Sinopse
Um navio grego transporta perigosos animais exóticos
da Amazónia, incluindo um raro jaguar branco. No mesmo navio, um assassino, que
estava a ser extraditado em segredo para os EUA, consegue escapar e libertar
todos os animais em cativeiro, deixando os tripulantes em perigo de vida.
Opinião
por Artur Neves
Nicolas Cage é um ator que
teve um bom começo de carreira, lembremo-nos de; “Morrer em Las Vegas” 1995, “A
Cidade dos Anjos” 1998, “O Senhor da Guerra” ou “O Homem do Tempo” em 2005, que
para mim foi o último filme “decente”, tendo a partir daqui entrado numa rampa acentuadamente
descendente, recheada de maior quantidade de interpretações, mas com menos
qualidade, continuando neste registo até este ano de 2020 em que já se noticiam
cinco trabalhos em fase de filmagens ou em pós produção. Uma tão grande
proliferação de trabalho, não pode dar bom resultado e é o que acontece neste
filme.
Nesta história começamos por
assistir a um caçador, Frank Walsh (Nicolas Cage) sentado numa árvore duma
remota selva brasileira a fumar um charuto e a ler uma revista enquanto espera que
uma rara onça branca conhecida como “El Gato Fantasma” caia na armadilha por
ele montada para a caçar e transportar para outras paragens onde espera ganhar
bom dinheiro com a sua venda.
Ele planeia transportar os
animais de barco até um Zoológico nos arredores de Madrid, ou seja o Gato
Fantasma, uma família de macacos aranha, pássaros exóticos e cobras produtoras
de veneno letal, transportados em jaulas a bordo de um velho cargueiro,
decrépito e húmido, que também serve de prisão provisória a um assassino louco,
Richard Loffler (Kevin Durand) procurado pelos USA para o julgar por crimes
contra a humanidade de que ele está acusado.
A partir daqui, em que o “caldeirão”
já está preenchido com os ingredientes para o “cosido à americana” é que as
coisas começam a descambar. Trata-se de um filme série B, de baixo orçamento e
com um realizador estreante, cuja experiência mais significativa é ter sido coordenador
de duplos e em que a sua primeira e única preocupação é encontrar maneiras de
provocar suspense no maior número de
cenas, sem contudo que para isso, tenha preparado o ambiente e o espectador para
uma esperada surpresa. Assim, as cenas saltam como pipocas aqui e ali, por todo
o interior do velho cargueiro que funciona agora como um universo fechado.
O assassino liberta-se em
três tempos de uma jaula que parecia inviolável, sem que nenhum dos guardas
pertencente ao grupo de operações especiais, façanhudos e destemidos o possa deter,
liberta todos os animais selvagens como manobra de diversão e sequestra o
comandante para alterar a rota do navio e garantir a sua fuga.
Com este ato temos uma “Arca
do Noé do demónio”, todos querem matar todos e Richard Loffler trata de despachar
animais selvagens a cada dois minutos de filme, enquanto Frank Walsh, que só
queria passar uma viagem descansada a alimentar os animais tem de entrar neste
jogo de gato, rato e onça, (o mais precioso dos animais raros) para tentar
salvar o seu investimento de caça.
A história inclui mais
personagens, como um médico, um advogado e uma criança cujo objetivo é ser
colocado em perigo para provocar impacto, os outros deixam de existir sempre
que ficam fora da objetiva e não se vê uma ligação credível entre eles. Frank
só fala com o seu papagaio e a ação montada por Nick Powell é tão frouxa e
instável que o momento mais emocionante ocorre quando Richard Loffler decide
não lutar, porque a gente não acredita!...
Classificação: 4 numa escala
de 10
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