Sinopse
Neste épico da era moderna, Kim Nguyen expõe o lado
implacável do nosso mundo cada vez mais digital. Dois primos de Nova Iorque,
Vincent (Eisenberg) e Anton (Skarsgard), participam no jogo de alto risco que
são as Negociações de Alta Frequência, onde a vitória é medida em
milissegundos. O sonho deles? Construir um cabo de fibra ótica em linha reta
entre o Kansas e Nova Jérsia, o que lhes trará milhares de milhões.
Mas nada é simples neste plano débil. Anton é o
cérebro, Vincent é o negociador, e juntos levam-se a si mesmos e a toda a gente
à sua volta ao ponto de rutura nesta aventura quixotesca. Sempre em cima deles
está a sua antiga chefe, Eva Torres (Hayek), uma corretora poderosa,
intoxicante e manipuladora que não olhará a meios para se colocar entre eles e
derrotá-los no seu próprio jogo. Custe o que custar, Vincent e Anton estão
determinados a atravessar a América, mas só encontrarão a redenção no fim da
linha, não através do dinheiro, mas através da família e de um regresso à
natureza.
Opinião
por Artur Neves
Esta história é uma fábula
financeira de como a poupança ou o encurtamento de milésimos de segundo no
conhecimento de uma oportunidade de compra ou de venda no mercado de ações,
pode conduzir a um lucro de milhões, seja qual for a referência da moeda que
estamos a considerar.
Para isso os dois irmãos
convencem um investidor a financiar-lhes o projeto louco de instalação de um cabo
de fibra ótica em linha reta (ou o mais reta possível) entre Kansas City e Nova
Iorque que entronca na classe do thriller financeiro já explorado em “O Dia
antes do Fim” de 2011 ou “A Queda de Wall Street” de 2015, ambos já estreados
entre nós.
Só que nos dois filmes
anteriores, as histórias embora sendo objeto de ficção, tinham fortes traços de
ligação á realidade diária dos mercados financeiros, coisa que neste filme não
acontece pois ninguém se convenceria a investir milhões num projeto de
instalação de um cabo de fibra ótica através de florestas, vales, rios e
montanhas rochosas, numa distância de quase 700 km, quando a comunicação sem
fios conseguiria atingir por um preço inferior o mesmo objetivo, com maior
segurança e estabilidade.
Assim sendo, o filme
transforma-se num esforço curioso sob a tenacidade humana e a capacidade de
vencer todos os obstáculos, mesmo á custa da própria vida, transmitindo-nos a
sensação de se basear numa história verdadeira, embora sendo pura ficção e
constitua uma impossibilidade real do ponto de vista tecnológico e da guerra das
altas frequências e da banda larga em telecomunicações.
Por outro lado, como este
assunto está fora do âmbito de interesse da maioria das pessoas, o que temos
são 111 minutos de um combate desesperado entre “David” e “Golias” por um
objetivo irreal, que apesar de se concretizar fisicamente, conduz a um extraordinário
falhanço dos pressupostos que pretendia atingir. Quase que nos faz lembrar o
assunto do filme de Kenneth Branagh “Muito Barulho por Nada” de 1993, embora
noutro contexto.
Toda a história sofre de um arbitrário
e manipulador exagero, maior e mais profundo do que as condições de instalação
do cabo de fibra ótica que serve de motivo principal a esta história.
Classificação: 4 numa escala
de 10
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