Sinopse
Da Warner Bros. Pictures chega-nos “The
Batman”, do realizador Matt Reeves, com Robert Pattinson no papel duplo de
vigilante da cidade de Gotham e o seu alter ego, o multimilionário solitário
Bruce Wayne. Dois anos a assombrar as ruas como Batman (Robert Pattinson),
incutindo medo no coração dos criminosos, conduziram Bruce Wayne até às zonas
mais sombrias da Cidade de Gotham. Com apenas alguns aliados de confiança -
Alfred Pennyworth (Andy Serkis), e o tenente James Gordon (Jeffrey Wright) –
entre a rede corrupta de funcionários e figuras proeminentes da cidade, o
vigilante solitário estabeleceu-se como a personificação da vingança entre os
seus cidadãos.
Opinião
por Artur Neves
O homem morcego está de
volta neste filme que pode ser uma reinicialização da saga e que promete
sequelas com o final do filme indicia. Desta vez Batman, alternando com o seu
alter ego Bruce Wayne é interpretado com relativo sucesso por Robert Pattinson que
lhe transmite uma intensidade melancólica semelhante ao seu papel de vampiro na
saga “Crepúsculo”. Batman é um vigilante que se propõe acabar com o crime que
campeia em Gotham City que nos é apresentada numa noite constante que envolve a
cidade. Toda a história decorre durante a noite de Gotham e os esparsos raios
de sol que podemos ver pertencem a um tempo crepuscular que não rompe a
escuridão nem a chuva constante que envolve a cidade, de acordo com a pretensão
do realizador, para lhe imprimir o ambiente noir
da banda desenhada inicial.
Nesta história o passado, o assassínio
de Thomas e Martha Wayne na presença de Bruce na saída de um espetáculo, é uma obsessão
de Bruce que o acompanha durante toda a ação, quando a realidade dos
enigmáticos crimes que vão ocorrendo vão conduzindo para uma ligação à atividade
da sua família, tradicionalmente respeitada e impoluta.
Os crimes são conduzidos por
um serial killer, Edward Nashton (Paul Dano) que declara ser o seu objetivo a
eliminação da elite corrupta que ocupa todos os lugares de administração da cidade.
A investigação policial é conduzida por James Gordon (Jeffrey Wright) que pede
a Batman que o acompanhe, o defende e justifica a sua presença quando a corporação
a que pertence não compreende a sua inclusão. O primeiro crime ocorre na casa
do prefeito da cidade e atual recandidato á reeleição e inclui um cartão do
criminoso dirigido a Batman, contendo uma frase cifrada cuja resposta conduzirá
ao criminoso. É essa a função de Batman, encontrar as resposta e elucidar a
polícia, mas ele prefere continuar sozinho na sua busca pela justiça.
O personagem de Edward
Nashton manifesta um maquiavelismo feroz, numa mente desequilibrada muito
diferente do anterior Joker que em 2019 ganhou vida própria. Nashton atua
sempre mascarado sem possibilidade de ser reconhecido, mas quando
posteriormente é preso tem na cadeia o momento alto do seu personagem que nos
faz lembrar John Doe em “Se7en” embora com uma temática de vingança significativamente
diferente.
Na sua busca pela solução
das pistas, Batman cruza-se com Selina Kyle (Zoë Kravitz) que embora não tendo
poderes especiais defende-se muito bem em luta e possui conhecimentos de
arrombadora de cofres o que constitui a hipótese de introduzir uma química de natureza
amorosa com Batman numa história e num tema fundamentalmente masculino no qual
as mulheres são meros adornos do ambiente e profissionais do sexo. Selina atua
dentro de uma veste de cabedal negro e possui calendário próprio, embora ceda
aos pedidos de colaboração com Batman, depois deste a encontrar em plena atuação
na violação de um cofre. Ambos não têm a mesma visão dos acontecimentos por
motivos que mais tarde saberemos, mas as suas preferências convergem.
“The Batman” é assim uma
história filmada num ambiente sub iluminado sobre o personagem de Pattinson com
uma identidade secreta e outra bem conhecida de empresário rico que herdou o
império Wayne. Na versão secreta ele auto assumiu a sua cruzada de combate ao
crime identificando-se como “Vingança” sentindo-se necessário a Gotham mas não
amado ou reconhecido por isso e visto como uma aberração que lhe causa uma
melancolia permanente a que ele sucumbe. Matt Reeves, o realizador americano
que tem no seu portfólio dois “Planetas dos Macacos” de 2014 e 2017 e um
excelente filme de vampiros “Deixa-me Entrar” de 2010 tenta elevar Batman à
categoria de salvador através dos seus atos, mas ao contar-nos isso em 178
minutos, para alguns pode tornar-se chato, todavia é uma história bem
estruturada, de caris fortemente policial com pistas cifradas que nos agarram,
naquela cidade às escuras em noites muito chuvosa. É interessante e merece ser
visto.
Tem estreia prevista em sala
dia 03 de Fevereiro
Classificação: 7 numa escala
de 10
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