8 de fevereiro de 2019

Opinião – “Homens do Diabo” de Matthew Hope


Sinopse

Um antigo soldado e marinheiro das forças especiais dos E.U.A. torna-se em caçador de recompensas como agente externo da CIA, sendo forçado a ir para Londres numa caça ao homem de um agente da CIA desautorizado, o que o conduz a uma corrida mortífera com um antigo companheiro militar e o seu exército privado.

Opinião por Artur Neves

Este filme é um thriller de acção cheio de tiros e de lutas, com uma boa história. Só é pena que dentro do género é mais do mesmo. Não é um mal em si mesmo, pois dentro do mesmo género pode-se inovar e recriar histórias surpreendentes o que todavia não corresponde ao presente caso. De novidade apresenta a estreia no papel principal de Milo Gibson, filho de Mel Gibson, que para uma semelhança de idade com que o pai se notabilizou no cinema, apresenta recursos físicos mais evidentes.
O filme começa com uma acção em Marrocos, para apresentar os personagens ao espetador, numa cena de assassínio de um árabe, que é retido no seu próprio carro por meios electrónicos que trancam as portas do automóvel transformando uma protecção segura numa prisão inviolável até que o assassino cumpra a sua missão. Não sabemos quem são, não sabemos para quem trabalham, nem porque lutam, apenas cumprem uma missão.
Depois a acção passa para Londres e somos informados que a próxima missão é a captura de um agente da CIA traidor, que se pretende apoderar de uma ogiva para fins comerciais de venda a um grupo terrorista. A missão é ultra secreta e inclui as nuances comuns no género, que se forem descobertos estão por conta própria porque a CIA não tem nada a ver com isso.
Collins (Milo Gibson) apresenta-se como um militar veterano de guerra no Afeganistão, apto para diferentes formas de luta e de sacrifícios para cumprir a sua missão, apesar de apresentar sequelas de guerra que ele compensa tomando pílulas que o acalmam nos momentos de maior crise de nervos que lhe instabilizam a postura. A sua preocupação principal é a família que tem nos USA, mulher e filha que ainda não conhece. São os “condimentos” humanos da história.
O realizador e argumentista Matthew Hope, desenvolve assim um thriller de baixo orçamento, em Londres mas em zonas despovoadas, armazéns vazios, fábricas abandonadas, docas e becos escuros que descaracterizam os locais da acção podendo ser em qualquer lugar e não necessariamente em Londres. Todavia apresentam-se lutas competentes, quer corpo a corpo, quer usando armamento sofisticado e elevada tecnologia de detecção e rastreamento.
Os diálogos são apenas os estritamente necessários e a única presença feminina não passa de mais um militar sem qualquer componente romântica ou sexual, que tem um papel bem definido inicialmente mas que posteriormente se subverte num twist infantil mas que contribui para manter o interesse na acção que sem esses imprevistos seria demasiado previsível e maçudo. Para além disso a linha de coerência narrativa da história apresenta vários cruzamentos duplos e triplos que mantêm a expectativa numa história com um grupo de profissionais competentes, mas que sabe a pouco.

Classificação: 5 numa escala de 10

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