Sinopse
Billy Wenan, um menino rico
e mimado de 12 anos, mora com a avó doente e anseia pela atenção do seu pai
ausente. Governando a casa com mão de ferro, não revela qualquer remorso quando
é cruel para com os empregados. Na manhã de Natal, depois de encontrar um
pedaço de carvão na sua meia, Billy decide contratar um assassino, conhecido
por Magricela (Walton Goggins), para matar o Pai Natal.
O Pai Natal, também
conhecido por Chris Cringle (Mel Gibson), está em plena crise financeira. O
número crescente de crianças mal comportadas levou a uma redução do seu
subsídio governamental, deixando-o abaixo do seu orçamento atual. Juntamente
com a sua esposa, Ruth (Marianne Jean-Baptiste), lutam para manter a oficina
aberta e os elfos empregados, mas perante a iminência de rutura, veem-se
forçados a assinar um contrato de dois meses com o Exército americano.
À medida que o Magricela se
aproxima de Chris, nasce naquele um distorcido sentimento pessoal de vingança
pelos presentes que não recebeu na infância, e quando os mundos dos dois
colidem, Chris tem de se mostrar à altura da situação para manter vivo o
espírito natalício e lutar pela sua própria vida.
Opinião
por Artur Neves
Este, é um filme do Natal
real. Esqueçam tudo o que se lembram do Natal tradicional, com um Pai Natal
gorducho e bonacheirão a viajar de trenó pelos ares (como nos anúncios da
Coca-Cola) sobre as casas dos meninos que se portaram bem todo o ano, que merecem
os presentes pedidos que ele enfia pela chaminé como o justo prémio do sucesso
e do bom comportamento alcançados.
Como podem apreciar pela
sinopse que resume a história e da qual não vou falar, não é deste Natal que
trata este filme mas antes de um Pai Natal, cansado, frustrado com a evolução
do mundo onde já não se encontram meninos dignos de prémio e que justifiquem o
seu trabalho e da organização de elfos (???...) que o suporta na fábrica que
produz os brinquedos que ele distribuirá depois.
O mundo mudou
definitivamente. Durante muito tempo todo o comercio tradicional viveu à custa
da imagem do Pai Natal e progrediu com a sua bonomia e boas ações, conduzindo-o
ao estado atual de amargura e azedume, ao ponto de mal conseguir pagar as suas
despesas e de estar em risco de faltar com o pagamento devido aos elfos (???...)
que para ele trabalham e pior do que tudo, vivendo à custa de uma subvenção
paga pelo governo americano que pretende reduzi-la devido á crise e à
progressiva insignificância do seu trabalho, conduzindo-o à aceitação
contratual de transformar a oficina de brinquedos numa fábrica de acessórios
para aviões de combate do exército.
Para justificar tudo isto
arranja-se um pirralho mimado, com comportamento de tiranete que por ter
recebido um torrão de carvão como prenda de Natal, contrata um assassino
profissional, de personalidade mal resolvida com a frustração pelo recebimento
de prendas em Natais anteriores, que se presta a viajar até ao pólo norte para
matar o Pai Natal Chris Cringle (Mel Gibson) que ainda assim, apesar da indigência
da história, cumpre escrupulosamente o personagem que lhe incumbiram, pois em
tempos de crise real não há oportunidade para recusar trabalho. Outro tanto poderei
dizer da mulher do Pai Natal Ruth (Marianne Jean-Baptiste), especialista em
tricô e doçaria, esforça-se por animar o espírito natalício do marido e de lhe
incentivar a sua anterior vocação de generosidade e calor humano, construindo
um personagem generoso e afável sempre pronta a amenizar as suas alterações de
humor.
Posso até compreender o objetivo
desta história absurda, sem mensagem explícita ou efeito prático objetivo, num
mundo em mudança e generalizadamente perigoso… mas por favor, precisamos de
férias, pelo menos que uma vez por ano que nos seja permitido sentir uma ilusão
de paz, de descontração, que permita baixar as nossas defesas para usufruirmos
de um sonho de inocência.
Ainda sem data anunciada
para estrear.
Classificação: 3 numa escala
de 10
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