Sinopse
Numa pequena
cidade do Texas, a jovem Willowdean Dickson (Danielle Macdonald), vive com
problemas em se sentir bem na sua pele. A situação não é ajudada pela pressão
imposta pela mãe, Rosie (Jennifer Anniston), uma antiga rainha de concursos de
beleza, que trata a filha por Dumplin e pouco tem em comum com ela.
Com o
objectivo de agitar águas e aborrecer a mãe, Willowdean inscreve-se no concurso
de beleza para adolescentes que Rosie está a organizar. Mas para grande
surpresa sua, Will é apoiada por outras raparigas, que querem participar nesta
“revolução de saltos” e mostrar ao mundo que a beleza vem de dentro.
Com a ajuda destes novos amigos, Willowdean e Rosie
vão aprender a ultrapassar as diferenças, e confirmar que Dolly Parton estava
certa quando disse que “se queres o arco-íris, tens de aguentar a chuva”.
Opinião
por Artur Neves
De entre as coisas mais
importantes na vida de todos nós ressalta a saúde e, também relacionado com o parâmetro
anterior, a aceitação de nós próprios, tal como somos, com vontade de melhorar,
sim, sempre, mas aceitando o que somos, como somos com todos os defeitos e
virtudes inerentes ao exemplar humano que suporta diariamente o nosso
despertar.
É esta a história que nos é
contada neste filme, com um fino sentido de humor, por uma gordinha; Danielle
MacDonald, que se assume em todo o seu esplendor do seu volume e peso pouco
propenso à aceitação geral e às modas atuais de beleza. A sua aceitação reside
na educação ministrada pela tia que a criou, fan de Dolly Parton que nos
brindou com um livro, onde menciona o famoso aforismo mencionado na sinopse,
que nos justifica a aceitação de sacrifícios em prol de um bem maior.
A realizadora Anne Fletcher,
natural de Detroit, Michigan, que já nos apresentou em 2009 “A Proposta”, sobre
a condição feminina no aspeto do relacionamento matrimonial, debruça-se agora
sobre a condição feminina em si mesma, numa altura em que este assunto ocupa a
ordem do dia com uma cultura preocupada sobre o feminismo sem reservas,
genuinamente assumido, que não aceita como dantes o fascínio da beleza
institucional mas antes a questiona e combate, por constituir ainda o alimento das
ideias pré-fabricadas da mulher objeto, em que elas já não se reveem.
É nesta altura que se impõe
o combate pela sátira, pelo desafio, pelo confronto de pessoas cujo corpo não
corresponde ao standard instituído, poderem
igualmente ser avaliadas pelos seus dotes intrínsecos e pelo direito que têm em
habitar este mundo. Rosie (Jennifer Anniston), mãe de Dickson e antiga “rainha
de beleza” é assim confrontada pela própria filha, primeiro de forma
inconsequente, e depois como forma de lhe dizer que apesar de tudo sente a sua
falta e lhe dedica o seu amor.
Já vi Jennifer Anniston em
melhores interpretações e neste filme apenas cumpre “calendário” talvez por
estar fora do ambiente que mais lhe agrada, todavia é suficiente. No geral o
ambiente é de festa, o filme é divertido, embora pronunciando verdades amargas e
gerido com segurança. A presença de “drag
queens” como professoras das “marginais” candidatas ao concurso de beleza só
vem animar a festa com o seu esoterismo, plumas e maneirismos que conferem
muito boa disposição a toda a cena. Muito curioso, a ver.
Classificação: 6,5 numa
escala de 10
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