Sinopse
Inspirado nos livros autobiográficos e best-sellers
mundiais “Papillon” e “Banco”, o filme segue a épica história baseada em factos
verídicos de Henri “Papillon” Charrière (Charlie Hunnam), um arrombador de
cofres do submundo parisiense, que é injustamente incriminado por homicídio e
condenado a prisão perpétua na colónia penal da Ilha do Diabo. Papillon cria
uma improvável aliança com o falsário Louis Dega (Rami Malek), que em troca de
proteção concorda em financiar a fuga de Papillon. Juntos irão planear e
executar a mais corajosa fuga alguma vez contada.
Opinião
por Artur Neves
“Papillon” é a dramatização
do livro de Henry Charriere sobre a sua vivencia numa prisão de alta segurança
na Guiana Francesa, para onde o governo Francês da época de 1930 enviava os criminosos
condenados, com a dupla função de cumprimento da pena que lhes foi atribuída e
no final desta, continuarem na ilha com o objetivo de a habitarem por igual período
ao da pena, constituir família, e consolidar a possessão do território colonizado
pela França.
Na década de 30 os direitos
humanos eram uma ficção, não existiam organizações como a Amnistia
Internacional, que só foi constituída em 1961, pelo que quem caísse por desdita
nas mão dos sicários deste tipo de prisões era sujeito ás mais indescritíveis
sevícias e maus tratos, ficando totalmente à mercê dos guardas e carcereiros
que os privavam da liberdade. Em boa verdade estavam todos presos, pois
naqueles lugares de exilio e naquelas condições era quase comum a ambos os
grupos a submissão aos mesmos locais no mesmo tempo e com as mesmas pessoas.
É desta vida de prisioneiro e
do sofrimento que lhe foi infligido que o filme aborda o percurso de Papi, e de
Louis Dega, um outro condenado com particular habilidade para o desenho e bem
assim, para a falsificação de documentos e de dinheiro que o levou para aquele
lugar, e a estabelecer uma ligação de amizade com Papi por mutualização de interesses
durante todo o tempo de permanência de ambos na prisão.
A diferença entre ambos é a
vontade indomável de Papillon em fugir, a qualquer custo, para o qual Louis
Dega se encarregava de obter dinheiro, oportunidade e contactos no interior de
prisão. Desta simbiose, cimentou-se uma amizade inquebrável e fiel entre os dois
homens.
Esta versão é um remake de
um trabalho com o mesmo nome e sobre a mesma história, realizada por Franklin
J. Schaffner em 1973, em que Papillon é interpretado por Steve McQueen e Louis
Dega por Dustin Hoffman em inicio de carreira, embora já com dois enormes êxitos
no curriculum, tais como: “O Cowboy
da Meia-Noite” de 1969 e “A Primeira Noite”.de 1967.
Refiro esta nota para
acrescentar que embora o atual filme esteja bem feito, constituindo um objeto
de realização cuidada, retratando com fidelidade o sofrimento que foi infligido
aqueles dois homens, bem como a todos os outros prisioneiros submetidos a
condições desumanas a intensidade dramática dos personagens atuais está aquém da
que foi desempenhada por Steve McQueen e Dustin Hoffman, muito particularmente
este último em que a sua fragilidade, nervosismo constante e dependência exclusiva
dos seus óculos é ainda hoje um personagem de referencia para o seu desempenho como
ator.
Esta facto não belisca a classificação
de qualidade para este filme, bem como a sua recomendação para o ver, por
constituir um excelente espetáculo.
Classificação: 7 numa escala
de 10
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