Sinopse
Annie (Rose Byrne) está encalhada numa relação de
longa duração com Duncan (Chris O’Dowd) – um fã obsessivo de Tucker Crowe
(Ethan Hawke), um artista obscuro de “rock” alternativo, desaparecido há 25
anos.
Quando aparece a “demo” acústica do velho álbum de
Tucker, Duncan escreve uma crítica arrebatadora. Num momento de revolta, Annie
publica a sua própria crítica, uma humilhação mordaz das gravações. Mas para
sua surpresa, Tucker gosta da crítica de Annie e envia-lhe um “e-mail” a
agradecer. Segue-se um encontro entre a antiga estrela e a namorada do seu
maior fã, que virá a mudar as suas vidas.
Com Rose Byrne, Ethan Hawke e Chris O’Dowd, “Juliet,
Nua” é um relato cómico das segundas oportunidades da vida, baseado no romance
de Nick Hornby (“Era Uma Vez Um Rapaz”, “Alta Fidelidade”).
Opinião
por Artur Neves
De toda a nossa atividade enquanto
pessoas os nossos maiores esforços são no sentido de sermos felizes, objetivo
este para o qual orientamos as nossas energias, esforços e sacrifícios para
atingir um estado interior de paz plena, completa, inteira, que nos faça sorrir
por nada e até, chorar por tudo, com receio de desequilibrar aos nossos olhos
esse “Nirvana” que até pode não ser compreendido ou identificado por mais
ninguém além de nós, nesse intervalo temporal que estamos vivendo.
Todavia, esse júbilo pode
também resultar de um grave equívoco de avaliação gerado por nós na ânsia de
encontrar essa felicidade efémera e á nossa volta o ambiente não passe de uma aleatória
organização de eventos de que desconhecemos as suas consequências ou até a sua existência,
pelo fundamental empenho em conseguir afirmar e sentir uma paz duradora e plena
na sequencia caótica dos dias que passam.
É esta realidade que nos é
contada na história deste filme por Jesse Peretz, baseado no romance de Nick
Hornby, nascido em 1957, professor de Inglês para estrangeiros e escritor freelancer, que em 1995 escreveu “Alta
Fidelidade” contendo muitas referencia autobiográficas, das quais ele ri de si próprio
e se lamenta, pelo fracasso que ele sempre pensou ser um sucesso, desta vez,
pela opinião de outros ignorantes como ele potenciados pela tecnologia atual
que nos permite viver todas as utopias como uma realidade que afinal é apenas
só nossa, embora sem sabermos que á nossa volta reina o caos.
Com graça, com ternura, em
amenas e descomprometidas conversas a confusão vai-se estabelecendo, através de
personagens credíveis que dão corpo a um completo desatino de vida que se vai
adensando a cada revelação. A apresentação a Annie (Rose Byrne) da “família” de
Tucker Duncan (Ethan Hawke) no hospital, após a ocorrência de um enfarte é uma das
cenas mais esdrúxulas que contemplamos pela diversidade de relações que nos são
mostrados. Toda a história nos motiva sorrisos, emoção e surpresa, pois para
além de poder acontecer, mostra-nos “ao espelho” paralelos com algumas nas
nossas experiências pessoais que poderá fazer-nos refletir. Transmite-nos uma
alegre nostalgia, a ver, recomendo.
Classificação: 8 numa escala
de 10
PS: Ethan Hawke nunca foi um
ator que me tivesse despertado particulares simpatias ou interesse pelos
desempenhos que lhe conhecia. Porém, em 2018, com o filme; “No Coração da
Escuridão”, em exibição, e com este “Juliet, Nua” estou francamente a mudar de
opinião.
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