22 de agosto de 2019

Opinião – “47 Metros: Medo Profundo” de Johannes Roberts


Sinopse

Mia não está nada satisfeita com a ideia de ir morar para o México com o pai, Grant, e a sua nova família. Grant trabalha como investigador numa antiga cidade maia submersa e Mia é obrigada a conviver intensamente com a filha da sua madrasta, Sasha. Entediadas e sem ninguém que verifique por onde é que elas andam, Mia, Sasha e duas amigas esgueiram-se para a gruta subaquática em que Grant está a trabalhar.
Escondido e submerso durante séculos, o cemitério maia é belo e intrigante, mas depressa se transforma numa armadilha mortal quando as raparigas percebem que não estão sozinhas. O abismo está cheio de enormes tubarões brancos ameaçadores que as rondam. Encurraladas numa gruta que poderá vir a revelar-se o seu túmulo, as raparigas terão de manter um silêncio sepulcral se quiserem sair dali vivas.

Opinião por Artur Neves

Gostaria de perguntar a Joannes Roberts o que o levou a fazer uma reedição do igualmente seu “47 Metros de Terror” de 2017. Será que a existência de uma pretensa investigação a uma cidade Maia submersa, altera alguma coisa ao terror transmitido pelos tubarões cegos?... Ou será a presença de mais mulheres submetidas ao mesmo susto que torna este filme diferente do anterior?...
Claro que desconheço qual a resposta mais adequada mas presumo da inutilidade de fazer terror com tubarões, 44 anos depois de “Jaws”, “O Tubarão” de 1975, realizado por Steven Spielberg, pois não será a circulação por antigos túneis labirínticos e escuros, numa acção pautada na escuridão que suprime ou compensa a falta de uma narrativa convincente, tanto na primeira versão como nesta, onde parece que o que se pretende aqui, é esconder tubarões de má qualidade e efeitos especiais pobres.
O medo de ser devorado por um animal ou por qualquer outra entidade que nos possa submeter, tal como os trogloditas de “A Descida” 1 e 2, de 2005 e 2009 respetivamente provocam-nos um horror telúrico a que dificilmente escapamos. Muito diferente do que se passa aqui em que se permanece grande parte do tempo num ambiente esverdeado de água salobra, cuja subida á superfície se torna em alívio do suspense criado, que todavia se prolonga quando se percebe a inevitabilidade de uma nova necessidade de descida, para a qual os tubarões são apenas um acessório para completar o quadro.
Despreza-se a descoberta das ruínas Maias, a sua dimensão ou a importância da descoberta e os segredos sinistros que encerram, porque o importante são os tubarões a evoluir na água e o risco acidental de ser mordido, ou comido, porque o foco da acção é esse e nunca há muita dúvida sobre quem vai ser molestado pelas bestas, pois Mia (Sophie Nélisse) e Sasha (Corinne Foxx) serão quem rirá no fim apesar das divergências que as separam. Um dos personagens é deliberadamente tão cretino e idiota que o seu desaparecimento quase nos parece merecido.
Ao fim dos 89 minutos de duração do filme e se o leitor conhecer a primeira versão, vai encontrar uma mudança que tenta introduzir uma melhoria no final, mas que no meu entendimento só vai tornar a história ainda mais absurda e os tubarões mais ridículos.

Classificação: 4 numa escala de 10

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