Sinopse
M. Night Shyamalan junta as narrativas de dois dos
seus maiores sucessos originais – “O Protegido” (2000) e “Fragmentado” (2016) –
num novo e explosivo thriller assente na banda-desenhada Glass. Bruce Willis
regressa com a sua personagem de “O Protegido”, David Dunn, assim como Samuel
L. Jackson no papel de Elijah Price, também conhecido pelo seu pseudónimo, Mr.
Glass. De “Fragmentado” junta-se James McAvoy, na pele de Kevin Wendell Crumb e
as suas múltiplas personalidades, e Anya Taylor-Joy enquanto Casey Cooke, a
única sobrevivente de A Besta. Após o final de “Fragmentado”, “Glass” começa
com Dunn a perseguir a figura super-humana de A Besta, numa série de encontros
desenfreados, enquanto a presença sombria de Price emerge, com segredos escuros
de ambos.
Opinião
por Artur Neves
Tal como descrito na sinopse
anterior M. Night Shymalan, realizador Indiano radicado nos USA, Pennsylvania e
autor do argumento de “O Sexto Sentido” que lhe deu notoriedade e motivou a sua
entrada na realização apresenta-nos agora este thriller recheado de intensas
representações de Kevin Wendell Crumb (James McAvoy) e de David Nunn (Bruce
Willis) na pele de personagens já anteriormente criadas em filmes seus de
sucesso.
Nesta história, questiona-se
com alguma propriedade, a “existência” tão propalada pela Marvel, de super-heróis
especializados em tarefas específicas e que ao atuarem em conjunto se tornam
invencíveis. E se realmente nós tivéssemos, sem conscientemente nos
apercebermos, a capacidade de desenvolver e utilizar forças que estão para além
da compressão humana?
A questão é levantada como
sendo conduzida por uma investigadora de um hospital psiquiátrico que captura
Kevin, (perturbado com as suas vinte e quatro personalidades), David (possuidor
de uma força sobre humana e que na altura perseguia Kevin como sendo “A Besta”)
e Mr. Glass (Samuel L. Jakson, que sofre de uma doença incurável que lhe provoca
ossos fracos e quebradiços como vidro, mas é detentor de uma capacidade mental
superior que compensa a sua inferioridade).
No desenvolvimento da
história as personagens são-nos apresentadas na sua atividade normal, embora
reportando-as às suas origens em que David, o vigilante da cidade procura e
encontra A Besta, (Kevin) na continuação dos seus crimes de sequestro, num
encontro a todos os níveis espetaculares e emocionante até ser capturado e
reunido no hospital com Mr. Glass que conseguirá controlar o que de mais
poderoso cada um dos dois possui para provar no final que eles só são poderosos
até ao ponto que organização secreta que governa o mundo permitir.
“Glass” está bem conseguido,
é criativo, bem filmado e tem cenas de forte emoção, não só pela violência da
representação como a presença do elemento controlador de A Besta, na figura da única
vítima de sequestro sobrevivente, Casey Cooke (Anya Taylor-Joy) porque
compreendeu a sua natureza demente e respondeu á violência com amor, como esta
nunca tinha experimentado, única forma de apaziguar a violência mórbida da
Besta.
Todavia, Shymalan arrasta a pergunta
sobre a existência dos super-heróis sem contudo lhe dar uma resposta ou uma
escapatória à pergunta de forma a não ter de responder, fundamenta-se na banda desenhada
e não apresenta um clímax que passasse para o espetador a responsabilidade da
resposta. O filme está bem feito e é interessante, até por continuar postulados
anteriores, mas para mim, “O Sexto Sentido” de 1999, continua a ser o melhor
filme de Shymalan.
Classificação: 7 numa escala
de 10
1 comentário:
Parece um filme interessante, ainda por cima realizado por M Night Shyamalan, mas tem um senão: parece-me importante assistir primeiro aos filmes anteriores... E como não os conheço, vou passar.
Mundo da Fantasia
Enviar um comentário