Sinopse
Baby, um jovem e talentoso
condutor, especialista de fugas em assaltos (Ansel Elgort), confia na batida da
sua banda sonora pessoal para ser o melhor.
Quando encontra a miúda dos
seus sonhos (Lily James), Baby vê nela a oportunidade de deixar para trás a sua
vida de crime e sair de forma airosa desse universo.
Mo entanto, ao ver-se
coagido para trabalhar para um chefe do crime (Kevin Spacey) e quando um golpe
mal sucedido ameaça a sua vida, o seu romance e a sua liberdade, ele terá de
optar pela música certa…
Opinião
por Artur Neves
Esta história é uma lufada
de ar fresco aos argumentos tradicionais de gangs
de assaltos a bancos e embora contendo todos os elementos de violência, dureza e
crime do género apresenta-nos os factos sob o manto diáfano da juventude, ligeireza
e esperança no futuro, do motorista de fuga dos assaltos, o tal “Baby” do
título, interpretado por Ansel Elgort que consegue um desempenho simpático,
presumindo que o hard work a que o
papel obriga é conseguido pelos muitos duplos referidos no genérico do filme.
Outra nota de diferenciação da
história é a caraterística deste “motorista” cometer as maiores proezas e viver
constantemente de auriculares colocados nos ouvidos, numa clara referência ao
emergente “personal áudio”, através
de todos os elementos capazes de processar música em formato digital, todavia
ele vai mais longe, considerando que compõe e arranja, peças musicais sugeridas
pelos ruídos do ambiente que o cerca no seu dia-a-dia de corridas de carro em
fuga pela cidade.
Toda a história é construída
em torno do crime e da sua postura naïf
de jovem em crescimento, cuidador do pai adotivo e apaixonado fulminantemente
pela empregada do snake-bar que o
encantou ao som de palavras livremente trauteadas durante um fortuito primeiro
encontro. Toda a música ocupa um lugar significativo na história, nos assaltos
e serve como pano de fundo redentor para uma atividade que cedo nos parece que
não pode acabar bem.
A ação mostrada em todo o
filme está bem estruturada, credível e realista, com cenas de condução em
cidade perfeitamente excecionais, considerando que a realidade que o cinema nos
permite visionar, é uma realidade aumentada que constitui precisamente o seu
papel na nossa vida, servindo para nos emocionar, divertir e fazer pensar nas
diferentes nuances que o argumento
nos apresenta para inferirmos como seria se de facto aqueles eventos se
verificassem.
Edgar Wright realizador e
argumentista desta história, Inglês de nascimento já com provas dadas no meio e
no género consegue transmitir-nos a emoção dos assaltos e a inocência do amor emergente,
o calculismo do “patrão”, interpretado por um Kevin Spacey, pesado e
autoritário e a loucura submissa dos desvalidos da vida que os praticam, a
compaixão pelos fracos e a sempre necessária esperança no futuro e na vida que nos
espera depois de ultrapassado o presente que nos desagrada.
Este filme tem qualidade, é
sério e divertido em simultâneo, recomendo
Classificação: 8 numa escala
de 10