Sinopse:
Mayra Andrade tem uma relação especial com o público em Portugal e essa relação sente-se nas colaborações que tem registado com artistas como Pedro Moutinho ou, mais recentemente, com António Zambujo com quem gravou um dueto de homenagem a Amália Rodrigues que a Universal em França elegeu para apresentar como single. Mas o carácter privilegiado da relação que mantém com o nosso país adivinha-se sobretudo nos aplausos que a aguardam sempre que por cá sobe a um palco, ocasiões sempre raras dada a amplitude da sua carreira internacional. Os concertos que Mayra Andrade se prepara para fazer no âmbito do Misty Fest, festival sempre dedicado a levar a melhor música às melhores salas e aos públicos mais exigentes, serão por isso mesmo ocasiões muito especiais: a 4 de Novembro subirá ao palco do Coliseu Porto, no dia seguinte, a 5 de Novembro, será a vez do Grande Auditório do CCB em Lisboa a aplaudir e a 7 de Novembro Mayra Andrade irá apresentar-se no Centro de Artes e Espectáculos da Figueira da Foz.
Na bagagem, Mayra trará um concerto singular para Portugal, até porque as saudades apertam-lhe a alma: tem circulado recentemente pelo mundo com uma agenda carregada que a levou dos Estados Unidos e Canadá até à Alemanha, Áustria, França, Suíça, Turquia e Polónia. No ano passado viajou pelo Japão e Coreia, para dar apenas alguns exemplos mais exóticos, mas regressar a Portugal significa regressar a um país que bem conhece e que bem a conhece a ela. E daí o carácter particular destas apresentações. Ao Misty Fest trará por isso mesmo um alinhamento diferente, com passagem pelo seu trabalho mais recente, "Lovely Difficult", pois claro, mas também por material bem conhecido retirado de álbuns anteriores, incluindo os primeiros "Navega" e "Storia, Storia", de onde saíram alguns dos seus maiores êxitos que a afirmaram no plano internacional e a confirmaram no nosso país como uma das mais amadas vozes de Cabo Verde. Impossível perder.
Opinião:
Dia 5 de Novembro, num dos dias mais aguardados do festival Misty Fest, Mayra Andrade desfilou classe e talento no Grande Auditório do CCB. Não foi de espantar que Mayra Andrade actuasse para sala cheia, a antecipação estava no ar, e aquando da entrada da cantora em palco o público calorosamente a acolheu e pôde assim aproveitar um espetáculo que, segundo as palavras da cantora, foi o culminar de 2 anos de tourneé, regressando assim à cidade onde se sente muito mais criativa.
Com ritmos muito inspirados na cultura cabo-verdiana, os arranjos estavam também com fortes influências de Jazz, permitindo assim uma boa demonstração da ginástica vocal da cantora. Com o público a pedir cada vez mais da cantora, esta não desanpontou e cada vez mais demonstrou o seu poderio vocal.
Aquando a entrada da primeira convidada especial: Sara Tavares, o público estava apoteótico e acolheu-a numa calorosa salva de palmas, o que permitiu interpretar uma das suas próprias canções, Estrela Mãe, que em dueto com Mayra Andrade tornou a música ainda mais carregada de emoção. E emoção foi o que marcou o resto da noite, ficando como o momento da noite a entrada de Pedro Moutinho, para interpretar uma versão de Alfama que marcou o público de uma forma muito positiva, demarcando o talento de ambos os intérpretes e da própria canção.
Uma noite de talento, carinho e cumplicidade que certamente marcou mais do que um elemento do público e que deixa certamente muitas saudades. Saudades da voz, do ritmo, da melodia e das músicas que marcam uma das vozes mais talentosas que passou por esta edição do festival Misty Fest 2015.
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