Sinopse
Frank (Nicolas Cage) passou 19 anos na prisão por ter
assumido a culpa por um homicídio que o chefe do seu gangue cometera. Em troca,
Frank passaria apenas 5 anos na prisão, receberia meio milhão de dólares e
enquanto cumpria pena na prisão, tomariam conta do seu filho, Joey. Uma pena
que lhe asseguraram ser de 5 anos na verdade foi a uma sentença de prisão
perpétua e a promessa de tomarem conta do seu filho não é cumprida. Frank é
libertado e jura um ajuste de contas.
Opinião
por Artur Neves
Adicionalmente ao resumo
descrito na sinopse, Frank está morrendo, sofre de uma doença grave que lhe
suprime o sono, impedindo-o da regeneração do cansaço e da eliminação das
toxinas gerada pelo exercício da vida e lhe provoca alucinações, para as quais
ele está medicado para as controlar, mas a sua raiva é de tal forma obesessante
que o seu único foco está na cobrança do tempo desperdiçado atrás das grades
como bode expiatório, reclamando uma promessa que não foi cumprida.
Frank sai de noite da prisão
e quando percorre sozinho a pé, a estrada de ligação à cidade encontra seu
filho Joey (Noa Le Gros) vindo ao seu encontro, vestido de forma casual e limpo
de qualquer vestígio de droga, que mais tarde vamos sabendo que o agarrou e
mais tarde ainda, saberemos que o matou. Mesmo ao olhar mais ligeiro este
encontro vindo do nada parece-nos suspeito mas o realizador coreano Shawn Ku,
mantem-nos na expectativa dum encontro feliz, num encontro de redenção entre
almas desavindas, entre um pai ausente e um filho rebelde, que agora têm o seu
momento para começar de novo.
Porém, é tudo ilusão para encher
chouriços e tempo de videograma, com jantares em locais luxuosos, aquisição de
bons fatos e de prendas caras para preencher uma alucinação de que só muito
posteriormente somos informados. Aqui chegados, ocorre-me perguntar o que é que
Nicolas Cage anda a fazer da vida desde; “Juventude Inquieta” de 1983, ou “Cotton
Club” de 1984, ou ainda de; “Morrer em Las Vegas”, “O Rochedo” e “Con Air:
Fortaleza Voadora” de 1995, 1996 e 1997 respetivamente, pois desde “O Senhor da
Guerra” de 2005 que parece que ele aceita trabalhos apenas para que lhe seja
pago um salario, numa filosofia de quantidade de aparições (92 até agora) mas de
qualidade duvidosa, em produções baratas, bem inferiores aos argumentos de
representação que já lhe valeram um óscar.
A história é de vingança e
esgota-se no ato e nos momentos bizarros que o argumento confere ao personagem,
de nada vale o encontro com Simone (Karolina Wydra) onde ele, no meio da sua
alucinada relação consegue visualizar a sua falecida esposa, mas o foco são os
sangrentos flashbacks que alimentam a
vingança e motivam a busca incessante dos autores da sua infelicidade. O
encontro com eles é de violência e morte, mesmo num dos casos em que a morte já
se antecipou. O final é patético para quem nutre tanto ódio e no final mesmo
ele também não escapa, só sinceramente desejo que não seja uma premonição do
fim da carreira do ator.
Classificação: 5 numa escala
de 10
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