Sinopse
Em todas as suas atribuladas
viagens no tempo, nunca a dupla formada por Theodore "Ted" Logan
(Keanu Reeves) e William "Bill" S. Preston (Alex Winter) teve tanto
em jogo. Ainda com o seu destino como estrelas de Rock and Roll por cumprir, os
dois amigos embarcam numa nova aventura quando uma visitante do futuro os avisa
que só a música deles poderá salvar o universo tal como o conhecemos. Durante o
caminho, vão ter a ajuda das filhas, de um novo conjunto de personagens
históricas e de algumas lendas da música, na busca de uma canção que vai
endireitar o mundo e trazer harmonia ao universo.
Opinião
por Artur Neves
O presente filme continua a
série, 30 anos depois, de; “A Fantástica Aventura de Bill e Ted” de 1989, em
que sumariamente pode dizer-se que conta a história absurda de dois
adolescentes (os mesmo de agora mas mais novos) aparentemente estúpidos, que partem
em busca de elementos existentes no universo, com a ajuda de uma máquina do
tempo instalada numa cabine telefónica, que lhes permita preparar a
apresentação da história definitiva do universo.
Não satisfeitos com isso,
voltaram à carga em 1991 com; “Bill e Ted no outro Mundo” contando outra
história absurda de como um tirano com quem se cruzaram no futuro, no anterior
filme, criou dois androides duplos de Bill e Ted e os enviou para o passado
para eliminarem os Bill e Ted originais, que tinham entrado em conflito com
ele.
Deve custar ao leitor que
estas histórias possam ter continuação, mas tiveram, e em 2020 aparece este
filme, cuja história está descrita na sinopse, em que Bill e Ted estão de volta
como dois canastrões em crise de meia idade, como estrelas de rock falhadas que
pudessem escrever uma música para unir o mundo numa paz duradoura. É-lhes
concedido um tempo pré determinado para a composição, sob pena de colisão entre
o passado e o futuro que fará colapsar o mundo.
Curiosamente estas
barbaridades novelistas tiveram os seus fans no passado e provavelmente ainda hoje
os têm, embora mais velhos, mas ainda com capacidade de se embevecerem com a
loucura das suas aventuras em contraste com a lentidão com que os seus heróis se
entregam a elas, mas em consciência, esta fórmula não funciona bem por ser
demasiado esdrúxula.
Bill e Ted não mudaram nada
desde a última vez que os enterrámos no século passado e é estranho ver Keanu
Reeves, (Ted) mais conhecido pelas novas gerações como Neo, em “Matrix” ou mais
recentemente como John Wick, do que regressar a mais um remake sem justificação
para ter acontecido. Outro tanto não digo de Alex Winter, (Bill) que se tem
dedicado a realizar documentários e series para a televisão, desconhecendo o
que o levou a protagonizar este tão completo desconchavo cinematográfico.
Nostalgia?... talvez!...
O argumento tenta atualizar
a história introduzindo um robot inenarrável, mas a sua aparição só acentua
ainda mais a falta de senso, com um enredo irrelevante que durante 90 minutos
anda entre o presente, o passado e o futuro através da cabine telefónica de
1989 sem mudarem a sua essência nem o seu comportamento, desde que os deixámos
cristalizados em 1991. A história é confusa levando-nos repetidamente para trás
e para a frente no tempo ao encontro de Jimi hendrix em Londres em 1967, Louis
Armstrong em 1922 em Nova Orleãs e Mozart em 1782 em Viena, para ajudarem a
compor a tal música que há de unir o universo, interpretada por dois
fracassados forçados a tocar com a sua banda em bares anónimos a dois dólares
por noite.
Mesmo no aspeto formal
detetam-se defeitos. Bill e Ted têm filhas; Billie (Brigette Lundy-Paine) e
Thea (Samara Weaving) respetivamente, que parecem ter a idade das suas mães,
pois estas não envelheceram desde 1991, denotando uma falha de caracterização a
juntar a outras fragilidades estilísticas, tais como, referencias a eventos e
personagens dos primeiros filmes, tornando difícil compreendê-lo na sua
totalidade se essas referencias não forem claras na mente do espectador.
Compreende-se que poderá ser
uma jornada nostálgica para os fans dos anos 80, mas nós não temos de levar com
eles, nem são mostradas razões para conquistar novos aderentes.
Classificação: 3 numa escala
de 10
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