Sinopse
Depois da filha de 16 anos
de David Kim desaparecer, é aberta uma investigação e atribuído um detective ao
caso. Mas após 37 horas sem uma única pista, David decide procurar no único
sítio em que ainda ninguém tinha procurado e onde actualmente estão todos os
nossos segredos: no computador da sua filha. Num thriller inovador contado através dos dispositivos tecnológicos que
diariamente usamos para comunicar, David segue as pegadas digitais da filha
antes que ela desapareça para sempre.
Opinião
por Artur Neves
Por várias vezes, o festival
de Sundance e o Sundance Institute (promovido e fundado por Robert Redford no
estado do Utah/U.S.A, com o intuito de ajudar cineastas e cinematografias independentes)
tem surpreendido a comunidade cinéfila por histórias e realizações inovadoras,
quer no aspeto temático como na forma como visualmente se apresentam. Este
filme é um desses casos, incluído na selecção oficial do festival de 2018 e
vencedor do premio de audiência, por constituir uma forma inédita de
apresentação da história que nos quer contar.
Por outro lado, constitui
uma excelente apresentação para os menos avisados, quanto ao potencial que têm
em mãos, ao manipular um smartphone
ou qualquer dispositivo de comunicação ligado à Internet com acções de partilha
com outros dispositivos, bem como, a irrevogabilidade de tudo quanto publicamos
e partilhamos nas redes sociais com a mais inocente disponibilidade de
comunicar aos outros as nossas novidades.
A história é bem simples,
uma família em que a mãe morre por doença, um pai ocupado com o seu trabalho e
uma filha em idade escolar que subitamente desaparece durante uma semana sem
qualquer motivo que o justifique, salvo, desastre, fuga deliberada ou rapto. Só
que, para tentar superar a dor provocada por este evento inesperado o pai
senta-se à secretária e vasculha em todos os lugares ao seu dispor; Facebook, Twiter, Instagrama, WatsUp, mensagens de comunicação
telefónica, arquivos que a filha tinha no computador, ligações suspeitas pelos
mais diversos indícios, “krakando” passwords, de encriptação de ficheiros e
de contas pessoais, para entrar em contacto com pessoas e factos até então
totalmente desconhecidos para ele, que preocupado com a sua atividade profissional
tinha-se “esquecido” de conhecer a filha.
Claro que numa situação
destas há intervenção policial e acções de campo, mas são-nos todas
apresentadas em forma de notícia, ou de filme captado por câmaras de
vigilância, integradas na rede de comunicação que envolve a sociedade
tecnológica em que vivemos. Não se pense que isso atenua o drama e a dor da
perda de David Kim (John Cho), implícitos na história do desaparecimento de
Margot (Michelle La) pois estão todos lá, pela mão de Aneesh Chaganty,
argumentista e realizador que de forma notável, nos apresenta este primeiro thriller
de Hollywood dirigido por um ator asiático-americano.
O grande destaque desta
realização é a sua execução visual, quase totalmente apresentada através da
captação de imagens de computador e de smartphones
que interligam os factos significativos da história de forma mutável, dinâmica e
com os necessários twists que mantêm
vivo o interesse do espetador e a surpresa até ao final. É uma nova linguagem
em cinema, uma novidade, recomendo.
Classificação: 7,5 numa
escala de 10
1 comentário:
Boa tarde!
Fiquei com vontade de ver este filme.
Beijocas
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