Sinopse
Tyler Rake (Chris Hemsworth)
é um destemido mercenário do mercado negro, sem nada a perder, quando suas
habilidades são solicitadas para resgatar o filho sequestrado de um lorde
internacional do crime, preso. Mas no submundo sombrio dos traficantes de armas
e traficantes de drogas, uma missão já de si mortal aproxima-se do impossível,
alterando para sempre as vidas de Rake e do garoto.
Opinião
por Artur Neves
Com indicação do título em
português de; “Operação de Resgate” este filme disponível na plataforma Netflix
conta a história do recrutamento de um mercenário Tyler Rake (Chris Hemsworth) para
uma operação de recuperação de alto risco, do filho Ovi (Rudhraksh Jaiswal) de
um barão da droga do Bangladesh, entretanto preso, por um grupo rival a operar
na mesma área a fim de obter um resgate. Trata-se portanto de um filme de ação,
com muitos tiros e combates corpo a corpo, muito embora também possua outros
espetos que vou mencionar.
Tyler tem um grupo de apoio,
que prepara antecipadamente o assalto e a subsequente extração do rapaz
sequestrado e dele próprio, mas as coisa não correm tal como planeado e isso confere
tempo de convívio entre Tyler e Ovi, um jovem ator de Mumbai que apresenta um
bom desempenho durante todo o filme, dando vida a um personagem infantil, mas
com capacidade de observação e teorização da sua situação. A sua expressão de
surpresa pelo que lhe está a acontecer, os olhos esbugalhados, a pele morena
sempre suada com postura retraída pelo medo, confere ao personagem verossemelhança
que se vê e se acredita.
Entre os dois desenvolve-se
uma química de confiança que faz Ovi teorizar que se assemelha a um pacote, que
se sente mais como coisa do que como pessoa, decorrente de estar a ser
disputado pelo seu salvador como a justificação de um pagamento (que não se
realizou, mas que ele ainda não sabe) e dos inimigos do seu pai como moeda de
troca para aumentarem a sua área de intervenção de distribuição de droga, para alimentarem
uma sociedade faminta, onde não falta dinheiro para a satisfação dos seus
vícios.
As cenas de luta são bem
arquitetadas, combinando talento técnico com boa coreografia que embora rocem
os limites do provável ainda se aceitam em certos meios como o Bangladesh. Para
conferir mais realismo muitos dos diálogos são em Hindi e Bengali, com atores
de Bollywood o que transporta o vulgar thriller americano para um ambiente mais
exótico e menos visto noutros filmes do mesmo género.
Depois, não existe
propriamente um herói na história, porque Tyler é um profissional desencantado
com a sua atividade e que sofre os seus achaques tomando analgésicos com whisky, censurando-se por vezes e
resmungando noutras contra as tarefas que lhe cabem, sempre complicadas e
dolorosas, mostrando uma tendência da equipa de realização no sentido da
humanização do personagem, em detrimento da pura exibição dos dotes físicos e
atléticos. Tyler é um trabalhador contratado que trabalha em equipa e
estabelece ligações exógenas com o objeto do seu trabalho. A sua equipa é
solidária e todos preocupam-se com todos, com inteligência e dedicação.
O caos que nos é mostrado no
desenvolvimento da ação, justifica a falência do objetivo de extração de Ovi e
nos mostra um mercenário desgastado pela dureza da missão, uma criança
assustada, embora consciente da sua posição, onde Tyler projeta a memória trágica
do seu próprio filho. O plano de resgate corre mal e urge escapar de uma
situação infernal, que lhe provocaram feridas graves e acenderam feridas
emocionais que o tempo ainda não tinha sarado.
Embora com doses de
violência de dimensão apreciável, é uma história com conteúdo que a torna
visível, está disponível na plataforma Netflix desde 24 de Abril.
Classificação: 7 numa escala
de 10