11 de setembro de 2018

Opinião – “O Predador” de Shane Black


Sinopse

Dos confins do espaço às ruas das pequenas cidades dos subúrbios, a caça chega em pleno na explosiva reinvenção de Shane Black. Agora os caçadores mais letais do universo estão mais fortes, mais inteligentes e mortais que nunca, aperfeiçoados geneticamente com o DNA de outras espécies. Quando um rapaz acidentalmente desencadeia o seu regresso à terra, apenas uma tripulação disfuncional de ex-soldados e um professor de ciências descontente pode impedir o fim da raça humana.

Opinião por Artur Neves

Podemos considerar esta sequela como “O Predador 4” reportando-nos ao inicio da série como “Predador” de 1987, seguido de “Predador 2” em 1990 e “Predadores” em 2010, excluindo dois filmes que combinam predadores com aliens usando o franchising dos dois modelos existentes para criar um filme de acção. No conceito inicial, “Predador” corporiza uma entidade vinda do espaço exterior, chegando à terra por engano ou deficiência da máquina que o transporta, tendo de lutar pela sua sobrevivência num mundo que lhe é estranho e hostil. Apresenta espectaculares características de combate, mas apesar disso sucumbe no confronto com os terrestres que o combatem.
Nesta sequela, embora mantendo o seu poder destruidor, o primeiro Predador que chaga à terra vem avisar-nos do perigo que corremos com a chegada dos “Predadores maus muito maus” e deixar-nos uma arma (que cai nas mãos de uma criança que a toma como um jogo de computador de ultima geração) para ajudar a nossa defesa, pois com os nossos recursos no tempo presente ainda não somos suficientemente capazes para lutar de igual para igual com a superior tecnologia que eles possuem.
Para coordenar o combate ao alienígena constitui-se uma equipa militar de marados, cada um mais marado do que o outro, uma equipa de cientistas que não se compreende de que lado estão, se do lado da ciência ou do lado de ???... e uma investigadora em biologia que se sai melhor como lutadora de wrestling, do que como a pretendida bióloga especialista, convidada pelos cientistas para analisar o primeiro Predador capturado.
É assim que neste argumento bagunçado, complicado sem explicação e caótico que personagens sem expressão de combatentes, mas apenas lutadores entre si e por inerência, “carne para canhão” do Predador, vociferam altercações mútuas para nos fazer rir, enquanto combatem os Predadores e os seus animais de estimação, da mesma estirpe dos predadores dos quais nunca se saberá a sua origem, procedência ou género.
A história defende o conceito de família, fazendo o rapaz que possui o equipamento especial, filho do líder da equipa militar, que luta também para o proteger e à mãe de quem está separado. Nenhuma das personagens possui espessura suficiente para se tornar credível, nem toma decisões coerentes, andam todos envolvidos numa enérgica confusão de lutas com meios tecnologicamente sofisticados, numa corrida frenética para justificar acção e ocupar os muitos duplos contratados. No fim lamenta-se que a mística do “Predador” de 1987 tenha irremediavelmente sucumbido a um guião constituído por personagens estranhas e tolas, sem qualquer honra ou glória, e que nos deixa um sentimento de deceção. Salvam-se os efeitos especiais e para eles a classificação atribuída.

Classificação: 4 numa escala de 10

Sem comentários: