Sinopse
Londres,
1862.
James Glaisher (Eddie Redmayne), um jovem cientista
que deseja desesperadamente ser levado a sério, junta-se a Amelia Wren
(Felicity Jones), piloto de balão de ar quente, para uma viagem única. O voo
deles cumprirá o duplo objetivo de quebrar o recorde de altitude e de ajudar
James a reunir dados que permitam comprovar as suas controversas teorias sobre
a previsão do tempo. Mas à medida que a dupla for subindo até alturas onde
nenhum Homem chegou antes, o ar fica mais rarefeito e mais frio, impondo-se decisões
difíceis, das quais dependerá a continuidade da viagem e a sobrevivência dos
dois aventureiros.
Opinião
por Artur Neves
Esta história está para lá
do primeiro voo tripulado em balão de ar quente realizado em 15 de Outubro de
1783, por Pilatre de Rozier em França, com o balão preso à terra e tendo
atingido a altura de 24 metros. Neste voo realizado em Londres em 1862, já
teriam sido descobertos gases mais leves do que o ar que permitiam a ascensão
do balão pela diferença de massa volúmica entre o gás utilizado e o ar, com o
propósito de estudar a evolução do ar húmido na atmosfera para fins de previsão
do tempo.
O que eles desconheciam era o
efeito da mudança de estado da humidade contida no ar com a altitude, sendo
portanto confrontados com fenómenos físicos de mudanças de estado da água aos
37 000 pés (cerca de 11 100 metros, que constituiu record absoluto naquela época) o que provoca o seu congelamento, bem
como a rarefação do oxigénio à medida que subiam na atmosfera, que lhes
provocaram problemas respiratórios e de perda de consciência, impeditivos de
prosseguirem os seus trabalhos tal como inicialmente planeados.
Adicionalmente a história
apresenta-nos em flashback diversos episódios
da vida de James Glaisher e de Amelia Wren, nomeadamente desta ultima, em que
nos conta ter sido o marido que a influenciou para a profissão de piloto de
balão e de se ter suicidado num voo para aliviar a carga do cesto, em que o balão teria entrado em perda, salvando-lhe a vida.
Embora mostrando alguma ação
acrobática dos ocupantes da barquinha, decorrente da necessidade de diferentes
manobras de condução do balão em ascensão e do efeito da congelação da válvula
de escape do gás, o motivo que anima este filme não apresenta elementos suficientemente
motivadores da nossa atenção, considerando que a ascensão do balão é o caminho inevitável
de um objeto com poucos meios de controlo, a interação entre ambos os
tripulantes é formal, distante e de cariz meramente profissional e o espaço
exíguo onde se movem para pouco mais dá do que a mostra da sua estacionária
presença.
Em termos práticos o filme
divide-se em duas partes, sendo a primeira, mais longa, a fase do “sobe, sobe
balão sobe” e a segunda, mais curta, a fase do “desce, desce balão desce”
porque como é sabido; para baixo todos os santos ajudam.
É pouco, poucochinho mesmo,
para 100 minutos de filme em que dois atores já com créditos firmados noutras
realizações, servem um propósito pobre de conteúdo.
Classificação: 4 numa escala
de 10
Sem comentários:
Enviar um comentário