Sinopse
Estamos em
1968 nos Estados Unidos e sopram ventos de mudança.
Aparentemente
muito distante da agitação das grandes cidades fica a vila de Mill Valley, onde
paira há muitas gerações a sombra da família Bellows.
Foi na
mansão da família que Sarah, uma jovem com segredos terríveis, transformou a
sua torturada vida numa série de histórias assustadoras escritas num livro que
sobreviveu à passagem do tempo, histórias que se tornam demasiado reais para um
grupo de adolescentes que descobre a aterradora casa de Sarah.
Um filme com argumento e produção de Guillermo del
Toro, vencedor de 2 Óscares com o filme “A Forma da Água”.
Opinião
por Artur Neves
O que me apetece dizer é que
“histórias assustadoras são para contar às claras”, no escuro contam-se
fantasias umas mais bem contadas que outras e estas não fogem à regra das
histórias de terror do passado que lançam no presente os seus sustos bafientos.
Um filme com argumento e
produção de Guillermo del Toro inspira-me muito pouco, considerando até o facto
dos dois óscares atribuídos a “A Forma da Água” terem um gosto duvidoso e uma
justificação equivalente, se atendermos à estranha metáfora fantástica de amor
que a história pretende transmitir. O que neste filme inspirava amor e pertença
representa agora medo e morte anunciada.
Encontramos sim os mitos
correntes dos filmes de terror da indústria cinematográfica americana, O
milheiral como objecto de suspeita, de esconderijo do medo indefinido, o
espantalho que ganha vida para se vingar em nós pela sua imobilidade plasmática
no tempo e no espaço, a mansão abandonada em ruínas que serviu de prisão e
cárcere ao espírito que agora persegue os heróis improváveis e como cereja em
cima do bolo, o monstro “trolliano” que surge da terra e se forma a partir das
partes em que foi desmembrado e persegue os heróis que o animaram, bem como, o
livro das histórias que se escrevem por si próprias descrevendo a sangue vivo o
destino próximo dos nossos heróis, que á vez, irão soçobrar em nome da
curiosidade que os animou.
Como tal, histórias para
contar não há muitas, apenas uma, escrita durante o cativeiro de Sarah que agora
se replica adequando-se ao percurso de cada um dos responsáveis pela sua
animação, contado tudo muito às claras, muito direto com cada interveniente que
sente visivelmente a morte aproximar-se e morre mesmo.
Não existe suspense, mistério, e a fantasia não
excede a que os efeitos especiais podem conceber. Em nenhum momento nos
sentimos no lugar de qualquer perseguido e desde o início que se descobre a sequência
de mortes a que vamos assistir. Não existe dúvida sobre o desconhecido porque
simplesmente é tudo contado às claras, embora com mais ou menos sombras,
pretende-se assustar pela forma e não pelo conteúdo que justifica a animação do
mal.
André Øvredal aparece assim
como o realizador de serviço para uma história pobre, patrocinada por um
mecenas que não encontra melhor assunto para gastar dinheiro. Deste realizador
também não há outras referências de interesse no género.
Classificação: 4 numa escala
de 10
1 comentário:
Olá olá!!
Concordo em absoluto com a tua opinião. Foi como se falasses por mim.
Grata!
Um abraço
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