Pouco depois de ter sido
deixada pelo namorado, Jessie English, proprietária de uma florista, é
contactada por uma cliente, Liz Rafferty, que lhe pede que organize o seu
casamento, que acontecerá dentro de apenas oito dias. Sempre pronta para
desafios, Jessie aceita planear o casamento de Liz e do noivo, Robert Barton,
contratando para tal Lawrence Phillips (Jeremy Irons), o famoso fornecedor de caterings. Em plenos preparativos do
banquete, um dos seus amigos de Lawrence marca-lhe um encontro com uma
desconhecida, uma mulher chamada Sara (Diane Keaton) que vem a revelar-se cega.
O irmão de Robert, Jimmy
Barton, inscreveu-se num concurso de encontros, devendo permanecer fisicamente
ligado à sua parceira Svetlana o máximo de tempo possível de forma a ganharem
um milhão de dólares. Entretanto, o Capitão Ritchie, comandante de um barco
anfíbio, apaixonou-se por uma das clientes mas não sabe quem ela é ou onde
encontrá-la. A única coisa que sabe sobre a rapariga é que ela tem um sapatinho
de cristal tatuado no pescoço. Quando Gail Lovejoy, pivot do noticiário local,
lhe pergunta se pode fazer uma peça sobre ele e o seu barco anfíbio, este decide
que pode ser útil usar a exposição pública para encontrar a sua Cinderela.
À medida que todos estes
personagens procuram o seu “final de conto de fadas” perfeito, eles vão
descobrir que o amor é confuso, perturbador mas bonito.
Opinião
por Artur Neves
O nome original deste filme é
“Love, Weding & other Disasters” e está mais adequado á história que nos apresentam
do que a uma hipotética aventura prometida no título português. Assim a “aventura”
é na realidade um sucedâneo de desastres relacionados por Jessie English (Maggie
Grace) aspirante a organizadora de eventos e de casamentos que logo nas
primeiras imagens fica sem namorado, Eddie Stone (Dennis Dugan, o realizador) por
tentar levá-lo a um salto de para quedas que o homem não queria mesmo fazer.
Se não é uma aventura é pelo
menos uma festa, considerando a diversidade de pares que se formam durante a
organização do primeiro evento de casamento que Jessie English se propõe
realizar por recomendação de uma amiga, para o candidato a perfeito de Boston,
Robert Barton (Dennis Staroselsky) com a sua noiva Liz (Caroline Portu) que
difere com ele em tudo, ele é sóbrio, ela é divertida e moderna, ele fala
preferencialmente de coisas sérias, ela só de trivialidades e de moda.
Na preparação de todos os
arranjos necessários para a boda, surgem os outros pares que se vão formando
pelas mais variadas razões, tais como, um guia turístico com uma passageira com
uma tatuagem de um sapato no pescoço a que ele chamou de Cinderela e ficou
siderado, um par formado num reality show
televisivo, um músico da banda contratada por Jessie com ela própria e um
conceituado organizador de eventos Lawrence Philips (Jeremy Irons) com Sara (Diane
Keaton) que foram aproximados por um amigo comum num encontro às cegas. Às
cegas mesmo, porque Sara é cega.
Na ligação das cenas temos um
género de coro grego, interpretado por Elle King que com um violão, apoiada num
banco de jardim de Boston, compõe versos aludindo ao romance em formação que acabámos
de ver.
A história não é propriamente
hilariante, mas é alegre e jovial, e embora se note alguma falta de sequência
no enredo que nos faz pensar como é que Dennis Dugan, com uma carreira de
cinema iniciada em 1971, ainda mostra alguma fragilidade no fecho das cenas e
em algumas tomadas de vista não muito felizes para enquadrar o tema.
A surpresa reside na
presença de Jeremy Irons e Diane Keaton em fim de carreira e sem nada para
provar, como é que se meteram numa aventura destas (essa é que é uma aventura)
corporizando um casal em que ele é tenso e careta e ela desempoeirada e liberal
mas que interpretam cenas falhadas, tão batidas em comédia que já perderam a
graça, embora seja de registar a cena em que Jeremy quer experienciar o que é
ser cego e venda-se, saindo à rua com a ajuda de Keaton. No contexto é para mim
a cena alta do filme.
Como disse anteriormente
todo o filme é uma sucessão de desastres, uns mais forçados do que outros, mas o
motivo, a busca do amor, a ligeireza dos diálogos e o bem estar que nos acompanha
ao longo da história nesta quadra deste ano horribilis
esbate alguns dos seus defeitos e torna-o agradável.
Classificação: 5 numa escala
de 10
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