23 de setembro de 2018

SEGUNDO ATO" || com JENNIFER LOPEZ

ESTREIA A 29 NOVEMBRO NO CINEMA



Segundo Ato" é uma comédia romântica ao estilo de “Uma Mulher de Sucesso” e “Encontro em Manhattan”.  Jennifer Lopez é Maya, uma mulher nos seus 40 anos, que luta com as frustrações inerentes aos seus sonhos não realizados. Mas isso apenas até se deparar com uma oportunidade de provar a Madison Avenue que a sabedoria ‘das ruas’ é tão válida como a de quem tem um curso superior, e que nunca é tarde demais para um Segundo Ato... 

22 de setembro de 2018

Opinião – “Agora Estamos Sozinhos” de Reed Morano


Sinopse

Del (Peter Dinklage) está sozinho no mundo. Depois da raça humana ter sido destruída, ele vive numa pequena e vazia cidade, satisfeito, na sua solidão, e com a utopia que metodicamente criou para si mesmo.
Assim é até que Del é descoberto por Grace (Elle Fanning), uma estranha com motivos e um passado obscuro. E o pior de tudo é que ela não se quer ir embora.

Opinião por Artur Neves

Num futuro pós-apocalíptico um homem, Del (Peter Dinklage da Guerra dos Tronos) sobrevive a uma epidemia que mata os seres humanos mas deixa intactas a cidade e todas a utilidades urbanas embora sem energia eléctrica. Não sabemos e também nunca nos é explicado de que epidemia se tratou, porque o que interessa é seguir a vida solitária de um homem que agora se sente útil e ativo na sua função de bibliotecário, continuando a sua tarefa de guardar, catalogar e arrumar os livros que estavam à sua guarda.
Tal como ele a certa altura declara; sentia-se só e descriminado no meio dos 1600 habitantes da cidade, quando eles estavam vivos, por ele ser o único anão. Agora tudo mudou e ele é o único habitante produtivo, não interessando a sua estatura física e tendo estabelecido rotinas de manutenção e boas práticas de vida na cidade deserta.
As coisas mudam contra sua vontade quando encontra Grace (Elle Faning) que ele socorre quando a encontra ferida, na sequência da fuga a uma realidade pretensamente perfeita, noutra cidade, porque afinal nem todos os humanos foram dizimados.
Só que cada pessoa interpreta uma mesma realidade à sua maneira e de acordo com as suas premissas e experiencias pessoas pondo em causa o que para outros significa ordem e organização, sendo nesta problemática que o filme desenvolve esta história de vida impar e surreal. A solidão nem sempre é uma ideia negativa e uma companhia só é interessante e útil quando ambos afinam pelas mesmas ideias, ou quando as ideias do outro vêm complementar os nossos objectivos e dar resposta a dúvidas recalcadas no nosso espírito.
Reed Morano, realizadora americana, nascida no Nebraska em 1977 que apresenta um drama em 2015 “Meadowland” não estreado por cá, bem como várias séries para TV das quais se destaca: “A História de uma Serva” em 2017, com boas referências internacionais, apresenta-nos agora esta história escrita por Mike Makowsky, argumentista premiado no Tribeca Film Festival com “Take Me” (2017), um thriller de comédia.
No caso presente temos um projecto arrojado que combina, sentimentos pessoais, solidão e ficção científica, num equívoco que servia de compensação para uma frustração. O desenvolvimento do filme é escorreito e a entrada de outros personagens esclarecidos quanto à situação em que o mundo se encontra só vem dar significado à constatação que “mais vale só que mal acompanhado”, que no fundo é outra maneira mais abrangente de ler o nome do filme. Vê-se sem cansaço, muito embora por vezes nos perguntemos como aquilo acabará. Termina, deixando algumas perguntas sem resposta.

Classificação: 6 numa escala de 10

20 de setembro de 2018

Opinião – “O Mistério da Casa do Relógio” de Eli Roth


Sinopse

Na tradição dos clássicos da Amblin, onde acontecem coisas fantásticas nos lugares mais inesperados, Jack Black e a vencedora de dois Óscares® Cate Blanchett protagonizam O Mistério da Casa do Relógio, da Amblin Entertainment. Esta aventura mágica conta a história de Lewis (Owen Vaccaro), de dez anos de idade, que vai morar com o tio numa casa antiga, cheia de rangidos, onde ecoa o misterioso pulsar de um tiquetaque. Mas a fachada sonolenta da nova cidade estremece com um mundo secreto de magos e bruxas quando Lewis acorda acidentalmente os mortos.
Inspirado no popular clássico infantil escrito por John Bellairs e ilustrado por Edward Gorey, O Mistério da Casa do Relógio é realizado pelo mestre dos sustos Eli Roth e escrito por Eric Kripke (criador da série de TV Supernatural). O elenco conta ainda com Kyle MacLachlan, Colleen Camp, Renée Elise Goldsberry, Vanessa Anne Williams e Sunny Suljic.

Opinião por Artur Neves

Enquanto Kate Rowling não dá o dito, por não dito, embora tendo já em 2007 “entreaberto a porta” para o novo ato, de escrever “um oitavo, nono ou décimo livro de Harry Potter” declarando esta notícia pela negativa para criar mais suspense, eis que a Amblin de Steven Spielberg preenche o vazio deixado por ela com esta história de fantasia, magia e mistério entregando a empreitada nas boas mãos de Eli Roth que já nos apresentou boas realizações na área do terror, tais como; “A Cabana do Medo” em 2002, “Hostel” em 2005 e séries para a TV não estreadas em Portugal.
Embora neste filme o tema da história seja a magia e a feitiçaria no enquadramento ingénuo da imaginação infantil, sente-se o pendor da “mão” do realizador, nos ambientes pesados e mal iluminados para manterem a surpresa, na cores empastadas, nos rostos dos bonecos criados, na ação que se desenvolve nas costas de alguns personagens, emprestando ao filme uma certa gravidade mística para lá do que um filme de família normalmente oferece.
O tio de Lewis é o mágico de serviço, com poucos recursos de magia, pois os ruídos que saem das paredes também o perturbam, o tic-tac incessante dos múltiplos relógios que pululam na casa, os movimentos autónomos de alguns móveis, e a “bruxa”, que no final vem a ser tia de Lewis, bem como outros desenvolvimentos que não vou revelar para não tirar o interesse, emprestam ao filme esse condimento mais sério que o transforma numa obra adequada para todas as idades desde que não se tenha perdido a capacidade de sonhar.
A história complica-se quando por engano, Lewis acorda os anteriores donos da casa já falecidos e daqui para a frente a qualidade dos efeitos especiais toma conta da história, pois a ameaça que se perfila pela ação de uma casal que pratica magia negra, é nem mais nem menos, do que o fim do mundo que Lewis, o tio e a putativa “tia”, têm de evitar num rodopio de eventos, uns mais mágicos do que outros mas todas bem desempenhados e que prendem o espetador até ao desfecho final, que embora se adivinhe, ficamos com vontade de saber como foi. Interessante e um bom motivo para levar toda a família ao cinema.

Classificação: 7 numa escala de 10

19 de setembro de 2018

Opinião – “McQueen” de Ian Bonhôte e Peter Ettedgui


Sinopse

MCQUEEN é uma visão pessoal da extraordinária vida, carreira e arte de Alexander McQueen.
Através de entrevistas exclusivas com os amigos e familiares do designer, de arquivos recuperados, imagens e música de extrema beleza, MCQUEEN é uma celebração autêntica e um emocionante retrato de um visionário inspirado, e torturado, do mundo da moda.
O documentário foi realizado por Ian Bonhôte e escrito e corealizado por Peter Ettedgui.

Opinião por Artur Neves

Se tivéssemos dúvidas quanto à origem e objectivos que compõem um desfile de moda de alta-costura, este documentário da vida e obra de Lee Alexander McQueen dissipa-as e ilustra os fundamentos da criatividade humana, nem sempre inspirada nos motivos mais prosaicos que a mente humana pode conceber.
Esta é uma obra autobiográfica de um estilista de sucesso, executada com base em testemunhos, fotografias e filmes, feitos pelo próprio e por pessoas do seu círculo restrito que o amaram, idolatraram e odiaram, pela sua impulsividade, determinismo e perseguição de um objectivo, cuja pulsão nem ele mesmo soube de onde vinha, mas que se afirmava sobre a sua extrovertida personalidade subjugando todos na concretização das suas visões.
De origem modesta e desde muito cedo com tendência para actividades de costura e fabricação de roupas, este filme traça o seu percurso através da edição de documentos reais que embora desconexos e intercalados no seu tempo de vida, relativamente curto, morreu a 11 de fevereiro de 2010 com 40 anos, imprimiu na moda um cunho pessoal impregnado das suas frustrações, medos e preferências (ele criava falcões, razão pela qual os fatos que criou continham penas, nas mais variadas aplicações que se destacavam em todos os desfiles) de uma vida sofrida entre um pai que não o compreendia e detestava a sua assumida homossexualidade e uma mãe afectuosa e protectora, cujo insustentável sofrimento pela sua perda contribuiu decisivamente para o seu suicídio no dia do funeral da sua mãe.
É toda esta vida trágica que o documentário nos transmite, com base em relatos dos seus companheiros, colegas de trabalho e modelos, sujeitos à vontade dos seus delírios criativos tornando um desfile de moda num espectáculo de criatividade que o aproximava de uma feira de horrores, tal era a impregnação dos seus defeitos e da “escuridão” depressiva e suja em que navegava diariamente o seu espírito, transmitindo a todas as obras que criava com os mais variados materiais, uma exceção de expressão visual, apenas usados para vestir durante aquele desfile específico.
Apesar de ser um documentário, as revelações nele contidas são ousadas e apresentadas de modo interessante e motivador que nos prende a atenção e estimula emoções sobre aquele ser tão controverso e único. Com música de Michael Nyman que McQueen ouvia compulsivamente, este filme vê-se com agrado e por motivos culturais, sobre um génio da nossa época.

Classificação: 8 numa escala de 10

17 de setembro de 2018

O REGRESSO DE MARY POPPINS


Lisboa, 17 de setembro de 2018 - Um novo trailer e imagens do filme O REGRESSO DE MARY POPPINS, da Disney, acabam de ser partilhados. Será um primeiro olhar às novas aventuras em Cherry Tree Lane, com a ama praticamente perfeita.


O filme estreia nos cinemas portugueses, na versão original legendada e dobrada, a
20 de dezembro!

Em O REGRESSO DE MARY POPPINS, da Disney, uma sequela musical nova e original, Mary Poppins regressa para ajudar a nova geração da família Banks a descobrir a alegria e encanto perdidos, devido a uma trágica perda pessoal.
Emily Blunt protagoniza a ama quase perfeita com habilidades mágicas, que pode tornar qualquer tarefa numa aventura fantástica e inesquecível, e Lin-Manuel Miranda como o seu amigo Jack, um iluminador de candeeiros de rua, que ajuda a trazer luz – e vida – às ruas de Londres.
É realizado por Rob Marshall, a partir de um argumento de David Magee e história de Magee & Marshall & John DeLuca, com base em The Mary Poppins Stories de PL Travers.
O filme conta também com Ben Whishaw como Michael Banks, Emily Mortimer como Jane Banks e Julie Walters como Ellen, a governanta da família Banks.
O filme introduz ainda três novas crianças dos Banks intepretadas por Pixie Davies, Nathanael Saleh e Joel Dawson e apresenta Colin Firth como William Weatherall Wilkins e Meryl Streep como Topsy, a prima egocêntrica de Mary. Angela Lansbury aparece como a Senhora Balloon, uma personagem preciosa dos livros de PL Travers, e Dick Van Dyke é o Sr. Dawes Jr., o presidente aposentado do banco que agora é administrado pela personagem de Firth.

Opinião – “A Casa do Terror” de Pascal Laugier


Sinopse

Com a morte da tia, Colleen e as filhas herdam a sua casa. Na primeira noite que lá passam, assassinos entram em casa e Colleen tem de lutar pela sobrevivência das filhas.
Devido ao trauma dessa noite, as personalidades díspares das crianças acentuam-se. Beth (Crystal Reed), a mais velha, torna-se numa famosa autora de livros de terror com uma família perfeita em Los Angeles, enquanto Vera (Anastasia Phillips) não ultrapassa os efeitos da noite fatídica e enlouquece, cedendo a uma crescente paranóia.
Dezasseis anos depois da tragédia, mãe e filhas reúnem-se novamente na casa em que Colleen e Vera têm vivido. É então que estranhos acontecimentos começam a ocorrer.

Opinião por Artur Neves

A história que nos mostram desta vez assenta em “perspectivas subjectivas” de mentes, de tal forma traumatizadas que se recusam a encarar a realidade tal como ela se apresenta. Os eventos ocorridos durante a primeira visita à casa da tia, fundamentalmente relacionado com a extrema violência com que foram submetidas as duas irmãs, deixam marcas em função do entendimento profundo que cada uma teve do que efectivamente se passou.
Para Vera, o horror continua sem alteração, atingindo uma normalidade de loucura apavorante que a submete diariamente aos mais dolorosos sacrifícios. Para Beth, a sublimação do horror transforma-a numa escritora de romances de terror que alcança a notoriedade através das minuciosas descrições de maus tratos e de violentas sevícias a que ela na realidade é sujeita, tornando o terror em arte e assumindo-o como um gesto artístico.
O ambiente criado na casa herdada da tia Coleen é do mais exuberantemente barroco que se possa imaginar, colecções de bonecas excessivamente expressivas depositadas profusamente em todos os lugares, portas fechadas, armários que comunicam com cantos esconsos e sombrios que tanto podem servir como esconderijo, ou como prisão e a hedionda cave de arrumos, recheada dos mais diversos artefactos onde as irmãs são sujeitas ao terror déspota de uma mãe protectora de um filho demente e criminoso, que procura na violência e no horror a satisfação da sua sexualidade embotada e incapaz.
Desta prisão, só há duas maneiras de escapar, enlouquecer e defender-se da realidade com a inanição dos sentidos, vegetar somente, ou criar uma realidade esdruxula que preencha o imaginário e que permita ver a realidade real como algo que acontece num mundo paralelo. Todavia, Pascal Laugier não consegue transmitir-nos com clareza essa dicotomia, com o sucesso que ele deve ter imaginado ao conceber este filme, que tem passagens que nos lembra “O Massacre do Texas” de 2003, faltando somente a motosserra, pois a demência é semelhante num corpo disforme, na loucura sexual, violência e maldade gratuita quando não consegue alcançar os seus objetivos.
Do ponto de vista do terror gore na sua forma mais tradicional o filme é completo, mas nem sempre isso é o mais importante para nos emocionar e para nos confrontar com os nossos próprios medos, condimento essencial para sentirmos o “terror” que nos diverte, veja-se por exemplo; “Os Outros” de 2001, onde em todo o filme, no mais pacato dos ambientes familiares, só vemos fantasmas e só muito lentamente nos apercebemos disso.

Classificação: 5 numa escala de 10

13 de setembro de 2018

Opinião – “Operação Shock and Awe” de Rob Reiner


Sinopse

“Operação Shock and Awe” conta a história verídica de dois repórteres, Jonathan Landay (Woody Harrelson) e Warren Stroebel (James Marsden) e do seu chefe, John Walcott (Rob Reiner), que, com o apoio do correspondente de guerra Joe Galloway (Tommy Lee Jones), descobrem e revelam as situações de abuso de poder nas altas esferas do governo, que levaram à mais comprida e custosa guerra na história dos EUA.
No rescaldo do 11 de Setembro, o Presidente George W. Bush constrói uma justificação para a invasão do Iraque e para retirar Saddam Hussein do poder.
Enquanto a maioria dos jornalistas sediados em Washington acredita nas palavras do Presidente, Landay e Stroebel decidem investigar, seguindo pistas e fontes governamentais anónimas que demonstram que os argumentos do Presidente para declarar guerra se baseiam em mentiras e dados falsificados.
Contudo, os jornalistas descobrem rapidamente que expor a verdade e encontrar pessoas que a oiça são duas coisas diferentes, especialmente quando o tambor da guerra consegue abafar qualquer voz de dissensão.
Na tradição de “Os Homens do Presidente”, um filme de Rob Reiner com um elenco notável.

Opinião por Artur Neves

Se há condição de que não se possa acusar os USA é de não fazerem autocritica e denuncia, por vezes bem mordaz, dos eventos e decisões menos elogiosas dos seus governantes ou da sua política interna e/ou externa. Num país com uma indústria cinematográfica tão próspera é óbvio que esses assuntos são posteriormente utilizados como argumento de filmes em que no presente caso aborda a administração de George W. Bush e da fabricada justificação de presença de “armas de destruição maciça” para atacar o Iraque de Saddam Hussein e conduzir o planeta à conhecida turbulência que se vive no mundo árabe.
Na sequência do atentado de 11 de Setembro às torres gémeas a administração Bush procurou encontrar os culpados, do qual emergiu o nome de Osama bin Laden, todavia a sua captura foi temporariamente preterida pelo governo em substituição da ofensiva ao Iraque, justificada ao limite, negando as evidências que se foram descobrindo durante a preparação da guerra pelos mais altos representantes da administração em que o vice-presidente Dick Sheney e o secretário Donald Rumsfeld ocuparam os lugares centrais, mentindo deliberadamente.
É esta história que este filme conta, na pele de dois jornalistas de investigação que não se limitavam a obter notícias, mas também a confirmá-las. Os jornais de referencia, tais como; o New York Times e o Washington Post aderiram completamente às informações oficiais e publicaram as mentiras oficiais de que posteriormente se vieram retractar, por quebra de confiança grave para com os seus leitores.
O pendor informativo e documental deste filme provoca alguma saturação durante a aquisição de conhecimentos, que embora não sejam de todo novos, não contêm o factor de expectativa e surpresa de outras histórias ficcionais, menos qualificadas do que esta, mas mais adequadas às actividades lúdicas. Ver este filme é confrontarmo-nos com uma realidade que por vezes queremos omitir, apesar de nos ser servida todos os dias e durante muitas horas nos canais de informação consultados. É a verdade a que temos direito, embora fora de tempo e sem qualquer efeito prático em todo o mal que já foi feito.

Classificação: 6 numa escala de 10

11 de setembro de 2018

Opinião – “Pronta para Tudo” de Michèle Laroque


Sinopse

Ângela (Michèle Laroque) pensa que tem uma vida ideal. Vive em Nice, num belo apartamento, com um marido atraente e uma charmosa filha adolescente.
Contudo, na noite de Natal, a filha deixa-a para ir ter com o namorado, o marido anuncia que quer a separação e a sua melhor amiga toma soporíferos ao invés de passar a noite com Angela.
Face a tudo isto, Angela não tem outra escolha senão reinventar-se. Isso não é fácil, tendo em conta que tem de lidar com uma mãe tirana, uma melhor amiga histérica e um psiquiatra com métodos muito experimentais.

Opinião por Artur Neves

Ângela, segundo os padrões normais da Europa ocidental tem de facto uma vida ideal e completa do ponto de vista mundano convencional. Casada, com uma filha moderna e emancipada que em conjunto com o companheiro possuem uma banda, com uma boa casa em Nice e uma vida desafogada do ponto de vista financeiro não se pode queixar de instabilidade ou de receios quanto ao futuro. Aparentemente tudo corre bem na vida de Ângela.
O pior é sempre a realidade por detrás da aparência e Ângela é “tramada” pela realidade que ela não vê, não sente, na euforia dos seus dias. A realidade entra-lhe literalmente pela porta nas vésperas de Natal, através da revelação de divórcio do marido, da preferência da filha relativamente ao companheiro e da depressiva amiga Charline (Rossy de Palma, a atriz fetiche de Pedro Almodovar) que prefere ficar a dormir a acompanhá-la na noite de Natal.
É neste carrocel de emoções que Michèle Laroque, atriz principal e realizadora decide aceitar como bom este argumento menor, entre o drama e a tragicomédia, em que as situações estão mal caraterizadas e os personagens não aparentam a espessura que o drama impunha nem são tão ligeiras (exceto a protagonista) que criem situações que nos façam verdadeiramente rir. A situação é de facto complexa e para complicar ainda mais a mãe de Ângela, supercrítica da filha e da neta, sempre mal-humorada não se coíbe de a confrontar entre amigas e por fim, morre-lhe nos braços na sequência de sufocação por engasgamento num jantar a três num restaurante.
O psiquiatra tem um papel ridículo, apesar de nutrir por ela um amor secreto e de apresentar comportamentos que em nada dignificam a classe. No final de contas a única personagem razoável de que ela se socorre e que a apoia nos momentos mais críticos é de um vendedor de fruta numa banca de bairro, onde ela, prolongando a sanha de chique, procura elevar o nível da atividade utilizando as pratas do serviço como escaparate de fruta. Mas nada daquilo faz verdadeiramente sentido, o motivo é frouxo para comédia e o argumento tão depressa explora a real tristeza do vazio da sua vida, como faz dele motivo de chacota tentando fazer rir.
Salva-se a interpretação conformada e lutadora de Ângela (Michèle Laroque) que faz das fraquezas forças para seguir em frente no meio do desatino em que se transformou a sua “rica” vida, logo na véspera de Natal e depois de ter organizado a consoada. Sabe a pouco.

Classificação: 5 numa escala de 10

Opinião – “O Predador” de Shane Black


Sinopse

Dos confins do espaço às ruas das pequenas cidades dos subúrbios, a caça chega em pleno na explosiva reinvenção de Shane Black. Agora os caçadores mais letais do universo estão mais fortes, mais inteligentes e mortais que nunca, aperfeiçoados geneticamente com o DNA de outras espécies. Quando um rapaz acidentalmente desencadeia o seu regresso à terra, apenas uma tripulação disfuncional de ex-soldados e um professor de ciências descontente pode impedir o fim da raça humana.

Opinião por Artur Neves

Podemos considerar esta sequela como “O Predador 4” reportando-nos ao inicio da série como “Predador” de 1987, seguido de “Predador 2” em 1990 e “Predadores” em 2010, excluindo dois filmes que combinam predadores com aliens usando o franchising dos dois modelos existentes para criar um filme de acção. No conceito inicial, “Predador” corporiza uma entidade vinda do espaço exterior, chegando à terra por engano ou deficiência da máquina que o transporta, tendo de lutar pela sua sobrevivência num mundo que lhe é estranho e hostil. Apresenta espectaculares características de combate, mas apesar disso sucumbe no confronto com os terrestres que o combatem.
Nesta sequela, embora mantendo o seu poder destruidor, o primeiro Predador que chaga à terra vem avisar-nos do perigo que corremos com a chegada dos “Predadores maus muito maus” e deixar-nos uma arma (que cai nas mãos de uma criança que a toma como um jogo de computador de ultima geração) para ajudar a nossa defesa, pois com os nossos recursos no tempo presente ainda não somos suficientemente capazes para lutar de igual para igual com a superior tecnologia que eles possuem.
Para coordenar o combate ao alienígena constitui-se uma equipa militar de marados, cada um mais marado do que o outro, uma equipa de cientistas que não se compreende de que lado estão, se do lado da ciência ou do lado de ???... e uma investigadora em biologia que se sai melhor como lutadora de wrestling, do que como a pretendida bióloga especialista, convidada pelos cientistas para analisar o primeiro Predador capturado.
É assim que neste argumento bagunçado, complicado sem explicação e caótico que personagens sem expressão de combatentes, mas apenas lutadores entre si e por inerência, “carne para canhão” do Predador, vociferam altercações mútuas para nos fazer rir, enquanto combatem os Predadores e os seus animais de estimação, da mesma estirpe dos predadores dos quais nunca se saberá a sua origem, procedência ou género.
A história defende o conceito de família, fazendo o rapaz que possui o equipamento especial, filho do líder da equipa militar, que luta também para o proteger e à mãe de quem está separado. Nenhuma das personagens possui espessura suficiente para se tornar credível, nem toma decisões coerentes, andam todos envolvidos numa enérgica confusão de lutas com meios tecnologicamente sofisticados, numa corrida frenética para justificar acção e ocupar os muitos duplos contratados. No fim lamenta-se que a mística do “Predador” de 1987 tenha irremediavelmente sucumbido a um guião constituído por personagens estranhas e tolas, sem qualquer honra ou glória, e que nos deixa um sentimento de deceção. Salvam-se os efeitos especiais e para eles a classificação atribuída.

Classificação: 4 numa escala de 10

8 de setembro de 2018

Opinião – “Pesquisa Obsessiva” de Aneesh Chaganty


Sinopse

Depois da filha de 16 anos de David Kim desaparecer, é aberta uma investigação e atribuído um detective ao caso. Mas após 37 horas sem uma única pista, David decide procurar no único sítio em que ainda ninguém tinha procurado e onde actualmente estão todos os nossos segredos: no computador da sua filha. Num thriller inovador contado através dos dispositivos tecnológicos que diariamente usamos para comunicar, David segue as pegadas digitais da filha antes que ela desapareça para sempre.

Opinião por Artur Neves

Por várias vezes, o festival de Sundance e o Sundance Institute (promovido e fundado por Robert Redford no estado do Utah/U.S.A, com o intuito de ajudar cineastas e cinematografias independentes) tem surpreendido a comunidade cinéfila por histórias e realizações inovadoras, quer no aspeto temático como na forma como visualmente se apresentam. Este filme é um desses casos, incluído na selecção oficial do festival de 2018 e vencedor do premio de audiência, por constituir uma forma inédita de apresentação da história que nos quer contar.
Por outro lado, constitui uma excelente apresentação para os menos avisados, quanto ao potencial que têm em mãos, ao manipular um smartphone ou qualquer dispositivo de comunicação ligado à Internet com acções de partilha com outros dispositivos, bem como, a irrevogabilidade de tudo quanto publicamos e partilhamos nas redes sociais com a mais inocente disponibilidade de comunicar aos outros as nossas novidades.
A história é bem simples, uma família em que a mãe morre por doença, um pai ocupado com o seu trabalho e uma filha em idade escolar que subitamente desaparece durante uma semana sem qualquer motivo que o justifique, salvo, desastre, fuga deliberada ou rapto. Só que, para tentar superar a dor provocada por este evento inesperado o pai senta-se à secretária e vasculha em todos os lugares ao seu dispor; Facebook, Twiter, Instagrama, WatsUp, mensagens de comunicação telefónica, arquivos que a filha tinha no computador, ligações suspeitas pelos mais diversos indícios, “krakandopasswords, de encriptação de ficheiros e de contas pessoais, para entrar em contacto com pessoas e factos até então totalmente desconhecidos para ele, que preocupado com a sua atividade profissional tinha-se “esquecido” de conhecer a filha.
Claro que numa situação destas há intervenção policial e acções de campo, mas são-nos todas apresentadas em forma de notícia, ou de filme captado por câmaras de vigilância, integradas na rede de comunicação que envolve a sociedade tecnológica em que vivemos. Não se pense que isso atenua o drama e a dor da perda de David Kim (John Cho), implícitos na história do desaparecimento de Margot (Michelle La) pois estão todos lá, pela mão de Aneesh Chaganty, argumentista e realizador que de forma notável, nos apresenta este primeiro thriller de Hollywood dirigido por um ator asiático-americano.
O grande destaque desta realização é a sua execução visual, quase totalmente apresentada através da captação de imagens de computador e de smartphones que interligam os factos significativos da história de forma mutável, dinâmica e com os necessários twists que mantêm vivo o interesse do espetador e a surpresa até ao final. É uma nova linguagem em cinema, uma novidade, recomendo.

Classificação: 7,5 numa escala de 10

5 de setembro de 2018

TERMINATOR 6


Sob o desígnio de “Terminator” constituiu-se um franchise de ficção científica criado por James Cameron e Gale Anne Hurd, que engloba filmes, romances e outros meios complementares sobre batalhas entre Skynet, o androide de inteligência sintética e John Connor, forças da Resistência ao avanço das máquinas e o resto da raça humana. 

Os filmes que compõem esta saga são:

“O Exterminador do Futuro” (1984)
“O Exterminador do Futuro 2: Dia do Julgamento” (1991)
“O Exterminador do Futuro 3: Ascensão das Máquinas” (2003)
“Terminator Salvation” (2009)
“Terminator Genisys” (2015)

Anunciado para o próximo ano, com estreia prevista nos USA em Novembro de 2019, do qual vos deixo a seguir a primeira imagem oficial do filme:

Terminator 6 (2019)


(da esquerda para a direita)

Natalia Reyes no papel de  “Dani Ramos”
Mackenzie Davis no papel de “Grace”
Linda Hamilton no papel de “Sarah Connor”

Realização: Tim Miller
Produção: James Cameron, David Ellison
Elenco: Arnold Schwarzenegger, Linda Hamilton, Mackenzie Davis, Natalia Reyes, Gabriel Luna, Diego Boneta

Ficamos à espera!...



FESTIVAL DE CINEMA DE TORONTO - 6 A 16 Setembro 2018

'JEREMIAH TERMINATOR LEROY' em antestreia no Festival de Toronto


'JEREMIAH TERMINATOR LEROY',
COM KIRSTEN STEWART E LAURA DERN,

Escrito e realizado por Justin Kelly (I am MichaelKing Cobra), e com Kirsten Stewart (Sill Alice,Clouds of Sils Maria) e Laura Dern (Big Little LiesJurassic Park) nos principais papéis, o filme "JEREMIAH TERMINATOR LEROY" foi selecionado para a sessão de encerramento do Festival de Cinema de Toronto.

Em Janeiro de 2006, o New York Time publicou um artigo onde revelava que JT LeRoy, um adolescente que alcançou a fama depois de publicar dois livros baseados nas experiências atribuladas da sua adolescência, era na verdade uma fraude e a criação de duas mulheres.
Laura Albert (Dern) é uma escritora e compositora responsável pela escrita dos livros e por assinar a correspondência do autor. Savannah Knoop (Stewart) é uma jovem estudante universitária que desempenha o papel de JT Leroy em público. Juntas são responsáveis pela criação do fictício autor e prosseguem com a fraude num caminho sem retorno possível. JT é admirado e aclamado por celebridades, artistas, fãs e críticos. Laura e Savannah lutam para descobrir quem são, enquanto fingem ser outra pessoa.

4 de setembro de 2018

Opinião – “O que de Verdade Importa” de Paco Arango


Sinopse

A vida de Alec (Oliver Jackson-Cohen) em Inglaterra está a ruir tal como a sua loja de reparações elétricas. Deve dinheiro às pessoas erradas, dorme com mulheres casadas e bebe como se não houvesse amanhã. Inesperadamente, surge um homem chamado Raymond (Jonathan Pryce) que afirma ser seu tio. Raymond tem uma proposta que permitirá a Alec recomeçar do zero: pagará todas as suas dívidas e em troca Alec terá de se mudar para a Nova Escócia, Canadá, durante um ano.
Ao chegar a Lunenburg, uma pequena cidade rural onde Raymond tem uma casa, conhece Cecilia (Camilla Luddington), a veterinária local com quem ele faz amizade e que se prontifica a ajudar a procurar emprego. Tentando astutamente atrair os habitantes da cidade, ele decide publicar num jornal local um anúncio onde diz consertar qualquer aparelho elétrico avariado. Mas o anúncio sai com um erro de impressão e parece que Alec afirma ser um verdadeiro curandeiro místico que trata pessoas. Os habitantes da cidade acorrem para contratar os seus serviços, mas Alec rejeita-os e explica o erro de impressão. O mais extraordinário e inexplicável é que aqueles que o visitam são curados das suas maleitas! O boato espalha-se: Alec cura realmente. Por mais que queira evitar que lhe atribuam quaisquer poderes curativos, continuam a ocorrer acontecimentos bizarros.
Os cães parecem absolutamente fascinados por ele; o padre da terra, Malloy (Jorge Garcia), sofre um ataque cardíaco, morre e ressuscita, e um velho surdo diz à mulher para parar de gritar com ele. Alec, em estado de choque, descobre o segredo da família: ele possui um dom... o dom de curar. É então que tem que fazer uma escolha consciente: aceitar ou rejeitar o dom. A chegada de Abigail (Kaitlyn Bernard), uma adolescente com cancro terminal e com grande sabedoria para a sua idade, proporciona a Alec uma última oportunidade para refletir sobre o propósito da sua vida.

Um filme 100% positivo e solidário, “O que de Verdade Importa” chega às salas de cinema a 13 de setembro. Juntamente com a NOS audiovisuais e a Fundação “O que de Verdade Importa” as receitas obtidas, serão integralmente revertidas para a Unidade de Transplante de Medula do IPO de Lisboa.

Opinião por Artur Neves

Em 17 de abril de 2018, realizou-se em Lisboa a 5ª edição do congresso desta ONG “O que de Verdade Importa” sob o mote: “Superação e Coragem”. No filme recorda-se também a ação humanitária de Paul Newman e da organização que ele criou: “serioüsfun” para assistência e tratamento de crianças com doenças graves, bem como “aladina.org” para crianças com cancro.
Tal como pode inferir-se da sinopse, o filme enquadra-se no género: Família, Comédia e conta uma história de fantasia e de crença num bem maior do que está acessível no dia-a-dia em que a pressão e o stress esgota o nosso tempo de vida. É um filme fresco, divertido, que nos faz rir em certas passagens e emocionar noutras, previsível no seu desfecho e que terá várias interpretações e valorização de acordo com a intimidade sentimental e religiosa de cada espectador. Pelo objetivo final da sua projeção merece toda a nossa aceitação e aderência.

"MILE 22"

esta 5ª feira no cinema! 2018:09:06

James Silva, (Mark Wahlberg) é um experiente agente da CIA destacado para um país suspeito de desenvolver atividades nucleares ilegais. Quando o agente local, Li (Iko Uwaisi) contacta a Embaixada dos EUA procurando trocar informação sobre material radioativo roubado em troca de um salvo conduto para os Estados Unidos, Silva é encarregue de o transportar desde o centro de uma cidade à beira do colapso até um aeródromo a 22 milhas de distância.
Com os inimigos a aproximarem-se por todos os lados, Silva requisita a arma mais sofisticada da CIA, a Overwatch, uma unidade tática remota e ultra secreta sob o comando de Bishop (John Malkovich). Mas, sem que a CIA tenha conhecimento, há outras potências internacionais a monitorizar os movimentos de Li, e, o que deveria ser uma simples missão de extração, escala para um jogo de gato e rato de alta tecnologia e com repercussões globais…

Realizador: Peter Berg
Elenco: Mark Wahlberg, John Malkovich, Li Uwaisi