal enquadrada no que deveria
ser um conto de fadas. Vale o propósito, perde-se o resultado.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Tem estreia prevista em sala
dia 24 de fevereiro<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Classificação: 5 numa escala
de 10<o:p></o:p></span></p><p>
</p>Artur Neveshttp://www.blogger.com/profile/07726227669596468807noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3430943861300622045.post-49770261786335687762022-02-10T15:52:00.000+00:002022-02-10T15:52:05.028+00:00Opinião – “O Bando de Ned Kelly” de Justin Kurzel<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEij5D-Dpt398E8_5-r7vxp6dXb9roazZU5X9EY-lnp7XF8FrW3ntR65NKMbSGaLdf33pZQSmGly-4BaCNtaApbxXBzY4HdD0eXhWshFRqcXaDIif8KFYbLk7jC_osIHCkJl_mnt7Wsw5K-MIE512qS_VZlXAShh1anrkMe2whmmz_PEPYxarFl2nTRK_w=s1280" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1280" data-original-width="902" height="353" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEij5D-Dpt398E8_5-r7vxp6dXb9roazZU5X9EY-lnp7XF8FrW3ntR65NKMbSGaLdf33pZQSmGly-4BaCNtaApbxXBzY4HdD0eXhWshFRqcXaDIif8KFYbLk7jC_osIHCkJl_mnt7Wsw5K-MIE512qS_VZlXAShh1anrkMe2whmmz_PEPYxarFl2nTRK_w=w267-h353" width="267" /></a></div><p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="color: #222222; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Sinopse<o:p></o:p></span></b></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: #222222; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">"O Bando de Ned Kelly" é a
história verdadeira do fora de lei australiano mais famoso de sempre e da sua
trágica queda à revolta que o levou às trevas. Um relato dos anos mais jovens
da vida de Ned e o tempo que antecedeu à sua morte em que o filme explora os
limites confusos entre o bom e o mau, e as motivações para a morte do seu herói
que recrutou um exército e planeou uma rebelião lendária para libertar a sua
mãe. Juventude e tragédia colidem no bando de Ned Kelly e na essência desta
história está um amor fragmentado e poderoso entre uma mãe e um filho.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Opinião
por Artur Neves<o:p></o:p></span></b></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: #222222; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Este filme é uma viagem à inocência de
um menino que não queria nada para além de proteger e manter as necessidades de
subsistência fundamentais à sua família, no início da colonização da Austrália no
século XIX, pelos povos anglo-saxónicos de Inglaterra e da Irlanda com base no
romance premiado com o Booker Prize, de Peter Carey, nascido na austrália em
1943 e atualmente a viver em Nova Iorque.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Ned Kelly (nascido em dezembrode1854 e falecido em 11 de novembro de 1880) é hoje ainda um herói ambíguo da
cultura australiana, uns abominam a sua memória e as suas façanhas criminosas,
outros consideram-no carinhosamente como o Robin Hood da Austrália,
profusamente difundido e considerado um dos símbolos nacionais mais conhecidos.
O realizador Justin Kurzel logo nas primeiras imagens do filme avisa-nos de
que; “nada que o público verá em seguida é verdade” para manter a sua liberdade
de trabalhar a lenda da forma que bem entender e para permitir a quem assiste
tirar as suas próprias conclusões através do que nos apresenta, muitas vezes no
limite do real e da sanidade, considerando que através dos tempos o misticismo
que envolve Ned Nkelly tem crescido e adensado, ao ponto de só em 20 de Janeiro de
2013, os parentes atuais de kelly enterraram os seus restos mortais no
cemitério de Greta, perto da sepultura da sua mãe, depois de múltiplas
investigações arqueológicas sobre a localização do cadáver, após a execução da
condenação à morte por enforcamento na prisão, que o vitimou.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">A história começa com kelly
(George MacKay) ainda menino, (Orlando Schwerdt) numa casa pobre e despojada de
comodidades, matando animais e protegendo a mãe, Ellen Kelly (Essie Davis) e os
seus irmãos, como insurgindo-se contra a presença constante do sargento O'Neill
(Charlie Hunnam) quando espiava as atividades da mãe recebendo-o clandestinamente
para obtenção de proventos em dinheiro. A miséria era muita, com a morte do pai
ele assume definitivamente a família, e a mãe para o preparar e obter algum
dinheiro, vende-o a Harry Power (Russell Crowe, já algo afastado das grandes
produções que o notabilizaram), na época um foragido perigoso já amplamente
referenciado pela polícia, com o intuito de o ensinar nas duras leis da vida e
providenciar uma visão mais abrangente da realidade que lhe permitisse ocupar
as novas funções de chefe de família.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Esta infância difícil vem a
transformá-lo na idade adulta no assassino que a lenda lhe atribui. A certa
altura quando um polícia que se relacionava com ele, Constable Fitzpatrick (Nicholas
Hoult) ameaça a vida de um bebé e ele enfrenta-o empunhando uma arma
diretamente à sua cara, Fitzpatrick despreza-o dizendo que ele não é um homem, mas sim continua o mesmo menino, embora mais crescido e com ambições que não
pode alcançar. É esta ambiguidade narrativa que o realizador imprime à história
que a transforma num filme dinâmico e criativo no sentido visual, seja na
preparação do seu exército que se desfaz no exato momento de agir, como no
planeamento da ação que é revelada ao inimigo por um prisioneiro, como
envergando uma armadura de metal moldado para o proteger das balas da força
policial que o captura, depois de uma sangrenta luta em que ele sabe não ter
possibilidade de vencer.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">O filme é maioritariamente
rodado em ambiente noturno, com uma suficiente dosagem de momentos épicos,
enquadrados por uma banda sonora bem conseguida e suficientemente capaz de
transmitir emoção e realismo a uma violência de dimensão louca que transforma
heróis em vilões conseguindo transmutar o personagem entre ambas as facetas e
consagrando-lhe a humanidade que o símbolo possui hoje. É interessante, merece
ser visto.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Tem estreia prevista em sala
dia 17 de fevereiro<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Classificação: 6 numa escala
de 10<o:p></o:p></span></p><p>
</p>Artur Neveshttp://www.blogger.com/profile/07726227669596468807noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3430943861300622045.post-79097807822592837182022-02-05T18:34:00.006+00:002022-02-05T18:34:40.807+00:00Opinião – “A Pior Pessoa do Mundo” de Joachim Trier<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgU3lJQHSgaF_Katj4A0kkzyhXx99YmQhJEnltqY9F8VCzn_9tTNlU6T2mRL3TPJbSkewTztOJrq6xyBQgdOPr5NTtbA9_5u7sryrxlTOZ8XoE448l3rnGRMSs7aa-snvgqm2mWbhxi-8UY74OtktaiU25szZymc_gZvoL5il-d98NGP7B5YiACin7WJg=s1497" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1497" data-original-width="1123" height="348" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgU3lJQHSgaF_Katj4A0kkzyhXx99YmQhJEnltqY9F8VCzn_9tTNlU6T2mRL3TPJbSkewTztOJrq6xyBQgdOPr5NTtbA9_5u7sryrxlTOZ8XoE448l3rnGRMSs7aa-snvgqm2mWbhxi-8UY74OtktaiU25szZymc_gZvoL5il-d98NGP7B5YiACin7WJg=w271-h348" width="271" /></a></div><p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="color: #222222; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Sinopse<o:p></o:p></span></b></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: #222222; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Julie (Renate Reinsve), é uma animada
jovem de 30 anos que tem tudo a seu favor. Mas também está a experimentar um
desencanto crescente com um namoro sério de longa data com Aksel (Anders Danielsen
Lie). Perdida, Julie vagueia sem rumo pela cidade numa bela noite de verão e
silenciosamente invade uma festa de casamento em pleno andamento. Encontrando
Eivind (Herbert Nordrum), começam a flertar de maneiras engraçadas e
embriagadas. Mas os bons tempos começam a minguar e com o passar do tempo e das
ocasiões, vem uma sensação de oportunidades perdidas e erros, resultando numa
potente melancolia.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Opinião
por Artur Neves<o:p></o:p></span></b></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Desta vez o título português
respeitou em absoluto o título original apenas traduzindo-o e pode induzir o
espectador que se trata de pessoas más, sem carater, ou semelhante. Nada mais
errado porque todos os protagonistas são pessoas normais, que cometem erros,
têm sentimentos e são bastante empáticos ao ponto de ser fácil simpatizarmos
com eles.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">A história mergulha no
pormenor da auto consciencialização como pessoa e na dolorosa transição para a
idade adulta no final da adolescência ou pelo menos numa altura em que os “vapores”
dessa idade ainda não se esbateram totalmente e julgamos poder continuar a
sentir a sua bonomia quando a vida nos mostra as opções e motiva-nos fazer
escolhas para as quais nem sempre teremos as ferramentas necessárias, ou simplesmente
não as queiramos ainda utilizar para prolongar o momento.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Julie (Renate Reinsve) é
inteligente, estuda medicina mas a matéria não a prende como ela pensava e
vagueia espiritualmente nas aulas pensando que isso é o cérebro a
recomendar-lhe para se dedicar à psicologia e aos problemas do espírito em vez dos
do corpo. Tenta essa vertente mas depressa sente que prefere fixar as situações
e as pessoas nelas e dedica-se à fotografia, que igualmente não lhe trás a
compensação esperada. Ela está perto dos 30 anos e a sua insegurança mergulha-a
numa crise de autocomiseração levantando questões identitárias sobre qual será a
sua missão, qual o seu objetivo, que fins pretende alcançar. Como pode
pensar-se este é um tema rebuscado e a abordagem do argumento de Joachim Trier (o
realizador) e Eskil Vogt, leva-nos mais longe na apreciação de pormenores
íntimos nas relações, com surpresa e humor.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Julie na sua busca de si
estabelece uma relação com Aksel (Anders Danielsen) 10 anos mais velho que ela,
racional e analítico que a apoia e acompanha nas suas dúvidas. Porém, isso
fá-la sentir que ele é de outro mundo e que as certezas dele não são as
respostas para as suas dúvidas, ela é mais volátil e procura uma relação mais
leve com Eivind (Herbert Nordrum) um estranho que ela encontra numa festa de casamento
com que se cruzou na rua quando deambulava nas suas reflexões existenciais. Eivind
é diferente de Aksel e com ele, ela consegue um envolvimento interessante,
respeitador e a roçar o realismo mágico da “não traição”. O envolvimento é
superficial, efémero e apresenta características que nos encantam e divertem,
todavia deixa marcas indeléveis no espírito de Julie ao ponto do seu “não caso”
a fazer comparar as duas relações e a concluir que sem serem melhores ou piores
entre si são distintas nos relacionamentos que conseguem estabelecer.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">A história é filmada por
vezes de câmara na mão, mas sempre bela, introduzindo um lirismos que se
aprecia pela representação da neurose urbana de Oslo e que se evidencia numa
das decisões de Julie em que ela corre ao encontro de Eivind pelas ruas num
quotidiano vulgar, mas em que tudo pára, congelado nas suas posições, enquanto
ela oscila entre as suas preferências (fotografia do poster). O diretor de
fotografia Kasper Tuxen, já foi distinguido com o prémio da Melhor Imagem no Festival
Internacional de Cinema de Chicago mostrando-nos que o olhar e a representação das
cenas estão em harmonia com o realismo mágico sem nunca entrarem em conflito
entre si.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Joachim Trier é um parente
afastado do dinamarquês Lars von Trier, mas as influencias entre os dois
fazem-se sentir neste filme, embora por motivos muito diferentes. “A Pior
Pessoa do Mundo” é o completar de uma trilogia iniciada com “Reprise” em 2006,
sobre uma relação entre dois amigos profissionalmente competitivos e “Oslo, 31
de Agosto” em 2011, sobre um dia na vida de um jovem viciado em drogas mas em
recuperação que recebe contactos indesejáveis para o seu tratamento. Da trilogia
prefiro o presente filme, não só pela subtileza do tema como pela abordagem
encetada sem culpa nem castigo. Recomendo vivamente.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Tem estreia prevista em sala
dia 10 de Fevereiro<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Classificação: 8 numa escala
de 10<o:p></o:p></span></p><p>
</p>Artur Neveshttp://www.blogger.com/profile/07726227669596468807noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3430943861300622045.post-13193356415546708602022-02-03T19:52:00.005+00:002022-02-03T19:52:33.035+00:00Opinião – “Moonfall” de Roland Emmerich<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjvifa4mv7CTcdBzHY5EvePrXMMeFUMSwftZw0BZa0pcP8NqmkowMHXV7Hy9dqdX_G1Ohe5HlprbYHOi2_aIMP3oJLeCphsSCaX5bGefHy8ZiQGwCTUHp13XxSDrsfQlnLT_JhcLQOVvPDA85iYG-QT48Ir_ZuD0MuWU4SkpxwwKro06Fb0c0BjAw_q1w=s4482" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="4482" data-original-width="3158" height="348" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjvifa4mv7CTcdBzHY5EvePrXMMeFUMSwftZw0BZa0pcP8NqmkowMHXV7Hy9dqdX_G1Ohe5HlprbYHOi2_aIMP3oJLeCphsSCaX5bGefHy8ZiQGwCTUHp13XxSDrsfQlnLT_JhcLQOVvPDA85iYG-QT48Ir_ZuD0MuWU4SkpxwwKro06Fb0c0BjAw_q1w=w259-h348" width="259" /></a></div><p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="color: #222222; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Sinopse<o:p></o:p></span></b></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: #222222; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Em Moonfall, por motivos desconhecidos,
a Lua sai de sua órbita e passa a se deslocar em direção à Terra, podendo
causar uma colisão em breve. A ex-astrounauta da NASA, Jo Fowler (Halle Berry),
acha que pode resolver essa situação e impedir que o impacto aconteça, mas
apenas um de seus colegas (Patrick Wilson) acredita nela. Em situação de
emergência, um grupo de cientistas não especializados no assunto aceita a
missão de ir até a Lua e impedir a colisão antes que a vida humana seja
extinta. Mas ao chegarem lá, eles percebem que a Lua não é exatamente a pedra
gigante orbitando a Terra que acharam que era. Com o mundo à beira da
aniquilação, Jo Fowler precisará unir forças a um homem de seu passado e um
teórico da conspiração para uma missão impossível no espaço, e salvar a
humanidade.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Opinião
por Artur Neves<o:p></o:p></span></b></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Este realizador está-se
esforçando por fazer o pior filme do mundo e com esta recente obra “Moonfall”,
parece-me que está bem perto disso. Roland Emmerich é o realizador de
“Independence Day” tanto a versão de 1996 como a de 2016, bem como a destruição
da humanidade profetizada para “2012”, feita em 2009, gerindo uma sequência de
filmes catástrofe e com isso pondo-se a jeito para encabeçar produções
semelhantes que combinam o desastre e a eliminação total da espécie humana, entremeada
com melodrama fácil do filho pequeno sem pai que perde a mãe ficando na
desgraça, até que o pai aparece e compõe as coisas com aquela ou com outra mãe,
porque o que é necessário são beijinhos e abracinhos no momento certo, o mais próximo
do desastre completo…em que “Moonfall” é o exemplo acabado da xaropada de
ficção científica, recheada de efeitos especiais espalhados a esmo no meio de
um argumento recheado de rodriguinhos emocionais a forçarem a lágrima ao canto
do olho.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">A história de “Moonfall”
começa em 2011 quando Brian Harper (Patrick Wilson) está a reparar um satélite
no espaço e é subitamente literalmente envolvido por um enxame de objetos que
ele não sabe identificar. O seu colega de trabalho morre, ele volta para a nave
mãe onde Jo Fowler (Halle Berry) a chefe da missão está inanimada e desconhece
totalmente o que aconteceu. Ele consegue trazer a nave para a terra mas ninguém
acredita no seu relato, Jo não pode confirmar, e Brian é despedido e acusado
pela morte do seu colega. São desgraças demais para um homem só e isso faz
falhar o casamento, perder a casa e abandonar o filho que ele só vem a
encontrar vários anos depois através de uma perseguição rodoviária quando este
é apanhado por posse de droga. Nada melhora é tudo sempre a piorar.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Nos USA há gente para tudo,
até para ser cientista nas horas de descanso do trabalho no <i>fast food</i> e é assim que KC Houseman (John
Bradley) observa que a lua está a sair da sua órbita e apesar de introduzir um
“Dr” antes do nome ninguém o quer ouvir na NASA a quem ele recorre para
participar a sua descoberta. É mais uma frustração para acumular com uma vida
não reconhecida e para potenciar o consumo de calorias e hidratos de carbono.
Nesta altura Jo já ocupa um cargo de responsabilidade na NASA e ao ler os
relatórios da sua equipa de observação sobre o desvio da orbita lunar,
lembra-se do que o Dr KC lhe disse, chama Brian que já está de volta ao trabalho
que perdeu em 2011 e ficam assim criadas as condições para aquela improvável
equipa ter o ensejo de salvar a terra da destruição total.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">A continuação do argumento
não melhora a partir daqui, pelo contrário, são múltiplas e muito criativas as
razões evocadas para o desvio da órbita lunar. Claro que quanto mais criativas
são, mais ousados e complexos são os efeitos que nos querem fazer crer das
razões de tamanho desastre, mas também mais absurdos, mais superficiais,
volúveis e inconsistentes são as respostas que nos mostram, fundamentadas na
mais confiável ciência aparecida através do estalar dos dedos e dos “cálculos”
de cabeça feitos á pressa e em plena ação de voo para justificar o próximo
passo mais abstruso que o anterior. <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Depois caro leitor, a curiosa
observação que registei é que nem a imagem em IMAX nem o som em Dolby Atmos
salvam a “onça” da história, que de desastre em desastre se torna confrangedor
ver o próximo desastre com tanto realismo e tanto som em múltiplas direções por
toda a sala. É uma distração de grande orçamento mas completamente falhada de
ideias, de aventura, para experimentar ver o se seria se assim fosse. Estão lá
todas as razões para justificarem a ação espetacular e os “rodriguinhos” nos
personagens, mas conjugados num absurdo total, absurdamente absurdo… É uma
pena!...<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Tem estreia prevista em sala
dia 03 de Fevereiro<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Classificação: 3 numa escala
de 10<o:p></o:p></span></p><p>
</p>Artur Neveshttp://www.blogger.com/profile/07726227669596468807noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3430943861300622045.post-9702118734884105902022-01-28T19:09:00.004+00:002022-01-28T19:09:17.742+00:00Opinião – “A Filha Perdida” de Maggie Gyllenhaal<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiQbjRRqeyMFRMXbmJr5qqNZbc1ALVXX95__nXwG3tsPH51UO3A2Z-qm5goQZKr8lrNSlVBCeVOcnbAx1SjudpkfeWK-_Us99Zv4YiykBmXwXcRnMWj2l0S--MZ62LnhK5SdLTDbzblU-sh36LEd6YIm07L0o44rp1Fd8plcUySG70vwYbL910nzQSeWg=s1589" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1589" data-original-width="1122" height="346" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiQbjRRqeyMFRMXbmJr5qqNZbc1ALVXX95__nXwG3tsPH51UO3A2Z-qm5goQZKr8lrNSlVBCeVOcnbAx1SjudpkfeWK-_Us99Zv4YiykBmXwXcRnMWj2l0S--MZ62LnhK5SdLTDbzblU-sh36LEd6YIm07L0o44rp1Fd8plcUySG70vwYbL910nzQSeWg=w262-h346" width="262" /></a></div><p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="color: #222222; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Sinopse<o:p></o:p></span></b></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: #222222; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Sozinha numas férias à beira-mar, Leda
(Olivia Colman) fica obcecada com uma jovem mãe e a sua filha ao observá-las na
praia. Enervada com a relação cúmplice entre as duas (e a sua família numerosa,
barulhenta e ameaçadora), Leda é dominada pelas suas próprias memórias do
terror, confusão e intensidade da maternidade precoce. Um ato impulsivo atira
Leda para um mundo estranho e sinistro da sua própria mente onde é obrigada a
enfrentar as escolhas inconvencionais que fez enquanto jovem mãe e as suas
consequências.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="color: #222222; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Esta é a estreia de Maggie Gyllenhaal
enquanto realizadora, baseada no romance de Elena Ferrante. “A Filha Perdida”
conta também com Dakota Johnson, Jessie Buckley, Ed Harris, Peter Sarsgaard,
Dagmara Dominczyk e Paul Mescal.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Opinião
por Artur Neves<o:p></o:p></span></b></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">É com prazer que registo
mais uma estreia auspiciosa de uma atriz já com créditos firmado no meio como
em “A Secretária” de 2002 ou “Frank” de 2014. Maggie Gyllenhaal oriunda de uma
família de atores e com o seu irmão Jake Gyllenhaal também seguindo uma
carreira de realização já com algum sucesso assinalável, tem neste filme a
estreia numa longa metragem baseada num romance de Elena Ferrante que apresenta
diversos argumentos para estarmos atentos às suas futuras iniciativas.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Em “A Filha Perdida” segue-se
o percurso solitário de Leda (Olivia Colman) em gozo de uma semana de férias
numa praia da Grécia, onde ela se dispõe a observar uma jovem mãe, Nina (Dakota
Johnson) que cuida da sua pequena filha Elena no seio de uma família cujas
atividades em grupo levantam alguma especulação. A observação de Leda é tão
intensa e levanta-lhe tanta curiosidade e interesse o relacionamento de Nina
com Elena que lhe desperta memórias do seu próprio relacionamento com as suas
duas filhas Bianca e Martha, que a certa altura ela reconhece como falhado, ou
pelo menos sem o desvelo e a atenção que Nina revela para com Elena.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Apesar de tudo, numa das
voltas da praia escarpada e perto de um pequeno bosque, Elena perde-se dos pais
o que faz perturbar toda a paz da praia e do pequeno lugarejo onde se insere. Acidentalmente
é Leda quem a encontra e a entrega a Nina estabelecendo assim uma forte ligação
entre as duas mulheres, com Nina agradecida e Leda experimentando sentimentos
confusos na solidão das suas férias e dos seus curtos sonos onde experimenta uma
saudade e um remorso de não ter sido a mãe que hoje desejava ter sido. É aqui
que o argumento se centra e que a realização pontua, pois esta espécie de
expedição psicológica em que o argumento percorre o passado através dos pensamentos
de Leda e das suas lembranças, levanta-nos as mais atuais questões sobre a
condução da maternidade, que são simultaneamente a evidência da necessidade
condicionada por tabus.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">O filme mostra-nos através de
<i>flashbacks</i> de Leda (Jessie Buckley)
quando nova, os problemas que levam a perturbação aos pensamentos de Leda de
hoje e neste ponto deixo uma nota que durantes as primeiras vezes temos alguma
dificuldade em estabelecer essa relação, que só posteriormente se vem a
confirmar. A partir daí a história já se torna mais fluida porque as ações de
hoje são provocadas por situações que vemos como são recordadas pelo espírito
de Leda, e neste ponto está verdadeiramente a dificuldade de pôr em filme este
romance de Elena Ferrante sem o complemento da palavra que exprima o contexto.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">O personagem de Olívia
Colman, de uma mulher com um pensamento que a condiciona nas suas atitudes,
serve-se do lastro de outros personagens já representados por esta atriz, tem a
capacidade de ser simultaneamente a vítima e o algoz de Elena, quando encontra
e guarda a sua boneca preferida, perdida quando ela momentaneamente
desapareceu, pois é a tentativa derradeira de Leda encenar a retoma do seu relacionamento
com as suas filhas, já que durante a vida anterior Leda se limita a suportar o
papel de mãe, ou na melhor da hipóteses, representar esse papel, após ter voltado
para as filhas depois de uma longa ausência apenas justificada por puro egoísmo
sem justificação. Agora, já sem esperança ela rouba a boneca a Elena como
compensação para os maus tratos que Bianca provocou na boneca de Leda. Ela trata
bem da boneca, compra-lhe vestidos novos, limpa-a, no desejo de mostrar os
cuidados maternos que em tempos ela não soube dar ás suas filhas.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">É um filme muito curioso,
passível de diversas interpretações dos factos que nos são mostrados, mas que
confronta sempre o princípio de que a maternidade é inerente a todas as
mulheres, embora o individualismo como mulher e as suas falhas de caráter devem
acabar ou corrigir-se com a maternidade. São 121 minutos de ação intelectual que
se vão consumindo lentamente apesar das perguntas que ficam com a resposta a
cargo do espectador. Recomendo<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Tem estreia prevista em sala
dia 03 de Fevereiro<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%;">Classificação: 7 numa escala
de 10<o:p></o:p></span></p><p>
</p>Artur Neveshttp://www.blogger.com/profile/07726227669596468807noreply@blogger.com0