Sinopse
Mia não está
nada satisfeita com a ideia de ir morar para o México com o pai, Grant, e a sua
nova família. Grant trabalha como investigador numa antiga cidade maia submersa
e Mia é obrigada a conviver intensamente com a filha da sua madrasta, Sasha.
Entediadas e sem ninguém que verifique por onde é que elas andam, Mia, Sasha e
duas amigas esgueiram-se para a gruta subaquática em que Grant está a
trabalhar.
Escondido e submerso durante séculos, o cemitério maia
é belo e intrigante, mas depressa se transforma numa armadilha mortal quando as
raparigas percebem que não estão sozinhas. O abismo está cheio de enormes
tubarões brancos ameaçadores que as rondam. Encurraladas numa gruta que poderá
vir a revelar-se o seu túmulo, as raparigas terão de manter um silêncio sepulcral
se quiserem sair dali vivas.
Opinião
por Artur Neves
Gostaria de perguntar a
Joannes Roberts o que o levou a fazer uma reedição do igualmente seu “47 Metros
de Terror” de 2017. Será que a existência de uma pretensa investigação a uma
cidade Maia submersa, altera alguma coisa ao terror transmitido pelos tubarões
cegos?... Ou será a presença de mais mulheres submetidas ao mesmo susto que
torna este filme diferente do anterior?...
Claro que desconheço qual a
resposta mais adequada mas presumo da inutilidade de fazer terror com tubarões,
44 anos depois de “Jaws”, “O Tubarão” de 1975, realizado por Steven Spielberg,
pois não será a circulação por antigos túneis labirínticos e escuros, numa acção
pautada na escuridão que suprime ou compensa a falta de uma narrativa
convincente, tanto na primeira versão como nesta, onde parece que o que se
pretende aqui, é esconder tubarões de má qualidade e efeitos especiais pobres.
O medo de ser devorado por
um animal ou por qualquer outra entidade que nos possa submeter, tal como os
trogloditas de “A Descida” 1 e 2, de 2005 e 2009 respetivamente provocam-nos um
horror telúrico a que dificilmente escapamos. Muito diferente do que se passa
aqui em que se permanece grande parte do tempo num ambiente esverdeado de água
salobra, cuja subida á superfície se torna em alívio do suspense criado, que todavia se prolonga quando se percebe a
inevitabilidade de uma nova necessidade de descida, para a qual os tubarões são
apenas um acessório para completar o quadro.
Despreza-se a descoberta das
ruínas Maias, a sua dimensão ou a importância da descoberta e os segredos
sinistros que encerram, porque o importante são os tubarões a evoluir na água e
o risco acidental de ser mordido, ou comido, porque o foco da acção é esse e
nunca há muita dúvida sobre quem vai ser molestado pelas bestas, pois Mia (Sophie
Nélisse) e Sasha (Corinne Foxx) serão quem rirá no fim apesar das divergências
que as separam. Um dos personagens é deliberadamente tão cretino e idiota que o
seu desaparecimento quase nos parece merecido.
Ao fim dos 89 minutos de
duração do filme e se o leitor conhecer a primeira versão, vai encontrar uma
mudança que tenta introduzir uma melhoria no final, mas que no meu entendimento
só vai tornar a história ainda mais absurda e os tubarões mais ridículos.
Classificação: 4 numa escala
de 10
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