Sinopse
Amy (Kaitlyn Dever) e Molly (Beanie Feldstein),
melhores amigas e marronas, achavam que se se dedicassem totalmente aos estudos
teriam vantagem sobre os seus colegas mais baldas e brincalhões. Mas na véspera
do último dia de aulas, elas acordam para a realidade e percebem que passaram
ao lado de toda a diversão e ficaram a perder. Determinadas a compensarem o
tempo perdido, decidem encaixar quatro anos de diversão numa única noite épica
de mau comportamento – uma aventura caótica para a qual nenhum dos estudos a
preparou.
Opinião
por Artur Neves
Esta é uma história de adolescência
americana, embora com aproximação ao que acontece pelo mundo ocidental, todavia
nós não temos esta tradição de fim de formação do ensino médio, sendo mais
comum estas festas e estas celebrações na “queima das fitas” como conclusão da obtenção
de um grau académico.
Não obstante representa um marco
na vida de todos os jovens, recheado de dúvidas e incertezas sobre a melhor
forma de entrar na vida adulta, actualmente agravado com tantos desafios e
imprevistos que se lhes apresentam. Nesta história porém, tudo isso é esbatido
e o que o filme nos mostra é uma competição entre duas amigas marronas que
hipotecaram a sua juventude, contra todos os outros colegas que com menos
sacrifício atingiram os mesmo objectivos que elas.
É assim uma história de frustração
e de desforra para tentar compensar numa única noite todos os sacrifícios
anteriormente feitos e que agora lhes parecem inúteis e estéreis. É ainda uma referência
à liberalização de costumes mostrando a revelação das suas orientações sexuais
em que nada de extraordinário acontece para lá da experimentação inicial das
pulsões humanas, fortemente condicionadas socialmente e que por isso as leva in extremens a experimentarem numa só
noite de folia, o que somente na solidão dos seus quartos tinham timidamente
ensaiado.
Olivia Wilde, actriz
americana, que recentemente entrou como protagonista no filme “A Vigilante”, já
comentado neste blog, esteia-se neste filme como realizadora e recria uma
história já contada em “Juventude Inconsciente” de 1993, por Richard Linklater,
duma forma mais autêntica e mais próxima do real, embora com intérpretes e
problemáticas algo diferentes. Neste filme, em que tudo se passa de uma forma
sem consequências nem riscos para os seus protagonistas, muito embora os
problemas sejam passíveis de motivar preocupação, representa sem dúvida a
afirmação feminina que se vem revelando um pouco por todo o lado, com mulheres
focadas, que perseguem os seus objectivos, embora feito com meninas da geração “Z”,
numa fase da vida em que encaram as dificuldades de se tornarem nas pessoas que
querem ser.
Nestes termos é talvez o
mais conseguido dos filmes que abordam esta temática com mulheres na primeira
pessoa, construindo uma história que sem ser inédita se vê com curiosidade e interesse,
pela manifestação de ansiedades fundamentais que se revelam em jovens no final
da adolescência.
Classificação: 6 numa escala
de 10
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