28 de julho de 2017

Opinião – “Assalto ao Shopping” de Alain Desrochers


Sinopse

Tudo o que Eddie Deacon queria era um emprego calmo que não desse chatices. Qualquer emprego servia. Mas ele escolheu o lugar errado e o dia errado.
Um segurança desarmado que trabalha no turno da noite num centro comercial arrisca tudo para proteger uma jovem inocente de um gang perigoso disposto a tudo para a impedir de testemunhar contra o seu chefe sociopata.

Opinião por Artur Neves

Lembram-se do “Assalto ao Arranha-céus” de 1988 com Bruce Willis ainda com cabelo, embora com umas grandes entradas que indiciavam a grande “bola de bilhar” que constitui hoje a sua cabeça?... pois bem a história que atualmente nos é contada tem muitas semelhanças. A grande diferença reside na ingenuidade com que a primeira nos foi contada na época, a lisura escorreita de toda a aventura onde transpirava um espírito naïf de justiça óbvia e sem mácula que não levantava qualquer dúvida entre os “bons” e os “maus”, nem sobre os seus métodos.
Nesta história o ambiente é mais sórdido em que nos é mostrada um noite de horror e de medo num shopping guardado por seguranças contratados, pessoas normais, donde sobressai o “herói” que vai resolver toda a situação. Mostra-nos também como vale tudo, como com os conhecimentos certos é possível fazer bombas com os materiais correntes do quotidiano comum, recordando-nos a herança deixada pelas atividades terroristas e mostrando-nos com toda a vida é agora mais perigosa.
António Banderas é o herói de guerra, desempregado, perturbado pelas vicissitudes da vida mas que vai ser o obreiro do plano de defesa da jovem testemunha, não tão inocente assim, contra uma “cavalaria” de vilões que a querem matar, capitaneados pelo inefável chefe interpretado por “Ben Kingsley” num papel ao seu nível e que lhe assenta bem, entre o déspota louco e o “Joker” de Batman, sem qualquer piedade nem contemplações mesmo para os seus próprios acólitos, desde que não cumpram na perfeição as suas ordens.
Outra mensagem que transparece é a fragilidade da tecnologia atual, que apesar de estar em consecutiva evolução não se liberta das suas imperfeições de génese que permitem a sua fácil inoperacionalidade nas situações em que seria mais necessária, bem como a vulgaridade com que é utilizada em brinquedos e dispositivos menores para nos servirem de forma adaptada.
Em toda a história perpassa um clima de ação, bem desenvolvido e trabalhado por Alain Desrochers, nascido e criado em França mas revelado nesta profissão nos USA em filmes de ação e outros, com carreira na televisão e que nos mostra de maneira clara como o terror pode ter diferentes construções e diferentes agentes desde que bem guiados por uma história de ficção embora consistente. O filme constitui portanto um espetáculo de diversão e de emoção que se vê com agrado.

Classificação: 5 numa escala de 10

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