20 de setembro de 2018

Opinião – “O Mistério da Casa do Relógio” de Eli Roth


Sinopse

Na tradição dos clássicos da Amblin, onde acontecem coisas fantásticas nos lugares mais inesperados, Jack Black e a vencedora de dois Óscares® Cate Blanchett protagonizam O Mistério da Casa do Relógio, da Amblin Entertainment. Esta aventura mágica conta a história de Lewis (Owen Vaccaro), de dez anos de idade, que vai morar com o tio numa casa antiga, cheia de rangidos, onde ecoa o misterioso pulsar de um tiquetaque. Mas a fachada sonolenta da nova cidade estremece com um mundo secreto de magos e bruxas quando Lewis acorda acidentalmente os mortos.
Inspirado no popular clássico infantil escrito por John Bellairs e ilustrado por Edward Gorey, O Mistério da Casa do Relógio é realizado pelo mestre dos sustos Eli Roth e escrito por Eric Kripke (criador da série de TV Supernatural). O elenco conta ainda com Kyle MacLachlan, Colleen Camp, Renée Elise Goldsberry, Vanessa Anne Williams e Sunny Suljic.

Opinião por Artur Neves

Enquanto Kate Rowling não dá o dito, por não dito, embora tendo já em 2007 “entreaberto a porta” para o novo ato, de escrever “um oitavo, nono ou décimo livro de Harry Potter” declarando esta notícia pela negativa para criar mais suspense, eis que a Amblin de Steven Spielberg preenche o vazio deixado por ela com esta história de fantasia, magia e mistério entregando a empreitada nas boas mãos de Eli Roth que já nos apresentou boas realizações na área do terror, tais como; “A Cabana do Medo” em 2002, “Hostel” em 2005 e séries para a TV não estreadas em Portugal.
Embora neste filme o tema da história seja a magia e a feitiçaria no enquadramento ingénuo da imaginação infantil, sente-se o pendor da “mão” do realizador, nos ambientes pesados e mal iluminados para manterem a surpresa, na cores empastadas, nos rostos dos bonecos criados, na ação que se desenvolve nas costas de alguns personagens, emprestando ao filme uma certa gravidade mística para lá do que um filme de família normalmente oferece.
O tio de Lewis é o mágico de serviço, com poucos recursos de magia, pois os ruídos que saem das paredes também o perturbam, o tic-tac incessante dos múltiplos relógios que pululam na casa, os movimentos autónomos de alguns móveis, e a “bruxa”, que no final vem a ser tia de Lewis, bem como outros desenvolvimentos que não vou revelar para não tirar o interesse, emprestam ao filme esse condimento mais sério que o transforma numa obra adequada para todas as idades desde que não se tenha perdido a capacidade de sonhar.
A história complica-se quando por engano, Lewis acorda os anteriores donos da casa já falecidos e daqui para a frente a qualidade dos efeitos especiais toma conta da história, pois a ameaça que se perfila pela ação de uma casal que pratica magia negra, é nem mais nem menos, do que o fim do mundo que Lewis, o tio e a putativa “tia”, têm de evitar num rodopio de eventos, uns mais mágicos do que outros mas todas bem desempenhados e que prendem o espetador até ao desfecho final, que embora se adivinhe, ficamos com vontade de saber como foi. Interessante e um bom motivo para levar toda a família ao cinema.

Classificação: 7 numa escala de 10

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