13 de setembro de 2018

Opinião – “Operação Shock and Awe” de Rob Reiner


Sinopse

“Operação Shock and Awe” conta a história verídica de dois repórteres, Jonathan Landay (Woody Harrelson) e Warren Stroebel (James Marsden) e do seu chefe, John Walcott (Rob Reiner), que, com o apoio do correspondente de guerra Joe Galloway (Tommy Lee Jones), descobrem e revelam as situações de abuso de poder nas altas esferas do governo, que levaram à mais comprida e custosa guerra na história dos EUA.
No rescaldo do 11 de Setembro, o Presidente George W. Bush constrói uma justificação para a invasão do Iraque e para retirar Saddam Hussein do poder.
Enquanto a maioria dos jornalistas sediados em Washington acredita nas palavras do Presidente, Landay e Stroebel decidem investigar, seguindo pistas e fontes governamentais anónimas que demonstram que os argumentos do Presidente para declarar guerra se baseiam em mentiras e dados falsificados.
Contudo, os jornalistas descobrem rapidamente que expor a verdade e encontrar pessoas que a oiça são duas coisas diferentes, especialmente quando o tambor da guerra consegue abafar qualquer voz de dissensão.
Na tradição de “Os Homens do Presidente”, um filme de Rob Reiner com um elenco notável.

Opinião por Artur Neves

Se há condição de que não se possa acusar os USA é de não fazerem autocritica e denuncia, por vezes bem mordaz, dos eventos e decisões menos elogiosas dos seus governantes ou da sua política interna e/ou externa. Num país com uma indústria cinematográfica tão próspera é óbvio que esses assuntos são posteriormente utilizados como argumento de filmes em que no presente caso aborda a administração de George W. Bush e da fabricada justificação de presença de “armas de destruição maciça” para atacar o Iraque de Saddam Hussein e conduzir o planeta à conhecida turbulência que se vive no mundo árabe.
Na sequência do atentado de 11 de Setembro às torres gémeas a administração Bush procurou encontrar os culpados, do qual emergiu o nome de Osama bin Laden, todavia a sua captura foi temporariamente preterida pelo governo em substituição da ofensiva ao Iraque, justificada ao limite, negando as evidências que se foram descobrindo durante a preparação da guerra pelos mais altos representantes da administração em que o vice-presidente Dick Sheney e o secretário Donald Rumsfeld ocuparam os lugares centrais, mentindo deliberadamente.
É esta história que este filme conta, na pele de dois jornalistas de investigação que não se limitavam a obter notícias, mas também a confirmá-las. Os jornais de referencia, tais como; o New York Times e o Washington Post aderiram completamente às informações oficiais e publicaram as mentiras oficiais de que posteriormente se vieram retractar, por quebra de confiança grave para com os seus leitores.
O pendor informativo e documental deste filme provoca alguma saturação durante a aquisição de conhecimentos, que embora não sejam de todo novos, não contêm o factor de expectativa e surpresa de outras histórias ficcionais, menos qualificadas do que esta, mas mais adequadas às actividades lúdicas. Ver este filme é confrontarmo-nos com uma realidade que por vezes queremos omitir, apesar de nos ser servida todos os dias e durante muitas horas nos canais de informação consultados. É a verdade a que temos direito, embora fora de tempo e sem qualquer efeito prático em todo o mal que já foi feito.

Classificação: 6 numa escala de 10

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