Sinopse
O par mais improvável do
mundo - o guarda-costas Michael Bryce (Ryan Reynolds) e o assassino
profissional Darius Kincaid (Samuel L. Jackson) - está de volta noutra missão
em que correm perigo de vida. Ainda sem licença profissional, Bryce tem de
interromper as suas férias e regressar à ação quando se cruza com a vigarista
internacional Sonia Kincaid (Salma Hayek), mulher de Darius, e ainda mais
volátil do que o marido. Enquanto Bryce é levado à loucura pelos seus clientes
mais perigosos, o trio envolve-se numa trama global e percebe rapidamente que é
a única solução para salvar a Europa do caos total. Para ajudar à diversão e à
destruição, Antonio Banderas é um vingativo e poderoso lunático, e Morgan
Freeman... bem, só mesmo vendo.
Opinião
por Artur Neves
Em 2017 apareceu uma
história de um guarda-costas meio bronco Michael Bryce, que devia proteger o
assassino Darius Kincaid de Manchester a Haia, até este chegar ao Tribunal
Penal Internacional para testemunhar contra uma quadrilha internacional num
julgamento. Claro que o assassino sabia no que se estava meter, precisava de
proteção, só que este agente da justiça que lhe destinaram era a todos os
níveis impreparado para a tarefa o que justifica uma disputa entre eles, mas
que têm de se conciliar e entreajudar-se pois não há outra personagem
disponível para o efeito. O resultado deste diferendo é uma comédia de ação,
com muito movimento, muitos tiros, muitos efeitos especiais que teve um sucesso
relativo baseado na surpresa da ideia em que se fundamentaram.
Em 2021 é a mulher do
assassino Sonia Kincaid que clama por justiça e recruta o mesmo e desacreditado
Michael Bryce para a ajudar no resgate de Darius Kincaid. Para dinamizar a
história num sentido mais amplo inclui-se aqui um criminoso chamado Aristóteles
(Antonio Banderas) que deseja destruir a comunicação de dados em toda a Europa
como vingança pelas sansões económicas que o Parlamento Europeu imputou à
Grécia na última grande crise do Euro em que os três se vêm envolvidos na sua
perseguição pelo agente da Interpol Bobby O'Neill (Frank Grillo) para salvar o
mundo. Para criar um ambiente familiar temos o encontro entre Bryce e o pai
adotivo (Morgan Freeman) que lhe promete mexer uns “cordelinhos” para lhe ser
devolvida a carteira profissional de guarda-costas de 1ª classe, retirada por
motivo de ter deixado morrer um distinto cliente japonês. Para apimentar a
história temos o amor assolapado entre Sonia e Darius que se esforçam
repetidamente para fazer um filho há muito desejado que lhes permitirá formar a
família que tanto anseiam, bem como, a linguagem desabrida dela que não perde a
mínima oportunidade de dizer claramente o que lhe vai na alma.
Tudo isto, acompanhado de
muitos tiros, lutas, efeitos especiais e muitos duplos, (que também precisam de
trabalhar) apresentado num formato de grandes dimensões como o IMAX e o som
estrondoso do Dolby Atmos, constitui o melhor remédio para nos fazer esquecer
as preocupações com a pandemia que ainda anda por aí e que tenta a todo o custo
trocar-nos as voltas.
Deste modo, o que temos aqui
é uma farsa de ação e comédia, gozando com todos os clichés dos filmes de
espionagem internacional, utilizando atores de primeiríssima água (Salma Hayek
está fantástica) que sobem a fasquia do género através de ação bem desempenhada
e de vocabulário desinibido, com fock
e suas declinações quase a cada minuto, em diálogos engraçados que se percebe
serem mais, o resultado do improviso do que o seguimento do argumento. Na sua essência
a história, apenas serve para reunir os três personagens já conhecidos e bem
desempenhados numa aventura mais global do que a viagem entre o Reino Unido e a
Holanda em que se fundamentava o filme anterior.
Pode sem dúvida
classificar-se como uma diversão despretensiosa de verão, do primeiro verão de
alívio das restrições a que fomos sujeitos durante demasiado tempo,
reconstruindo uma versão mais luxuosa em meios e recursos cénicos, com muito
derramamento de sangue e várias dezenas de palavrões pronunciados por uma
mexicana que não tem qualquer pejo em exibi-los, que se vê com agrado e provoca
algumas gargalhadas. Embora não sendo particularmente adepto deste
género, confesso que me divertiu e fizeram rir com vontade todas as picardias
entre o trio principal.
Estreia nas salas de cinema,
dia 17 de Junho
Classificação: 6 numa escala
de 10
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