Sinopse
Em “Jumanji: O Nível Seguinte”, o gang está de volta, mas o jogo mudou. Quando regressam a Jumanji
para resgatar um deles, descobrem que nada é como estavam à espera. Os
jogadores terão de enfrentar lugares desconhecidos e inexplorados, desde os
áridos desertos às montanhas nevadas, para escapar do jogo mais perigoso do
mundo.
Opinião
por Artur Neves
“Jumanji” é uma história
iniciada em 1995 que relata a descoberta de um jogo de tabuleiro encantado, por
uns miúdos que acidentalmente o encontram e iniciam o jogo. Esse facto liberta
um homem, Alan Parrish (Robin Williams, já falecido) aprisionado no interior do
tabuleiro que liberta com ele todos os perigos de que ele se escondia há
décadas, por não ter conseguido terminar o jogo.
Tudo poderia ter ficado por
aqui e ficaria muito bem. Na altura não era um filme natalício, foi estreado em
Portugal em Março de 1996 e mostrava uma boa dose de efeitos especiais que
encantaram miúdos e graúdos e principalmente, revelou para o género de comédia
um ator em ascensão chamado Robin Williams que pela sua qualidade nos deu
excelentes desempenhos em personagens trágico-cómicos com grande conteúdo
emocional e ainda hoje apreciáveis.
O problema começa quando a
Sony em 2017, “desenterra” o assunto, alterando o conceito inicial,
transformando um jogo de tabuleiro num vídeo jogo de consola e os miúdos em
matulões, que por motivos nunca completamente explicados se envolvem em
aventuras loucas, justificando a utilização de sofisticados meios técnicos
computorizados numa história de perseguições sobre perseguidos, que fogem e são
apanhados, para depois serem novamente libertados para manter o enredo, em
peripécias cada vez mais mirabolantes com o intuito de fascinação
circunstancial gratuita, mas sem qualquer objetivo específico que não seja
acabar o jogo provisoriamente, para o continuar no ano seguinte, ou dois anos
depois como é o presente caso.
Aqui chegados, cá temos mais
uma sequela em 2019, agora em calendário natalício para aproveitar as férias
escolares, que é mais do mesmo, com os mesmos matulões, efeitos ainda mais
sofisticados e com um enredo ainda mais forçado que o anterior, tendo com única
razão fazer o grupo voltar ao jogo que tinha sido destruído no filme anterior. But, the show must go on e os pedaços em
que ficou o videojogo têm de ser recuperados para que a turma se volte a perder
e encontrar em novas aventuras.
Considerando que este género
de filmes é só para ver e esquecer de seguida, os argumentos são sempre muito
simples. Neste caso temos uma troca de identidades, melhor, uma rotação de
identidades que me dispenso de enumerar, pois transformam-se todos em avatares de
todos sem razão objetiva e tornam-se incapazes de enfrentar os desafios em que o
jogo os envolve para apanharem uma pedra roubada por um rei bárbaro.
Para cumprir esta história,
seguem-se perseguições com todas dificuldades que se possam imaginar, provas de
dificuldade crescente, diálogos de graça duvidosa e quase no final, uma referência
a “Jumanji” 1995 que tem sabor a agradecimento e homenagem mas que não salva a
sandice geral que pulula por todo o filme.
Os miúdos estão de férias, é
preciso ocupá-los pelo menos temporariamente e nesse campo este filme cumpre o
propósito, em todos os outros aspetos é duma pobreza franciscana que nem os
efeitos especiais de bom nível compensam… Receio que para o ano tenhamos
mais!...
Classificação: 3 numa escala
de 10
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