Sinopse
Nesta prequela de
"Perdida" de 2018, a agente Pipa não só tem em mãos o seu primeiro
caso policial importante, como também investiga o seu superior, que é suspeito
num homicídio.
Opinião
por Artur Neves
“Perdida” é um filme
dramático argentino deste mesmo realizador, baseado no romance “Cornélia” da
jornalista também argentina; Florence Etcheves onde aparece o personagem de “Pipa”,
Pelari (Luisana Lopilato), uma agente de polícia que neste filme ocupa a
categoria de estagiária, embora se deva a ela a solução do enredo criminoso que
dá suporte à história.
No original, este filme
designa-se por “Intuition” (Intuição) muito embora a história que nos conta só
muito remotamente seja atribuível à perceção instintiva sem razão objetiva, que
está na base das deduções por intuição, mas a Netflix é que sabe e na sua
distributiva operação pelo maior número de países do mundo, encaixa no seu cartaz
este “conjunto de episódios” de séries policiais, costurando-os numa narrativa
sequencial que pretende ser um filme e não a manta de retalhos que me pareceu,
nesta estreia em 28 de maio.
O filme começa num prólogo,
á boa maneira dos filmes de super heróis, em que Francisco Juanez (Joaquín
Furriel) o detetive responsável pelo caso do desaparecimento em série de
meninas está conduzindo os seus colegas floresta a dentro até ao covil do presumível
sequestrador, embora contra as sugestões dos seus mais diretos colaboradores,
ao que Juanez responde com a sua indefetível “premonição” de que se encontra no
bom caminho da detenção do criminoso e do resgate da ultima vítima em cativeiro.
Ainda o fumo dos efeitos
especiais (que simulava o nevoeiro húmido da floresta onde entraram) não se tinha
totalmente dissipado e já Juanez está incumbido do próximo caso que envolve o
assassinato de uma moça, para o qual ele recebe como ajudante a jovem detetive “Pipa”
que não mais deixaremos de ver a partir daqui.
O que Juanez não sabe, (nem
intui) é que ela foi incumbida de investigar secretamente a eventual
participação de Juanez no acidente rodoviário que vitimou mortalmente um jovem
que pertencia a uma família de ciganos comerciantes de acessórios de automóvel que
foram responsáveis pela morte da mulher de Juanez.
Ao longo dos 116 minutos de
duração do videograma acompanhamos a evolução das investigações, saltando de
uma para outra fazendo crescer todas quase em simultâneo com “Pipa”,
inicialmente muito desconfiada do seu parceiro e chefe de investigação e aos
poucos amolecendo a sua atitude decorrendo dos factos que vão sendo
descobertos, até ao ponto de passar uma noite com ele, por motivos
exclusivamente profissionais… claro…
Aqui chegados só me apetece
citar; “… não havia necessidade…” de juntar tantos clichés e lugares comuns num
argumento de pacotilha, que embora reúna algumas cenas de interesse não possui
qualquer originalidade nem a garra necessária que permita tornar o personagem
de Juanez num investigador credível e a história, num todo coerente.
Juanez e “Pipa” são uma
dupla que deveria constituir uma relação de “professor e aluna” mas que devido
à investigação subterrânea de “Pipa” mais parece um jogo de gato e rato que
para se manter têm de se gerar muitos hiatos de colaboração e de movimentações
na ação que se torna algo penoso durante todo aquele tempo em que começamos a
perguntar como é que aquilo acabará, sabendo-se antecipadamente que só pode
acabar bem para que possa existir uma sequela. Poucochinho!...
Classificação: 4 numa escala
de 10