14 de fevereiro de 2020

Opinião – “Sonic – O Filme” de Jeff Fowler


Sinopse

Baseado no videojogo da Sega, sucesso à escala global, Sonic – O Filme conta a história do ouriço mais rápido do mundo a partir do momento em que este chega à sua nova casa – o planeta Terra. Nesta comédia e aventura live-action, Sonic e o seu novo melhor amigo Tom (James Marsden, da série de TV “Westworld”) juntam-se para defender o planeta do génio do mal, o Dr. Robotnik (Jim Carrey), e dos seus planos para domínio do mundo. Um filme para toda a família que conta ainda com Tika Sumpter e Ben Schwartz (voz de Sonic).

Opinião por Artur Neves

Sonic the Hedgehog é um personagem criado pela Sega em 1991 e que ficou sendo a sua mascote identitária na área dos jogos de computador. Chega agora ao cinema numa demonstração da sua capacidade principal – a velocidade – que usa contra o seu arqui-inimigo o Dr. Robotnik. O seu aparecimento corporizou a resposta da Sega ao sucesso do Super Mário da Nintendo, pela mesma época, em que já vendia abundantemente as aventuras de Mário no reino fictício do cogumelo.
Considerando que os jogos de computador privilegiam a resposta mecânica e a agilidade digital no acionamento de botões de um comando que interage com uma plataforma virtual, pode inferir-se que as questões colocadas na plataforma e que motivam a ação do jogador são muito simples, diretas e obvias que se completam com os cliques no comando. Assim sendo, a história do filme (tal como as histórias dos jogos) são praticamente iguais a zero.
Deste modo, esta conversão em cinema de um personagem carismático dos jogos de computador mais não é do que um tributo aos fans do género, na senda de obter na bilheteira um ganho adicional que potencie o franchaise do personagem em áreas ocupadas pelo Super Mário. Vendo o filme todo, mesmo até depois dos créditos finais, vemos o vilão, vencido pelo nosso ouriço veloz, perdido na Cogumelândia (Mushroom Hill como é conhecida nos jogos) prometer que estará de volta pelo Natal, portanto preparem-se porque um mal nunca vem só.
A juventude que cresceu com o personagem deve sentir-se honrada pela homenagem ao seu herói de eleição, porém todos os outros devem achar algo estranho o relacionamento de um ouriço com os humanos, para lá de que, até agora, as adaptações de jogos de computador ao cinema perdem a interação com o jogador, objetivo fundamental do jogo, e com isso, nunca se consegue constituir uma narrativa cinematográfica interessante.
Ainda assim, a melhor performance vem do Dr. Robotnik (Jim Carrey), que andava á algum tempo afastado dos ecrãs. Desempenha um génio louco, histriónico mas agradável q.b. que o coloca noutro patamar dos seus coadjuvantes, interpretando as melhores piadas do filme.
No aspeto técnico o filme é impecável, grande ecrã, cores vivas e muito realistas, combinação de atores humanos com banda desenhada, que apesar de não constituir novidade tem sofrido grande evolução bem visível neste filme. Muita ação, sem tempos mortos nem surpresas, porque, por mais poderoso que o Dr. Robotnik possa ser, Sonic encontra sempre um meio de o desfeitear até o transmutar para outra dimensão de espaço e tempo. Se é fan, este é o seu filme, caso contrário procure outra solução.

Classificação: 4 numa escala de 10

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