Sinopse
Del (Peter Dinklage) está sozinho no mundo. Depois da
raça humana ter sido destruída, ele vive numa pequena e vazia cidade,
satisfeito, na sua solidão, e com a utopia que metodicamente criou para si
mesmo.
Assim é até que Del é descoberto por Grace (Elle
Fanning), uma estranha com motivos e um passado obscuro. E o pior de tudo é que
ela não se quer ir embora.
Opinião
por Artur Neves
Num futuro pós-apocalíptico
um homem, Del (Peter Dinklage da Guerra dos Tronos) sobrevive a uma epidemia
que mata os seres humanos mas deixa intactas a cidade e todas a utilidades
urbanas embora sem energia eléctrica. Não sabemos e também nunca nos é
explicado de que epidemia se tratou, porque o que interessa é seguir a vida
solitária de um homem que agora se sente útil e ativo na sua função de
bibliotecário, continuando a sua tarefa de guardar, catalogar e arrumar os
livros que estavam à sua guarda.
Tal como ele a certa altura
declara; sentia-se só e descriminado no meio dos 1600 habitantes da cidade,
quando eles estavam vivos, por ele ser o único anão. Agora tudo mudou e ele é o
único habitante produtivo, não interessando a sua estatura física e tendo
estabelecido rotinas de manutenção e boas práticas de vida na cidade deserta.
As coisas mudam contra sua
vontade quando encontra Grace (Elle Faning) que ele socorre quando a encontra
ferida, na sequência da fuga a uma realidade pretensamente perfeita, noutra
cidade, porque afinal nem todos os humanos foram dizimados.
Só que cada pessoa
interpreta uma mesma realidade à sua maneira e de acordo com as suas premissas
e experiencias pessoas pondo em causa o que para outros significa ordem e
organização, sendo nesta problemática que o filme desenvolve esta história de
vida impar e surreal. A solidão nem sempre é uma ideia negativa e uma companhia
só é interessante e útil quando ambos afinam pelas mesmas ideias, ou quando as
ideias do outro vêm complementar os nossos objectivos e dar resposta a dúvidas
recalcadas no nosso espírito.
Reed Morano, realizadora
americana, nascida no Nebraska em 1977 que apresenta um drama em 2015 “Meadowland” não estreado por cá, bem
como várias séries para TV das quais se destaca: “A História de uma Serva” em
2017, com boas referências internacionais, apresenta-nos agora esta história
escrita por Mike Makowsky, argumentista premiado no Tribeca Film Festival com “Take
Me” (2017), um thriller de
comédia.
No caso presente temos um
projecto arrojado que combina, sentimentos pessoais, solidão e ficção
científica, num equívoco que servia de compensação para uma frustração. O
desenvolvimento do filme é escorreito e a entrada de outros personagens
esclarecidos quanto à situação em que o mundo se encontra só vem dar
significado à constatação que “mais vale só que mal acompanhado”, que no fundo
é outra maneira mais abrangente de ler o nome do filme. Vê-se sem cansaço,
muito embora por vezes nos perguntemos como aquilo acabará. Termina, deixando
algumas perguntas sem resposta.
Classificação: 6 numa escala
de 10
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