Sinopse
Richard Pace (Pierce Brosnan)
é um ladrão que apenas rouba quem tem seguro, para não lesar ninguém. Apesar
disso, a vida não lhe corre bem: a mulher deixou-o, a filha guarda-lhe rancor
e, pior de tudo, tem tendência para ser apanhado. Mas Pace está também
habituado a fugir da prisão, sobretudo de prisões privatizadas geridas por um
homem chamado Schultz (Tim Roth) que, por isso mesmo, o quer matar.
Com todas estas fugas Pace
chamou a atenção de um grupo de Robin Hoods dos tempos modernos, os Ladrões de
Elite, que lhe propõem um plano demasiado bom para ser verdade: Não só evita
que seja preso pelo FBI, como impede que Schultz financie várias organizações
terroristas e o mate e à sua família. Uma proposta irrecusável, não fosse um
pequeno pormenor: é um plano aparentemente impossível de concretizar.
Opinião
por Artur Neves
Não há na filmografia de Renny
Harlin nenhum título que possa ser indicado como referência para o seu trabalho
ao longo dos mais de 40 anos de atividade no cinema e na televisão,
considerando que todos apontam para obras comerciais, de muito fácil digestão e
rápido esquecimento, na mira de um público pouco preocupado com o conteúdo e menos
ainda com a forma como lhe são apresentadas as obras que saem do seu escopo.
Como tal, este “Ladrões de
Elite” só pode configurar baixas expectativas, muito embora com um cabeça de
cartaz, Pierce Brosnan, e um secundário de luxo, Tim Roth, de quem já
apreciámos muito boas interpretações. Aliás, neste filme eles são iguais a si
próprios nos papéis que lhes tocam, o problema é a história chocha, os diálogos
pobres e toda aquela fantasia de ação e aventura que nos quer convencer e
justificar um altruísmo bacoco à custa de um roubo pelas melhores razões em vez
de alimentar as redes de terrorismo do médio oriente.
Pace é o tipo de ladrão de
casaca com pergaminhos no seu trabalho, que não gosta de lesar os roubados, nem
de ceder a outros o produto do seu furto, todavia, ao ser engajado no grupo dos
“Ladrões de Elite” tem de alterar esse seu modo de atuação, para se conformar
com os propósitos altruísticos da missão e para satisfazer a vontade da sua
filha Hope (Hermione Corfield) que trabalha numa ONG de apoio aos refugiados Sírios,
tendo ela mesmo contratado os serviços dos “Ladrões de Elite” para assaltarem a
prisão de alta segurança em Abu Dhabi administrada com fins lucrativos por Schultz.
Como Pace é especialista em fugas de prisão, ninguém melhor do que ele
constitui a pessoa indicada para levar a bom termo a missão a que se propões.
Claro que a história é o que
é, nem melhor nem pior do que outras que servem de base para filmes de
aventuras. O que está aqui em causa é a forma plastificada como as coisas se
processam, os planos vagos que se congeminam, a ação que se desenvolve com
pouca emoção ou realismo, salvando-se apenas a introdução de algumas buchas
engraçadas aqui e ali mas que não justificam o conjunto da história.
Tanto Brosnan como Roth, mas
principalmente o primeiro, importam-se com o comportamento da sua presença em cena. Brosnan até tem pergaminhos de estrela internacional quando ele
assumiu o personagem de James Bond em dois filmes da saga ou um ladrão elegante
em “O Caso Thomas Crown” de 1999, mas com um argumento destes, trabalhado desta
forma, é difícil manter o estatuto.
Estreia nas salas em 7 de
Outubro
Classificação: 4 numa escala
de 10