30 de agosto de 2018

Opinião – “Mile 22” de Peter Berg


Sinopse

Depois de ser auxiliado por uma unidade de comando tático ultrassecreta, um agente da CIA (Mark Wahlberg) tem que transportar um informador Indonésio do centro da cidade para refúgio num aeroporto a 22 milhas de distância, para que ele lhe forneça informações vitais para a segurança mundial.

Opinião por Artur Neves

Tal como pode ler-se na sinopse anterior esta história é muito linear, o seu interesse resume-se fundamentalmente na forma como está contada e na profusão de cenas de ação e de lutas corpo-a-corpo onde são exibidas artes marciais, resultante da associação entre a produção americana (Peter Berg e Mark Wahlberg) e a WME Global, uma empresa de consultoria multidisciplinar com sede na Ásia que decidiu investir neste projeto. A ideia atual de Berg e Wahlberg é fazer de “Mile 22” uma trilogia, da qual este será o primeiro filme da série.
A equipa de forças especiais em que James Silva (Mark Wahlberg) é o líder, conseguiu vencer as 22 milhas de distância e chegar ao aeroporto a tempo de obter a desejada informação de segurança a troco de fazer o embarque a salvo para os USA de Li Noor (Iko Uwais) informador confidencial da combativa agente especial Alice Kerr (Lauren Cohan) e único conhecedor da localização de várias porções de cloreto de Césio-137, substancia com a aparência inócua de pó branco semelhante ao sal moído, mas responsável pela contaminação radioativa de todas as pessoas que inadvertidamente tenham tido contato com ele, podendo servir assim a causa do terrorismo.
Só que nem sempre o sucesso de uma operação corresponde ao sucesso do motivo que a justifica e assim temos James Silva, a declarar a uma comissão de inquérito governamental todos os pormenores e justificações de todos os passos dados, que nos são apresentados em sucessivas cenas deste eletrizante thriller de ação e aventura, recheado de combates entre fações diferentes, tiroteios massivos, perseguições automóveis em cidade e guerra eletrónica com drones.
A história está bem conseguida e contém todos os necessários twists que mantêm o interesse do espetador ao longo do visionamento, embora a profusão com que as informações justificativas são proferidas, muitas delas em simultâneo com a ação a decorrer, possam significar uma dificuldade acrescida na identificação dos objetivos parciais a perseguir, donde, a descrição adicional do enredo que eu incluí nesta crítica.
Durante o seu depoimento, James Silva, teoriza o porquê da guerra e filosofa sobre as lutas de poder que ocorrem um pouco por todo o lado, particularmente no que concerne à atual administração americana, o que no meu entender valoriza o aspeto interventivo deste filme no panorama atual que vivemos, embora com algum exagero caricatural… penso eu.
Peter Berg, ator, escritor, argumentista, realizador e produtor americano, nascido em Nova Iorque em 1964, (demasiadas atividades para um homem só) já nos deu anteriormente, com Mark Wahlberg um bom trabalho desta dupla; “O Sobrevivente” em 2013, com uma temática diferente mas igualmente bem estruturado na sequência de eventos. O problema neste filme é a catadupa sequencial da ação, deixando pouco espaço para a reflexão sobre as ocorrências mas ainda assim merece ser visto e constitui um bom espetáculo de ação.

Classificação: 7 numa escala de 10

29 de agosto de 2018

PRIMEIRO POSTER DE DUMBO

O NOVO FILME DE IMAGEM REAL DE 
TIM BURTON
INSPIRADO NO CONTO CLÁSSICO




Lisboa, 29 de agosto de 2018 – Já está disponível o primeiro poster de DUMBO, da Disney, a nova e extraordinária aventura de imagem real do visionário realizador Tim Burton, inspirado no famoso conto clássico.

Em DUMBOo dono do circo, Max Medici (Danny DeVito) convoca a ex-estrela, Holt Farrier (Colin Farrell) e os seus filhos, Milly (Nico Parker) e Joe (Finley Hobbins), para cuidarem de um elefante recém-nascido, cujas orelhas enormes fazem dele motivo de piada, num circo já em declínio. Mas, quando descobrem que Dumbo consegue voar, o circo volta à ribalta, atraindo o persuasivo empresário V.A. Vandevere (Michael Keaton), que recruta o peculiar ser para o seu mais recente parque de diversão, o Dreamland. Dumbo eleva-se para novos voos ao lado da encantadora e espetacular artista aérea, Colette Marchant (Eva Green), até Holt descobrir que atrás de todo o brilho, a Dreamland está repleta de segredos sombrios.

28 de agosto de 2018

Opinião – “ZOE” de Drake Doremus


Sinopse

Zoe (Léa Seydoux) e Cole (Ewan McGregor) são colegas e amantes secretos nos Relationist Labs, um avançado laboratório de investigação focado no design de poderosas tecnologias capazes de melhorar e aperfeiçoar as relações românticas humanas.
Contudo, a sua relação é ameaçada quando Zoe descobre uma dura verdade sobre o seu relacionamento, levando-a a uma conturbada espiral de confusão, traição e à mais intensa das emoções humanas: o amor.
ZOE é um assombroso conto de amor proibido trazido pelo aclamado realizador Drake Doremus e produzido por Ridley Scott, a força por detrás de lendários épicos de ficção-científica de Hollywood como; “Perdido em Marte”, “Prometheus”, “Alien” e “Blade Runner”.

Opinião por Artur Neves

A história que nos é contada vive-se num futuro relativamente longínquo, considerando que o estágio atual da “AI” (Inteligência Artificial) não é compatível com a sofisticada evolução mostrada no filme, pelo que para lá chegar ainda há muito caminho para percorrer, não só ao nível das redes neuronais incluídas nos robots, como nos complexos algoritmos que os fazem funcionar num nível muito próximo do que conhecemos como humano.
Todavia, o filme torna-se interessante pelas questões que aborda, que serão reais no tal futuro não muito breve, bem como, nas perguntas reais que formula e nas dicotomias que ensaia para nos sensibilizar para questões, que embora não estando no intervalo da nossa expetativa de vida merecem uma reflexão.
Drake Doremus, realizador e escritor de histórias de ficção científica já nos apresentou boas propostas nesta área, como em “Iguais” (2015) onde enferma de defeitos semelhantes que aponto neste filme, por se apresentar demasiado sentimentalista com os personagens, devido provavelmente a ele próprio ser escravo de conceitos sentimentais elevados, seres perfeitos, que perseguem a perfeição, dissecando a espiritualidade dos sentimentos em meio tecnológico, mas em que os seus intervenientes pouco têm realmente a dizer por se entregarem ao desfrute constrangido desses mesmos sentimentos.
Zoe (Lea Seydoux) está fantástica no seu personagem e nas reticências e pruridos que levanta na relação com Cole (Ewan McGregor), mas em boa verdade não responde, nem dá qualquer indício ou direção de resposta a: Afinal qual é o problema?... ou até se; existe realmente algum problema?...
Não, nada disso, as tendências definem-se, ambos sofrem enquanto vivem um turbilhão de sentimentos sempre que se olham longamente, como que flutuando numa nuvem romântica de paixão que eles próprios questionam, querendo-se sem querer e ficando surpreendidos com o resultado, ficando tanta coisa por desenvolver… e postular!...
Outros aspetos importantes contados no filme são as clínicas e as técnicas de avaliação de pares com potencial sucesso de estabelecerem uma relação amorosa duradoura, e a pílula que induz uma euforia romântica em casais desavindos, vendida e recomendada no Relationist Labs, como uma panaceia temporária para desfrutar de sensações de primeiro amor. A frase publicitária do produto recomenda: “Tome Benysol e apaixone-se pela primeira vez… Novamente”, parece estranho, eu sei, mas quem não gostaria de recordar a euforia do primeiro amor?... e só por isso vende satisfatoriamente.
Por tudo isto esta história contém em si elementos de reflexão interessantes, só é pena, que ainda no campo das hipóteses não formule uma opinião e se perca em estafados "rodriguinhos" amorosos, contudo, vale a pena ver.

Classificação: 6 numa escala de 10

24 de agosto de 2018

Opinião – “Alpha” de Albert Hughes


Sinopse

Uma aventura épica passada na Idade do Gelo. ALPHA conta uma história fascinante e visualmente deslumbrante que ilumina as origens do melhor amigo do homem. Durante a sua primeira caçada com o grupo de elite da sua tribo, um jovem é ferido, devendo então aprender a viver sozinho no deserto. Nesse caminho confronta-se com um lobo solitário abandonado pela sua alcateia que acaba por tornar-se um aliado improvável. No processo de domação do lobo pela sua alcateia, o par aprende a confiar um no outro, ultrapassando inúmeros perigos e adversidades, a fim de encontrar o caminho de volta para casa.

Opinião por Artur Neves

No alvorecer da humanidade, na Europa paleolítica, sem nações, á 20 000 anos atrás, isenta da presença humana em plena Idade do Gelo decorre esta história que nos pretende mostrar o início da ligação entre homens e cães, através de uma fábula de um rapaz perdido e ferido e de um lobo abandonado à sua sorte depois de uma tentativa de ação de caça, da alcateia a que pertencia.
A paisagem é completamente desolada, terra infinita sem qualquer vestígio de habitação onde os animais existem no seu estado natural e onde impera a lei do mais forte como única regra para a necessidade de subsistência. Os elementos naturais do terreno, ora acidentado, ora plano, o sol e o vento conferem matizes de cor e de formas que a fotografia artística de Martin Gschlachat potencia em maravilhosas tomadas de vista de uma Europa que nenhum de nós jamais viu. Mesmo as tempestades, os mares gelados e os intensos ventos predominantes naqueles tempos, estão bem retratados na sua violência devastadora que podemos aceitar como válida, considerando os desmandos climáticos que atualmente conhecemos em todo o mundo.
A história gira em torno de uma tribo de caçadores, e da família do chefe, Tau (Jóhannes Jóhannesson) que prepara a emancipação do seu filho Keda (Kodi Smit-McPhee) para a futura liderança da tribo. Aqui começam para mim os grandes problemas deste filme pois as suas expressões faciais são compatíveis com as de um barbudo empregado bancário para o Sr. Tau e de um jovem adolescente prestes a entrar na universidade para Keda. 20 000 anos atrás do nosso tempo corresponde á época do Pleistoceno Superior, no período Quaternário da escala de tempo geológico. Nesta época dá-se a evolução do Homo erectus que apareceu no Pleistoceno Médio, para o Homo sapiens Neanderthalensis, anterior ao período do Holoceno onde está contida toda a história evolutiva do ser humano moderno referido como Homo Sapiens Sapiens, mas ainda assim, um primata de feições simiescas e não os rostos “docinhos” de feições corretas como são apresentados neste filme.
Por outro lado os comportamentos sociais nesta época deveriam estar ligados ao grande desafio da sobrevivência e da estrita manutenção das necessidades básicas, muito diferentes das preocupações que nos são apresentadas para a família nuclear desta história. Este filme tenta reportar-nos a origem dos animais domésticos na vida dos humanos e seja qual for a verdade, a fábula que nos é contada pode em alguns pontos tocar nessa verdade o que já será muito bom, mas por favor contem-nos isso através de personagens credíveis se faz favor, 51 milhões de dólares mereciam ser gastos com maior rigor.

Classificação: 5 numa escala de 10

23 de agosto de 2018

Opinião – “Papillon” de Michael Noer


Sinopse

Inspirado nos livros autobiográficos e best-sellers mundiais “Papillon” e “Banco”, o filme segue a épica história baseada em factos verídicos de Henri “Papillon” Charrière (Charlie Hunnam), um arrombador de cofres do submundo parisiense, que é injustamente incriminado por homicídio e condenado a prisão perpétua na colónia penal da Ilha do Diabo. Papillon cria uma improvável aliança com o falsário Louis Dega (Rami Malek), que em troca de proteção concorda em financiar a fuga de Papillon. Juntos irão planear e executar a mais corajosa fuga alguma vez contada.

Opinião por Artur Neves

“Papillon” é a dramatização do livro de Henry Charriere sobre a sua vivencia numa prisão de alta segurança na Guiana Francesa, para onde o governo Francês da época de 1930 enviava os criminosos condenados, com a dupla função de cumprimento da pena que lhes foi atribuída e no final desta, continuarem na ilha com o objetivo de a habitarem por igual período ao da pena, constituir família, e consolidar a possessão do território colonizado pela França.
Na década de 30 os direitos humanos eram uma ficção, não existiam organizações como a Amnistia Internacional, que só foi constituída em 1961, pelo que quem caísse por desdita nas mão dos sicários deste tipo de prisões era sujeito ás mais indescritíveis sevícias e maus tratos, ficando totalmente à mercê dos guardas e carcereiros que os privavam da liberdade. Em boa verdade estavam todos presos, pois naqueles lugares de exilio e naquelas condições era quase comum a ambos os grupos a submissão aos mesmos locais no mesmo tempo e com as mesmas pessoas.
É desta vida de prisioneiro e do sofrimento que lhe foi infligido que o filme aborda o percurso de Papi, e de Louis Dega, um outro condenado com particular habilidade para o desenho e bem assim, para a falsificação de documentos e de dinheiro que o levou para aquele lugar, e a estabelecer uma ligação de amizade com Papi por mutualização de interesses durante todo o tempo de permanência de ambos na prisão.
A diferença entre ambos é a vontade indomável de Papillon em fugir, a qualquer custo, para o qual Louis Dega se encarregava de obter dinheiro, oportunidade e contactos no interior de prisão. Desta simbiose, cimentou-se uma amizade inquebrável e fiel entre os dois homens.
Esta versão é um remake de um trabalho com o mesmo nome e sobre a mesma história, realizada por Franklin J. Schaffner em 1973, em que Papillon é interpretado por Steve McQueen e Louis Dega por Dustin Hoffman em inicio de carreira, embora já com dois enormes êxitos no curriculum, tais como: “O Cowboy da Meia-Noite” de 1969 e “A Primeira Noite”.de 1967.
Refiro esta nota para acrescentar que embora o atual filme esteja bem feito, constituindo um objeto de realização cuidada, retratando com fidelidade o sofrimento que foi infligido aqueles dois homens, bem como a todos os outros prisioneiros submetidos a condições desumanas a intensidade dramática dos personagens atuais está aquém da que foi desempenhada por Steve McQueen e Dustin Hoffman, muito particularmente este último em que a sua fragilidade, nervosismo constante e dependência exclusiva dos seus óculos é ainda hoje um personagem de referencia para o seu desempenho como ator.
Esta facto não belisca a classificação de qualidade para este filme, bem como a sua recomendação para o ver, por constituir um excelente espetáculo.

Classificação: 7 numa escala de 10

21 de agosto de 2018

Opinião – “Juliet, Nua” de Jesse Peretz


Sinopse

Annie (Rose Byrne) está encalhada numa relação de longa duração com Duncan (Chris O’Dowd) – um fã obsessivo de Tucker Crowe (Ethan Hawke), um artista obscuro de “rock” alternativo, desaparecido há 25 anos.
Quando aparece a “demo” acústica do velho álbum de Tucker, Duncan escreve uma crítica arrebatadora. Num momento de revolta, Annie publica a sua própria crítica, uma humilhação mordaz das gravações. Mas para sua surpresa, Tucker gosta da crítica de Annie e envia-lhe um “e-mail” a agradecer. Segue-se um encontro entre a antiga estrela e a namorada do seu maior fã, que virá a mudar as suas vidas.
Com Rose Byrne, Ethan Hawke e Chris O’Dowd, “Juliet, Nua” é um relato cómico das segundas oportunidades da vida, baseado no romance de Nick Hornby (“Era Uma Vez Um Rapaz”, “Alta Fidelidade”).

Opinião por Artur Neves

De toda a nossa atividade enquanto pessoas os nossos maiores esforços são no sentido de sermos felizes, objetivo este para o qual orientamos as nossas energias, esforços e sacrifícios para atingir um estado interior de paz plena, completa, inteira, que nos faça sorrir por nada e até, chorar por tudo, com receio de desequilibrar aos nossos olhos esse “Nirvana” que até pode não ser compreendido ou identificado por mais ninguém além de nós, nesse intervalo temporal que estamos vivendo.
Todavia, esse júbilo pode também resultar de um grave equívoco de avaliação gerado por nós na ânsia de encontrar essa felicidade efémera e á nossa volta o ambiente não passe de uma aleatória organização de eventos de que desconhecemos as suas consequências ou até a sua existência, pelo fundamental empenho em conseguir afirmar e sentir uma paz duradora e plena na sequencia caótica dos dias que passam.
É esta realidade que nos é contada na história deste filme por Jesse Peretz, baseado no romance de Nick Hornby, nascido em 1957, professor de Inglês para estrangeiros e escritor freelancer, que em 1995 escreveu “Alta Fidelidade” contendo muitas referencia autobiográficas, das quais ele ri de si próprio e se lamenta, pelo fracasso que ele sempre pensou ser um sucesso, desta vez, pela opinião de outros ignorantes como ele potenciados pela tecnologia atual que nos permite viver todas as utopias como uma realidade que afinal é apenas só nossa, embora sem sabermos que á nossa volta reina o caos.
Com graça, com ternura, em amenas e descomprometidas conversas a confusão vai-se estabelecendo, através de personagens credíveis que dão corpo a um completo desatino de vida que se vai adensando a cada revelação. A apresentação a Annie (Rose Byrne) da “família” de Tucker Duncan (Ethan Hawke) no hospital, após a ocorrência de um enfarte é uma das cenas mais esdrúxulas que contemplamos pela diversidade de relações que nos são mostrados. Toda a história nos motiva sorrisos, emoção e surpresa, pois para além de poder acontecer, mostra-nos “ao espelho” paralelos com algumas nas nossas experiências pessoais que poderá fazer-nos refletir. Transmite-nos uma alegre nostalgia, a ver, recomendo.

Classificação: 8 numa escala de 10

PS: Ethan Hawke nunca foi um ator que me tivesse despertado particulares simpatias ou interesse pelos desempenhos que lhe conhecia. Porém, em 2018, com o filme; “No Coração da Escuridão”, em exibição, e com este “Juliet, Nua” estou francamente a mudar de opinião.

20 de agosto de 2018

HOMEM FORMIGA E A VESPA

NÚMERO 1 NO FIM DE SEMANA DE ESTREIA EM PORTUGAL
Lisboa, 20 de agosto de 2018 - O filme HOMEM-FORMIGA, da Marvel Studios, teve um arranque de super-heróis, tornando-se no filme mais visto no fim de semana de estreia.

Pelos cinemas portugueses já passaram mais de 50.000 espectadores, para verem a nova história dos heróis com a incrível capacidade de encolher, o que originou uma receita de bilheteira superior a 300.000 euros.

Depois de "Capitão América: Guerra Civil", Scott Lang tem de lidar com as consequências das suas escolhas como super-herói e pai. Enquanto luta para equilibrar a vida pessoal e as suas responsabilidades como Homem-Formiga, é confrontado por Hope van Dyne e Dr. Hank Pym com uma nova missão. Scott terá uma vez mais de vestir o fato de Homem-Formiga e aprender a lutar ao lado de A Vespa, enquanto a equipa trabalha em conjunto para descobrir segredos do passado.

17 de agosto de 2018

Opinião – “Slender Man” de Sylvain White


Sinopse

Numa pequena cidade do estado de Massachusetts, USA, quatro raparigas do ensino secundário decidem fazer um ritual na tentativa de desmascarar o mito de Slender Man.
No meio do ritual, uma das raparigas perde-se misteriosamente, fazendo com que as colegas acreditem que esta foi, de facto, a última vítima de Slender Man.

Opinião por Artur Neves

De todas as assombrações que pululam na sociedade dos Estados Unidos da América (a presidência de Donald Trump é apenas a mais recente embora noutro contexto) o mito do “The Tall Man” já deu origem a várias realizações em cinema, sendo a última de 2012, rebatizada em Português com o nome; “O Homem das Sombras” mas corporizando a mesma história de um ser longilíneo, com movimentos lentos, misto de humano e vegetal que encanta crianças e jovens para posteriormente os abduzir, do meio a que pertencem.
Desta vez, que em Portugal foi adotado o nome original do filme; “Slender Man” (Homem Alto, no sentido de bem proporcionado, esbelto) conta-se a mesma história, modernizando-a com as novas tecnologias, tais como, um vídeo através do qual se faz a cativação das jovens, troca mensagens de telemóvel entre as jovens e uma conta desconhecida mas conotada como o “Slender Man”, uma bateria de vídeos descoberta na internet que documentam anteriores abduções, no sentido de criar o ambiente propício para a evocação do mal e das suas consequências.
A banda sonora, elemento fundamental na criação do ambiente conduz-nos igualmente à atmosfera de terror que se pretende criar, só que, tomando como seus todos os truques e twists de argumento estafados noutras apresentações, que normalmente têm conduzido à inquietação e suspense do espetador, transmite-nos aqui uma sensação de déjà vu, em vez de inquietação. Os efeitos especiais utilizados também já os vimos noutros contextos e noutras histórias não acrescentando por aí qualquer valor a uma história que se fundamenta num mito sem qualquer explicação, nem que seja esotérica, e que se afirma apenas porque sim, na cabeça das púberes meninas do secundário que por não serem convidadas para a festa dos rapazes da sua preferência, reúnem-se na casa de uma delas e entretêm-se com a evocação desta entidade mítica.
É com esta história simples que Sylvain White, nascido e criado em Paris, formado na Sorbonne (quem diria!...) e posteriormente graduado em produção de cinema em Los Angels, autor de alguns filmes interessantes, tais como; “La Marque des Anges Miserere”, em 2013 e “The Americans”, 2017-18, mini serie de 2 episódios para a televisão não estreada em Portugal, nos apresenta a sua versão deste mito urbano que acrescenta muito pouco ao cinema de supense e de terror que tem os seus pergaminhos para manter os aficionados do género. É uma estória, com pouca história, para fazer história, veja se quiser, está por sua conta.

Classificação: 4 numa escala de 10

14 de agosto de 2018

Opinião – “Uma Aventura do Outro Mundo” de Christoph e Wolfgang Lauenstein


Sinopse

Luís tem doze anos e está muitas vezes sozinho. Ele não tem muitos amigos e o seu pai, que é ovnilogista, não tem tempo para ele e vive obcecado em provar a existência de vida inteligente no espaço. O diretor da escola pensa que Luís está a ser negligenciado e que devia ser levado para um internato. É nesse momento que três aliens patetas se despenham à porta dele: Nag, Wabo e Mog. Eles vieram à procura de um colchão de massagens que viram num canal televendas do planeta Terra: o Nabbi Dabbi. Luís fica radiante, torna-se logo amigo deles e esconde-os do pai que está convencido de que os aliens são seres perigosos e devem ser congelados assim que forem avistados. Quando a diretora do internato aparece e tenta levar Luís, ele e os seus amigos alienígenas têm de engendrar um plano para entrarem em contacto com a nave principal de modo a serem resgatados. O Luís até se convence a deixar o seu planeta para explorar a galáxia com os seus amigos novos e fixes.

Opinião por Artur Neves

De estúdios europeus financiados por fundos de cinema de animação do Luxemburgo, Dinamarca e Alemanha, surge esta “Aventura do Outro Mundo” (Louis & the Aliens no original) destinada a encantar miúdos e graúdos, com uma história de invasão da terra por engano, por seres vindos de outros planeta mas com tiques e comportamentos muito parecidos aos da Terra, de tal forma que Louis, o herói da nossa história, rapidamente os identifica como amigos e compagnons de route, numa aventura de acordo com a confusão que a chegada de tais personagens provocou.
A história está concebida, sem super-heróis nem passes de mágica que ultrapassem a bonomia de três patetas galácticos, tão comprometidos com os seus erros e insuficiências que apenas pretendem passar despercebidos, sendo precisamente essa tentativa que os torna notados e causadores de peripécias de difícil resolução. Todavia, o sortilégio da banda desenhada é conseguir resolver o impossível, com humor saudável, divertimento e boa disposição que contagia todos os assistentes.
Num período de férias escolares, com temperaturas escaldantes e miúdos desocupados demasiado vidrados em gadgets eletrónicos, nada melhor do que uma aventura bem esgalhada para os transportar para “outra galáxia”, pelo menos durante os 86 minutos de duração dum filme engraçado, destinado a ser apreciado em família. Recomendo.

Classificação: 6 numa escala de 10

13 de agosto de 2018

ANUNCIO - THE OLD MAN AND THE GUN

Último filme de Robert Redford, em antestreia no Festival de Toronto


Protagonizado por Robert Redford, e realizado por David Lowery ("Ain't Them Bodies Saints", "Pete's Dragon", "A Ghost Story") "The Old Man and The Gun" terá a sua antestreia mundial no próximo Festival Internacional de Cinema de Toronto, entre os dias 6 e 16 de setembro.

O ator confirmou já a sua intenção de reformar, pelo que este filme será o último trabalho da sua carreira. Todavia irá continuar até poder, a sua atividade como realizador que tão boas provas tem dado.

O filme baseia-se na história verídica de Forrest Tucker, que escapou da prisão aos 70 anos para se dedicar a uma série de assaltos sem precedentes. Para além de Redford, o elenco conta ainda com Casey Affleck, um detetive obcecado com o caso de Tucker, Sissy Spacek (o amor da vida de Tucker), Danny Glover e Tom Waits.

Não tem ainda data prevista de estreia em Portugal mas irá poder ser visto num cinema perto de si.

10 de agosto de 2018

Opinião – “A Sombra da Verdade” de Per Fly


Sinopse

Michael, recém-licenciado, jovem e idealista, consegue o seu emprego de sonho nas Nações Unidas e dá por si no centro do programa Petróleo por Alimentos da ONU. Com a ajuda do seu mentor Pasha, Michael prospera no emprego mas, com o tempo, começa a aperceber-se da verdadeira corrupção que está na base da conceção do programa. A única saída será denunciar tudo - arriscando a sua própria vida, a carreira do seu mentor e a vida da mulher que ama.

Opinião por Artur Neves

A história contada neste filme baseia-se no maior escândalo de corrupção e tráfico de influências dos quadros da ONU envolvidos na gigantesca operação Oil for Food (Petróleo por Alimentos) que teve lugar em 2003, na sequencia dos danos causados no país após a primeira guerra do Golfo permitindo aos Iraquianos trocar preferencialmente o crude extraído dos seus poços de petróleo por alimentos e bens essenciais que minorassem as necessidades sentidas pela população, decorrentes do impacto causado pelas sansões internacionais e pelo embargo dos USA ao regime de Saddan Hussein que governava o Iraque.
Michael Soussan, o autêntico, (representado no filme por Theo James) encontra a oportunidade da sua vida profissional logo após a sua formatura em economia como coordenador de um plano humanitário de real grandeza e grande visibilidade da ONU que ele tomou como uma cruzada quando, ao se inteirar dos meandros da operação se confronta com o maior escândalo de sempre, constituído por avultados subornos de milhares de milhões de dólares aos principais agentes da operação dentro da ONU, incluindo o homem que o guiou nos primeiros passos na organização, Benon Sevan (Pasha no filme representado por Ben Kingsley) um cipriota que se exilou em Nicósia quando os factos vieram a público no The Wall Street Journal, e que ainda lá se mantém beneficiando de um acordo de não extradição.
É pois com este material explosivo de denúncia para memória futura que Per Fly, realizador Dinamarquês com filmes interessantes no curriculum tais como; “Arven” (2003) e “Mónica Z” (2013) se “embrulha” num esquema de revelação do enredo logo no início da história, pretendendo com isso levar-nos ao conhecimento dos factos através de flashbacks sobre a vivência do protagonista no Iraque e da forma como ele chegou às conclusões que posteriormente vem a revelar. É um filme sobre “o como”, acerca “do que”, temos conhecimento apriorístico.
Só que para o thriller político e de ação, a que esta história se prestaria a forma de abordagem escolhida por Per Fly retira-lhe toda a tensão e toda a surpresa na identificação dos culpados, continuando embora como um documento de denúncia, mas sem chama e sem a ilustração do castigo da vergonha que uma fraude desta dimensão causa a uma organização que se pretende impoluta e inatacável. Para ainda piorar as coisas o realizador acrescenta-lhe uma historieta de amor falido, com a tentativa de inclusão do inerente drama, que de modo algum salva o que foi estragado antes. Resta-nos todavia a memória de honra e de carater de um homem bom, que sabia que ao revelar tamanha fraude punha em risco a sua carreira e a sua vida, mas ainda assim, fê-lo. Vê-se como documento histórico e fica-se com pena de não ser um thriller.

Classificação: 5 numa escala de 10