16 de janeiro de 2020

Opinião – “Bad Boys para Sempre” de Adil El Arbi e Bilall Fallah


Sinopse

Os Bad Boys, Mike Lowrey (Will Smith) e Marcus Burnett (Martin Lawrence) estão de volta para uma última viagem juntos no muito antecipado “Bad Boys para Sempre”

Opinião por Artur Neves

Este é o terceiro filme de uma mini série (mini se ficar por aqui, bem entendido) começada em 1995 com “Bad Boys” em que a dupla Will Smith e Martin Lawrence assenta arraiais e prossegue com “Bad Boys II” em 2003 repetindo a dose de aventura, pancadaria e muitos tiros, no combate aos malfeitores instalados no mundo da droga, ambos realizados por Michael Bay e produzidos por Jerry Bruckheimer que também produz os CSI’s, Las Vegas, Miami e outros filmes para televisão que eu caracterizo como “séries de filmes a metro”.
Desta vez retoma-se o tema mas com mais distânciamento, a idade já é outra, estão ambos mais próximos da reforma e embora a ação seja muita e o argumento apresente muitas notas de comédia e de verdades sobre a vida, sente-se o cansaço dos personagens. É como uma revisitação a um lugar onde ambos foram felizes, na esperança que esses momentos então vividos reapareçam, não obstante a predisposição já ser diferente.
Nesta história Mike Lowrey e Marcus Burnett estão ensaiando uma corrida em direção ao hospital onde está prestes a nascer o neto de Marcus, que agora se tornou homem de família ao lado da sua esposa Therese (Theresa Randle) e da filha Megan Burnett (Bianca Bethune), quando aparece uma mota em alta velocidade, cujo condutor dispara dois tiros em pleno peito de Mike que o conduzem ao hospital entre a vida e a morte.
Consternado, Marcus encomenda o amigo a todos os santos e ao próprio Deus, pedindo pela vida de Mike, que recupera seis meses depois e nos aparece com a mesma garra e os mesmos interesses de sempre, desejoso de fazer justiça e de reocupar o seu posto de polícia no ativo. Só que Marcus não está para aí virado e tenta convencer Mike a deixar esse trabalho para os atuais especialistas, Rita (Paola Nuñez) responsável por uma elite de investigadores com outros meios e outras técnicas diferentes das que eles estavam habituados.
O sempre irritadiço Captain Howard (Joe Pantoliano), não concorda com a ideia de ter Mike de volta à ação e só depois de um grande esforço deste, concorda em aceitá-lo mas como “consultor” e subordinado a Rita, coisa que nós logo compreendemos que não vais ser assim porque manifestamente não está na natureza de Mike. Entre os dois ainda surge uma chispa de olhares cúmplices mas cedo se percebe que é uma pista falsa para aquela história.
A busca pelo responsável do atentado a Mike começa e ficamos a saber que se chama Armando (Jacob Scipio) é filho de uma bruxa mexicana, Isabel Aretas (Kate del Castillo) que está obcecada em matar Mike por razões que constituem o twist principal da história com uma surpresa, que mantém a ação em bom nível, sempre com uma vertente de comédia que ameniza o ambiente.
Esta sequela é realizada por dois realizadores, nomeados como "Adil & Bilall", uma dupla de realizadores Belgas da nova geração que espalham adrenalina e cenas de família numa história com origem na “fábrica” de Bruckheimer que com certeza não a tinha pensado assim, mas convenções à parte, acaba por ser a sequela mais conseguida da mini série e considerando que o epítome “para Sempre” permite intuir um fim, ou uma constância de continuidade, ficaremos expectantes sobre qual das duas hipóteses se verificará no futuro.

Classificação: 6 numa escala de 10

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