Sinopse
Nesta continuação do sucesso mundial de bilheteira de
2014, Maléfica e a sua afilhada Aurora começam a questionar os complexos laços
familiares que as unem, à medida que vão sendo afastadas por um casamento
iminente, aliados inesperados e novas forças obscuras em jogo.
Opinião
por Artur Neves
Mais uma vez os “Contos de Grimm”
suportam com a sua história mais icónica e mais divulgada em todo o mundo; “A
Bela Adormecida” sobre uma princesa de rara beleza que é enfeitiçada por uma invejosa
feiticeira (a tal Maléfica) condenando-a a um sono profundo até que um príncipe
encantado lhe dê um beijo por amor e quebre o feitiço.
O destaque da “Maléfica” nas
histórias atualmente contadas justifica-se por ser a mesma história vista do
ponto de vista da feiticeira que a Disney já pôs em filme em 2014, contando os motivos
que justificam o endurecimento de relações da vilã com a sua afilhada, bem como,
a maldição lançada sobre a princesa Aurora. Por ter constituído um assinalável êxito
de bilheteira e os blockbusters têm
de ser aproveitados até à exaustão, eis que este ano aparece uma sequela com a
temática descrita na sinopse, que é mais do mesmo, suportado na moral vigente e
no establishment social.
Neste filme continua a
promover-se o amor (que não traz mal ao mundo) o casamento (já nem tanto) com
pompa e circunstância, a obediência aos cânones, e uma mensagem oportuna de
tolerância e aceitação pelas diferenças entre a espécie humana, considerando
que apesar de diferentes todos procuramos a felicidade e o bem-estar, numa
clara alusão aos milhares de desalojados dos seus países de origem. O cinema também
serve para estas chamadas de consciência e para servir causas.
A relação entre Maléfica (Angelina
Jolie) e Aurora (Elle Fanning) tem sido pacata, os maus sentimentos esbateram-se
ao longo destes anos e Aurora encontra de novo o amor do seu príncipe. No entanto
o ódio entre os humanos e as fadas mantem-se e esta projetada união entre Philip
(Harris Dickinson) e Aurora desgosta Queen Ingrith (Michelle Pfeiffer) que não
aceita a ligação do filho com a representante do reino das fadas e engendra um
plano de guerra para acabar definitivamente com o reino de Moors, o reino das fadas.
Como pode apreciar-se nada
de novo; “a sogra detesta a mulher que o filho escolheu para sua nora!…” Para
quantas novelas reais e de ficção, telenovelas, dramas de faca e alguidar e
histórias de cordel, este argumento já serviu?... Creio que ninguém tem um
número certo, mas são de facto imensas e aqui até serve para “esparguetizar”
uma história de fantasia contada pelos irmãos Grimm na idade média, pelos idos
de 1600.
Para compensar, o suporte e a
forma de contar são realmente fabulosos. O filme apresenta-se em IMAX 3D, numa
condição particularmente imersiva que nos transporta para o ambiente e para a
história, por sofisticados meios audiovisuais. A música e os sons do filme,
criteriosamente dirigidos na sala conduzem os nossos sentidos e, se nos
deixarmos levar, voaremos pelo reino de Ulstead e pelo seu vizinho Moors em
conjunto com fantásticas criaturas aladas, em jardins maravilhosos de flores
eternas, ou descendo para ambientes sombrios e profundos, durante cerca de 118
minutos, que para mim pareceu extenso, mas para o espectador, “vítima” do encantamento
pelas fadas, saberá inevitavelmente a pouco, apesar da lágrima fugidia que lhe
escorrerá pela face.
Como tal, a classificação atribuída
a seguir reporta-se somente aos aspetos técnicos do filme, da caraterização dos
personagens, do guarda-roupa e da extraordinária imagem IMAX 3D em que o filme
se apresenta. Sobre o conteúdo, a cada um sua classificação.
Classificação: 9 numa escala
de 10
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