Sinopse
Inspirada em fatos reais, “Bad
Education” segue Frank Tassone (Hugh Jackman) e Pam Gluckin (Allison Janney),
que reinam num popular distrito escolar de Long Island, à beira do primeiro
lugar do país, estimulando o recorde de admissões nas faculdades e os altos
valores imobiliários. Mas quando surge um esquema de peculato que ameaça
destruir tudo o que eles construíram, Frank é forçado a manter a ordem e o
sigilo, por qualquer meio necessário.
Opinião
por Artur Neves
Baseado numa história
verídica publicada num artigo na revista New
York sob o título; "The Bad
Superintendent" o filme ilustra o maior crime de peculato levado a
cabo na escola pública dos USA pelo diretor, Frank Tassone que em termos de desempenho
do lugar ocupado conseguiu granjear os elogios e a consideração dos pais dos
alunos, que pensavam ser ele o homem providencial para cumprir os objetivos de elevação
social que eles tinham traçado para os seus filhos.
Quando o descalabro das
contas começa a ser notado, ele ainda consegue imputar responsabilidades à
diretora adjunta Pam Gluckin que é considerada culpada por desvio de US $
250.000 do orçamento, (posteriormente vem a revelar-se que o real montante foi
de US $ 4,3 milhões) corroborado por uma certa exibição de vida sem
preocupações que ela ostentava nas múltiplas festas que dava na sua casa de
férias na Florida, bem como na proteção financeira descarada que ela exercia
sobre a sua sobrinha, Jenny Aquila (Annaleigh Ashford) que também foi
acusada de um roubo no montante de US $ 780.000. Essas suspeitas conduzem-na à
demissão do seu lugar e á reforma compulsiva, como primeira tentativa de Frank
tentar ocultar o real volume do desvio.
O problema acentua-se
quando, no desenvolvimento de um trabalho escolar inerente ao curso de
jornalismo que frequentava, Rachel Bhargava (Geraldine Viswanathan) do 2º ano, investiga
pormenorizadamente as contas do agrupamento de escolas daquele distrito, bem
como, os destinos dos gastos escolares, tanto no aspeto dos valores despendidos
como dos destinatários dessas encomendas e despesas que se revelam sumptuosas.
Frank Tassone (Hugh Jackman
que nós conhecemos como herói da Marvel na saga “X-Man” e “Logan”) está
perfeito neste desempenho como o responsável do agrupamento escolar de Roslyn
High School, localizada em North Shore, em Long Island, durante 12 anos, por um
comportamento simpático e afável, pró-ativo e eficaz no levantamento dos
problemas e no acompanhamento das necessidades dos alunos, tendo obtido o
reconhecimento público do Wall Street Journal que classificou Roslyn como a
sexta melhor escola pública da América, um mês antes do fatídico Maio de 2004
em que estas revelações foram expostas. Frank Tassone foi condenado por um
desfalque no valor de US $ 2,2 milhões.
O filme conduzido pela mão
de Cory Finley, que embora não muito experiente, consegue iluminar o argumento (pesado)
de Mike Makowsky equilibrando harmoniosamente um tema censurável em todos os
aspetos, num tom de comédia ágil, sem contudo branquear os aspetos negros desta
história que se desenvolve fluida e surpreendente, revelando os acontecimentos
ocorridos nesta escola do ensino médio, bem como, a personalidade dos seus
autores.
Os principais personagens
desta história não são mais do que caricaturas de ganancia, envolvidas num
esquema de contabilidade criativa que não souberam, onde nem como parar e
corrigir os seus desmandos. Eles são apenas humanos com defeitos graves, que
quando apresentados desta forma ligeira, embora grave, contribuem como uma advertência
para o mundo que nos rodeia, enquanto desfrutamos de um período de
entretenimento que considero útil. Gostei.
O filme está disponível na
plataforma digital HBO.
Classificação: 7 numa escala
de 10
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