30 de novembro de 2015

O livro escondido de Dr. Seuss finalmente nas livrarias


Antes de mais, se quisermos dizer corretamente o nome de Dr. Seuss, o melhor é recorrer à forma como a família o pronunciava: Zoice e não Soose. Theodor Seuss Geisel, Ted para a família, passou a assinar como Dr. Seuss depois de uma bebedeira no último ano da faculdade ter resultado no fim da sua carreira como editor da revista de humor da faculdade. Obrigado a deixar cair o Ted e a usar pseudónimos, em revistas de humor passou, entre outros, a assinar como Dr. Theophraustus Seuss, abreviando depois para Dr. Seuss. E, com a abreviatura veio uma nova forma de pronunciar o nome: Dr. Soose.
O Dr. Seuss não é médico. Aliás, nem o Ph.D tirou (apesar de ter o ter recebido mais tarde a título honorífico), tendo preferido dedicar-se ao desenho. Escrever anúncios para marcas como a NBC, Ford, General Eletric, entre outras, foi a sua principal fonte de rendimento durante 30 anos, até que, 12 livros depois (1957), surgiu «The Cat in the Hat».
Ironicamente, no ano em que escreveu o primeiro livro infantil descobriu que a primeira mulher, Helen, não podia ter filhos. Questionado como conseguia escrever tão bem livros para crianças, sem ter a experiência da paternidade, Dr. Seuss respondeu: “You make ’em. I’ll amuse ’em”. Curiosamente, existiram grandes autores da literatura infantil não tiveram filhos como Lewis Caroll ou Beatrix Potter.
Poesia ou prosa? Ganha a poesia. Dos 44 livros escritos e ilustrados por Dr. Seuss, apenas 4 são em prosa. Se contarmos livros ilustrados por outro artista, escritos sob pseudónimos, em coautoria ou publicados postumamente, num total de 66, o número aumenta para…5. Porquê? Responsabilidade da mãe Henrietta que adormecia todos os dias os filhos ao som de músicas rimadas. Pese ser um excelente poeta, o facto de escrever poesia para crianças não lhe trouxe, na altura, o reconhecimento devido. E, a muitos não agradava, de todo, o facto de Dr. Seuss adorar inventar palavras que não constavam dos dicionários.
Dr. Seuss queria, com os livros infantis, não só colocar as crianças a ler, mas também fazê-las pensar e imaginar. Nunca tratá-las com condescendência, mas como iguais. Algumas semanas antes de morrer, perguntaram-lhe que mensagem gostaria de deixar às crianças. Mensagem ou slogan? Um slogan: “We can … and we’ve got to… do better than this”.


Poucos são os autores de literatura infantil que tiveram direito a uma estátua pública. Dr. Seuss teve essa honra, juntando-se a nomes como Hans Christian Anderssen, Astrid Lindgren ou Mark Twain. Da escultura fazem parte personagens que marcaram a sua carreira: Lorax, Grinch e o seu cão Max, Yertle the Turtle, Horton the Elephant e Thidwick the Big-Hearted Moose.
Este nunca antes visto livro de Dr. Seuss, Que Amigo Levo Comigo (Ed. Booksmile l 64 pp | 12,49€) que acredita-se tenha sido escrito entre 1958 e 1962, pega num exemplo típico na vida de uma criança – ir a uma loja escolher um animal de estimação, e usa-o para partilhar uma lição de vida: que nem sempre é fácil fazer opções ou tomar decisões, mas teremos sempre de o fazer ao longo da nossa vida.
 

Novidade Planeta para Dezembro

Sinopse:
É uma noite igual às outras a bordo da Ícaro, os passageiros divertem- se. Tarver convida Lilac para ver as estrelas.
Então, a catástrofe abate-se sobre a enorme nave de luxo: de súbito é puxada para fora do hiperespaço e despenha-se no planeta mais próximo. Lilac Laroux e Tarver Merendsen sobrevivem. E estão sozinhos.
Lilac é a filha do homem mais rico do universo. Tarver é de origens humildes, um jovem herói de guerra que aprendeu há muito tempo que as jovens como Lilac só dão grandes problemas.
Mas sozinhos têm de confiar um no outro e trabalhar juntos, encetando uma jornada tortuosa pelo misterioso e lúgubre planeta para procurar ajuda.
Enquanto lutam para salvar as vidas no meio do enigmático planeta descobrem que, apesar das diferenças, as estrelas começam a iluminar os seus corações com a luz do amor.

Sobre as autoras:
Amie Kaufman e Meagan Spooner são amigas há muitos anos e viajaram pelo mundo (mas ainda não pela galáxia), incluindo todos os continentes. Têm a certeza que viajar no espaço é apenas uma questão de tempo.
Megan vive em Asheville e Amie em Melbourne, apesar da distância estão unidas pelo amor mútuo pelo espaço.
Um romance de estreia de duas amigas que se juntaram para escrever uma distopia surpreendente, cheia de mistério e suspense, e vencedora de vários prémios.
Inspirada no Titanic, a história remete o leitor para o espaço e para uma nave espacial de luxo que se despenha num planeta misterioso, tendo como únicos sobreviventes a filha de um homem muito rico e um rapaz de origens humildes. Para se salvarem terão de se unir e o amor surge quando menos esperam.
Uma história de amor inesquecível, que tem já adaptação para uma série televisiva.

Opinião - Filme "Amor Polar" por Maya Forbes

Sinopse:
Cameron (Mark Ruffalo) é um pai bipolar que tenta reconquistar o amor e a confiança de sua esposa (Zoe Saldanha) e de suas duas filhas assumindo a responsabilidade de cuidar delas na ausência temporária da mãe. Porém as meninas não irão tornar essa missão nada fácil, pedindo algo mais de Cameron.

Opinião por Maria Ana Jordão

Crianças a jogarem tarot, um ambiente caótico que Cameron arruma quando é preciso, são apontamentos surreais captados pelos planos audiovisuais, que não fazem mais senão introduzir-nos à doença mental deste Pai.

Em ‘Amor Polar’ não é claro do que sofre Cam mas, é algo entre depressão ou bipolaridade acentuada nos loucos anos 60 e por isso, aceite pela sua mulher, Maggie.  Esta longa-metragem passa-se no ano 1978, em Boston.

Esta família americana, podia ser diferente das outras pelas circunstâncias, mas apenas o é em alguns comportamentos de Cam.  União é o que torna esta família única.  Se pensarmos que podemos ter tudo o que precisamos na nossa família, independentemente do caos que possamos estar a viver, então a família é mesmo o nosso melhor remédio.

O nosso mundo pode dar todas as voltas que tiver de dar, mas no fim, pertencemos ao que chamamos de família, seja de sangue (azul no caso de Cam) ou não.  Cam aparentemente é a origem de todos os problemas, mas Maggie, apesar de ter desistido de ter uma relação com o pai dos seus filhos, sabe que Cam está sempre presente.

À sua maneira, esta família segue em frente, contra todas barreiras que possam existir, seja em Boston ou em Nova York.  Esta obra está entre a ordem e o caos, ordem na elaboração, caos no cerne desta família.  Percebe-se que foi dedicado tempo à sua escrita, em ‘Amor Polar’ os diálogos são completos e tentam envolver todas as questões acima referidas bem como outras que ficaram por mencionar.

‘Amor Polar’ conta com um humor equilibrado, ou seja, um humor que sabe onde pode ir e onde não.  Maggie é a chefe da casa, mas Cameron não é assim tão irresponsável e entre os dois conseguem unir esta família.

Cam enfrenta a sua doença mental, sabe de onde vem e sabe para onde quer ir. Será que este pai vai acabar sozinho ou Maggie vai aceitá-lo de volta?  Recomendamos vivamente ‘Amor Polar’ (talvez Maggie e Cam não precisem de se juntar para serem felizes).  Recomendamos vivamente ‘Amor Polar’, que delicadamente nos transmite, como é recorrente na grande tela, a força do amor.

Passatempo - Sonhos de uma rapariga quase normal

A D'Magia em parceria com a Guerra e Paz tem para oferecer um exemplar de "Sonhos de uma rapariga quase normal" de RitaRedshoes.  

Sinopse:
Rita Redshoes sonha. Pode sonhar com Obama ou Maria Callas, com Passos Coelho ou António Costa, pode sonhar com uma orquestra de animais, uma chuva de balas, uma valente chapada. Rita sonha e lembra-se de tudo. Para cada sonho fez uma ilustração. 40 ilustrações, 40 sonhos: era destes sonhos que queríamos ser feitos. 
 «Nem queria acreditar: estava grávida, com uma barriga avantajada e era Verão. Estava na antiga casa dos meus pais a conversar com a minha mãe, o meu irmão e a prima Mafalda. «É que não faço ideia como é que fiquei tão grávida de repente!», de um sonho de Rita Redshoes. 
Oferta do download de música inédita, criada por Rita Redshoes para dormir e sonhar.


Para te habilitares a ser o vencedor responde às seguintes perguntas:
1 - Com quem pode sonhar Rita Redshoes?
2 - Quantos sonhos são aqui apresentados?

E envia os teus dados pessoais (incluíndo o nome completo, morada e nome de seguidor no Facebook), com o assunto "Sonhos de uma rapariga quase normal", até ao dia 23 de Dezembro, para literatura@dmagia.net.

Caso nos siga nas nossas plataformas, a tua participação conta como mais uma por cada plataforma em que nos seguires. Basta nos referires na tua participação o teu nome de seguidor em cada uma delas. As nossas plataformas são:

Facebook -https://www.facebook.com/DMagia
Blog D'Magia - https://www.dmagia.blogspot.com
Blog D'Magia LifeStyle / Inconfidências de Pedaços Rasgados de Memória - https://www.pedacosrasgadosdememoria.blogspot.com
Instagram - https://www.instagram.com/gizmah/
Twitter - https://twitter.com/dmagia

Regras do passatempo:
1) Só aceitamos participações de residentes em Portugal.
2) Podem participar todos os dias. No máximo de uma vez por dia.
3) Só serão aceites participações de fãs e/ou seguidores.
4) É obrigatório dar like no Facebook na Página D'Magia
5) Ser fã do facebook e seguidor do blog dá direito a duas participações no passatempo. Não te esqueças de referir o teu nome de seguidor no email juntamente com os teus dados
6) Poderás partilhar este passatempo numa rede social e via twitter uma vez por dia. Cada nova partilha conta como uma participação extra. Basta nos ires enviando os links.
7) O prémio é sorteado via random.org entre todos os participantes validados.
8) Os vencedores serão contactados por email.
9) Não nos responsabilizamos por qualquer extravio no envio do prémio.

Boa sorte a todos!!!

29 de novembro de 2015

Opinião - Filme "Cosmos" por Andrzej Zulawki

Sinopse: 
Witold acaba de nos exames de Direito e, Fuchs abandonou recentemente o seu emprego numa Casa de Alta Costura parisiense. Ambos vão passar alguns dias no campo e decidem alojar-se numa residencial familiar. São recebidos por um pardal enforcado num cordel na floresta.
Depois, um pedaço de madeira preso da mesma forma, uma série de estranhos sinais na parede, no jardim e no bosque. Na pousada há uma empregada - com uma boca estranha e deformada - e a jovem filha dos donos, por quem Witold manifesta uma paixão obsessiva. Ela está casada com um jovem íntegro e honesto; mas será que ela mesmo o é? Um terceiro enforcamento: um gato, obra de Witold...mas porquê? Poderá o próximo enforcado ser humano?

Opinião por Maria Ana Jordão
Witold e Fuchs são as personagens principais em 'Cosmos' , de viagem passam uns dias em uma residência familiar em Portugal.  A narrativa em 'Cosmos' apresenta-se no estilo nonsense.  Um pássaro enforcado, um gato morto é o que os dois amigos vão encontrado enquanto viajam pelo nosso país.

A residência onde se hospedam tem uns quantos mistérios por desvendar, mistérios que, por vezes passam ao lado de Witold e Fuchs e outros que os guiam para a cena final, onde as personagens têm o seu desfecho.

Esta história é comovente, o humor é sarcástico e, ao mesmo tempo, irónico.  ‘Kosmos’ do autor Witold Gombrowicz inspirou esta longa-metragem que se pode chamar de brilhante, pelos diálogos cuidadosamente preparados.  A partilha é um dos valores de ‘Cosmos’, e é na interacção entre as personagens que se vê esta troca (de ideias).  Dinamismo não falta em ‘Cosmos’ mesmo que o ritmo seja, calmo.

Cada uma das personagens é necessária entre si é, através de Witold e Fuch que conhecemos as personalidades que os envolvem.  A obsessão, o existencialismo são alguns dos temas tratados nesta obra.  Um pássaro enforcado, um gato morto, é com o que estes dois amigos se deparam nesta aventura que os leva a destinos felizes.

Opinião - "A cada dia", David Levithan


   Sinopse:
   A cada dia, A acorda no corpo de uma pessoa diferente. Nunca sabe quem será nem onde estará. A já se conformou com a sua sorte e criou regras para a sua vida: Nunca se apegar muito. Evitar ser notado. Não interferir. Tudo corre bem até que A acorda no corpo de Justin e conhece Rhiannon, a namorada de Justin. A partir desse momento, as regras de vida de A não mais se aplicam. Porque, finalmente, A encontrou alguém com quem quer estar a cada dia, todos os dias.

   Opinião por Margarida Piteira:
   O livro é de uma leitura tão simples e envolvente que mal conseguia pousá-lo. Assim sendo, foi “devorado” numa semana, apesar de não ter assim tanto tempo livre. Foi, efetivamente, das obras mais cativantes que li ultimamente porque, como cada dia representa uma nova realidade, fica sempre a expectativa do que virá a seguir. Além da própria personagem principal ser tão especial, também é bonito ler o romance que se vai desenvolvendo entre A e Rhiannon. Julgo que o que torna este relacionamento tão emocionante é o facto de demonstrar que o amor vai muito além da aparência física, provando que existe algo bem mais importante, a essência do ser de cada um.
   De uma maneira geral, penso que o facto de ser um romance jovem, que aborda temas especialmente pertinentes para a adolescência – tal como o facto de A estar em constante descoberta de quem é, sem conseguir sentir que pertence a nenhum dos corpos que habita diariamente - deveria ser lido pelos jovens de todo o mundo, mas também pelos mais crescidos, pois aborda, ainda, temas como a amizade e a solidão.
   Em suma, aconselho vivamente e, se tivesse de o classificar de 0 a 10, diria 9,5. Ansiosa pela continuação. 

Opinião - “Senna” de Asif Kapadia


Sinopse: 
 Junho de 1984, GP do Mónaco de Fórmula 1. Seis actuais ou futuros campeões mundiais estavam na pista, mas as atenções ficaram voltadas para um jovem que partira em 13º lugar e estava apenas na sua sexta corrida. Ultrapassando um a um, ele alcançou seu primeiro pódio e apenas não venceu devido a uma questão técnica. O seu nome era Ayrton Senna. A trajectória do tricampeão mundial, contada desde a ascensão no automobilismo até à sua morte em pleno GP de San Marino, em 1994, passando pela rivalidade com Alain Prost e os problemas enfrentados nos bastidores da Fórmula 1. 

Opinião por Marta Nogueira
"Quando morreu, eu disse que senti que uma parte de mim também tiunha morrido, porque as nossas carreiras tinham estado tão interligadas. E senti mesmo isso, mas sei que certas pessoas julgam que eu não fui sincero. Bom, tudo o que posso é tentar ser o mais honesto possível."
Alain Prost 

Há quem não goste de Ayrton Senna. Para muitos, ele era louco e imprudente, sem medo, sim, sem limites, sim, mas também imaturo, sem olhar a meios para atingir a vitória e quase naïve na forma como conduzia e como conduzia a sua vida dentro dos autódromos. Para muitos pode não ter sido, como pensa o grande Niki Lauda, o melhor piloto de todos os tempos. Foi, de certeza, o mais apaixonado de todos. Porém, a paixão, como todos sabemos, pode ferir irremediavelmente.
Assim foi quando o vimos imóvel, a cabeça tombada para um lado, enfiado no cockpit do seu Williams que acabara de embater a 218 quilómetros por hora numa barreira de cimento.
Aconteceu. É claro que a teoria mais defendida hoje em dia é a de que havia um grave problema com o carro e que Ayrton não conseguiu controlar a máquina, ele que as conhecia como mais ninguém. Com ou sem avaria mecânica, não importa, Ayrton morreu onde "deveria" ter morrido, porque conduziu o seu destino até àquele momento no tempo e no espaço. Se lhe perguntássemos onde gostaria de terminar os seus dias, talvez tivesse respondido na pista, a voar dentro de um Fórmula 1.
Essa, a Fórmula 1, acabou para muitos, quando Ayrton morreu. E quando Prost se reformou. E quando Mansel abandonou. E quando Shumacher começou o seu reinado frio e calculista. E quando a segurança, depois do que aconteceu naquele fatídico Grande Prémio de San Marino, foi reforçada num dos desportos mais perigosos do mundo, retirando-lhe grande parte da emoção que nos tinha oferecido durante décadas.
Porque não eram as máquinas que nos moviam. Eram as emoções das pessoas que as conduziam. A rivalidade mítica entre os dois melhores pilotos do mundo naquela época alimentava todos os Domingos uma multidão ávida. Prost e Senna, dois lados de uma mesma moeda, digladiavam-se todas as semanas nos circuitos mundiais a velocidades incríveis, mantendo-nos colados ao écran. Um, jovem, apaixonado, rápido e sedento de vitórias, o outro, maduro, experiente, racional, contido, jogador dentro e fora da pista. Duas formas de pensar e de agir totalmente opostas, ambas puras e viscerais. Recordo outras palavras do mesmo Niki Lauda, que se ajustam na perfeição a estes dois senhores: "Há pilotos puramente egoístas, como foi o meu caso, que só pensam em ser o melhor do Mundo, e há pilotos que fazem política para fortalecer a sua posição na equipa."
O documentário sobre a carreira de Ayrton Senna transporta-nos de regresso a essa década gloriosa da Fórmula 1 e reaviva todas as emoções adormecidas na nossa memória e que descobrimos estarem ainda muito presentes. Porque "Senna" não é apenas sobre Senna. É também sobre "o tempo de Senna". E é sobre a nemesis de Senna - Prost. É sobre a melhor época da Fórmula 1 e sobre uma parte das nossas próprias vidas, os que estávamos lá a assistir a tudo. E é sobre dois homens que se respeitavam profundamente e se admiravam secretamente.
Há quem não goste de Ayrton Senna. Mas a Fórmula 1 nunca mais foi a mesma sem ele. Senna pode não ter sido o melhor piloto do mundo, mas foi sem sombra de dúvida o mais apaixonado de todos. E Senna nunca teria sido Aquele Senna se Prost não existisse.

28 de novembro de 2015

Opinião - "Carrie", de Stephen King


Título: "Carrie"
Autor: Stephen King
Editora: Bertrand editora 

Sinopse:
"Carrie era a ave rara da escola; aquela que era trapalhona nos jogos, a que a roupa nunca assentava bem, que nunca percebia uma anedota.
E por isso tornou-se o alvo da chocata e da crueldade dos outros adolescentes, que a confundiam e magoavam ao mesmo tempo. O único consolo, embora escasso, era o seu jogo secreto, mas como tantas outras coisas na vida de Carrie, era pecaminoso. Ou pelo menos era o que a mãe afirmava. Carrie conseguia fazer mexer os objectos - concenrtrando-se neles, desejando que se movessem. Pequenas coisas, como berlindes que começavam a dançar. Ou caía uma vela. Fechava-se uma porta. Este era o seu jogo, o seu poder, o seu pecado, firmemente reprimido como tudo o resto na sua vida. Um acto de ternura, tão espontâneo como as piadas maldosas das colegas de turma, permitiu que Carrie olhasse para si própria de maneira diferente na noite fatídica do baile de finalistas. Mas outro acto - de uma crueldade feroz - mudou para sempre o rumo das coisas e transformou o seu jogo clandestino numa arma de terror e destruição. Ela fez cair uma acesa e trancou as portas..." 

Opinião por João Barradas:
Quão estranha pode ser essa aventura da descoberta do corpo, a que muitos chamam de puberdade? Bastante... quiçá até um pouco destrutiva!
Na vida melancólica e rotineira de um colégio, sempre existiu, existe e existirá (a menos que muitas mentalidades mudem...) uma hierarquia estruturada, com base no poder conquistado pela força... ou direi pelo bullying! E são a segregação por ele motivado e as suas consequências que dão mote a esta história, numa luta desequilibrada entre o fanatismo religioso e a não-aceitação dessa âncora de fé. Ilustrando a famosa expressão de "quão cruéis e diabólicas podem ser as crianças" (a até mesmo os jovens, numa tentativa de auto-afirmação e reivindicação de uma identidade própria), o leitor depara-se com as travessuras e diabruras de toda a escola face a uma "pobre inocente" mal escolhida, ou não fosse o alvo da chacota, a portadora de um gene responsável por um poderoso dom: a telecinesia. Claro que chega a altura em que culpados tentam remediar toda a situação, como meio de expugnarem os seus pecados, mas tarde de mais... as pequenas coisas fazem mesmo toda a diferença (até mesmo um simples voto) e tudo termina num apocalipse incontrolável, com o pagamento de todas as dívidas em fiança e a responsabilização pelos actos cometidos apenas pelo poder dos pensamentos...A leitura é dinâmica, devido sobretudo à utilização de vários planos narrativos (a narração da própria história, os relatórios dos inquéritos policiais, as citações de obras baseadas no casos, as mensagens de pedido de ajuda, ...) que permitem ao leitor um total e abrangente conhecimento dos factos, para além de incutirem um realismo aos factos relatados. Para além disso, as referências a outras obras (Macbeth, a sonâmbula) e os tons irónicos (a morte da avó, portadora do dom, aos 66 anos e o pensamento de Carrie sobre "entregar a própria cabeça quando a polícia lhe pedir para entregar a arma de ataque") permitem uma fuga cómica, por vezes necessária para esfriar o clima sufocante.Interessante é também a abordagem genética deste dom: desde a tentativa de produção de testes identificativos do padrão responsável até à incerteza da conduta face aos resultados (a eterna questão do que fazer realmente com um resultados patológico, quando não temos alternativas terapêuticas a oferecer aos seus portadores).No final, há que ceder... porque fazer mal está no sangue e não há freno que aguente a derrapagem em chão molhado!

Opinião - Mayra Andrade - Misty Fest 2015 - 05/ Novembro/2015


Sinopse:
Mayra Andrade tem uma relação especial com o público em Portugal e essa relação sente-se nas colaborações que tem registado com artistas como Pedro Moutinho ou, mais recentemente, com António Zambujo com quem gravou um dueto de homenagem a Amália Rodrigues que a Universal em França elegeu para apresentar como single. Mas o carácter privilegiado da relação que mantém com o nosso país adivinha-se sobretudo nos aplausos que a aguardam sempre que por cá sobe a um palco, ocasiões sempre raras dada a amplitude da sua carreira internacional. Os concertos que Mayra Andrade se prepara para fazer no âmbito do Misty Fest, festival sempre dedicado a levar a melhor música às melhores salas e aos públicos mais exigentes, serão por isso mesmo ocasiões muito especiais: a 4 de Novembro subirá ao palco do Coliseu Porto, no dia seguinte, a 5 de Novembro, será a vez do Grande Auditório do CCB em Lisboa a aplaudir e a 7 de Novembro Mayra Andrade irá apresentar-se no Centro de Artes e Espectáculos da Figueira da Foz.
Na bagagem, Mayra trará um concerto singular para Portugal, até porque as saudades apertam-lhe a alma: tem circulado recentemente pelo mundo com uma agenda carregada que a levou dos Estados Unidos e Canadá até à Alemanha, Áustria, França, Suíça, Turquia e Polónia. No ano passado viajou pelo Japão e Coreia, para dar apenas alguns exemplos mais exóticos, mas regressar a Portugal significa regressar a um país que bem conhece e que bem a conhece a ela. E daí o carácter particular destas apresentações. Ao Misty Fest trará por isso mesmo um alinhamento diferente, com passagem pelo seu trabalho mais recente, "Lovely Difficult", pois claro, mas também por material bem conhecido retirado de álbuns anteriores, incluindo os primeiros "Navega" e "Storia, Storia", de onde saíram alguns dos seus maiores êxitos que a afirmaram no plano internacional e a confirmaram no nosso país como uma das mais amadas vozes de Cabo Verde. Impossível perder. 

Opinião:
Dia 5 de Novembro, num dos dias mais aguardados do festival Misty Fest, Mayra Andrade desfilou classe e talento no Grande Auditório do CCB. Não foi de espantar que Mayra Andrade actuasse para sala cheia, a antecipação estava no ar, e aquando da entrada da cantora em palco o público calorosamente a acolheu e pôde assim aproveitar um espetáculo que, segundo as palavras da cantora, foi o culminar de 2 anos de tourneé, regressando assim à cidade onde se sente muito mais criativa.
Com ritmos muito inspirados na cultura cabo-verdiana, os arranjos estavam também com fortes influências de Jazz, permitindo assim uma boa demonstração da ginástica vocal da cantora. Com o público a pedir cada vez mais da cantora, esta não desanpontou e cada vez mais demonstrou o seu poderio vocal.
Aquando a entrada da primeira convidada especial: Sara Tavares, o público estava apoteótico e acolheu-a numa calorosa salva de palmas, o que permitiu interpretar uma das suas próprias canções, Estrela Mãe, que em dueto com Mayra Andrade tornou a música ainda mais carregada de emoção. E emoção foi o que marcou o resto da noite, ficando como o momento da noite a entrada de Pedro Moutinho, para interpretar uma versão de Alfama que marcou o público de uma forma muito positiva, demarcando o talento de ambos os intérpretes e da própria canção.
Uma noite de talento, carinho e cumplicidade que certamente marcou mais do que um elemento do público e que deixa certamente muitas saudades. Saudades da voz, do ritmo, da melodia e das músicas que marcam uma das vozes mais talentosas que passou por esta edição do festival Misty Fest 2015.

Passatempo - Insónia

A D'Magia em parceria com a 4 Estações Editora tem para oferecer um exemplar de "Insónia" de J. R. Johansson.

Sinopse: 
Parker Chipp tem dezasseis anos e não dorme há quatro. Está pálido, tem olheiras, sente tremores e, por vezes, "apagões", não tendo qualquer memória sobre onde foi - e o que fez - durante esses períodos de tempo. Está, enfim, a chegar ao limite das suas forças. 
É que, em vez de Parker dormir, todas as noites ele entra nos sonhos da última pessoa com quem teve contacto visual. Não compreende como esta sua maldição funciona, mas sabe que, se nada na sua vida mudar em breve, simplesmente morrerá. 
Até que conhece Mia. Os sonhos dela são belos e tranquilos, permitindo-lhe um repouso maravilhoso… e extremamente viciante. Mas aquilo que começou por ser um encontro fortuito torna-se uma verdadeira obsessão - o enorme desejo de Parker para ter aquilo de que precisa vai levá-lo a exceder todos os limites que nunca imaginou ultrapassar.  

Para te habilitares a ser o vencedor responde às seguintes perguntas:
1 - Que idade tem Parker Chipp?
2 - Ele todas as noites entra nos sonhos de quem?

E envia os teus dados pessoais (incluíndo o nome completo, morada e nome de seguidor no Facebook), com o assunto "Insónia", até ao dia 21 de Dezembro, para literatura@dmagia.net.

Caso nos siga nas nossas plataformas, a tua participação conta como mais uma por cada plataforma em que nos seguires. Basta nos referires na tua participação o teu nome de seguidor em cada uma delas. As nossas plataformas são:

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Instagram - https://www.instagram.com/gizmah/
Twitter - https://twitter.com/dmagia

Regras do passatempo:
1) Só aceitamos participações de residentes em Portugal.
2) Podem participar todos os dias. No máximo de uma vez por dia.
3) Só serão aceites participações de fãs e/ou seguidores.
4) É obrigatório dar like no Facebook na Página D'Magia
5) Ser fã do facebook e seguidor do blog dá direito a duas participações no passatempo. Não te esqueças de referir o teu nome de seguidor no email juntamente com os teus dados
6) Poderás partilhar este passatempo numa rede social e via twitter uma vez por dia. Cada nova partilha conta como uma participação extra. Basta nos ires enviando os links.
7) O prémio é sorteado via random.org entre todos os participantes validados.
8) Os vencedores serão contactados por email.
9) Não nos responsabilizamos por qualquer extravio no envio do prémio.

Boa sorte a todos!!!

27 de novembro de 2015

Para os mais pequenos: Uma História do Outro Mundo / Teatro Tivoli BBVA


Uma história de amizade, companheirismo e relações espaciais contada num divertido e alegre musical!
Pela primeira vez na história da humanidade, um ser humano encontra-se com um extra terrestre. Em sua honra, Vénia, a habitante de Vénus, organiza uma festa onde recebe os habitantes de todos os planetas do sistema solar!
Mercúrio, Vénus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano, Neptuno, Plutão e o astronauta Luís, do planeta Terra, reúnem-se para o 1º Encontro Interplanetário do Sistema Solar!
Até 6 de Fevereiro, venha ao Teatro Tivoli BBVA fazer uma viagem pelo sistema solar com o musical Uma História do Outro Mundo!

QUANDO
Até 6 de Fevereiro
Sábados às 16h00
Sessões exclusivas para escolas: 2ª a 6ª às 11h e 14h30

ONDE
Teatro Tivoli BBVA

QUANTO
10€

LOCAIS DE VENDA
Teatro Tivoli BBVA, locais habituais e www.ticketline.pt
Reservas: 1820 ou 707 234 234

Hugo Sousa com "Frenético" em Dose Dupla, Lisboa e Porto


Hugo Sousa é licenciado em Educação Física mas, para bem do nosso sistema educativo, nunca exerceu. É comediante profissional e autor de textos e, desde o final de 2003, realiza programas de televisão e espetáculos de comédia.
Frenético é talvez a palavra que melhor descreve a energia de Hugo Sousa em palco e que, por isso, dá agora nome ao seu novo espetáculo de stand-up comedy.
Num misto de storytelling e humor de observação, abordando temas como o sexo, as relações interpessoais e as situações do dia-a-dia, Frenético promete contagiar as salas por esse país fora, num espetáculo que não deixará ninguém indiferente.
Depois de duas sessões esgotadas no São Jorge em Lisboa e uma enchente no Sá da Bandeira, o Frénetico estará no Porto, no dia 7 de Dezembro no Teatro Sá da Bandeira e em Lisboa, dia 11 de Dezembro no Cinema São Jorge, para mais duas noites inesquecíveis!

Opinião - "Crimson Peak" de Guillermo del Toro


Sinopse:
Edith Cushing é uma jovem aspirante a escritora que vê uma tragédia familiar desmoronar o seu mundo. Aparentemente para o reconstruir surge um homem misterioso e sonhador que promete paz ao futuro de Edith, longe dos fantasmas do seu passado. Casam e mudam-se para a casa de família de Thomas Sharpe, juntamente com a sua irmã Lucille Sharpe. Mas é nessa casa para onde se mudam, que ela enfrentará os maiores fantasmas.

Opinião por Antony Sousa:
Uma experiência feita para cinema, com cenários mágicos originários da imaginação e criatividade de Guillermo del Toro. Particularmente a mansão onde grande parte da trama se passa foi pensada ao detalhe, acabando por tornar-se uma autêntica personagem, que respira, sente e sangra, como é referido por Thomas Sharpe no decorrer do filme. Pena é que o enredo não acompanhe a excelência visual.

Crimson Peak é uma mistura de fantasia e terror, sendo que o primeiro género se sobrepõem ao segundo. Provavelmente irá provoar alguns sustos aqui ou ali a quem assistir, sobretudo com a aparição dos expressivos fantasmas, mas é mais um conto gótico sinistro do que um filme de terror.

O primeiro impacto emocional está relacionado com a ligação pai-filha que existe entre Edith Cushing e o seu pai. Após a morte do mesmo, Thomas Sharpe acaba por oferecer o apoio e as condições aparentes para Edith poder superar a perda e seguir com a sua vida e com o seu sonho de se tornar numa escritora de sucesso. O que nos leva para um momento determinante na história que tem que ver com a mudança do casal para a casa da família Sharpe, que o casal partilhará com a gélida e intrigante Lucille, irmã de Thomas. Este momento é determinante, porque a casa acaba por se tornar numa autêntica personagem, num motivo constante de interesse, com todos os detalhes a serem pensados para tornarem o enredo mais credível e cativante.

E por falar em cativante, nesse aspecto talvez resida uma das principais lacunas que encontrei em Crimson Peak: A previsibilidade. A partir de certa altura adivinhar o que se vai seguir passa a ser quase uma formalidade, e isso necessariamente retira algum interesse à história, que se espera neste género seja enigmática.

Como mais um ponto a favor de Crimson Peak temos o elenco. Mia Wasikowska (Edith Cushing) dá mais um exemplo das suas capacidades e potencial para surgir cada vez mais ligada a "monstros sagrados" do cinema, como é o caso de Guillermo Del Toro. Para alguém tão jovem tem já uma carreira muito interessante, e vale a pena dispensar algum tempo para apreciar alguma da sua filmografia, da qual destaco "Tracks", "Only Lovers Left Alive", "Stoker" e "Lawless". Tom Hiddlestone (Thomas Sharpe) tem também um papel bem conseguido, com a complexidade da relação da sua personagem com a sua irmã, e a dúvida que cria sobre a sua verdadeira natureza. E por fim um destaque claro para Jessica Chastain (Lucille Sharpe) que tornou esta personagem profundamente credível na sua perturbação e malícia, oferecendo boa parte dos momentos mais intensos e sombrios do filme. Mais uma vez não desilude, e junta mais uma personagem marcante no rol de sucessos variados que protagonizou nos últimos anos.

No final de contas trata-se de um filme interessante para se assistir no cinema, pela fantasia e envolvência visual que proporciona ao espectador, mas tendo em conta as expectativas inerentes ao facto de ser obra de Guillermo del Toro, acaba por saber a pouco pela falta de um elemento surpresa que quebre a previsibilidade do enredo.

Novidade TopSeller - Amizades Improváveis - Jonathan Evison


Jonathan Evison foi vocalista da banda punk March of Crimes, oriunda de Seattle, grupo por onde passaram futuros membros de grupos de êxito mundial como os Pearl Jam e os Soundgarden.
Dos palcos para os livros, Jonathan Evison é hoje comparado pela crítica internacional a escritores como J. D. Salinger, Charles Dickens e John Irving, pela sua escrita emocional e humor invulgar. Em Amizades Improváveis, o Evison traz-nos uma história cheia de emoção, sobre heróis improváveis e amizades inesperadas. Chega às salas de cinema em 2016.
​Trevor é um jovem de 19 anos com distrofia muscular, limitado a uma cadeira de rodas. Ben, um homem que perdeu tudo, é o seu auxiliar de apoio domiciliário, e aos 39 anos já sabe bem onde começa e acaba a vontade de viver. Juntos irão descobrir as suas verdadeiras essências, numa viagem de auto-descoberta capaz de mudar para sempre a forma como hão de viver o passado e o presente, e perspetivar o futuro.
Com uma escrita muito própria, dotada de energia, graça inteligente e momentos de absoluta beleza, Jonathan Evison conta-nos uma história inspiradora sobre encontros e desencontros, mágoa e superação, e sobre as surpresas da vida e suas incomensuráveis recompensas.
Um livro cativante, comovente e com sentido de humor agridoce, que vai ser adaptado ao cinema pela CBS Films em 2016.

Opinião - "A Modista" de Jocelyn Moorehouse


Sinopse
Baseado no romance best-seller de Rosalie Ham, “A Modista” é a história da femme fatale Tolly Dunnage ao retornar à sua pequena cidade natal para corrigir os erros do passado. Um drama elegante, com tons divertidos sobre amor, vingança e alta-costura. Escrito por Sue Maslin

Opinião por: Artur Neves
A acção passa-se em 1951, numa aldeia rural Australiana esquecida por Deus, onde chega a grande diva da alta-costura à procura de vingança e de redenção dos males do passado, que iremos descobrir, nem são tão graves assim e decorrem da maledicência, ignorância, e tacanhez daquela população e do seu isolamento.
São pessoas simples, habitando um microcosmo de vícios denunciados e virtudes escondidas, é um lugar de convenções dogmáticas, para sempre admitidas sem discussão nem debate, que “a modista” vem perturbar regressada da grande cidade, onde cresceu, se fez mulher e sofreu.
O ambiente da vida no povoado é denso, sórdido, fértil em verdades falsas e segredos mantidos e está bem caracterizado pelos personagens estereotipados que lá habitam. Estão lá todos; a menina casadoira com a sua mãe publicitária, o mancebo com a sua mãe dominadora, a autoridade representada por um personagem transformista que evidencia uma homossexualidade latente, o adúltero profissional, com particulares tiques de linguagem e que aproveita e mantém a fraqueza mental e física da mulher, para a violar durante o sono numa cena que ilustra o grotesco das relações humanas, o farmacêutico convencido e opinioso sobre todas as maleitas dos fregueses, evidenciando displicência no seu juízo. As vizinhas, ora inimigas ora cúmplices, a professora autoritária, todos formando o universo de ligações onde se tece a estória que nos vai sendo apresentada.
É também um filme de pormenores que acentuam o perfil particular de cada um dos habitantes. Repare-se nos rostos quase sempre fechados, nos dentes deformados dos personagens, característicos de uma época em que a saúde oral não era uma preocupação, os trajes, rurais no início e exuberantes depois de concebidos pela mão da figura principal. O guarda-roupa é aliás um dos elementos fundamentais do filme na sua função transformadora do aspecto e da personalidade das personagens, que só externamente se altera mostrando que em certas situações é mesmo; “o hábito que faz o monge”, contrariando o sentido tradicional do adágio.
O argumento está bem concebido, revelando ao espectador o que ele tem de saber a tempo certo, o ambiente social rústico da aldeia que suporta uma generalizada moral vitoriana, está bem concebido e é consistente. Todos são contra ou a favor de alguém durante o tempo em que esse sentido for maioritário, mas tudo se altera sem razão definida como numa multidão entregue a si própria. O filme apresenta ainda momentos risíveis que, na minha opinião, são amargos e reflexivos da pobreza de espírito que campeia na aldeia.
Um bom filme, bem feito, sem deixar pontas soltas e com um final surpreendente. A ver.

Môce dum Cabestre em dose dupla no assalto a Lisboa


Depois de conquistar o sul, o Môce dum Cabestre vem estrear o seu aguardado solo no São Jorge a 12 de Dezembro
LenDário é um espectáculo que, vai-se a ver, não é assim tão lendário quanto isso; sobretudo se o compararmos com a batalha de Son Goku contra Freeza ou com o banano que Marco espetou em Sónia no primeiro "Big Brother".
Dário Guerreiro — conhecido como Môce dum Cabréste — é um comediante algarvio que se tornou conhecido a fazer vídeos para internet e que ingressou na stand-up comedy em 2012. Em LenDário apresenta-se sozinho em palco para fazer o que acha que sabe bem: falar com um sotaque esquisito sobre coisas que o incomodam e tocar umas músicas que acredita serem giras.
LenDário é uma jornada sem tabus nem limites por tudo aquilo que tem guardado para desabafar. É possível que se ria até ao momento em que compreende de facto que patologias psíquicas o afectam.
Quem é Dário Guerreiro?
Dário Guerreiro é conhecido do público como "Mocê dum Cabréste".
Com aproximadamente 60 mil subscritores e milhares de visualizações por vídeo, Dário Guerreriro é um dos mais importantes youtubers nacionais, o comediante algarvio actualmente em maior destaque, que arrasta já uma legião de fãs nas suas actuações por todo o País.
Consulte o seu canal no Youtube a sua página no Facebook, assim como o seu perfil no Instagram e Twitter comprovando o sucesso que o Môce dum Cabréste vai conquistando, dia após dia, nas redes sociais.
Recentemente, foi cabeça de cartaz do Festival da Comunidade de YouTubers Portugueses, o VidYou e foi ainda o artista que mais público trouxe ao programa "Graças a Deus", do canal Q, onde atuaram mais de 40 humoristas.

APRESENTAÇÃO DO SEU LIVRO TIQUE TAL NO VESTIGIUS DIA 13
Lisboa e arredores, é com muito orgulho que o Môce dum Cabréste, a Meio Termo e a Arandis Editora convidam todos os fãs e outras pessoas que estejam pelas proximidades nesse dia e não tenham mais nada para fazer, para esta apresentação do livro de poemas TIQUE TAL :D
Não, não é uma daquelas apresentações normais! Além das naturais formalidades, vai também haver música, palhaçada, jogos e outras cenas de que agora não nos estamos a lembrar...
Por isso, deixem as crianças em casa (ou no carro, mas com uma fresta da janela aberta para circular o ar) e apareçam no domingo, dia 13 de dezembro, no Vestigius Bar, no Cais do Sodré, às 18h. A entrada é livre!

Open day H&M SS2016

"Our girl is always exploring, whether she’s on the city streets or on the trip of a lifetime." 
Pernilla Wohlfarth, H&M’s head of design

Opinião – “Diário de Guerra” de Marc Augé



Sinopse:
O atentado de 11 de Setembro de 2001 tem sido abundantemente glosado. Mas este acontecimento, este “acontecimento-mutação” que transforma os pontos de referência e os critérios, obriga-nos a repensar algumas categorias gerais de uso corrente, para tentarmos compreender o que se passa e o que estamos a viver, para resistirmos ao fluxo impetuoso das evidências programadas e retomarmos o fôlego sem perdermos a lucidez.

Opinião de Marta Nogueira
Este minúsculo Diário de Guerra não é para ser lido de uma só acentada, como poderia parecer, mas foi escrito com o objectivo de nos provocar síndrome das pernas inquieras e obrigar-nos a levantar da cadeira e a mergulhar profunda e seriamente nos seus conceitos e reflexões.
Há uma afirmação que perpassa todo o livro, que Augé repete várias vezes e que resumo muito sinteticamente o tema deste Diário – após o 11 de Setembro a sombra de um sorriso aflorou a uma parte do mundo e Augé não se refere apenas ao mundo que alberga as nações em estado de guerra contra o Ocidente.
Ao contrário de muitos outros pensadores actuais, Augé pretende não apenas colocar o dedo na ferida, como esgravatar criteriosamente e retirar conclusões práticas. Porque é que existiu esse sorriso? Que lições deveremos retirar dele para prevenirmos repetições desses acontecimentos históricos que rasgam a aparente continuidade do tempo e nos forçam a rever o passado e a repensar o presente?
À luz dos recentes atentados ocorridos em Paris, em 2014 e este mês, o pequeno Diário de Guerra de Augé está actualizadíssimo e repõe no centro das reflexões sobre o tema, questões pertinentes e dolorosamente incisivas. O mundo nunca afirmou “I am New York”, como apaixonadamente proclamou “Je suis Charlie” e agora “Je suis Paris”. Porquê, pergunta Augé?
Na tentativa de responder à sua própria questão, o autor discorre sobre conceitos muitas vezes ouvidos mas nem sempre total ou sequer correctamente compreendidos – globalização, mundialização, colonização e descolonização, acontecimento, mutação. A filosofia, a política, a entologia e até a biologia servem para explicar não apenas a génese do fenómeno terrorista, as suas causas, mas também, talvez mais importante do que tudo, porque é que este maléfico “ismo” poderá dever a sua crescente investida pelo mundo ao próprio sistema contra o qual se desenvolveu, utilizando os seus próprios mecanismos, os seus próprios produtos para o atacar no coração.
Na verdade, Augé nada afirma que outros não tenham já dito e redito constantemente ao longo da quase vintena de anos que já nos separa do 11 de Setembro. Todos pensámos, mas não dissemos, talvez, de forma audível, algo como “Eles estavam a pedi-las ... Andaram a brincar com o fogo e agora o fogo bateu-lhes à porta, metafórica e literalmente ...” Augé di-lo com todas as palavras e apela a que enfrentemos o problema pela raíz. As consequêncuas da sua negação estão à vista e prometem não se ficar pelo “acontecimento”, mas tornar-se o hábito.
A leitura deste Diário de Guerra pode ser desafiante, formal e ideologicamente, mas é também esclarecedora e profundamente actual.
 

Os Improváveis - 7º Aniversário


Dia 15 de Dezembro, Os Improváveis regressam ao palco do Auditório dos Oceanos no Casino Lisboa para festejar o seu 7º aniversário!
A Fábrica vai mesmo “fechar”, mas os Os Improváveis têm um último desafio: convidar a actriz Rita Pereira e os duplos Mad Stunts para, em conjunto, criarem as últimas cenas improvisadas do espectáculo A Fábrica!
Junte-se à festa e garanta uma noite de improviso completamente irrepetível!

Diz a imprensa:
“Três atores divertidos, surpreendentes e peritos na arte de improvisar.” Destak
“Em palco desdobram-se em múltiplas personagens, aproveitando positivamente todas as dicas que o público lhes sugere. A interactividade constante, o conhecimento mútuo dos actores, das técnicas utilizadas e da dinâmica de grupo, contribuem para que o impossível aconteça e pareça fácil.” Vou Sair
“Para ir ver e repetir, as vezes que quiser e puder!” TV Guia

QUANDO
15 de Dezembro

ONDE
Auditório dos Oceanos Casino Lisboa

QUANTO
15€ (sem marcação de lugar)

BILHETES À VENDA
Casino Lisboa, Teatro Tivoli BBVA, FNAC, Worten, El Corte Inglés, CC Dolce Vita, Galerias Campo Pequeno, Abreu, CC Mundicenter, CC MMM e em www.ticketline.sapo.pt
Informações & Reservas Ligue 1820 (24h)

26 de novembro de 2015

Opinião - Filme "O leão da estrela" por Leonel Vieira


Sinopse:
Anastácio é um modesto funcionário público casado com Carla. Têm duas filhas, Branca e Joana. Fanático do clube de futebol do seu bairro, os Leões de Alcochete, Anastácio aguarda ansioso o jogo com o Barrancos do Inferno, no Alentejo, um embate decisivo que poderá devolver os dias de glória ao emblema do seu coração. É então que, pouco tempo antes do jogo, Joana espatifa o carro da família. Miguel, o mecânico que namora com Rosa, a sobrinha de Anastácio, oferece uma solução: na garagem tem um veículo que transporta oito pessoas. Agora só têm de fingir que são ricos para poderem passar a noite na quinta da família de Eduardo Barata, um amigo que Joana conheceu nas redes sociais…

Opinião por Maria Ana Jordão:
Quem acompanha o trabalho de Leonel Vieira como 'A gaiola Dourada' por exemplo, talvez possa ter expectativas em relação a este "Remake" o que sugerimos é, que aproveite o bom momento que proporciona esta comédia e as ponha de parte.

Através da história de Joana (Sara Matos), que vê na Família Barata a possibilidade de mudar de vida, o realizador capta a atenção do público. A narrativa foi particularmente desenvolvida pelo argumentista Tiago R, os diálogos têm assertividade mas pouca consistência. O humor da comédia ‘O leão da estrela’, conta com piadas fáceis e forçadas que pouco ou nada vão convencer o espectador mesmo que espontaneamente se ria.

Anastásio (Miguel Guilherme) o pai de Joana, fanático por Futebol quer ir a um jogo da sua equipa no Alentejo e Juju vê nesse pretexto a desculpa perfeita para passar um fim-de-semana com os Barata e conseguir melhorar de vida.

Será Juju quem se irá aproximar dos Barata, ou será quem menos se espera? A partir de hoje, dia 26 o espectador já pode ver como vai Joana aproximar-se dos Barata, prepare-se para muita imaginação e mentiras que serão descobertas.

Opinião - Lenine - Misty Fest 2015 - 07/Novembro/2015


Sinopse:
Em 2013, Lenine celebrou três décadas de carreira, marca séria na vida de qualquer cantautor. E são três décadas plenas, carregadas de conquistas. O artista brasileiro esteve o ano passado em Lisboa para uma importante apresentação no Rock In Rio, tendo dividido o palco com Rui Veloso e Angelique Kidjo. Foi, aliás, um ano intenso para Lenine que realizou o que designou como uma Turné Socioambiental, tocando e, sedes de importantes projectos sociais em todo o Brasil, e viajou para fora de portas levando o espectáculo The Bridge, com a orquestra holandesa de Martin Fondse, até aos Estados Unidos ou Alemanha, entre vários outros países. E agora, Lenine foca-se no futuro e no álbum Carbono, recheado de novas canções, que está a acabar de ser preparado.
Com dez álbuns em nome próprio, Lenine é sem dúvida um nome de referência, estatuto confirmado com a conquista de cinco prémios Grammy Latino e nove Prêmios da Música Brasileira. As suas canções foram gravadas por nomes como Elba Ramalho, Maria Bethânia, Milton Nascimento, Gilberto Gil, Ney Matogrosso, Maria Rita, O Rappa, Zélia Duncan, entre muitos outros. Produziu também trabalhos de Maria Rita, Chico César, Pedro Luís e a Parede e do cantor e compositor cabo-verdiano Tcheka, além de bandas sonoras para novelas, series de televisão, filmes, espetáculos de dança e teatro. É sem dúvida um nome grande, da primeira linha da melhor música do Brasil. E quem já o ouviu cantar êxitos como “Paciência” (parceria com Dudu Falcão), “Jack Soul Brasileiro” ou “Hoje eu quero sair só” não lhe nega os aplausos que de facto merece.

Opinião:
Muitas eram as pessoas que já desde a confirmação de Lenine no Misty Fest 2015 o aguardavam impacientemente e marcaram todos dias do calendário até dia 7 de Novembro. Um artista com um portfólio invejável, com uma carreira de 30 anos e mais de 10 albuns. 

Este foi um concerto muito mais inclinado para as músicas do seu mais recente albúm Carbono. O cantor apresentou-se com um cenário muito minimalista, apenas um microfone e as suas guitarras, e foi com os primeiros acordes que se deu inicio a uma noite cheia de fortes emoções, letras profundas, nostalgia e a uma enorme demonstração de talento por parte de Lenine.

Iniciando com algumas luzes ainda acesas, ajudando à intimidade do espetáculo e ao clima de carinho que se manteve durante a noite, rapidamente fomos transportados para um mundo de ritmos com muita influência brasileira que nos levaram numa autêntica viagem para climas mais quentes. 

As letras de Lenine são de uma simplicidade profunda, concisas e arrebatadoras, e é por isto que prefere cantar em paises latinos. Ele diz que se perde muito na falta de compreensão das letras, perdendo assim alguma ligação do público com as suas músicas. Segundo Lenine: "É um prazer poder falar e ser compreendido".

Todas as músicas ganharam uma nova dimensão quando nos começaram a ser apresentadas como filhos do artista, uns mais novos, outros com idade para serem pais. Assim fomos apresentados a todos estes filhos de idades variadas, mas todos com muito para contar sobre a vida e preserverança. Sermos apresentados aos seus filhos daquela forma, foi apenas uma mera formalidade. O público já sabia todas as letras e fazia questão de acompanhar o artista, quer fosse com palmas, quer fosse respondendo e complementando as letras. E todos os finais de músicas foram tidos como finais de concerto, aplaudidos com tanto carinho que era impossível não ficar contagiado. Foram nestes momentos que Lenine demonstrou que estava ali simplesmente para o público, não tendo medo de parar músicas a meio para garantir que tudo estava perfeito, ou até mesmo para combinar com a plateia o melhor arranjo para a música. Profissionalismo puro!

Toda a gente na plateia mostrou o seu apreço por todos estes detalhes e por todas as emoções que as suas músicas despertaram durante todos estes anos de criatividade e talento. Este talento foi bastante visível durante todo o espetáculo, pois estavamos a ser presenteados com algo que, segundo o artista, "são as músicas enquanto nuas, despidas de arranjos, puras e sem compromisso". Uma noite incomparável, carregada de sentimento e ritmo, que certamente vai andar a vaguear as memórias de todos durante muito tempo e que deu muita vontade de ter tempo para conhecer todo este vasto repertório que Lenine criou, e que certamente ainda irá criar.

25 de novembro de 2015

Opinião - Maze Runner: Provas de Fogo


Titulo: Maze Runner:Provas de Fogo
Autor: James Dashner

Sinopse:
O labirinto foi só o começo, o pior está por vir. Depois de superarem os perigos mortais do primeiro filme, Thomas e seus amigos acreditam que estão a salvo em uma nova realidade, mas essa percepção é interrompida quando são acordados no meio da noite por gritos lancinantes de criaturas disformes, os Cranks, que ameaçam devorá-los vivos. Em busca de pistas sobre a poderosa e misteriosa organização conhecida como C.R.U.E.L, a viagem irá leva-los para Scorch, um terreno deserto e desolado onde irão se juntar a combatentes da resistência e enfrentar as forças superiores em obstáculos inimagináveis.
Para sobreviverem nesse mundo hostil, eles terão que fazer uma travessia repleta de provas cruéis em um meio ambiente devastado, sem água, comida ou abrigo. A superfície da Terra foi queimada pelo sol, então o calor é causticante durante o dia. Há ainda rajadas de vento gélido à noite e um ar irrespirável, pois no deserto do novo mundo, até mesmo a chuva é a promessa de uma morte agonizante.
Manipulação, mentiras e traições cercam o caminho dos clareanos, mas para Thomas a pior prova será ter que escolher em quem acreditar.

Opinião por Daniela Sofia Silva:
Diferentemente do anterior filme, Provas de Fogo é um filme mais direccionado para o universo pós-apocalíptico e para o desenvolver da personagem principal Thomas ( Dylan O´Brien) .Este é uma sequência directa do filme “Maze Runner: Correr ou matar”, sendo que é obrigatória ver o primeiro filme para existir a compreensão do segundo.
Tal como o primeiro filme, este também gira à volta do grupo de jovens que tenta perceber o universo onde está inserido sendo que todas as suas memórias foram apagadas. Este grupo de personagens, já conhecido pelo público, deveria experienciar uma maturação o que não é o que ocorre. Enquanto no primeiro filme existe um foco no grupo o segundo foca em especial um dos protagonistas deixando as outras personagens para segundo plano. Além disso outras personagens são postas em cena e outras ainda ganham apelo em algumas das cenas. Apesar da escolha de trazer novas personagens para o enredo, algumas destas perdem o foco durante o desenrolar do filme só trazendo relevo em poucas cenas e sendo até esquecidas no desenrolar final.
Thomas é então a personagem principal que controla a acção liderando o grupo e revelando alguns clichés de protagonismo. Um herói que se transforma um pouco superficial e irrealista pois tem sempre as decisões certas e não apresenta revelações ao longo do filme. Felizmente o actor transforma o personagem positivamente. Os outros actores jovens são igualmente talentosos. Um dos acertos da franquia foi apostar em nomes pouco conhecidos, mas com grande potencial, como Kaya Scodelario, Thomas Brodie-Sangster.
Neste filme existe a diferença no género para o último, pois agora a acção impera tanto como o novo género imposto: o thriler. Cenas que transformaram o filme num filme para maiores de 14 anos, e que deixam qualquer visualizador  tenso e envolto no próprio momento.
Esta produção conta com um orçamento maior visando seduzir o público adulto que compraria ingressos para assistir a Bruce Willis ou Liam Neeson nos cinemas. O resultado é tecnicamente impressionante, mas, não existe a profundidade em nenhum género distinto só flashes de géneros distintos.
Este universo é expandido consideravelmente sendo que agora o grupo de protagonistas tem à sua disposição mais lugares para explorar até mesmo mais informação para tentar completar o quebra-cabeças.
Umas das coisas que podemos observar é o carácter de videogame do filme, sendo que as cenas são passadas a correr e com o objectivo de desmascarar algum segredo maior e derrotar os “bosses”.
Todo o filme apresenta clichés e uma cultura popularizada de hoje em dia, seguindo o fluxo de Jogos da Fome e Divergente, o que torna o filme um pouco familiarizado com enredos já conhecidos. Outro dos clichés apresentados foi a utilização de monstros ou zumbis para criar a tensão nos personagens.
 Existe também o sentimento um pouco bíblico no conceito de a procura pela Terra prometida, também como existe um complexo de édipo em toda a saga sendo que os personagens vão de serem levados a cometerem certas atitudes para se despegarem dessa entidade educadora que neste caso seria a CRUEL.
 A utilização de cores nas filmagens é bastante interessante sendo que nas cenas que se passam no universo da CRUEL a cor utilizada é o azul criando inconscientemente o pensamento de um ambiente frio. Também nos ambientes que o grupo enfrenta um momento de esperança existe a colocação das cores amarela ou vermelha, cores mais quentes.

O geral do filme é de facto promissor sendo que existe uma promessa no fim do filme para um terceiro. Existe a coesa organização e uma boa imersão por parte da produção.
Pontuação: 3,5 entre 5.