Sinopse
Bem-vindos a
Kehoe. A temperatura é de 10 graus negativos e a descer nesta requintada
estância de esqui nas Rocky Mountains.
A polícia
local não está habituada a ter de lidar com muita ação até que um dia o filho
de Nels Coxman (Liam Neeson), um pacato limpador de neve, é assassinado às
ordens de Viking (Tom Bateman), um excêntrico barão da droga.
Consumido
pela raiva e armado com artilharia pesada, Nels parte para a vingança e decide
desmantelar o cartel de Viking, um homem de cada vez, embora quase tudo o que
ele sabe sobre homicídios vem do que leu em livros de crime.
À medida que os cadáveres se amontoam, as ações de
Nels provocam uma guerra entre Viking e o gang
rival liderado por White Bull (Tom Jackson), um chefe da máfia
Nativo-Americano. Rapidamente, os sopés brancos da cidade vão começando a ficar
pintados de vermelho.
Opinião
por Artur Neves
Com base numa história já
contada em 2014, pelo mesmo Hans Petter Moland, realizador Sueco de “Kraftidioten”,
a história tem agora uma reedição americana, que para não fugir ao ambiente
gelado da Escandinávia, decorre em Denver USA, no estado do Colorado, com
protagonistas equivalentes e enredo a condizer, numa pequena cidade, a
localidade de Kehoe que vive do turismo e dos desportos de inverno.
Tal como no primeiro filme
em que um bando de traficantes Sérvios de droga mata o filho do protagonista,
motorista de limpa neves, pessoa querida e reconhecida na terra, também aqui um
crime semelhante ocorre, só que os traficantes são americanos, de boas famílias
locais e dividem o território da droga com índios americanos, mantidos na
reserva estadual que lhe permite autonomia através da contemporização das
autoridades com o tráfico que eles praticam, num ato de justiça social por lhes
terem ocupado os territórios, anteriormente de caça.
Esta transmutação de local permite
uma certa nuance na moral do filme,
considerando o relativismo moral da situação de contexto dos índios na América,
que não era permitido aos sérvios na Suécia e assim se obtém alguma novidade de
conceito, embora sem justificar a reedição.
Nels Coxman, abandonado pela
mulher na sequência da morte do filho, sem todavia se perceberem completamente
os reais motivos dela, está de mãos livres para encetar a “Vingança Perfeita”
da morte do filho começando por investigar todos os antecedentes que lhe deram
origem e liquidar, um a um, todos os implicados. Aqui, também as mortes são
confirmadas com um separador que anuncia o falecimento e de morte em morte, a história
segue uma toada lenta, pacata, considerando as paisagens geladas em que tudo se
passa e ensaiando uns gags aqui e ali
porque nesta história o ambiente de thriller
tem os seus limites.
O mau muito mau e traficante
mor, Viking, não passa de um psicopata chorão e imaturo que se circunda de um
grupo de capangas feiosos, com dois homossexuais para apimentar o argumento,
que todos os dias levam e trazem o filho da escola que vive em custódia
partilhada com uma índia que foi sua mulher. O miúdo é francamente mais esperto
do que o pai mas essa característica revela-se perfeitamente esdruxula nesta
história.
No final consumam-se alegremente
muitas mortes de ambos os lados, pelo que a leitura dos separadores é
significativa, e Nels lá consegue a sua vingança e o seu descanso solitário.
Nada que não se evapore até à saída do cinema.
Classificação: 5 numa escala
de 10
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