Sinopse
Neste thriller dinâmico de
ação, Damon Hickey (Morgan Freeman) um comissário de polícia reformado, com uma
longa carreira de corrupção, chantageia a sua cuidadora e antiga correio de
droga Victoria (Ruby Rose), raptando a sua filha e forçando-o a fazer cinco
perigosas recolhas de dinheiro do submundo numa noite. Arrasada pela traição do
único homem em quem alguma vez confiou, Victoria luta contra traficantes e
bandidos do submundo numa missão para a salvar filha. À medida que a noite
avança, Victoria é confrontada pelo seu passado e por pessoas de quem Damon a
tem protegido, que a querem ver morta. Levada ao limite, Victoria encontra uma
esperança de redenção no plano de Damon.
Opinião
por Artur Neves
Como é que o argumentista de
“Fuga à Meia-noite” de 1988 escreve e realiza um filme tão desconchavado como
este que me sugere somente perguntar; porquê?... e para quê?...
A história, que toma como referência
de ação o filme “John Wick”, (mais um) junta Damon preso a uma cadeira de rodas
num acidente fatal com o tráfico de drogas a que se dedicava obrigando a sua
cuidadora Victoria e anterior traficante mais eficiente, atualmente em fase
maternal cuidando da sua pequena filha, que se desloque a cinco lugares
diferentes para lhe trazer igual número de sacos de dinheiro que estavam em
dívida.
Para conseguir isso, Damon
sequestra sua pequena filha e ameaça-a a cumprir o seu desejo sob pena de não
mais ver a filha se falhar no objetivo. Damon vive numa mansão ao estilo de
Miami Vice moderno e desloca-se numa cadeira de rodas motorizada avant gard, com um tablet que permite visualizar todas as imagens captadas pela câmara
corporal implantada na “roupa de trabalho” de Victoria, com que ele a controla quer
ela esteja parada a confrontar os traficantes, quer esteja “voando” a alta
velocidade na sua mota a caminho de mais um local ou sendo perseguida por um
automóvel que ela finta como pode optando por ruas estreitas e desertas numa Washington,
DC não identificável. Que provedor de internet teria um equipamento e um
conjunto de antenas tão perfeito e eficaz, capaz de transmitir imagens nítidas,
quase sem cortes nem defeitos de configuração nos lugares mais inusitados e em alta
velocidade. Por favor Sr. George Gallo, até para mentir com êxito é preciso
qualidade.
Embora algo contrafeita
Vitoria (Ruby Rose), uma jovem em busca da glória, já vista este ano em “O
Porteiro” com Jean Reno e anteriormente em John Wick 2, com o seu ar andrógeno
que faz lembrar Angelina Jolie nos seus primeiros tempos, veste o fato de motard e segue à desfilada neste filme
série B, sem qualquer garantia de atingir o estrelato com estas histórias de
cordel apenas estruturadas para mostrar ação, tiros, muitos mortos atingidos
sem vacilar e saídas de heroína, deixando atrás de si um rasto de destruição do
qual ela sai ilesa.
Não sabemos nada de Damon,
nem de Vitoria, para lá de ter tido um irmão que é mencionado uma vez como seu
parceiro no crime e da filha pequena sequestrada que vemos cuidadosamente a
dormir num quarto da casa de Damon. A imagem do filme também aparece estranha
com visuais coloridos a uma só cor como a casa de Damon que aparece em azul e a
casa de um dos traficantes, toda em violeta, assim como várias tomadas de vista
monocromáticas da cidade sem qualquer ligação coerente com a trama que nos quer
mostrar.
Decididamente isto não é
cinema, mostrar acrobacias em estrada e em salas de casas contra traficantes e
pistoleiros mais ou menos façanhudos, em que a certa altura um deles reporta; “Ouvi
dizer que você já matou mais pessoas do que Quentin Tarantino” como se a
evocação de um realizador inteligente que sabe fazer e defender os filmes de
ação contribuísse positivamente para branquear “Vingança Letal”, não se pode
chamar cinema.
As performances são rígidas
com ausência de consequências em cenas de ação monótonas e despidas de sentido.
No final, quando os cinco sacos de dinheiros estão reunidos na casa de Damon,
este aciona um detonador e explode toda a casa, morrendo dentro dela… Para
quê?... porquê?...
Estreia nas salas a 3 de Junho
Classificação: 3 numa escala
de 10
Sem comentários:
Enviar um comentário