Sinopse
Após dois
anos de felicidade a viver juntos, a tribo de sete meios-irmãos e meias-irmãs
tem de abandonar o grande apartamento antes do recomeço das aulas. Enquanto
todos partem de férias de verão com os seus respetivos pais, Gulliver, o mais
pequeno, é enviado, sozinho, para a casa da avó que vive junto à praia. Mas a
excêntrica 'Vó Aurore não é uma babysitter
como as outras e prefere andar na farra a ficar em casa a cuidar do neto.
Os irmãos decidem ir em socorro de Gulliver. É o
início de uma nova revolução. Ela só queria sossego, mas eles vão fazer-lhe a
vida negra!
Opinião
por Artur Neves
Este é o típico filme de férias
de verão, com jovens que pertencem a uma família disfuncional, no bom sentido,
entenda-se, e que não permitem que a sua avó Aurora (Chantal Ladesou) passe o
verão de desbunda e de felicidade que tinha expectado considerando a ausência dos
netos em férias com os respetivos progenitores, exceto Gulliver (Sadio Diallo) que
apesar de só superficialmente o conhecer, nutre por ele um especial carinho,
mas com as reservas inerentes à realização dos seus desejos.
Aliás esta história entende-se
como a continuação de “Mas que Família é Esta” de 2016, do mesmo autor e com o
mesmo elenco três anos mais novos, festejando a mesma época de férias de verão
e dirigido ao mesmo público que apenas pretende uma boa comédia de ação direta,
que não seja necessário pensar muito para se entender ao que veem.
Para obter este objetivo,
basta a trupe de jovens atores já conhecidos entre si, os gags do costume ou com pouca diferença das tradicionais peças de
juventude entre jovens, e uma Vó, com ar de durona, que encarna a lei e ordem,
que ela própria não está disposta a cumprir em benefício de outros objetivos para
o seu tempo livre.
O filme aborda também a situação
dos filhos de famílias monoparentais que formam um gang de crianças que embora vivam e cresçam juntas não têm como referência
parental os mesmos progenitores, conferindo ao grupo um dinâmica de família,
diferente da tradicional. Nas suas diferentes fases de crescimento e de
evolução isso provoca perturbação mas também a responsabilidade dos mais velhos
cuidarem dos mais novos, construindo uma vivência que vai sendo frequente no
mundo ocidental.
Ora quando este conjunto se
une em defesa de Gulliver, o benjamim do grupo, contra uma Vó cuja
caraterística mais marcante é repreender sempre que é chamada de avó, mas que
ainda assim os protege, alimenta e defende, baseada no seu ascendente matriarcal,
só pode resultar numa história bem-disposta, razoavelmente verosímil onde podemos
ver situações conhecidas do presente individual, que nos emociona e dispõe bem
durante os 99 minutos de duração.
Como comédia de férias
cumpre o propósito e permite divertirmo-nos, esquecermo-nos de nós e
esquecermo-nos deles até para o ano, pois neste tipo de histórias costuma não
haver duas sem três.
Classificação: 5 numa escala
de 10