Sinopse
Escape Room é um thriller psicológico sobre seis
estranhos que se encontram em circunstâncias fora do seu controlo e que devem
usar toda a sua astúcia para encontrar as pistas… ou morrer.
Opinião
por Artur Neves
Poderíamos pensar que “Saw”
com todas as suas sequelas e versões em 3D teriam esgotado o assunto de que
este filme se serve para nos pôr a saltar da cadeira e a torcer por esta ou
aquela ação, o que não acontece, porque a história apresenta um fio condutor
coerente que muito me apraz registar, num exercício destinado a tirar-nos do
sério enquanto dura.
O início é completamente intrigante
com as cenas que nos apresentam sobre uma fuga impossível mas que iremos
compreender ao longo da história que se desenrola em torno dos 6 desconhecidos
que são convidados para um desafio que não lhes é explicado nem informado
acerca do seu desenvolvimento.
Curiosamente dentro de um
argumento generalizadamente conhecido, este filme não se caracteriza pelo choque
que outros tentam provocar no espetador através de mortes violentas, com muito
sangue em cenas de crueldade, mas antes através do suspense causado pela busca de uma solução para um enigma. Pena é
que não haja tempo para que o espectador seja igualmente “convidado” a
participar na descoberta através de mais dados e mais tempo conferidos a cada
enigma.
Ao ritmo da sucessão dos
eventos que lhes são apresentados, eles vão-se apercebendo que estão em
presença de um jogo de morte e começam a surgir naturais divergências entre
eles, particularmente quando começam a compreender que o autor do jogo é alguém
que os conhece bem, ao nível de acontecimentos passados experimentados por eles,
onde o facto de serem de alguma forma sobreviventes, não lhes confere qualquer
estatuto edificante que lhes granjeie a confiança dos outros.
Adam Robitel, realizador
americano nascido em Boston em 1978, responsável por outros filmes de suspense, tais como: “A Possessão” em
2015 e “Insídius: A Ultima Chave” em 2018, já comentado neste blog, traz-nos desta vez uma história
implacável mas menos sádica, permitindo através de confissões dos personagens
conferir um sentido às “provas” a que são sujeitos e assim envolver toda a ação
num ambiente de susto e de medo, mas também heroísmo e generosidade raramente
encontrados em filmes deste género.
Todavia é uma história que
se esgota no tempo da sua apresentação pouco ficando para lá da contagem dos
mortos e dos sobreviventes. Robitel porém, promete-nos mais, pois no final uma
sequela se perfila no horizonte para dar resposta a alguns elementos da
história que ficam pendentes e até poderá ser bem aceite se cumprir o
formalismo agora apresentado. A experiência porém, diz-nos que não é bem assim,
esperemos que Adam Robitel nos surpreenda também nesse aspeto.
Classificação: 6 numa escala
de 10
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