Sinopse
Quando
Richard (Johnny Depp), um professor universitário, é confrontado com um
diagnóstico inesperado, decide livrar-se de quaisquer pretensões ou convenções
e viver tão livremente quanto possível.
Com um
sentido de humor cortante, comportamentos irresponsáveis e um toque de loucura,
Richard experimenta todos os vícios – álcool, tabaco, sexo e insultar qualquer
pessoa que o irrite, o que lhe dá mais prazer do que qualquer coisa em anos.
À medida que
Richard vê o seu tempo diminuir, descobre que o seu corajoso ataque ao status quo o leva a aceitar a verdade e
a valorizar as pessoas que realmente ama. E é isto que vai fazer num último
grito de glória antes do fim.
Adeus, Professor é uma hilariante e intensa comédia
dramática sobre o modo como um homem decide viver a vida ao máximo no momento
em que encara o fim da sua viagem.
Opinião
por Artur Neves
Para mim pareceu-me
interessante ver Johnny Depp fora do registo do “Pirata da Caraíbas” seja qual
a for a sequela que se considere, encarnando aqui o personagem de um professor
universitário com um cancro no pulmão em fase terminal que lhe confere pouco
tempo de vida, ou por outro lado, uma data previsível para a sua finitude que o
leva a reconsiderar toda a sua existência, tudo o que fez e tudo o que não fez
e gostaria de fazer, bem como, mais importante ainda, os condicionamentos que
impôs á sua vida para chegar até ali com mais desejos do que realizações.
É pois sobre a derradeira
altura de balanço de vida, que o realizador Wayne Roberts quis construir uma narrativa
que em meu entender se apresenta frouxa e parca, focalizada em conceitos comuns
algo ultrapassados, como fumar maconha, muito embora apresente momentos que
justificam plenamente o personagem transformado em animal rebelde, tão ao jeito
do ator que o representa.
Curiosamente, este filme foi
inicialmente intitulado de; “Richard Says Goodbye”. Consultando a filmografia
deste realizador apenas encontramos em 2016 outro filme com o nome; “Katie Says
Goodbye”, não estreado em Portugal, sobre uma rapariga que se prostitui para
realizar os seus verdadeiros sonhos de vida, o que parece indiciar que Wayne
Roberts só faz e escreve filmes de “adeus”, vá-se lá saber porquê ou como
despedida de si próprio.
No presente caso, Richard (Johnny
Depp) é suficientemente carismático com o seu destino interpretando um desespero
elegante (se é que isso existe) filosofando pausadamente sobre a sua existência,
que vai piorando ao longo do tempo em que ele se esforça por não perder a face,
embora a sua tristeza se acentue revelando a dicotomia em que está mergulhado.
A sua relação familiar não é
exemplar, muito embora isso já pouco o afete e o facto da filha se revelar gay
e a mulher ter um caso com o diretor da universidade, só lhe serve como pedra
de arremeço para conseguir um ano sabático que lhe permita viver (morrer) longe
e em paz.
O que temos é pois um homem
em afundamento em si, decorrente na inevitabilidade do seu futuro que ele
extravasa em aridez, atitudes patéticas e ofensas públicas mas que nenhum outro
personagem parece notar, não só porque ele não se revela, mas apenas porque se mostra
como uma piada de mau gosto de si próprio. É uma mensagem sobre o fim anunciado
da vida, desta feita com data marcada, mas apesar da demonstração da sua
rebeldia e das revelações sinceras que pronuncia o filme sabe a pouco e deixa
uma sensação de inconseguimento.
Classificação: 5 numa escala
de 10
1 comentário:
Este filme é um dos que vou deixar passar, a história não me entusiasma, e além de que já vi filmes demais com o Depp, e alguns nem sempre bons, como o Transcendent. Os melhores dele são os menos recentes. No entanto, a minha irmã viu este filme e disse-me que ele até se porta bem.
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