7 de janeiro de 2019

Opinião – “Escape Room” de Adam Robitel


Sinopse

Escape Room é um thriller psicológico sobre seis estranhos que se encontram em circunstâncias fora do seu controlo e que devem usar toda a sua astúcia para encontrar as pistas… ou morrer.

Opinião por Artur Neves

Poderíamos pensar que “Saw” com todas as suas sequelas e versões em 3D teriam esgotado o assunto de que este filme se serve para nos pôr a saltar da cadeira e a torcer por esta ou aquela ação, o que não acontece, porque a história apresenta um fio condutor coerente que muito me apraz registar, num exercício destinado a tirar-nos do sério enquanto dura.
O início é completamente intrigante com as cenas que nos apresentam sobre uma fuga impossível mas que iremos compreender ao longo da história que se desenrola em torno dos 6 desconhecidos que são convidados para um desafio que não lhes é explicado nem informado acerca do seu desenvolvimento.
Curiosamente dentro de um argumento generalizadamente conhecido, este filme não se caracteriza pelo choque que outros tentam provocar no espetador através de mortes violentas, com muito sangue em cenas de crueldade, mas antes através do suspense causado pela busca de uma solução para um enigma. Pena é que não haja tempo para que o espectador seja igualmente “convidado” a participar na descoberta através de mais dados e mais tempo conferidos a cada enigma.
Ao ritmo da sucessão dos eventos que lhes são apresentados, eles vão-se apercebendo que estão em presença de um jogo de morte e começam a surgir naturais divergências entre eles, particularmente quando começam a compreender que o autor do jogo é alguém que os conhece bem, ao nível de acontecimentos passados experimentados por eles, onde o facto de serem de alguma forma sobreviventes, não lhes confere qualquer estatuto edificante que lhes granjeie a confiança dos outros.
Adam Robitel, realizador americano nascido em Boston em 1978, responsável por outros filmes de suspense, tais como: “A Possessão” em 2015 e “Insídius: A Ultima Chave” em 2018, já comentado neste blog, traz-nos desta vez uma história implacável mas menos sádica, permitindo através de confissões dos personagens conferir um sentido às “provas” a que são sujeitos e assim envolver toda a ação num ambiente de susto e de medo, mas também heroísmo e generosidade raramente encontrados em filmes deste género.
Todavia é uma história que se esgota no tempo da sua apresentação pouco ficando para lá da contagem dos mortos e dos sobreviventes. Robitel porém, promete-nos mais, pois no final uma sequela se perfila no horizonte para dar resposta a alguns elementos da história que ficam pendentes e até poderá ser bem aceite se cumprir o formalismo agora apresentado. A experiência porém, diz-nos que não é bem assim, esperemos que Adam Robitel nos surpreenda também nesse aspeto.

Classificação: 6 numa escala de 10

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