Sinopse
“Operação Shock and Awe” conta a história verídica de
dois repórteres, Jonathan Landay (Woody Harrelson) e Warren Stroebel (James
Marsden) e do seu chefe, John Walcott (Rob Reiner), que, com o apoio do
correspondente de guerra Joe Galloway (Tommy Lee Jones), descobrem e revelam as
situações de abuso de poder nas altas esferas do governo, que levaram à mais
comprida e custosa guerra na história dos EUA.
No rescaldo do 11 de Setembro, o Presidente George W.
Bush constrói uma justificação para a invasão do Iraque e para retirar Saddam
Hussein do poder.
Enquanto a maioria dos jornalistas sediados em
Washington acredita nas palavras do Presidente, Landay e Stroebel decidem
investigar, seguindo pistas e fontes governamentais anónimas que demonstram que
os argumentos do Presidente para declarar guerra se baseiam em mentiras e dados
falsificados.
Contudo, os jornalistas descobrem rapidamente que
expor a verdade e encontrar pessoas que a oiça são duas coisas diferentes,
especialmente quando o tambor da guerra consegue abafar qualquer voz de
dissensão.
Na tradição de “Os Homens do Presidente”, um filme de
Rob Reiner com um elenco notável.
Opinião
por Artur Neves
Se há condição de que não se
possa acusar os USA é de não fazerem autocritica e denuncia, por vezes bem
mordaz, dos eventos e decisões menos elogiosas dos seus governantes ou da sua
política interna e/ou externa. Num país com uma indústria cinematográfica tão
próspera é óbvio que esses assuntos são posteriormente utilizados como
argumento de filmes em que no presente caso aborda a administração de George W.
Bush e da fabricada justificação de presença de “armas de destruição maciça”
para atacar o Iraque de Saddam Hussein e conduzir o planeta à conhecida
turbulência que se vive no mundo árabe.
Na sequência do atentado de
11 de Setembro às torres gémeas a administração Bush procurou encontrar os
culpados, do qual emergiu o nome de Osama bin Laden, todavia a sua captura foi temporariamente
preterida pelo governo em substituição da ofensiva ao Iraque, justificada ao
limite, negando as evidências que se foram descobrindo durante a preparação da
guerra pelos mais altos representantes da administração em que o
vice-presidente Dick Sheney e o secretário Donald Rumsfeld ocuparam os lugares
centrais, mentindo deliberadamente.
É esta história que este
filme conta, na pele de dois jornalistas de investigação que não se limitavam a
obter notícias, mas também a confirmá-las. Os jornais de referencia, tais como;
o New York Times e o Washington Post aderiram completamente às informações
oficiais e publicaram as mentiras oficiais de que posteriormente se vieram
retractar, por quebra de confiança grave para com os seus leitores.
O pendor informativo e
documental deste filme provoca alguma saturação durante a aquisição de
conhecimentos, que embora não sejam de todo novos, não contêm o factor de expectativa
e surpresa de outras histórias ficcionais, menos qualificadas do que esta, mas
mais adequadas às actividades lúdicas. Ver este filme é confrontarmo-nos com
uma realidade que por vezes queremos omitir, apesar de nos ser servida todos os
dias e durante muitas horas nos canais de informação consultados. É a verdade a
que temos direito, embora fora de tempo e sem qualquer efeito prático em todo o
mal que já foi feito.
Classificação: 6 numa escala
de 10
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