Sinopse
Escrito e realizado por
Daniel Kwan e Daniel Scheinert, conhecidos como Daniels, esta história conta a
fantástica odisseia de uma imigrante chinesa nos Estados Unidos, exausta de
tentar organizar os seus impostos vê-se arrastada para uma louca aventura onde
só ela pode salvar o mundo explorando outros universos ligados às vidas que
poderia ter levado.
Opinião
por Artur Neves
Trata-se de um filme sobre
uma família chinesa emigrante nos USA, que desenvolve um negócio de lavandaria com
máquinas que são utilizadas em self service
pelos utilizadores e tomamos contacto com eles na altura de apresentar ao serviço
de contribuições e impostos o resumo anual da sua atividade empresarial. Encontramos
Evelyn Wang (Michelle Yeoh) sentada a uma mesa a tentar interpretar e selecionar
os documentos de despesa relevantes da atividade para os entregar ao sistema de
cobrança de impostos.
A família dela é composta
por o seu marido Chade (Harry Shum Jr.) que não sabe o que fazer naquela
azáfama toda, todavia está disposto a fazer o que for preciso para ser útil,
muito embora tenha na mão um pedido de divórcio que não consegue apresentar a
Evelyn porque ela não lhe dá a mínima atenção às suas solicitações. A filha Joy
Wang (Stephanie Hsu) uma jovem adolescente que namora com uma rapariga; Nariz
Grande (Jenny Slate) sua colega de escola e luta por a apresentar à mãe que com
a sua louca ocupação profissional não lhe dá atenção nem considera o que ela
lhe pretende transmitir. O filho mais novo, Waymond Wang (Ke Huy Quan) que anda
por li sempre nos locais mais impróprios para o desenvolvimento do negócio e o
seu avô, pai de Evelyn, Gong Gong (James Hong) que já não se encontra em
perfeita saúde, não comendo nem se deslocando pelos seus próprios meios precisando
sempre que alguém se lembre dele e lhe empurre a cadeira de rodas em que se
desloca.
Como se pode pensar tudo é
possível acontecer naquela família em que Evelyn julga que pode conduzir todas
as tarefas necessárias para a sua manutenção. Ela tem de deslocar-se às finanças
para oficializar e entrega das contas e a empregada que a atende não é outra
senão Deirdre Beaubeirdra (Jamie Lee Curtis) que não se parece nem um pouco com
Wanda, a heroína de “Um Peixe chamado Wanda” de 1988 que a atirou para o estrelato.
Jamie Lee Curtis nascida em Los Angeles, em 1958 e filha de dois atores muito
famosos daquela época; Janet Leigh e Tony Curtis apresenta-se aqui tal como
está, sem grandes pinturas que a promovam e mostra a proeminente barriga que
hoje possui, dentro de uma calças justas que não são sequer um princípio para a
esconder.
Como a apresentação das
contas aquela funcionária rígida e exigente que não para de lhe pedir
adicionais e provas para certificar aquelas contas, a história deixa para trás toda
a complexa família que nos foi apresentada e explora universos
multidimensionais de magia e ficção científica com que pretende fazer comédia
na solução dos diferentes paradoxos em que aquela família está envolvida. Podia
pensar-se que aquela situação caótica poderia dar aso a uma análise do que
fazemos da nossa vida para a destruir, priorizando as obrigações e os afazeres profissionais
mas não é isso que acontece porque a parte mais importante do filme são as múltiplas
transformações e mutações dos seus intérpretes, através de tecnologias bacocas,
sem nexo, finalidade ou sentido. É o que eu chamo um filme que cansa, baseado
em fantasia que não serve de distração, ou no mínimo, o empolgamento do
espectador.
Tem estreia prevista em sala
dia 07 de Abril
Classificação: 2 numa escala
de 10
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