Sinopse
Após os eventos de “Vingadores: Endgame”, o
Homem-Aranha vê-se obrigado a dar um passo em frente e encarar novas ameaças
num mundo que mudou para sempre.
Opinião
por Artur Neves
Depois do cataclismo que se
abateu sobre a terra em “Vingadores – Endgame”,em que os principais heróis foram
mortos sem ressuscitação possível (palavra da Marvel) esta, só tem que
recuperar a sua aura, reciclando um herói que “nasceu” na década de 60 e granjeou
até hoje largos milhões de dólares nos vários suportes em que foi apresentada
ao público, vista, revista, amada e desejada por uma camada jovem que se presta
a sonhar com justiça igualitária e poderes absolutos sobre o mal, esquecendo-se
que cada um encara o “mal” (ou o “bem”) á sua maneira e de acordo com as suas
experiencias.
Desta vez e para dar a entender
um recomeço em grande, a Marvel filmou nas principais capitais europeias sob
uma pressuposta viagem de fim de ano escolar para Peter Parker (o nome público
do anónimo Homem-Aranha interpretado por Tom Holland, que já tirou assinatura
para os super-heróis) e seus colegas de turma, onde por “coincidência”, vão ocorrer
os ataques destrutivos dos vilões que ele irá combater. Um dos problemas a
resolver para já será manter o anonimato na escola e salvar o mundo da
destruição que o ameaça.
Mas ele não está sozinho,
além do seu chefe de missão Nick Fury (Samuel L. Jackson) aparece agora um tal Mysterio
(Jake Gyllenhaal) a ocupar o lugar de mentor, deixado vago pelo Iron Man (Robert
Downey Jr.) e o pelo resto dos vingadores que foi cada um à sua vida
individualmente. No lado sentimental temos Michelle Jones (Zendaya) a apaixonada
secreta para quem Peter Parker não encontra jeito de se revelar, apesar de
pensar nisso e projetar encontros no cimo da torre Eiffel, mas os
acontecimentos não o permitem. Ambos são jovens e românticos e exibem a
tradicional falta de jeito na adolescência que potencia algumas cenas “gagas”
muito comuns em filmes de amor tradicionais.
Para movimentar a história,
vários twists surgem na aventura e Mysterio não é bem somente o herói com a
cabeça metida num aquário e uma capa vermelha que salva as situações, mas antes
um personagem multidimensional que não é bem o que parece. Peter Parker acha
que seria a ele que lhe deveria caber a luta contra os quatro elementos que
ensombram o mundo, mas a realidade não é essa e o aluno do ensino médio tem de
dar o corpinho ao manifesto na pele do Homem-Aranha, muito embora ele queira somente
gozar as férias no estrangeiro como os outros colegas.
A certa altura Mysterio diz
que; “As pessoas precisam acreditar e cabe-nos a nós dizer-lhes em quê” que
para mim resume o fundamento da revitalização dos heróis da Marvel neste filme.
Com uma história mais composta que embora se sirva de homens voadores, raios de
energia a sair pelos punhos, drones maliciosos e toda a panóplia da tecnologia
moderna, não se esgota aqui e consegue com outros personagens herdados da
história inicial, tal como; a tia May (Marisa Tomei) que personifica um objeto
de desejo em várias cenas, ou Ned (Jacob Batalon) como o amigo do peito e confidente
de Peter, com quem ele partilha os seus desejos mais secretos, conferir ao
filme uma vertente mais humana e reconhecida que outros filmes do mesmo género perderam
completamente.
Parece que o objetivo é
continuar por este caminho, pois Peter é ainda um jovem com muito para dar ao
personagem. No caso de o leitor optar por assistir a este filme, informo que a
Marvel inseriu cenas depois dos créditos finais. Elas não são despicientes,
pois indiciam algumas pistas para os próximos capítulos.
Classificação: 7 numa escala
de 10