21 de janeiro de 2020

Opinião – “Um Casamento a Mais” de Robert Luketic


Sinopse

Mara (Sarah Hyland)  é uma jovem despreocupada de 27 anos, com a aspiração de ser fotógrafa. Após conhecer Jake (Tyler James Williams) no Tinder, uma relação inesperada começa a formar-se. Tudo corre bem até que os convites de casamento começam a chegar. Um pesadelo para Mara, mas Jake está empolgado. Os namorados decidem a quais casamentos assistir e embarcam numa aventura de um ano juntos. Com o avançar da temporada, Mara encontra inspiração para as suas fotos. Sete casamentos depois, e aprofundada a relação, Jake pede-a em casamento mas Mara acaba a relação. Enquanto Jake constrói uma nova vida, Mara transforma finalmente a sua paixão pela fotografia numa carreira, mas sem esquecer Jake.

Opinião por Artur Neves

Mais uma vez temos aqui uma comédia romântica que não constituirá referência no mundo da sétima arte, mas poderá ser interessante quando daqui a uns tempos passar numa sessão vespertina de cinema em televisão. Com dois anos de projeção em sala, ou menos, as distribuidoras tentam rentabilizar o investimento dessa maneira e aí poderá ser visto com alguma nostalgia, sonho e talvez, até interesse.
Mara, é uma jovem auto realizada que não teve no relacionamento dos seus pais um exemplo de sucesso, é uma moça extrovertida que tenta gozar a vida sem grandes preocupações nem compromissos, encontra Jake numa plataforma de encontros, com o objetivo deste lhe pagar um jantar que ela goste.
Porém, durante a conversa estabelecida entre ambos nesse encontro reconhecem pontos comuns nas suas visões sobre a vida, o futuro, os objetivos que perseguem e resolvem prolongar o seu conhecimento em dimensões mais íntimas, usufruindo os benefícios mútuos da relação mas sem estabelecerem quaisquer compromissos que os vinculem, situação que Mara encara como uma piada de mau gosto considerando o passado dos seus pais.
Jake, por seu lado, não tem nada a contrapor e deixa-se ir, vivendo despreocupadamente os dias até que Mara o convida para a acompanhar e uma série de casamentos de suas amigas que se realizarão sequencialmente nos meses seguintes. Aqui o filme ganha alguma dinâmica com a multiplicidade de situações criadas pelas pessoas e pelas suas escolhas, mas nada que empolgue o espectador, exceto, que a tão esperada “chispa do amor” finalmente salte entre ambos como que induzida pelas sucessivas experiências a que assistimos.
Creio eu que Robert Luketic, realizador Australiano, apenas pretendia com este filme uma história de entretenimento generosa, de humor fino, fluindo em bom ritmo em várias sub-histórias semelhantes às apresentadas até aqui na sua carreira, exceto em “21 – A Ultima Cartada” de 2008 com um cariz mais sério num ambiente de casino e jogos de azar mas igualmente com o mesmo espírito inocente dos ideais românticos.
Dito isto, não se pense que a nostalgia de um sentimento passado seja o único motivo para assistir a este filme, pois Mara apresenta-se como uma mulher decidida e madura, que sabe o que quer, rejeita liminarmente o pedido de casamento de Jake mas… depois, na solidão do seu espírito e fazendo o balanço de tudo o que lhe aconteceu e experienciou, ela procura uma razão para sabotar a apetência do seu relacionamento com Jake, mas sucumbe, aceitando o clichê do seu melhor amigo, gay, Alex (Matt Shively) que assume um casamento feliz.
No seu todo é um filme modesto, tem momentos cómicos, graça e encanto pelos personagens criados. Tem momentos emocionantes que parecem genuínos e conta uma história de vida que não constitui qualquer surpresa.

Classificação: 5 numa escala de 10

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