Sinopse
Depois do namorado a deixar em
vésperas de umas férias exóticas, a impetuosa e sonhadora Emily Middleton (Amy
Schumer) convence a sua conservadora mãe, linda (Goldie Hawn) a viajar com ela
para o paraíso.
Polos opostos, Emily e Linda
percebem que trabalhar suas diferenças como mãe e filha – de forma imprevisível
e hilariante – é a única maneira de escapar à selvagem aventura em que caíram.
Amy Schumer e Goldie Hawn
protagonizam a hilariante comédia “Olha que Duas”, que também conta com Ike
Barinholtz (“Neighbours”), Wanda Sykes (“Bad Moms”) e Joan Cusack (“Working
Girl”).
Opinião
por Artur Neves
Jonathan Levine deve ter
apostado em ser engraçado a toda a força e como tal apresenta-nos esta
história, no seguimento de outras do mesmo estilo, “Sangue Quente”, “A Ultima Noitada”
e “Á Deriva” embora, claro, com argumentos diferentes, que quanto a mim têm
desacreditado o estilo de comédia que tanta falta faz ao cinema e a outras áreas
de entretenimento considerando ser o “tempero”, a “sobremesa” que nos permite desanuviar
as complicações da vida… e se ela é complicada!...
Goldie Hawn tem muito boas
interpretações de comédia na sua já longa carreira, em histórias de ficção bem
estruturadas, “A Morte Fica-vos tão Bem” em 1992 e “O Clube das Divorciadas” de
1996, para citar somente dois exemplos, mas não é o facto da sua comprovada experiência
nesse tema que faz que um argumento de fluidez forçada se comporte como uma
comédia. Por outro lado, quando se utiliza um sequestro de turistas num
potencial paraíso da américa latina, o riso daí resultante não depende somente
da parvoíce demente dos seus perpetradores, do irmão e filho das raptadas, nem
na inépcia das autoridades locais. A inspiração para o riso tem de surgir de referências
muito mais profundas e inteligentes que transformem aquele potencial drama,
numa coisa ligeira que nos divirta.
De Amy Schumer apenas refiro
que a linguagem vernácula nem sempre assenta bem em todos os rostos para o que
é preciso mais do que bochechas descaídas e expressão de jovem púbere em
transição, figura para a qual o seu corpo não contribui. Os raptores feiosos,
não são por serem feios e ineptos que fazem rir, devia ser por não conseguirem
os seus intentos apesar de terem estruturado bem o golpe. Mas não, é tudo muito
pobre.
Tudo o resto compõe as características
anteriormente descritas de uma história mal-amanhada, filmada demasiado em
planos escuros para o estilo e dinâmica que se pretende imprimir à ação de
caça, rapto, fuga, confrontação com os captores e com um epílogo que não merece
tempo suficiente para ser digerido.
Classificação: 3,5 numa
escala de 10
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