Sinopse
Em “O Prodígio”, Taylor Schilling (protagonista da
série "Orange is the New Black") interpreta a protagonista Sarah,
cujo filho sobredotado, Miles (Jackson Robert Scott - o jovem Georgie de
"It") manifesta um comportamento perturbador que evidencia a eventual
possessão por uma força maléfica e possivelmente sobrenatural. Receando pela
segurança da família, Sarah terá de escolher entre o instinto maternal de amar
e proteger Miles e uma necessidade desesperada de investigar aquilo que – ou
quem – é responsável pela sombria e assustadora transformação deste.
Opinião
por Artur Neves
Não podemos esquecer que o objectivo
constantemente presente em filmes de suspense
ou de terror é fazer-nos estremecer pela surpresa da acção, venha lá de onde
ela venha. Para isso é necessário induzir pistas no espetador que o levem por
caminhos que a realização não irá, ou pelo menos, não vá tão directamente como
a pistas oferecidas nos possam levar a inferir. Ora não é bem isso que acontece
nesta história.
Com um argumento próximo de “O
Génio do Mal” de 1976, esta história escrita por Jeff Buhler e realizada por Nicholas
McCarthy, nunca chega a preocupar muito o espetador porque cedo se compreende
que Miles é uma criança possuída por alguma força estranha e decorrente disso,
superdotada em áreas indefinidas que Buhler não especifica nem detalha porque o
seu verdadeiro objectivo á criar “pontos quentes” em que a acção se afirme e
nos perturbe.
Porém a realização de
McCarthy também não ajuda, gastando tempo demais na preparação do susto, ou
sequer, para a cena se tornar emocionante, considerando que decorre enquanto
ficamos à espera de que aconteça o que já sabemos que vai acontecer. Para que o
suspense se mantenha estes dois
elementos não devem acontecer na mesma cena, ou temos uma surpresa, ou somos informados
da forma como se processa o que já sabemos que vai acontecer.
Tal como em “O Génio do mal”
uma jovem mãe dá à luz uma criança que ao longo do seu desenvolvimento começa a
agir de forma esquisita, o que causa as preocupações inerentes à sua
progenitora que para lá de não ter a solução imediata, procura ajuda onde quer
que ela se encontre embora rejeite à partida o veredicto que nós já conhecemos desde
o início da história. Este figurino é semelhante aos desafios de wrestling em que as presumíveis ofensas mútuas
entre os dois contendores são muitas, mas todos sabemos que os combates são
encenados e no fim do jogo vão todos tomar um copo no bar mais próximo.
A banda sonora é outro
elemento fundamental nestas histórias e Joseph Bishara é honesto no seu
trabalho sem ser particularmente imaginativo, como na saga “Insidious”, mas
ainda assim funciona ao nível do esperado. Sarah (Taylor Schilling) compõe uma
mãe suficientemente credível para o terror envolvido embora o argumento a
obrigue a tomar decisões estúpidas que numa encenação mais realista não seria
possível. É o resultado da busca do sucesso a qualquer preço pela produção. Ela
merecia tomar melhores decisões e nós merecíamos melhor, nós só queremos o
estímulo emocional produzido por uma história bem composta, mas não é exactamente
isso que encontramos… é pena.
Classificação: 5 numa escala
de 10
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